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New ISSN - IGCP, E.P.E. - IGCP · 2016. 11. 17. · Av. da República, 57 - 6º 1050-189 LISBOA |...

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Av. da República, 57 - 6º

1050-189 LISBOA | Portugal

Tel.: +351 21 792 33 00

Fax: +351 21 799 37 95

www.igcp.pt

e-mail: [email protected]

REUTERS pages: IGCP01

BLOOMBERG pages: IGCP

Editor:

Concepção:

Paginação:

ISSN

Maio de 2009

Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I.P.

FPGB - Consultoria e Design

Modos de Ver, Design e Comunicação, Lda

0874-4815

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Relatório 2008

Gestão da Dívida PúblicaTesouraria e da

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Siglas

AP

BCE

BT

CA

CaR

CCT

CDS

CE

CEDIC

CSA

CTT

DUC

EBT

EPE

EuroMTS

HB

IGCP

IGFIJ

IHPC

ILB

INE

IPC

IRN

ISDA

ISP

IVA

MEDIP

NLF

OCDE

OEVT

OMP

OT

PDE

PEC

PIB

POCP

PRACE

Repos

RTE

SEPA

SFA

SIBS

TARGET

UEM

Administração Pública

Banco Central Europeu

Bilhetes do Tesouro

Certificados de Aforro

Cost-at-Risk

Certificati di Credito del Tesoro

Credit Default Swaps

Comissão Europeia

Certificados Especiais de Dívida Pública

Credit Support Annex

Correios de Portugal, S.A.

Documento Único

Especialista em Bilhetes do Tesouro

Entidades Públicas Empresariais

Sistema Europeu de Transacções Electrónicas para Benchmarks da Dívida Pública

Homebanking

Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I.P.

Instituto de Gestão Financeira e das Infra-Estruturas da Justiça

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor

Inflation-Linked Bond

Instituto Nacional de Estatística

Índice de Preços no Consumidor

Instituto dos Registos e Notariado

International Swaps and Derivatives Association

Instituto de Seguros de Portugal

Imposto Sobre o Valor Acrescentado

Mercado Especial da Dívida Pública

Necessidades Líquidas de Financiamento

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

Operadores Especializados em Valores do Tesouro

Operadores do Mercado Primário

Obrigações do Tesouro

Procedimento Défices Excessivos

Programa de Estabilidade e Crescimento

Produto Interno Bruto

Plano Oficial de Contabilidade Pública

Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado

Reportes (Acordos de Recompra)

Regime da Tesouraria do Estado

Single European Payments Area

Serviços e Fundos Autónomos

Sociedade Interbancária de Serviços, S.A.

Trans-European Automated Real-Time Gross Settlement Express Transfer

União Económica e Monetária

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Índice

Apresentação 4

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16

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64

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65

32

45

65

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63

91

83

105

Caixa - Programa de Financiamento para 2009

Caixa - Entidades com estatuto de operadores da dívida pública para 2009

Economia e Mercados Financeiros em 2008

Mercado de Dívida Pública

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

Dívida Directa do Estado e Encargos

Tesouraria do Estado

Gestão do Risco

Enquadramento Internacional

Economia Portuguesa

Caixa - Programa de Estabilidade e Crescimento 2008 - 2011

Área do Euro

A Estratégia de Gestão da Dívida Pública Portuguesa em 2008

O Mercado Primário da Dívida Pública Portuguesa

O Mercado Secundário da Dívida Pública Portuguesa

Programa de Financiamento

Necessidades de Financiamento

Programa de Recompra de Dívida

Financiamento Efectuado

Operações Efectuadas no Âmbito da Facilidade de Reportes

Operações de Gestão Activa da Dívida

Aplicações de Disponibilidades de Tesouraria

Saldo da Dívida Directa do Estado

Encargos Correntes da Dívida

Caixa - Certificados de aforro: alterações recentes e impacto nos juros da dívida pública

Caixa - Primeiro ano completo da gestão integrada da tesouraria e da dívida pública

As contas da Tesouraria do Estado

Caracterização da Carteira de Dívida e Indicadores de Custo

Indicadores de Risco

106

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Apresentação

O presente documento tem por objectivo apresentar as linhas gerais do que foi a actividade do IGCP ao

longo do ano de 2008, no domínio da gestão integrada da Dívida Pública e da Tesouraria do Estado.

