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DOM 24 SET A origem da MEMÓRIA DO AÇO...

Date post: 15-Nov-2020
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www.riototal.com.br/negocios/ Diretor Geral: Rodrigo de Almeida Editor Executivo: Luiz Carlos Guedes Editor Geral: Ana Cláudia Nogueira Diagramação: Valter Malachias Gerente Gráfico: Aparecido Maciel Impressão: Editora União Publicidade: (16) 3307-1439 e-mail: [email protected] Rua José Gullo, 30 Fone: (16) 3361-2587 DOM 24 SET EDI˙ˆO SEMANAL 2006 ano 1 n” 14 FINEP disponibilizarÆ R$ 510 milhıes a fundo perdido Recursos serªo repassados para empresas que queiram desenvolver projetos de inovaçªo e tecnologia Pág. 3 A origem da siderurgia MEMÓRIA DO AÇO HISTÓRIA INDUSTRIAL Capítulo I Pág. 8 NÚCLEOS DE CRIADORES DE BRAHMAN SE UNEM PARA FUNDAR ASSOCIA˙ˆO PAULISTA No próximo dia 14 de outubro os três núcleos de criadores de Brahman do estado de São Paulo - Centro Paulista, São José do Rio Preto e Campinas - vão fundar a Associação Paulista dos Criadores de Brahman. A “brahmista” e apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga, aplaude a inici- ativa e promete usar todo seu prestígio para difundir a raça Brahman. Pág. 5 Cuidado com as fraudes Pág. 4 INTERNET MARKETING As gafes sªo imperdoÆveis Pág. 6 AGROINDÚSTRIA Bahia terÆ abatedouro de cavalos Pág. 7 TECNOLOGIA Novo conceito para tratamento anti-ferrugem Pág. 2 Sªo Paulo lidera setor de serviços Pág. 6 MERCADO
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Page 1: DOM 24 SET A origem da MEMÓRIA DO AÇO siderurgiamagicweb.com.br/afreire/images/negocios014-240906.pdfcriação das tintas No Voc , sólidas e isentas de solventes. Clyton Queiroz

www.riototal.com.br/negocios/

Diretor Geral: Rodrigo de AlmeidaEditor Executivo: Luiz Carlos GuedesEditor Geral: Ana Cláudia NogueiraDiagramação: Valter MalachiasGerente Gráfico: Aparecido MacielImpressão: Editora União

Publicidade: (16) 3307-1439e-mail: [email protected]

Rua José Gullo, 30Fone: (16) 3361-2587

DOM 24 SETEDIÇÃO SEMANAL

2006 � ano 1 � nº 14

FINEP disponibilizará R$ 510 milhões a fundo perdidoRecursos serão repassados para empresas que queiram desenvolver

projetos de inovação e tecnologia Pág. 3

A origem dasiderurgia

MEMÓRIA DO AÇO

HISTÓRIAINDUSTRIAL

Capítulo I Pág. 8

NÚCLEOS DE CRIADORES DEBRAHMAN SE UNEM PARAFUNDAR ASSOCIAÇÃO PAULISTA

No próximo dia 14 de outubro os três núcleos de criadores de Brahman doestado de São Paulo - Centro Paulista, São José do Rio Preto e Campinas - vãofundar a Associação Paulista dos Criadores de Brahman.

A “brahmista” e apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga, aplaude a inici-ativa e promete usar todo seu prestígio para difundir a raça Brahman.

Pág. 5

Cuidado com asfraudes

Pág. 4

INTERNET

MARKETING

As gafes sãoimperdoáveis

Pág. 6

AGROINDÚSTRIA

Bahia teráabatedouro decavalos

Pág. 7

TECNOLOGIA

Novo conceitopara tratamentoanti-ferrugem

Pág. 2

São Paulo liderasetor de serviços

Pág. 6

MERCADO

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2 Domingo, 24 de Setembro de 2006

Luiz Carlos Guedes é editor do Caderno Negócios, Agroindústria eTecnologia. E-mail: [email protected]

NEGOCIOLOGIA

LUIZ CARLOS GUEDES

Vou contar uma mentira “procêis”.Tudo começou quando um dia - e já faz algum tempo

- o Pedrão Navalha, marginal conhecido e competente,mandou chamar seu advogado. Estava, mais uma vez,preso. Só que agora a prisão era injusta. Não tinha mata-do nem seqüestrado e muito menos assaltado ou estu-prado. Não era justo.

Fidelidade marginal

O doutor das leis foi ao seu encontro, analisou o processo, ouviu a versão dePedrão e concluiu que realmente o distinto matador tinha razão. Não havia provaconsistente para mantê-lo na prisão. Não naquele caso específico. Durante aconversa, o advogado disse que tiraria o “aliviador de almas incautas” da prisão,desde que este prometesse que não mais mataria ninguém em sua vida miserável.Só então, depois da promessa feita com convicção franciscana, foi dada entradana contestação e pedido de soltura. Dias depois, Pedrão estava livre.

O tempo passou e nunca mais se ouviu falar das barbáries de Pedrão. Ohomem havia sumido do mapa. Mas o mundo dá voltas.

Certa tarde o nosso advogado, depois de ter saído de uma reunião, liga para oseu escritório - cumprindo assim um ritual de dever profissional - confirmandose havia algum assunto urgente e importante que o obrigasse a ir até lá.

A secretária passa-lhe todos os recados e completa: - Doutor, é melhor osenhor não vir aqui. Tem um “negão” enorme e mal encarado com um saco cheiode coisas estranhas, dizendo que só sai depois de falar com o senhor.

Tranqüilo e destemido, lá foi o advogado para escritório. E, ao abrir a porta,deu de cara com quem? - Pedrão Navalha.

Respirou fundo, olhou para o “negão”, depois para o saco, e com amabilidadee sorriso nos lábios perguntou:

- E aí, Pedrão, qual foi a encrenca desta vez? Matou alguém?- Nããããooo, “dotô”. Eu não prometi pra “vós mercê” que nunca mais ia matá

ninguém? Então?- E por onde tem andado, Pedrão?- Ah! Dotô, nem lhe conto. O sinhô sabe que eu não vivo sem vê sangue, né?

Mas como tinha prometido não matá gente, fui trabalhá de axogum no terreiro dopai Zezinho da Pata Preta. O senhô sabe o que é axogum, né? É o ogam de corte.Gente da mais alta especialidade e confiança do “pai”. E se a especialidade é sabêcortá e tirá sangue eu tenho um curriculum invejáver.

Pedrão olhou para o advogado e com olhos mareados de emoção, continuou.- Dotô, foi a minha salvação. Eu já num güentava mais. Tinha que cumpri a

promessa dada, mas minhas mão coçava, dotô. Então surgiu essa oportunidade.Eu trabalhava com prazer, não tinha horário, tava sempre disponíver. Que bele-za! A cada facada “nus bicho” era aquele rio de sangue. Eu ficava todo ensopado.Nunca pensei em sê tão feliz na vida,

dotô. Ia durmi de alma lavada. Mas acabou acontecendo uma tragédia, “dotô”.Fui demitido e proibido de “trabalhá” em quarqué terreiro por esse mundãoafora. Tô num mato sem cachorro.

- Mas demitido por quê? O que aconteceu? - perguntou curioso o “dotô”.- Foi o seguinte, meu rei. Tava eu lá feliz da vida quando chegou um “trabalho”

grande. Servicinho pesado, desses que encomenda a morte de gente, feito combezerro. Então, colocaram o animar lá no meio e eu fiz tudo direitinho, comomanda o figurino. Amarrei uma galinha preta de pé preto em cada pata do bicho...o senhô sabe que pra bicho grande a gente tem que amarrá as pata com galinhapreta, né? Aí, comecei a retaliá o bicho na maior felicidade. O caldo intornouquando o pai Zezinho pediu pro distinto solicitante o paper com o nome dodesgraçado que devia subi pro além, pra colocá no sangue. O home deu o paperpro pai e ele me passou a folha.

Pedrão balançou a cabeça, desolado.- Ah! dotô, quando eu li o nome... o sangue ferveu aqui pur dentro. Levantei,

olhei bem nos óio do pai Zezinho e disse: “Meu pai, eu num vô colocá esse paperno sangue não. Esse nome que táqui é do meu outro pai. E meu pai num vai matarmeu outro pai. Não faço e quem chegar perto eu mato”.

- Seu dotô, foi uma confusão. Um corre-corre. Pai Zezinho ficou nervoso,disse que eu tava desmoralizando ele e coisa e tal. Mandou chamá todo mundopra decidi minha punição. Eu fiquei firme. Não ia fazê e não fiz mesmo. Não tevejeito. Eu num arredava da minha opinião daqui e o pai num arredava da opiniãodele de lá. Reuniu todo mundo e me demitiram pra sempre desse serviço. E eutava tão feliz...

De cabeça baixa, Pedrão soluçou, enxugou as lágrimas e olhando novamentepara o advogado, sorriu e disse. - Mas assim é a vida. Agora tô aqui e trouxe umaserva e defumadô pra fazê uma limpeza no escritório.

- Limpar meu escritório para quê, Pedrão?- Uai! O nome que tava no paper era o do senhô, dotô...

A aplicação de nióbio comorevestimento anticorrosivo asso-ciado à evolução das tintas indus-triais está criando novas perspec-tivas no combate ao maior inimi-go do aço: a ferrugem.

Técnica brasileira e patentea-da nos Estados Unidos, a “nio-bização” foi desenvolvida peloprofessor Luiz Roberto Miranda,do Programa de EngenhariaMetalúrgica e de Materiais daCOPPE, da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (UFRJ).

Três processos foram desen-volvidos pelo professor e sua equi-pe de pesquisa. Um que empregatinta pigmentada de nióbio, outroque consiste em aplicar óxido denióbio aquecido a 300ºC com ochamado therma spray (me-talização), e, por fim, o processode pré-tratamento da chapa deaço, no qual o nióbio é aplicadoapós a laminação. Nesse últimocaso, o aço chegaria ao mercadoconsumidor já revestido comnióbio.

Segundo Miranda, o objetivoagora “é transformar a inovaçãoem um produto comercial”. Tan-to que já estão sendo estudadaspropostas de parceria com em-presas capazes de produzir a tin-ta em escala industrial, enquan-to os outros dois processos de“niobização” - por metalizaçãoe a pré-pintura - ainda estão emfase de avaliação de patente,informa o pesquisador.

Com base em mais de 30 anosde estudos em tratamento anti-corrosivos, Luiz Roberto Mi-randa afirma que a grande van-tagem do nióbio é sua qualidadede inerte. “Trata-se de um ele-mento que não reage com nada,nem com meios corrosivos for-tes”, justifica.

Contudo, os testes sobre o im-pacto do revestimento na vida útilde uma chapa de aço ainda nãoforam realizados. Na teoria, infor-ma o professor, uma tinta à basede nióbio deve ter um desempe-nho 80% superior aos demaisanticorrosivos. A expectativa dostécnicos da COPPE é que os tes-tes apontem a eficácia do reves-timento com nióbio, garantindouma durabilidade do aço superiorà do inox, com um custo final (so-mando aço e “niobilização”) até50% inferior. “Acreditamos que

o processo será uma alternativaatraente para segmentos industri-ais que trabalhem em ambientesexpostos à corrosão, como as in-dústrias químicas e petrolífera”, dizMiranda.

De acordo com dados dis-poníveis, o Brasil abriga as mai-ores reservas mundiais denióbio. Só a Companhia Bra-sileira de Metalurgia e Minera-ção (CBMM), principal fornece-dora mundial de metal, possuireservas estimadas (com o usoatual) para mais de 300 anos.Outra vantagem é que, por nãoser um metal pesado, o nióbiogera menor impacto ambiental.Essa característica coincide coma principal preocupação dos fa-bricantes de tintas industriaisanticorrosivas pela busca de so-luções sustentáveis.

As tintas tradicionais fazemuso de solventes agressivos aohomem e ao meio ambiente.Como alternativa a esse tipo decomponente, a indústria desenvol-veu as tintas à base de água e ascom baixo teor de solventes or-gânicos, chamadas Low Voc(Volatile Organic Compounds). Aevolução desse processo levou àcriação das tintas No Voc, sólidase isentas de solventes. ClytonQueiroz Júnior, gerente-geral devendas da Renner, lembra que atendência é que, com o tempo, alegislação internacional limite o usode água nas tintas, o que repre-sentaria uma grande oportunida-de para o aumento do uso das tin-tas sólidas.

O engenheiro Celso Gnecco,

TECNOLOGIA

Cobertura anti-ferrugem

Tintas sólidas apresentam camadas com altas espessuras,contrastando com as baixas espessuras das tintas à base de água

gerente de treinamento técnico daSherwin-Williams do Brasil, apon-ta que o desempenho das chama-das tintas sólidas também é supe-rior. Segundo ele, o aproveitamentoda tinta sem solvente é maior, umavez que não há evaporação. Alémdisso, as tintas sólidas apresentamcamadas com altas espessuras,contrastando com as baixas es-pessuras das tintas à base deágua. Na prática, significa menornúmero de demãos e, portanto,menor tempo de aplicação. Porúltimo, a durabilidade das tintassem solventes é maior, uma vezque não formam canais para eva-poração.

Queiroz Júnior revela que, emtestes de corrosão realizados pelaPetrobras, as tintas devem supe-rar duas mil horas de exposição aintempéries sem apresentar ves-tígios de corrosão. As No Vac re-sistem a mais de vinte mil horas.

Apesar da performance supe-rior das tintas sólidas, são as tin-tas convencionais, com solventes,que respondem por aproximada-mente 80% do mercado de tintasindustriais anticorrosivas. Issoporque as tintas sólidas custamduas vezes mais que as tintas tra-dicionais.

Nos mercados mais desenvol-vidos, as vendas de tintas sólidasjá predominam, até porque a le-gislação de muitos países cerceiao uso de solventes. No Brasil, issoainda não ocorre. “Ainda depen-demos da consciência ecológicado consumidor, mas essa é umatendência que vai se impor”, acre-dita Queiroz Júnior

Divulgação

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3Domingo, 24 de Setembro de 2006

LUIZ CARLOS GUEDES

Durante sua visita à cidade deSão Carlos para assinatura doprotocolo de intenção a fim deimplementar o projeto RedesMetropolitanas Comunitárias deEducação, o ministro da Ciên-cia e Tecnologia, Sergio Re-zende, disse que o governo estáatento à implantação dos par-ques tecnológicos. “As empre-sas de bases tecnológicas pre-cisam de apoio. A concessão desubvenção econômica para ainovação nas empresas é um ins-trumento de política de governolargamente utilizado em paísesdesenvolvidos. Esta é a primei-ra vez que ele será disponi-bilizado no Brasil”.