O ano transacto correspondeu ao primeiro ano completo de gestão integrada da Dívida Pública e da

Tesouraria do Estado, tendo sido marcado pelos esforços desenvolvidos no sentido de melhorar a

qualidade dos serviços de natureza financeira prestados pelo IGCP às entidades sujeitas ao Regime da

Tesouraria do Estado (RTE), bem como pelas iniciativas desenvolvidas junto de várias entidades no

sentido de aprofundar o cumprimento do princípio da Unidade da Tesouraria do Estado (UTE). Com

efeito, considera o IGCP que, sendo a UTE uma condição indispensável para uma maior racionalidade e

economia na gestão dos fundos públicos, e decorrendo esta, além do mais, de imposição legal, recai uma

grande responsabilidade sobre a entidade responsável por assegurar as condições adequadas à sua

concretização, especialmente no domínio da disponibilização das funcionalidades necessárias ao

eficiente desempenho dos organismos sujeitos ao RTE, contribuindo para a respectiva modernização e

para uma gestão eficiente dos respectivos recursos financeiros.

Não obstante a turbulência vivida durante 2008 nos mercados financeiros, particularmente acentuada

no último trimestre, o Programa de Financiamento da República foi executado com normalidade, com

um total de emissões da ordem dos EUR 16 mil milhões. O lançamento, com sucesso, de dois novos

benchmarks, em maturidades longas, 10 e 15 anos, contribuiu para a manutenção da oferta nos pontos

04 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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mais relevantes da curva de rendimentos, merecendo destaque, ainda, os leilões de OT realizados, que

registaram bons níveis de procura. O contributo positivo dos Bilhetes do Tesouro para o financiamento

no ano transacto (cerca de EUR 4 mil milhões, em termos líquidos) reflecte a tendência para o recurso

relativamente mais acentuado a financiamento de curto prazo, comum à generalidade dos emitentes

europeus. Em todo o caso, deve referir-se que as Normas Orientadoras a que o IGCP está sujeito,

estabelecem um limite de 25 por cento da carteira para refinanciamento no prazo de 12 meses, limite

que está muito longe de ser alcançado (a proporção no final de 2008 era inferior a 15 por cento).

A crise financeira internacional levou a que se procedesse a uma gestão particularmente cautelosa em

termos de risco de crédito, desfazendo-se posições em derivados com contrapartes cujo risco e solidez

financeira foram considerados mais problemáticos.

No ano transacto registou-se um contributo líquido negativo dos certificados de aforro para o

financiamento da ordem dos EUR 852 milhões. Este comportamento, ocorrido na sequência das

alterações ao regime de remuneração da Série B e concomitante cancelamento da subscrição desta

Série, conduziu à substituição deste montante por financiamento através de outros instrumentos,

proporcionando uma poupança global em juros suportados pelos contribuintes, em cerca de EUR 100

milhões. Os certificados de aforro continuam a representar, todavia, uma importante fonte de

financiamento, representando, no final de 2008, cerca de 15 por cento do financiamento total. As

alterações introduzidas no cálculo da remuneração da Série B, bem com as características da Série C,

permitiram alinhar a remuneração deste instrumento de financiamento com a de outros instrumentos

de que a República dispõe, adequando, por outro lado, o retorno proporcionado pelos certificados de

aforro ao respectivo perfil de risco e às taxas praticadas pelo mercado.

É de elementar justiça uma palavra de reconhecimento a todos os colaboradores do Instituto, que com a

sua dedicação fizeram com que 2008 fosse um ano importante para consolidação do processo de

integração da Tesouraria do Estado com a gestão da Dívida Pública.

É devido, também, reconhecimento público pela colaboração prestada pelos Conselho Consultivo e

Comissão de Fiscalização, que no cumprimento das missões que lhes estão cometidas muito

contribuíram para o desempenho do IGCP ao longo de 2008.

O Conselho Directivo

Março de 2009.