Lançada em agosto de 2006,a concessão de subvenção eco-nômica tem como objetivo pro-mover o aumento das atividadesde inovação e o incremento dacompetitividade das empresas eda economia do país. A novamodalidade de apoio financeiropermite a aplicação de recursospúblicos não-reembolsáveis dire-tamente nas empresas. “Es-tamos convocando as empresasa apresentarem seus projetos ereceberem recurso a fundo per-dido”, disse o ministro.

Esta primeira iniciativa cobri-rá o período 2006-2008 e dis-ponibilizará recursos no valor deR$ 510 milhões. O marco-regulatório que viabiliza a con-cessão de subvenção econômi-

PARQUES TECNOLÓGICOS

Lei da inovação viabiliza subvenção econômica

Sergio Rezende: �Nada em inovação e pesquisasurte resultados da noite para o dia�

ca foi estabelecido a partir daaprovação da Lei 10.973, de02.12.2004, regulamentada peloDecreto 5.563, de 11.10.2005(lei da inovação), e da Lei11.196, de 21.11.2005, regula-mentada pelo Decreto no. 5.798de 07 de junho de 2006 (lei dobem).

“Nada em inovação e pesqui-sa surte efeito da noite para odia. Não tenho dúvida de queestamos completando um lequede incentivos e que dentro dealguns anos estas empresas ino-vadoras e de alta tecnologia vãodar uma nova configuração aopaís para fazermos um Brasildiferente”, concluiu o ministro.

COMO OBTER APOIOA concessão da subvenção

econômica será operacionaliza-da pela FINEP, agência do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia(MCT), em três modalidades:

Recursos financeiros paraempresas nacionais de qualquerporte no desenvolvimento de pro-cessos e produtos, priorizandoaqueles inseridos em temas con-templados pela Política Industrial,Tecnológica e de Comércio Ex-terior (PITCE), ou seja: fármacose medicamentos (AIDS e Hepa-tite); semicondutores e software(TV Digital, aplicações mobili-zadoras, como educação à distân-cia, e-governo, sistema de ras-treabilidade); bens de capital comfoco na cadeia produtiva debiocombustível e combustíveis

sólidos; nanotecnologia; biotec-nologia; biomassa e energiasrenováveis; e adensamento dacadeia aeroespacial. O recursodisponível é de R$ 300 milhõese o prazo para envio de propos-tas é até 23 de outubro.

Para as micro e pequenasempresas será feita a imple-mentação descentralizada dasubvenção econômica, atravésda operação com parceiros lo-cais, estaduais ou regionais, queserão responsáveis por garantira capilaridade, abrangência doinstrumento e acesso aos recur-sos visando o desenvolvimentode atividades de inovação. Se-rão disponibilizados R$ 150 mi-lhões e o prazo para envio depropostas é 2 de outubro.

No caso de incorporação depesquisadores nas empresas, ti-tulados como mestres ou douto-res em atividades de inovação,os recursos financeiros servirãopara compartilhar os custos re-lacionados à sua remuneração(60% para empresas localizadasnas áreas da ADA e ADENE e40% para as demais). R$ 60milhões foram destinados paraesta modalidade.

REDECOMEPA cidade de São Carlos é a

mais nova integrante do projetoRedes Metropolitanas Comuni-tárias de Educação e Pesquisa(Redecomep). Um protocolo deintenções para a implementaçãodo projeto no município foi assi-nado pelo ministro da Ciência eTecnologia, Sergio Rezende, e oprefeito de São Carlos, NewtonLima. A solenidade aconteceuna Universidade Federal de SãoCarlos (UFSCAR).

Em seu discurso, Rezende

falou sobre a criação e a evolu-ção da Rede Nacional de Ensi-no e Pesquisa (RNP/MCT), atéa atual Nova RNP, com umavelocidade maior. “Com esteprotocolo destinaremos R$ 1milhão para a primeira fase doprojeto, que é um plano de en-genharia detalhado. Implanta-mos a Redecomep só em capi-tais e, agora, São Carlos entrano projeto por se destacar comoimportante pólo tecnológico.Com a rede, as instituições par-

ticipantes poderão realizarvideoconferências, cursos à dis-tância e até telefonia IP”, infor-mou o ministro.

“A rede vai facilitar a intera-ção entre as escolas, alunos eprofessores. Em breve, a redeirá nos auxiliar na capacitaçãode nossos cientistas”, declarouo reitor da UFSCAR, OswaldoDuarte Filho. O prefeito de SãoCarlos falou sobre as possíveisaplicações de rede em projetosde inclusão digital.

A gestora de fundos de in-vestimentos Stratus está lan-çando no Brasil uma nova op-ção para as empresas peque-nas e médias que buscam essetipo de capital. Batizado deStratus VC3, o fundo é a pri-meira linha de venture capitalexclusiva para empresas das

Energia limpa terá incentivoáreas de biomassa e de ener-gias limpas, como a eólica e asolar, além do etanol.

O fundo captou 60 milhõesde reais e se prepara para co-meçar os investimentos em se-tembro. Cerca de 120 empre-sas já foram analisadas e as ne-gociações estão avançadas com

algumas delas. “Queremos mon-tar um portfólio diversificadopara empresas de diferentes áre-as com um faturamento de 5milhões a 100 milhões de reaispor ano”, diz Wagner Duduch,diretor do fundo. “O potencialcompetitivo brasileiro no setorenergético é enorme.”

A Tribuna

Divulgação

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4 Domingo, 24 de Setembro de 2006

Segundo estudo recente daOMC, em breve a fraude criminal on-line vai ultrapassar o tráfico de dro-gas em termos de impacto econô-mico no mundo. É o que garante TimMcCormick, vice-presidente de es-tratégia corporativa da InternetSecurity Systems.

O spam é a grande porta de en-trada de todo tipo de golpe hoje emdia. No Orkut isto não é exceção.Nas listas de recados já surge oenvio de bilhetes com links que es-condem formatos de arquivos sus-peitos, que infectam o computador.E mesmo em nossas caixas postaisjá começam a chegar mensagensfalsas com o familiar assunto “Fu-lano escreveu um recado para vocêno Orkut”. Dentro delas, há linksfalsos para tentar violar o computa-dor.

Alexandre Freire, gerente de so-luções da DISEC Security Servicese professor convidado da pós-gra-duação em segurança do NCE/UFRJ, explica que existem vários ti-pos de golpes hoje em voga, vári-os descritos no livro. O phishing(envio de mensagens com linkspara sites fraudulentos ou vírus eworms) é o mais clássico.

Sempre atentos, os spammersenviam mensagens com temas atu-ais como, por exemplo, problemasno processamento de declaraçõesno imposto de renda, dívidas noSerasa ou no SPC, cancelamento detítulos de eleitor por causa de su-postas irregularidades no CPF eassim por diante.

Inscrições para programas famo-sos de TV, promoções de passa-gens aéreas, fotos sensuais e mes-mo atualizações de sistema e anti-vírus podem esconder phishings.

Os e-mails falsos abundam e nãose passa uma semana sem que haja

INTERNET

Cuidado com as fraudes no e-mailMensagens falsas vão desde problemas noprocessamento de declarações no imposto

de renda e dívidas no Serasa ou no SPCaté cancelamento de CPF

algum alerta corporativo contra de-terminada mensagem. Semana pas-sada foi a vez do site de e-commerceSubmarino, que avisou contraphishing com falsas promoçõesnum site fantasma usando a marcada loja.

O índice de phishing aumentou18% até julho, revelou estudo re-cente do Anti-Phishing WorkingGroup (APWG). O número de phi-shings reportados pelo institutochega a quase 14.200, enquanto ode correntes e hoaxes (falsos boa-tos por e-mail) ultrapassa 23 mil.

Como escapar de tudo isso? Aprimeira providência de segurançabásica num computador é verificarse o firewall nativo do Windows XP,o sistema mais comum hoje, estáativado (veja na Central de Segu-rança do sistema, no Painel de Con-trole) e tratar de instalar uma suítede software para controle de amea-ças na internet. Há várias disponí-veis, desde as da McAfee e Sy-mantec até soluções antivírus comoPanda, Trend Micro, AVG, Avast,Nod32 e outras. A maioria possuirecursos antispyware.

A segunda é ver se o seu soft-ware tem filtros para conteúdo nainternet, especialmente controle de“pais” (parental control, em inglês),para evitar que as crianças acessemsites suspeitos. Freire testou algunsprogramas de controle de “pais”.Segundo ele, um dos mais comple-tos é o CyberPatrol 7.0, que blo-queia sites inapropriados, impedeo uso de determinadas aplicaçõescomo instant messaging, chat etc,e monitora a navegação em geral.“O CyberPatrol monitora inclusiveos links citados dentro de um site”,diz Freire. Se o site tem links parapáginas de sexo ou violência, mes-mo que seu conteúdo não seja

proibitivo, ele o bloqueia.Além de diversos assuntos para

bloqueio (sexo, drogas, ódio racial,etc...) o CyberPatrol também vigiaas imagens a que a criança tem aces-so. Fotos pornográficas são blo-queadas, por exemplo.

Outro bom programa é o SafeEyes 2006. Bastante completo, blo-queia sites suspeitos, permite a umpai determinar o tempo que a crian-ça pode passar navegando nainternet, escolher os programas quepodem acessar a rede, e assim pordiante. Tem mais de 35 categoriasde conteúdo censurável e tambémpode ser usado em computadoresMacintosh. Permite enviar mensa-gens de e-mail ou SMS para o paiem caso de alerta e monitora arqui-vos compartilhados via sites P2P(peer-to-peer).

Falta de bases de dados em por-tuguês dificulta o controle. Outrosprogramas testados por Freire fo-

ram o Content Watch/ContentProtect 2.0, o I-Shield e o McAfeeParental Controls. O primeiro tembons filtros de conteúdo e oferecerelatórios completos, embora peçamuitas senhas para ser configura-do. Permite mudar remotamentesuas preferências via internet (comoo Safe Eyes), embora o processoseja demorado.

Já o I-Shield, apesar de apregoarseu reconhecimento de imagens,detectou no máximo 60% das ima-gens de sexo acessadas (bloqueouas mais explícitas, mas deixou pas-sar as eróticas). O lado bom é quemanda a navegação da criança parauma pasta disponível para o pai noPC. O software apresentou algunsprobleminhas com o Windows XPSP2.

Por fim, o McAfee ParentalControls funciona muito correta-mente, mas não se integra à suítede segurança da empresa. Cria um

administrador para a ferramenta ese integra com os perfis do XP, per-mitindo escolher os níveis e propri-edades de segurança aplicáveis acada um - crianças, adolescentes,adolescentes mais velhos e assimpor adiante.

Há filtros para chat, mensagensinstantâneas, sites e grupos dediscussão. E ele também tomaconta de números de documen-tos que não podem ser enviadospara sites. As categorias de sitesou conteúdos suspeitos podemser refinadas com novo vocabu-lário, em outras línguas inclusive,menos o português.

A propósito, um dado importan-te a mencionar é que os programasdesse tipo não têm base de dadosde conteúdo em português. Embo-ra os links (URLs) falsos sejamexamináveis, o conteúdo se baseiaem outras línguas e os programasainda titubeiam ao avaliá-lo.

Firewall ativo é fundamental para navegar com segurança

Publicidade on-line fatura R$ 158 milhões

De acordo com o levantamentodo projeto Inter-Meios, aumentoua participação da internet no bolode investimentos publicitários: comum faturamento de R$ 158 milhões,equivalente ao primeiro semestre de2006, a Web responde agora por 2%da verba publicitária brasileira.

O valor é 31,85% superior na com-paração com igual período em 2005.

No total, o mercado publicitário fatu-rou R$ 8,5 bilhões no período, comcrescimento de 16,8% sobre o primei-ro semestre do ano passado.

A publicidade online apresentouo terceiro maior crescimento, fican-do atrás de TV por assinatura(67,18% de crescimento) e Guias eListas (45,04% de crescimento). A TVainda é o meio que concentra a maior

fatia do bolo publicitário do País, com63,5% dos gastos com anúncios en-tre janeiro e junho de 2006.

O projeto Inter-Meios é um le-vantamento sobre os investimentosem mídia feito pela Pricewater-houseCoopers para a Editora Meio& Mensagem, que cobre o merca-do de publicidade e marketing bra-sileiros.

Anúncios na internet cresceram 31,85% entre janeiro e junho deste ano

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5Domingo, 24 de Setembro de 2006

LUIZ CARLOS GUEDES

No próximo dia 14 de outubroos três núcleos de criadores deBrahman do estado de São Paulo- Centro Paulista, São José do RioPreto e Campinas - vão fundar aAssociação Paulista dos Criado-res de Brahman. O anúncio foifeito durante a realização do “Diade Campo” na Fazenda BrahmanCanaã no último dia 16.

“São Paulo tem três núcleosbem estruturados. Já é hora decriarmos a Associação Paulistaque irá promover uma maiorintegração entre os criadores degado da raça Brahman no esta-do e possibilitar a realização deum trabalho mais forte junto àAssociação Brasileira e dos ou-

LUIZ CARLOS GUEDES

Introduzido recentemente noBrasil, tendo sua primeira impor-tação no ano de 1994, o Brah-man - raça de origem america-na - vem se consolidando juntoaos pecuaristas brasileiros comoa mais adequada para os cruza-mentos com o gado Nelore, baseda nossa pecuária de corte.

Durante a realização da Fei-ra Internacional de Pecuária,Avicultura, Pesquisa e Tec-nologia de São Carlos (Fei-pecus), o Núcleo Brahman Cen-tro Paulista, presidido por JoãoLeopoldino Neto, promoveu aexposição de 200 animais daraça reunindo 24 criadores edemonstrando, mais uma vez,que o zebuíno americano veiopara ficar.

O número de animais expos-tos na Feipecus, que aindaengatinha em termos de feirapecuária no seu terceiro ano derealização, pode parecer poucose comparado aos 1.631 Nelo-res inscritos para a 35a Expoinel2006 com 18 leilões programa-dos. Com uma relação de 8 x 1,fica evidente o crescimentoexponencial que a raça Brah-man vem adquirindo em dozeanos de existência no Brasil.

“Por ser um gado voltadopara corte, o Brahman já é apon-

BRAHMAN

Núcleos se unem para criar associação

Amauri Dimarzio: �O Brahman merece umaAssociação Paulista forte�

tros estados”, disse o empresá-rio e engenheiro agrônomo JoséAmauri Dimarzio, proprietárioda Fazenda Montreal de Gené-tica Brahman, sediada em Cam-pinas.