Apresentação

05Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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06 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Missão

O

!

!

!

Intituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I.P. (IGCP) tem por missão efectuar a gestão, de

forma integrada, da tesouraria e do endividamento público directo do Estado de modo a assegurar:

A estabilidade no financiamento público e eficiência na gestão da carteira da dívida pública;

A minimização do custo da dívida numa perspectiva inter-temporal, de acordo com as estratégias de

risco definidas pelo Governo;

A redução dos saldos de tesouraria para níveis de segurança mínimos aceitáveis, em função de um

desiderato de diminuição da dívida em circulação e consequentemente redução dos encargos

financeiros do Estado.

Constitui outrossim missão do IGCP, no âmbito das atribuições do Ministério das Finanças em matéria de

execução da política económica e financeira do Governo, contribuir para o desenvolvimento dos

mercados financeiros.

Enquanto prestador de um serviço de interesse público, o IGCP rege-se por princípios de eficiência e

racionalidade na gestão de recursos e de transparência na prestação de contas sobre a sua actividade.

O cumprimento da sua missão estrutura-se na afirmação de princípios de competência e rigor no

desempenho, suportados na capacidade técnica e na motivação dos profissionais ao seu serviço, na

qualidade dos meios e dos sistemas de informação que utiliza e no estabelecimento de relações sólidas

com a comunidade financeira nacional e internacional.

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07Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Orgãos Estatutários do IGCP *

Conselho Directivo

Conselho Consultivo

Comissão de Fiscalização

1 Alberto Manuel Sarmento Azevedo Soares

(Presidente)2António Abel Sancho Pontes Correia

(Vogal)3Luís Adriano Alberti de Varennes e Mendonça

(Vogal)

Alberto Manuel Sarmento Azevedo Soares

(Presidente)4António do Pranto Nogueira Leite

5José Silva Lopes 5Maria dos Anjos de Melo Machado Nunes Capote

5Vasco Manuel da Silva Pereira

José Agostinho de Matos

6 José Maria Teixeira Leite Martins

(Presidente)

Amável Calhau, Ribeiro da Cunha & Associados,6representado pelo ROC Amável Alberto Freixo Calhau

6Joana Oliveira Freitas

* À data da publicação do Relatório

1 Renovado o mandato pela Resolução n.º 8/2009, de 5 de Fevereiro, publicada no Diário da República, II Série, n.º 39/2009 de 25 de Fevereiro

2 Renovado o mandato pela Resolução n.º 12/2007, de 1 de Fevereiro, publicada no Diário da República N.º 65/2007 de 2 de Abril

3 Renovado o mandato pela Resolução n.º 8/2009, de 5 de Fevereiro, publicada no Diário da República, II Série, n.º 39/2009 de 25 de Fevereiro

4 Renovado o mandato pela Resolução n.º 7/2009, de 5 de Fevereiro, publicada no Diário da República, II Série, n.º 39/2009 de 25 de Fevereiro

5 Nomeados pela Resolução n.º 7/2009, de 5 de Fevereiro, publicada no Diário da República, II Série, n.º 39/2009 de 25 de Fevereiro

6 Nomeados pelo Despacho n.º 16064/2008, de 6 de Maio, publicado no Diário da República, II Série, n.º 112/2008 de 12 de Junho

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08 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Conselho Directivo(CD)

Gabinete de Apoio(GA)

Área de Operações(AOP)

Área de Clientes(ACL)

Núcleo de Sala de Mercados(NSM)

Serviço de Acompanhamentode Operações (SAO)

Serviço de Dívida de Retalho(SDR)

Núcleo de Emissõese Mercados (NEM)

Serviço de OperaçõesContabilísticas (SOC)

Serviço de Gestão deContas do Tesouro (SGT)

Serviço de Controlo de Contas(SCC)

Serviço de Gestão das Contasde Clientes (SGC)

Organograma *

Núcleo de ControloFinanceiro (NCF)

Gabinete de Estudos(GES)

Serviço de GestãoAdministrativa (SGA)

Núcleo de Sist. e Tecnologiade Informa. e Informática (NSI)

Área de Gestão da Dívidae da Liquidez (AGDL)