Além de promover e realizarfeiras, exposições e leilões or-ganizados pelos sócio-criadores,a Associação Paulista vai incen-tivar a capacitação técnica atra-vés de cursos, palestras e pro-vas de ganho de peso e abatetécnico, para melhorar as con-dições de criação, engorda e re-produção.

A previsão é de que a Asso-ciação Paulista dos Criadores deBrahman já nasça forte. Pelomenos 80 criadores devem seassociar. Isso também vai faci-

litar a busca de parcerias comempresas de insumos, tais comorações e adubos, visando à re-dução de custos de produção deseus associados.

Ainda não foi definida ondeserá a sede da AssociaçãoPaulista, mas uma coisa é certa:será no interior do estado e umadas cidades mais cotadas é SãoCarlos.

“Estamos pensando em SãoCarlos pela proximidade com aEmbrapa Pecuária Sudeste, comquem queremos fazer uma par-ceria para estabelecer critériosoficiais no desenvolvimento doscruzamentos e podermos terbases científicas legais sobre osdados da raça Brahman”, expli-cou José Amauri Dimarzio.

Raça consolidada em São Carlostado como uma dasgrandes armas do Bra-sil para consolidar suaposição de maior ex-portador de carne domundo. Cientes do po-tencial da raça, os pró-prios criadores têm in-vestido no cruzamentodos melhores animaispara a obtenção de re-banhos cada vez maisdesenvolvidos do pon-to de vista genético”,salienta João Leopol-dino Neto.

Ele diz ainda que a re-gião de São Carlos podeser caracterizada comoo berço da raça. “Atu-almente, o setor movi-menta de R$ 3 a 5 mi-lhões ao ano na região,com tendência para umcrescimento anual de 20%.”

A apresentadora de TV AnaMaria Braga também faz parteda família “brahmista”. Há doisanos e meio vem criando Brah-man PO. Começou comprando100 prenhezes no primeiro anoe colocando o gado para desen-volvimento em fazenda de ter-ceiros na região de Barretos.

Hoje, em sua própria fazen-da, já conta com 20 doadoras e300 reprodutoras. “Estou muitosatisfeita com a raça. Ela pro-

mete muito, é um gado ímparque, por ser novo no Brasil, temum grande caminho de cresci-mento pela frente. Acho o futu-ro bem promissor”, disse.

Ana Maria Braga veio a SãoCarlos participar do Dia deCampo promovido pela fazendaBrahman Canaã no último dia16. “Eu ainda estou aprendendocomo funciona a coisa. Vim paraver o que ‘professores’, como oJoão Leopoldino, estão fazen-do”, concluiu Ana Maria.

LUIZ CARLOS GUEDES

Foram necessárias apenasduas horas e onze lotes de pre-nhezes para arrecadar R$ 159,6mil durante o leilão promovido pelaBrahman Canaã, que reuniu novecriadores de São Carlos e cento ecinqüenta convidados.

Segundo o balanço da RemateLeilões, a média de venda de cadaanimal foi de R$ 14,5 mil. A pre-nhez mais valorizada foi MissBeer Gloria POI 9, da fazendaBrahman Premium, de CelsoLopes, e que foi arrematada porR$ 30,8 mil pelo médico JoãoOravio de Freitas, nelorista tradi-cional que já se rendeu às quali-dades do Brahman. “Temos mui-tos Nelores em nossa criação, masjá estou convencido de que oBrahman veio realmente para so-mar. Conheço o Celso Lopes e obom trabalho que desenvolve naBrahman Premium e acho queesta aquisição vai trazer muitosbenefícios para o nosso plantel”,afirma João Oravio.

O bom valor alcançado porMiss Beer Gloria POI 9, depoisde uma acirrada disputa de lan-ces, tem sua razão de ser. Recor-dista do 1o Leilão Brahman Thuy,filha da IPC Gloria e, assim comosua mãe, é uma diferenciada ma-triz de sangue colombiano. Seupai, Prescot Manso 737 - touro desêmem raro - também é pai do

Ana Maria Braga e João Leopoldino Netodurante o Dia de Campo na Brahman Canaã

Leilão rende R$ 160 milcampeão Júnior Maior da Expo-zebu 2006. Portanto, a prenhezMiss Beer Gloria, que tem previ-são de parto para março de 2007,é portadora de uma genética atoda prova.

“Este leilão só veio valorizar otrabalho que está sendo feito como Brahman em São Carlos. Quemquiser criar Brahman e vencertem de se dedicar, e muito, utili-zando os mais modernos métodos,como a fertilização in vitro, trans-ferência de embriões, inseminaçãoartificial e bom manejo de cam-po. Eu tinha certeza de que esta-va colocando à venda a melhorgenética. E trabalhando sério vocêconsegue um bom crescimentoem quantidade e qualidade”, dis-se o feliz ex-proprietário de MissBeer Gloria, Celso Lopes.

Celso Lopes: �Quem quisercriar Brahman e vencer tem

de se dedicar�

A Tribuna

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6 Domingo, 24 de Setembro de 2006

PRISCILA GORZONI

Quem nunca cometeu algumagafe durante uma reunião de tra-balho ou expediente que jogue aprimeira pedra. Isso mesmo. Sãoraríssimos os casos de quem ain-da está imune às garras das 13gafes imperdoáveis. Situaçõesdo tipo ‘saia justa’ são comunsnos ambientes corporativos.Muitas vezes, elas podem seravassaladoras para a sua traje-tória profissional. Mas, calma, hácomo fugir delas. Os consulto-res de recursos humanos reco-mendam muita tranqüilidade ejogo de cintura para contornaras situações constrangedoras. Ese você souber de antemãoquais são as piores gafes profis-sionais da história, poderá evitarem vez de remediar.

Confundir o nome de um co-lega de trabalho, exagerar noperfume, retocar a maquiagemdurante um jantar, marcar umalmoço com executivos india-nos em uma churrascaria ou

MARKETING PROFISSIONAL

As gafes são imperdoáveis no trabalhoUm deslize no ambiente profissional pode ser fatal.

mesmo extrapolar nos elogiosao chefe são alguns exemplosdo que acontece no mundocorporativo.

Agora, se você não conseguirse safar de uma gafe, é impor-tante que, pelo menos, aprendaa driblar esses deslizes commuita habilidade. Uma das me-lhores formas é ser bem-humo-rado, procurar não tocar no as-sunto e não repetir o erro. “Valelembrar que pessoas mal humo-radas, pouco gentis ou inflexíveistêm pouco sucesso no mundodos negócios. Enfim, aconteceuum deslize, tente não consertar.Mude de conversa, de ambien-te, de cidade”, diz Janir Jurado,professora de Etiqueta Social, doSenac São Paulo.

Ela mesma relata algunsescorregões comuns cometidostodos os dias pelos profissionaismais hábeis da empresa. Em umdeles, o gerente comprou uísquede ótima qualidade para presen-tear alguns clientes. “Ele só nãosabia que vários deles não bebi-

am por questão religiosa. Teveque correr rapidinho e adquirirbíblias para substituir o mimo”,relata a professora. Para se pre-venir de episódios como esse ébom saber mais sobre os costu-mes e a religião de seus convi-dados. Com pessoas de outrospaíses a probabilidade de vocêdar uma mancada é ainda mai-or.

Uma boa dica é permanecerduplamente atento. Não só comreferência às roupas, modo decumprimentar, mas também emrelação aos hábitos alimentares.“Ouvi o relato de um grupo queiria receber um indiano, que sóde pensar em carne ficava ar-repiado”.