Sofia Torres

Rita Queiroz

Maria Luís Albuquerque Edite Gonçalves Carlos Gonçalves

Luciano SilvaFátima SilvaRosário Alcobia

Carla Silva

Ana Maria Santos Paulo LeiriaCélia Galrinho

Ana Boto Rui Nascimento Jorge Guedes

* À data da publicação do Relatório

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09Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Apresentação

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Programa de Financiamento para 2009

10

A

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gestão da dívida pública em 2009 continuará a subordinar-se aos princípios de rigor e eficiência

definidos na Lei Quadro da Dívida (Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro), assegurando o financiamento

requerido pela execução orçamental e prosseguindo os objectivos de minimização de custos directos e

indirectos numa perspectiva de longo prazo e a sua distribuição equilibrada pelos vários orçamentos

anuais, prevenindo, também, uma excessiva concentração temporal das amortizações e a exposição a

riscos excessivos.

Os objectivos estruturais enunciados na Lei estão, desde 1999, traduzidos num conjunto de orientações

aprovadas pelo Governo para a gestão do financiamento e da dívida que definiram uma carteira de

referência (benchmark) da qual resultam objectivos quantificados para o custo esperado da dívida e

limites para os riscos que podem ser assumidos pela gestão.

Em 2009, manter-se-á a importância estratégica de assegurar uma maior profundidade à curva de

rendimentos da República, procurando-se para tal, de acordo com a avaliação das condições de mercado,

oferecer adequadas alternativas de investimento, através de emissões em maturidades devidamente

seleccionadas, reforçando a liquidez nesses segmentos da curva.

Estas opções consideram-se instrumentais para o objectivo, não só de manter, como também de

aumentar, o envolvimento dos principais intermediários financeiros neste mercado e de continuar o

processo de alargamento e diversificação da base de investidores.

Não obstante a afirmada intenção de manter os princípios gerais e os objectivos estratégicos numa

perspectiva de longo prazo, o ano de 2009 afigura-se como particularmente exigente. A crise financeira

iniciada em 2007 agravou-se em 2008, particularmente no último trimestre, e perspectiva-se um ano de

recessão económica. Para a generalidade dos países da área do euro, como também para os Estados

Unidos, as necessidades de financiamento vão sofrer um acréscimo muito substancial, em resposta à

prevista contracção do produto e à necessidade de financiar os muitos pacotes de suporte a diversos

sectores da economia, entre os quais avulta, pela sua dimensão, o sector financeiro. Acresce a este

cenário o quase desaparecimento de algumas classes de investidores que tinham assumido um papel

muito relevante nos últimos anos, como é o caso dos hedge funds, e a redução de disponibilidades de

outros players de grande dimensão.

Neste contexto, a estratégia a seguir em 2009 privilegiará dois elementos essenciais consistentes com os

objectivos nucleares definidos na lei e no mandato do IGCP:

ao nível do financiamento, assegurar-se-á o financiamento necessário para a execução orçamental,

procedendo de forma atempada e cautelosa às operações de financiamento;

ao nível da gestão activa da carteira de dívida, assegurar-se-á um controlo apertado do risco da

carteira, em particular do risco de crédito das contrapartes em operações de derivados, e procurar-se-

á minimizar o custo da dívida através de operações de derivados.

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Programa de Financiamento para 2009

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Entidades com estatuto de operadores da dívida pública para 2009

OT - OBRIGAÇÕES DO TESOURO

OEVT - Operadores Especializadosem Valores do Tesouro

Banco Espírito Santo, SA

Banco Santander Central Hispano

Barclays Bank, plc

BNP Paribas

Caixa Banco de Investimento, SA

Calyon

Citigroup Global Markets Limited

Deutsche Bank, AG

Goldman Sachs International

HSBC France

ING Bank, NV

Morgan Stanley & Co International

Société Générale

The Royal Bank of Scotland, plc

Unicredit (HVB)