E nós, brasileiros, temos ocostume de freqüentar churras-carias, o que nesse caso seriaimpossível. “Depois de muitaprocura, eles conseguiram umrestaurante vegetariano parafazer a reunião”, conta ClaudiaMatarazzo, consultora de etique-ta e comportamento e autora de

Negócios, Negócios, Etiquetafaz parte (ed. Melhoramentos).

Situações como essas acon-tecem esporadicamente, mas,em compensação, outras sãoextremamente comuns, comoas fofocas dentro das empre-sas. “Qualquer comentário so-bre a vida pessoal de algum

funcionário deve ser evitado,isso é visto como pejorativo.As outras gafes complicadassão as de mesa, quando duran-te uma refeição a pessoa falasobre um tema inconvenienteou sobre dieta o tempo intei-ro”, alerta Matarazzo.

Com relação ao vestuário, éimportante prestar atenção aotraje indicado no convite. Du-rante um evento que tenha re-lação com seu trabalho, man-tenha distância das transparên-cias e dos decotes exagerados.Esqueça perfumes fortes, dotipo que invadem o espaço dooutro. Retocar a maquiagem àmesa? Nem pensar. Esse é otípico momento para ficar so-zinha.

Agora que você já sabe quaissão os cuidados básicos a seremtomados sobre as piores gafesque podem comprometer suaimagem profissional, colocandoem risco a sua carreira, saibaque a melhor arma contra umagafe é o bom humor.

Divulgação

O estado de São Paulo lidera ocrescimento do setor de serviçosbrasileiro, com o maior número deempresas e trabalhadores dedica-

MERCADO

São Paulo lidera setor de serviçosReceita bruta de todos os setores de serviços do estado cresceu mesmo onde o número de empresas e funcionários caiu

dos à atividade, a maior receitabruta acumulada e o montantedestinado ao pagamento de salá-rios. A informação é da Pesquisa

AUMENTO DE RECEITATodos os setores de servi-

ços do estado registraram au-mento da receita bruta e dototal de dinheiro destinado aopagamento de salários. Issoaconteceu mesmo nas áreasonde houve queda no númerode empresas e de trabalhado-res, caso dos serviços de cor-reios e atividades de entrega edo setor de aluguel de bensmóveis e imóveis.

O setor de aluguel teve que-da tanto no número de empre-sas (- 20%), quanto no de tra-balhadores (- 12%). Os núme-ros divergem da somatória ge-ral dos serviços prestados noestado, onde o número de em-presas subiu, 2,3% e o de traba-lhadores 9,6%.

Apesar dessa baixa, as ativi-

dades imobiliárias conseguiramaumentar a receita bruta em15,3% e a quantia destinada aosempregados em 19,7% frente a2003.

LIDERANÇAO número de empresas de-

dicadas a serviços de informa-ção mais que dobrou no estadode São Paulo entre os anos de2003 e 2004. O crescimento foide 139%, passando de 11.422para 29.115, de acordo com aPesquisa Anual de Serviços(PAS), divulgada nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística(IBGE).

Serviços de informação sãotrabalhos prestados por empre-sas de telecomunicação, in-formática, audiovisual, jornalis-

mo e agências de notícias.

Apesar de ser a quinta maiorárea em número de empresasno estado, os serviços de infor-mação lideram o ranking de re-ceita bruta, com arrecadação deR$ 59,4 bilhões em 2004. Em2003, o valor era de R$ 48,6 bi-lhões.

POSTOS DE TRABALHOHouve áreas em que a que-

da do número de empresasnão resultou em retração donúmero de postos de traba-lho. É o caso do setor de ser-viços de alojamento e alimen-tação, em que o número deempresas caiu de 110 milpara 83 mil, mas o de pesso-as ocupadas pulou de 396para 408 mil.

Anual de Serviços (PAS),com dados de 2004, di-vulgada na quarta-feira(20) pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatís-tica (IBGE).

As empresas paulistasde serviços registraramuma receita bruta de R$178,2 bilhões no período.Deste montante, R$ 29bilhões foram destinadosao pagamento de saláriose outras remunerações.Em 2003, o total da recei-ta ficou em R$ 149 bi-lhões, com R$ 25 bilhõesgastos com a remunera-ção de funcionários.

Todos os setores de serviços do estadoregistraram aumento da receita bruta

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7Domingo, 24 de Setembro de 2006

LEGISLAÇÃO & TRIBUTAÇÃOENCARGOS MENORESPequenas e médias empresas podem reduzir cerca de 50% de encar-

gos trabalhistas e tributários se transformarem seus empregados emsócios cotistas, afirma o advogado empresarial Álvaro Trevisioli. “Essatem sido a solução encontrada por muitas empresas para reduzir encar-gos e aumentar a rentabilidade”, diz ele. A estratégia também é vantajo-sa para o cotista, que participa da divisão dos lucros. Os funcionáriosprecisam concordar com a mudança. Se houver coação, o contrato éanulado na Justiça. A alteração do contrato social geralmente fica pron-ta em 30 dias.

BENEFÍCIO VETADOPequenas e médias empresas devem fornecer vale-transporte a quem

vai trabalhar de carro?Não há obrigação de fornecer vale-transporte aos empregados que

vão ao trabalho de carro. Porém, para se resguardar, elas devem obteruma declaração do empregado informando que ele tem veículo e dispen-sando a necessidade do vale-transporte. Assim, se ele entrar na Justiça,como muitas vezes ocorre, a empresa tem provas. Por falta de informa-ção ou esquecimento, muitas empresas não pedem essa declaração.Mesmo assim, as decisões da Justiça em casos como esse têm sidofavoráveis às empresas. Um detalhe: o reembolso de combustível podeser requerido pelos funcionários que fazem, em condução própria, ser-viços na rua para a empresa.

NÚMEROS57% das pequenas e médias empresas paulistas fazem seguro de

vida para funcionários. Segundo a advogada trabalhista Eliane Gago, alei não obriga a contratação de nenhum tipo de seguro. Mas, se essebenefício for previsto em acordo coletivo ou contrato trabalhista, a obri-gação torna-se legal.

MULTA DESCONTADA DOS FUNCIONÁRIOSHá alguns meses, a Justiça do Trabalho de Campinas, no interior de

São Paulo, decidiu que a Nestlé agiu corretamente ao descontar dosalário de um promotor de vendas os valores de multas de trânsitorecebidas com o carro da companhia em horário de trabalho. A decisãoabre precedente para que empresas de pequeno e médio porte façam omesmo. Mas, de acordo com o advogado trabalhista Nelson Mannrich,as multas de trânsito só poderão ser ressarcidas pelo empregado se ocontrato de trabalho tiver uma cláusula detalhando o assunto.

É MELHOR REGISTRARApenas 0,41% das médias e 0,01% das pequenas empresas registram

suas patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial — bemmenos do que os 7,14% das grandes. Segundo o escritório carioca DanielAdvogados, apesar de o processo ser lento tanto para registro de mar-cas como de patentes - de cinco a oito anos -, o custo é menor que umabriga na Justiça.

REGISTRO DE RAÇASO Projeto de Lei 7210/06, do deputado Betinho Rosado (PFL-RN),

exige que o registro genealógico das raças de animais domésticos leveem consideração as características e os critérios regionais. Pelo projeto,as entidades privadas responsáveis pelo registro também deverão terabrangência nacional, ou seja, permitir o acesso de criadores de todasas regiões brasileiras ao registro, que é regulamentado pela Lei 4761/65.