OMP - Operadoresde Mercado Primário

Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo

Credit Suisse

Dresdner Bank

Millenniumbcp

Nomura International

BT - BILHETES DO TESOURO

EBT - Especialistas em Bilhetes do Tesouro

Banco Espírito Santo, SA

BNP Paribas

Caixa Geral de Depósitos, SA

Calyon

Citigroup Global Markets Limited

Deutsche Bank, AG

Dresdner Bank

Goldman Sachs International

HSBC France

Millenniumbcp

Natixis

Société Générale

The Royal Bank of Scotland, plc

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Entidades com estatuto de operadores da dívida pública para 2009

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46479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276468769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873837664339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508737643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276468769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873837664339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508736738948781088763798965433984647989654339872968

Palácio do Freixo - Porto | Freixo Palace - Oporto

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Economia e Mercados Financeiros em 2008

15

Enquadramento Internacional

Economia Portuguesa

Caixa - Programa de Estabilidade e Crescimento 2008 - 2011

16

27

32

464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738

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Enquadramento Internacional

A economia mundial registou uma desaceleração da actividade em 2008, com o ritmo de crescimento 1médio anual do produto a fixar-se em 3,4 por cento , após um incremento médio de 5 por cento

observado no período 2004-2007. A evolução do preço do petróleo e dos bens alimentares, a correcção

em baixa do mercado imobiliário e o impacto negativo da crise financeira sobre a confiança dos agentes

económicos constituem os principais factores que contribuíram para esta trajectória. O abrandamento

foi observado nas principais regiões do globo. Nos EUA verificou-se um decréscimo de 0,8 pontos

percentuais, para 1,2 por cento, e na área do euro, o crescimento do PIB reduziu-se 1,8 pontos

percentuais, para 0,9 por cento. Já no Japão, o produto contraiu-se 0,1 por cento, face a um crescimento 2de 2,4 por cento em 2007 .

Na área do euro e nos EUA, o hiato do produto deteriorou-se 0,9 e 1,1 pontos percentuais, evoluindo para

-0,1 e -0,4 por cento do PIB potencial, respectivamente. Por sua vez, no Japão, apesar do comportamento

desfavorável (caindo 0,7 pontos percentuais), esta medida de utilização da capacidade produtiva 3manteve um valor positivo (0,9 por cento do PIB potencial) .

Economia e Mercados Financeiros em 2008

1 FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2009.

2 Comissão Europeia, Interim Forecast, Janeiro de 2009.

3 OCDE, Economic Outlook No. 84, Novembro de 2008.

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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17

Economia e Mercados Financeiros em 2008

CRESCIMENTO REAL DO PRODUTO

Taxa de crescimento anual Hiato do produto

Fonte: Comissão Europeia e OCDE

Nos EUA, nos primeiros três meses do ano, o produto apresentou um incremento reduzido, a que se

seguiu uma aceleração no segundo trimestre, que se revelou, contudo, temporária e explicada,

essencialmente, pelo impacto de um pacote de estímulo orçamental aprovado em Fevereiro. Já na

segunda metade do ano, o produto registou uma contracção em cadeia trimestral. Em termos de

composição do crescimento do PIB, as exportações líquidas apresentaram um contributo positivo, em

resultado do dinamismo evidenciado pelas exportações e de uma diminuição de importância das

importações. Por outro lado, observou-se uma redução do contributo da procura interna para o produto,

que ao longo do ano revelou sinais de deterioração progressiva. Na área do euro, após uma forte

expansão no primeiro trimestre, o PIB apresentou variações negativas em cadeia trimestral no segundo e

terceiro trimestres. A desaceleração da actividade traduziu, principalmente, o enfraquecimento da

procura interna, em particular do consumo privado e do investimento, já que o contributo da procura

externa líquida se manteve praticamente inalterado na medida em que se verificou um abrandamento

simultâneo das exportações e das importações.

A desaceleração foi comum a todos os países da área do euro, tendo sido, contudo, mais acentuada na

Irlanda (onde a taxa de variação média anual do PIB evoluiu de 6 para -2 por cento), seguida do

Luxemburgo e Eslováquia. De notar que, ainda assim, a Eslováquia foi o país da UEM que mais cresceu

(7,1 por cento), seguida da Eslovénia e Chipre, que registaram variações de 4 e 3,6 por cento,

respectivamente.

-1

0

1

2

3

4

5

2000 2002 2004 2006 2008 E

%

Área do euro EUA Japão

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2000 2002 2004 2006 2008 E

Área do euro EUA Japão

Em % do PIB potencial

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18

CRESCIMENTO REAL DO PRODUTO NA ÁREA DO EURO

2007 2008 E

Fonte: Comissão Europeia

De acordo com as Previsões Intercalares de Janeiro de 2009 divulgadas pela Comissão Europeia, a

flexibilização das políticas orçamentais e a continuação de políticas monetárias ainda mais

acomodatícias do ciclo económico à escala mundial, deverão contribuir para a recuperação do

crescimento a partir da segunda metade de 2009. Para o conjunto de 2009, antevê-se um incremento, a

nível global, de apenas 0,5 por cento, recuperando em 2010, para 2,75 por cento. Na área do euro e nos

EUA projecta-se uma variação negativa do produto de 1,9 e de 1,6 por cento, respectivamente, enquanto

que no Japão a perspectiva é de contracção da actividade ainda mais acentuada, de cerca de 2,4 por

cento.

O menor dinamismo verificado no primeiro semestre de 2008, traduziu, em parte, a evolução ascendente

dos preços de matérias primas e de bens alimentares, tendo a cotação do barril de petróleo, no caso do

Brent, atingido o valor máximo de USD 144 em Julho, o que representou um aumento de mais de 60 por

cento em menos de seis meses. Contudo, nos últimos meses do ano, observou-se uma trajectória

descendente, em particular no último trimestre, em consequência do agravamento das perspectivas de

crescimento à escala global, com o barril a registar um valor médio trimestral de USD 56. Em

conformidade, a inflação homóloga do IPC nos EUA registou um comportamento de subida nos

primeiros sete meses do ano, desacelerando posteriormente. A taxa de variação homóloga passou de 4,1

por cento em Dezembro de 2007 para 0,1 por cento no final de 2008, traduzindo em grande parte a

evolução dos preços da energia. No entanto, em termos médios anuais, o índice geral de preços

apresentou uma aceleração de 1,0 ponto percentual, evoluindo para 3,8 por cento em 2008. Na área do

euro, a inflação homóloga permaneceu acima de 3,0 por cento até Outubro, tendo atingido o valor

%

-3

-1

1

3

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7

9

11

IRL ITA POR FRA Áreado euro

LUX ESP ALE BEL FIN AUS HOL MAL GRE CHI ESV ESQ

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19

EVOLUÇÃO DO NÍVEL GERAL DE PREÇOS

Inflação subjacente

Fonte: Reuters e Eurostat

Inflação e preço do petróleo

Área do euro (IHPC) EUA (IPC)

Jan2006

Jun2006

Nov2006

Abr2007

Set2007

Fev2008

Jul2008

Dez2008

Taxa de inflação homóloga (%)

Área do euro (IHPC) EUA (IPC) Brent (USD)

Jan2006

Jun2006

Nov2006

Abr2007

Set2007

Fev2008

Jul2008

Dez2008

Taxa de inflação homóloga (%) Preço/barril de crude

No que diz respeito à inflação subjacente, que exclui os preços da energia e da alimentação, verificou-se

nos EUA igualmente uma tendência de moderação, ainda que, menos pronunciada comparativamente

ao índice global do IPC, tendo a taxa de variação homóloga atingido 1,8 por cento no final de 2008 (o

que compara com 2,4 por cento em igual período do ano anterior). Já a taxa de variação média anual

manteve-se em 2,3 por cento. Por sua vez, na área do euro, as pressões inflacionistas mantiveram-se

contidas, com a inflação core, na qual se exclui a componente de energia, alimentação, álcool e tabaco, a

manter um valor inferior a 2 por cento ao longo do ano. A taxa de variação homóloga desacelerou

ligeiramente (0,1 pontos percentuais), diminuindo para 1,8 por cento em Dezembro, tendo-se observado

a mesma tendência em termos de variação média anual.