O deputado lembra que a evolução das características raciais podeser mais acentuada em determinadas regiões. Ele avalia, portanto, que aproposta contribuirá para o desenvolvimento das raças e para o melho-ramento genético dos animais.

O parlamentar cita estudo publicado em 2000 pela Empresa Brasileirade Pesquisa Agropecuária (Embrapa), segundo o qual a necessidade dese manterem programas de melhoramento genético aumenta à medidaque se intensificam os sistemas de produção e que aumenta a demandapor eficiência. Segundo os dados da Embrapa, esses programas preci-sam ter bom sistema de coleta de dados e objetivos definidos, orienta-dos para o mercado, mas sem desconsiderar as diferentes condições deambiente.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comis-sões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Ru-ral; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A Bahia deverá estrear em2007 no mercado de exporta-ções de carne de cavalo. O Fri-gorífico Itapetinga assinou naúltima sexta-feira protocolo deinvestimento com o governo doEstado para construir uma plan-ta dedicada ao abate de eqüinos.O início das obras está previstoainda para este ano e o trabalhodeverá se estender por 12 me-ses. O investimento será de R$7 milhões.

A unidade criará cerca de 150empregos e terá capacidade deabater até 200 animais/ dia. Todaa produção de carne, graxas, pêloe couro será exportada. O pro-jeto é exportar para Japão e pa-íses europeus. “O Estado aindanão entrou nesse mercado por-que até agora não tinha frigorí-ficos preparados para essa fina-lidade”, diz Plínio Moura, dire-tor da Secretaria de Agriculturada Bahia.

O frigorífico ficará em Itape-tinga, a 552 quilômetros de Sal-vador. O empresário Juan CarlosBargueño, responsável pelo in-vestimento, afirma que o proje-to existia há pelo menos doisanos. No Paraná, Bargueño estáà frente da Rei do Gado Fazen-

AGROINDÚSTRIA

Bahia terá frigorífico para abate de eqüinoO estado tem o maior rebanho nacional com 1,25 milhão de cabeças

Divulgação

das Ltda., que tem ainda o Fri-gorífico Santa Fé, na cidade demesmo nome localizada no no-roeste do Estado.

Ainda que pouco conhecido,o mercado brasileiro de carne decavalo é um dos principais nomundo. Em 2005, os embarquessomaram US$ 64,1 milhões, oque faz do país o quinto maiorexportador. A produção concen-tra-se no Rio Grande do Sul,Paraná e em Minas.

Segundo levantamento doCentro de Estudos Avançados

em Economia Aplicada (Cepea),os embarques brasileiros corres-pondem a 12,6% das exporta-ções mundiais da carne de ca-valo. França e Bélgica estãoentre os principais destinos.Hoje, o Brasil garante cerca de30% de todo o consumo do pro-duto nesses dois países. O seg-mento movimenta R$ 80 milhõesno país e emprega mil pessoas,conforme o Cepea. Também sãoexportados US$ 2 milhões emanimais vivos por ano.

A Bahia tem como trunfo ofato de contar com o segundomaior plantel de eqüinos do país.Suas mais de 600 mil cabeçassão superadas apenas peloplantel de Minas. Em todo oBrasil, o número está próximo de5,8 milhões. Em eqüídeos (po-pulação que inclui eqüinos,asininos e muares), o Estado tem1,25 milhão de cabeças, o maiorrebanho nacional.

A região de Itapetinga, no sulda Bahia, é a mais importante dapecuária do Estado. Foi lá que, nofim de 2004, o grupo Bertin insta-lou uma unidade dedicada à ex-portação de carne bovina. O re-banho de gado na área é de 1,14milhão de cabeças.

As emissoras de televisão dacidade de São Paulo deverão co-meçar a transmitir os sinais de TVdigital no primeiro semestre dopróximo ano.

A previsão é do presidente daAssociação Brasileira de Emisso-ras de Rádio e Televisão (Abert),Daniel Slaviero, que esteve reu-nido com o ministro das Comu-nicações, Hélio Costa.

A idéia do Ministério é distri-buir os novos canais digitais paraas geradoras de televisão da ca-pital paulista até o fim do ano.Segundo a proposta de crono-grama de distribuição de canaisapresentada por Costa na sema-na passada, as geradoras de SãoPaulo seriam as primeiras a rece-ber os canais digitas e teriam atéo fim do próximo mês para apre-sentar seus pedidos.

Em uma segunda etapa, emoutubro de 2007, seria a vez dasgeradoras de televisão das demaiscapitais fazerem seus pedidos.

TV digital em São Paulo começa em 2007Emissoras da capital serão as primeiras a receber canais digitais

Cada emissora terá de apresentarao Ministério um projeto técnicopara a instalação dos transmisso-res e o início da operação comer-cial. “O prazo é muito adequado”,avaliou Slaviero, referindo-se aocaso de São Paulo.

O cronograma definitivo, se-gundo o presidente da Abert, deveser divulgado nas próximas sema-nas. Mas ele disse que, no encon-tro com o ministro, não entrouem detalhes sobre o assunto. Paraser publicado, o cronograma temde ter a aprovação do Comitê deDesenvolvimento da TV Digital,formado por nove ministros.

Slavieiro conversou tambémsobre a implantação no Brasil dorádio digital. “Nós vamos pedirque o Ministério autorize as emis-soras que querem, e que já este-jam preparadas, para que operemem sistema digital”, afirmou.

PREPARAÇÃOQuinze emissoras de rádio já

estão fazendo testes com o siste-ma americano de rádio digital In-Band On-Channel (I-BOC) e duasemissoras estão testando o siste-ma europeu Digital Radio Mon-diale (DRM).

Diferente da TV Digital, nocaso do rádio, segundo ele, nãohá necessidade de um plano dedistribuição de canais. “O pleitoda radiodifusão é que nós opere-mos (os sistemas) analógico edigital dentro da mesma freqüên-cia atual”, afirmou.

No fim de junho o governobrasileiro optou pelo padrão ja-ponês de TV digital, depois demeses de estudo em que ava-liou também as tecnologias eu-ropéia e americana. No caso dorádio, ainda não há uma defini-ção do padrão a ser adotado,mas as emissoras preferem osistema americano. SegundoSlaviero, se o governo escolheroutro padrão, as emissoras fa-zem a migração.

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8 Domingo, 24 de Setembro de 2006

A origem da Siderurgia perde-se na noite dos tempos, juntamen-te com a invenção das primeirasarmas e implementos agrícolas.Talvez, o primeiro metal tenhasurgido, quando pedras de miné-rio de ferro que circundavam fo-gueiras para aquecer as cavernasdo Período Neolítico, foram redu-zidas pelo calor e em contato coma madeira carbonizada. Muito pro-vavelmente, o homem primitivousou, para seus artefatos, peda-ços de meteoritos recolhidos pe-las tribos seminômades dos deser-tos da Ásia.