Em termos de posição orçamental, continuou a observar-se uma situação deficitária nas principais economias

avançadas. Em 2008, nos EUA, o défice público agravou-se em 2,5 pontos percentuais do PIB, para 5,3 por

cento, reflectindo, em parte, o impacto das deduções fiscais concedidas pelo Governo norte-americano

máximo em Junho e Julho, quando se fixou em 4,0 por cento, o valor mais elevado dos últimos 10 anos.

Posteriormente, assistiu-se a um abrandamento significativo, em resultado do agravamento das

perspectivas de crescimento e da deterioração das condições no mercado de trabalho, com taxa de

variação homóloga a reduzir-se de 3,1 para 1,6 por cento entre o final de 2007 e 2008. Já a taxa de

variação média anual subiu 1,2 pontos percentuais, para 3,3 por cento.

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

1

2

3

4

5

6

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70

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20

Dívida pública

Défice orçamental

DÉFICE ORÇAMENTAL E DÍVIDA PÚBLICA EM 2008(em % do PIB)

Fonte: Comissão Europeia

no início do ano. Por seu turno, no Japão assistiu-se a uma redução do défice orçamental, que evoluiu de 42,2 para 1,9 por cento do produto .

Na área do euro, o défice orçamental, registou um incremento, pela primeira vez nos últimos 5 anos,

agravando-se 1,1 pontos percentuais, para 1,7 por cento do PIB. O défice orçamental ajustado do ciclo

aumentou 0,8 pontos percentuais, para 2,4 por cento do produto. O saldo primário ajustado pelos efeitos

cíclicos também evoluiu desfavoravelmente situando-se em 0,6 por cento do produto (face a 1,3 por

cento em 2007). Em conformidade, o rácio da dívida pública para o conjunto da UEM aumentou 2,6 5pontos percentuais, para 68,7 por cento do PIB no final de 2008 .

Em termos gerais, até ao início do Verão de 2008, a política monetária nas principais economias

avançadas, foi conduzida num cenário de riscos ascendentes à estabilidade de preços, em simultâneo

com a existência de riscos negativos sobre o crescimento. A Reserva Federal prosseguiu com o ciclo de

redução das taxas de juro, iniciado em Setembro de 2007, diminuindo a taxa dos fed funds para 2 por

cento na reunião de 30 Abril de 2008. A actuação da autoridade monetária inseriu-se num contexto de

turbulência nos mercados financeiros, de correcção em baixa no mercado imobiliário e de evolução

desfavorável do mercado de trabalho, factores que se traduziram numa deterioração progressiva das

4 Comissão Europeia, Previsões de Outono, Novembro de 2008.5 Comissão Europeia, Interim Forecast, Janeiro de 2009.

-5,0

-3,5

-2,0

-0,5

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4,0

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0 30 60 90 120

LUX

FIN

IRL

POR

FRAGRE

ITA

BEL

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área do euro

ESV

CHI

MAL

ESQ

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perspectivas para a actividade económica. Por sua vez, o BCE optou por manter a taxa principal de

refinanciamento inalterada em 4 por cento no primeiro semestre do ano, tendo em Julho procedido a um

incremento da taxa directora, de 25 pontos base, para 4,25 por cento, justificando a sua decisão com a

existência de riscos ascendentes sobre os preços a médio prazo. Já o Banco de Inglaterra, que havia

iniciado o ciclo de descida de taxas no final de 2007, efectuou duas reduções da taxa base (em Fevereiro e

em Abril), de 25 pontos base cada, fixando-a em 5,0 por cento.

A partir de Setembro, com o agravamento da crise financeira, assistiu-se a uma revisão em baixa das

perspectivas de crescimento a nível global, a par da redução das pressões inflacionistas, em resultado da

diminuição do preço da energia e de outras matérias primas. A necessidade urgente de promover

liquidez ao mercado por forma limitar as consequências negativas da intensificação da crise nos

mercados financeiros levou os principais bancos centrais a anunciarem um corte de 50 pontos base das

suas taxas directoras numa acção concertada levada a efeito a 8 de Outubro, e que incluiu o BCE, a

Reserva Federal, o Banco de Inglaterra e os bancos centrais do Canadá, da Suíça e da Suécia. No final de