Calcula-se hoje, que o primei-ro contato com os metais se deuna era neolítica por volta de 6000a 4000 anos AC com o uso deóxidos vermelhos (de ferro) emcorantes para rituais e práticasfunerárias, em decoração e poli-mento, assim como os mineraisazuis e verdes (de cobre) naMesopotâmia e no Egito. EmCreta pequenas peças de azuriteforam também descobertas emalgumas habitações. O ouro, aprata e o cobre foram os primei-ros metais a serem descobertos,dado que existiam no seu estadonativo. O ouro estava bem distri-buído à superfície da Terra e eramuito resistente à corrosão, peloque o seu brilho atraiu a atençãodo homem primitivo. Os ornamen-tos eram uma das múltiplas apli-cações deste metal, conformeafirmou Pierre Ducassé : “Todosos povos da Idade da Pedra Poli-da (Neolítico) tiveram um em-brião de metalurgia. Mas isso nãoquer dizer que todos tenham tido,desde essa época, conhecimentodas técnicas metalúrgicas. Narealidade fizeram uso acidental demetais nativos, especialmente oouro.”

As propriedades do cobre fun-dido já eram conhecidas por di-versas comunidades neolíticas dosudeste da Europa e do oeste daÁsia antes de 5000 A.C.. Nessaépoca, porém, o cobre era sim-plesmente submetido ao fogo acéu aberto, o que o tornava ape-nas mais maleável. Entre 4000 e3000 A.C., com a utilização defornos fechados, o cobre pôde seraquecido até o ponto de fusão,derretido, colocado em moldes deargila ou pedra e martelado atéassumir qualquer forma desejada.

HISTÓRIA INDUSTRIALMEMÓRIA DO AÇO - Capítulo IA origem da siderurgia

Descobriu-se, algum tempodepois, que o acréscimo de peque-nas porções de estanho ao cobrecriava uma liga metálica de pro-priedades muito superiores às docobre puro. Surgiu então o bron-ze utilizado em ferramentas quecomeçaram a suplantar, lentamen-te, as de pedra e metais não fun-didos.

Na Idade do Bronze dá-se umarevolução tecnológica fundamen-tal. O novo material permitia nãosó o fabrico de instrumentos agrí-colas mais eficientes, como o apa-recimento de novos armas decaça e de guerra.

A tecnologia do bronze difun-diu-se por toda a Ásia Ocidentale norte da África, pois devido àcrescente necessidade de utensí-lios do novo metal e à raridade deseus componentes, logo se esta-beleceram intensas trocas comer-ciais entre as áreas de extração eos principais centros consumido-res.

Ao redor de Ur (Caldéia), cer-ca de 3500 A.C., foram realiza-das escavações onde se encon-traram ornamentos e armas demetal fundido e vazado, isto é, pra-ticamente 2000 anos após ter sidoencontrado o primeiro artigo emmetal toscamente martelado compedras. Nas ruínas de Ur (naCaldéia), foram encontradas res-tos de barras de ferro que confir-mam a existência de comérciodeste metal. No século VI antesde Cristo, Nabucodonosor fezconstruir os portões de Babilôniacom pilares e vigas cobertas decobre e reforçadas com ferro.

Na China, 2000 A.C., o ferroera trabalhado de forma idênticaao ouro, prata e cobre, só que ti-nha a particularidade de ser maisduro. O seu preço era elevadodevido à sua raridade. Os povosantigos associavam o ferro a di-vindades, considerando-o um “en-viado do céu”. Só mais tarde éque o ferro foi usado com maiorabundância quando se descobriucomo extraí-lo do seu minério. Oferro começou a ser aquecido emfornos primitivos (figura 1) abai-xo do seu ponto de fusão, sepa-rando-se a “ganga” (impurezascom menor ponto de fusão), a qualse deslocava para a superfíciesendo removida sob a forma deescória, restando a esponja de fer-

ro, a qual era trabalhada na bigor-na, obtendo-se as ferramentas eutensílios existentes naquela altu-ra (2500 a 500 AC).

A exploração de jazidas de fer-ro começou a ser feita com regu-laridade em torno de 1500 a.C.,provavelmente no Oriente Médio,de onde o metal teria sido impor-tado por assírios e egípcios. A pri-meira referência escrita ao metalconsta de uma mensagem dirigidapor um imperador hitita ao faraóRamsés II, no século XIII a.C. Doprimeiro milênio da era cristã emdiante, o ferro difundiu-se por todaa bacia do Mediterrâneo.

Acredita-se que o ferro, a prin-cípio, tenha sido obtido por umprocesso que não chegava a ex-traí-lo do minério, nem a liquefazê-lo, mas tornava-o maleável. Des-sa forma também se fundem ou-tros minérios associados ao deferro, que se combinam e trans-formam-se em escória. Em es-tado incandescente, a escóriapode ser separada da massa, oque dá, como produto final, umbolo de ferro. Com o metal des-ses bolos foram fabricados osprimitivos instrumentos de traba-lho, como machados, martelos epontas-de-lança.

O primeiro artigo de ferro ma-nufaturado, que data de 1350 AC,era uma lâmina de punhal encon-trada no túmulo do Faraó -Tutankhamon. Este punhal foiencontrado no local de maior im-

portância e destaque do túmulo.O baixo teor de carbono encon-trado no ferro conferia-lhe umagrande resistência à corrosão epor isso foram encontrados pre-gos praticamente intactos usadosem navios Vikings que estavamenterrados há mais de 1000 anos.Os utensílios de ferro trabalhadoproduzidos pelos Hittitas em 3500AC não eram muito melhores doque o cobre e o bronze. Só quan-do se desenvolveram técnicas detratamento térmico do ferro (con-tendo carbono) é que se conse-guiram produtos fortes e resisten-tes, embora não entendessem oporquê da têmpera. Por exemploa têmpera foi desenvolvida pelosGregos e pelos Romanos e os pro-dutos endurecidos tinham múlti-plas vantagens que se refletiamnas vitórias militares contribuindopara a edificação de Impérios.Exemplo deste fato foi uma bata-lha travada cerca de 220 AC en-tre Romanos e Gauleses em queas espadas Gallic de ferro (àsquais não eram aplicados quais-quer tratamentos térmicos) erammuito menos resistentes que asarmas dos romanos (estas simapresentavam tratamentos térmi-cos dando assim vantagem decombate aos romanos).

Por volta de 400 AC os Gre-gos desenvolveram um tratamen-to térmico denominado revenido,que consistia em aquecer o metala uma temperatura conveniente

tornando-o menos frágil. Com asua aplicação melhoraram a pro-dução de pontas de lanças, chiselse espadas. Deste modo, o ferrotornou-se cada vez mais impor-tante na vida do Homem e na suaCultura.

“Entre os outros aperfeiçoa-mentos estavam o acréscimo deum fundente, como a pedracalcária, à mistura de minério ecarvão, para absorver as impure-zas do minério, a invenção dastenazes e marretas para trabalharos tarugos de metal e a têmperados objetos de metal pelo seuaquecimento até à temperaturaadequada com o esfriamento sub-seqüente pelo mergulho na água.”

Foi na Índia que se deu inícioà produção de aço. Chamaram-lhe Aço Wootz (processo de car-bonização conhecido pelos Egíp-cios antigos) e era obtido a par-tir da esponja de ferro produzi-da num alto forno (séc. XIV).Como a temperatura atingidanão permitia a fusão do ferro,esta esponja de ferro era traba-lhada com um martelo para ex-pelir os resíduos ; em seguida eracolocada entre placas de madei-ra num cadinho o qual era isola-do do ar, posto num forno e co-berto de carvão vegetal, dando-se assim a absorção de carbo-no. Após algumas horas deaquecimento do cadinho o me-tal era forjado até adquirir a for-ma de barras.

Foi na Índia que se deu início à produção de aço

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