Outubro, a autoridade monetária norte-americana procedeu a uma nova descida de 50 pontos base da

taxa de referência, sendo que, em Dezembro, com a manutenção da trajectória de deterioração da

actividade económica e de diminuição significativa das pressões inflacionistas, a Reserva Federal reduziu

a taxa dos fed funds, de 1 por cento para um intervalo compreendido entre 0 a 0,25 por cento. Por sua

vez, o BCE, voltou a reduzir a taxa de juro em 50 e 75 pontos base em Novembro e Dezembro,

respectivamente, fixando a taxa de referência em 2,5 por cento no final de 2008. O Banco de Inglaterra

%

BCE FED Banco de Inglaterra

Dez2004

Abr2005

Ago2005

Dez2005

Abr2006

Ago2006

Dez2006

Abr2007

Ago2007

Dez2007

Abr2008

Ago2008

Dez2008

TAXAS DIRECTORAS DOS BANCOS CENTRAIS

Fonte: Reuters

0

2

4

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desceu a taxa base para 2 por cento, após efectuar duas reduções de 150 e 100 pontos base, nos últimos

dois meses do ano, respectivamente.

Já o Banco do Japão, optou por efectuar em Outubro uma redução da taxa de juro oficial, em 20 pontos

base, para 0,3 por cento, o que constituiu a primeira descida desde 2001. Em Dezembro, o banco central

efectuou uma redução da mesma magnitude, fixando a taxa em 0,1 por cento.

Nos EUA, a descida da taxa directora por parte da Fed conduziu a um decréscimo das taxas de juro nos

prazos mais curtos da curva de rendimentos. No primeiro trimestre de 2008, a yield do Treasury a 2 anos

evoluiu de 3,06 para 1,61 por cento, traduzindo a materialização da expectativa de descida de taxas

directoras pelo banco central. Já no segundo trimestre, observou-se um aumento da taxa de juro neste

segmento da curva, para 2,63 por cento, em resultado da alteração das perspectivas dos participantes do

mercado relativamente à condução da política monetária, antevendo-se a possibilidade de esta vir

assumir um carácter mais restritivo a curto prazo do que o antecipado anteriormente, em consequência

da intensificação dos riscos de inflação a nível global. Contudo, na segunda metade do ano, verificou-se

novamente uma tendência descendente, com a taxa de rendibilidade desta maturidade a cair

aproximadamente 186 pontos base, situando-se em 0,77 por cento no final do ano, reflectindo,

essencialmente, o carácter mais expansionista da política monetária, com a Fed a anunciar em Dezembro

que a conjuntura poderia exigir a manutenção de um nível excepcionalmente baixo dos fed funds

durante algum tempo.

Na área do euro, a yield das obrigações com maturidade de 2 anos acompanhou de perto o movimento

do Treasury ao longo de 2008. Nos primeiros três meses do ano, registou-se um decréscimo de 58 pontos

base, para 3,44 por cento. Por seu turno, no segundo trimestre, as taxas subiram para 4,59 por cento, em

resultado da crescente preocupação com as pressões inflacionistas, num quadro de maior optimismo dos

agentes económicos. Na segunda metade do ano, a taxa de rentabilidade desta maturidade voltou

apresentar uma trajectória descendente (atingindo 1,76 por cento no final de Dezembro), traduzindo a

incorporação da expectativa de redução de taxas directoras por parte do BCE.

As maturidades mais longas apresentaram uma evolução semelhante à dos prazos mais curtos. No

primeiro trimestre, preocupações crescentes com a solidez dos balanços de grandes instituições

financeiras norte-americanas, a par da deterioração das perspectivas de crescimento económico,

conduziram a um movimento de fuga para activos de menor risco de crédito e mais líquidos, que se

reflectiu numa queda das yields a 10 anos, quer nos EUA quer na área do euro (de 61 e 45 pontos base,

respectivamente), para 3,43 e 3,91 por cento no final de Março.

Entre Abril e Junho, a taxa de juro deste segmento da curva registou o movimento inverso, com os

mercados obrigacionistas a registarem uma desvalorização. Nos EUA, a partir de meados de Março, com

o anúncio da Reserva Federal do seu apoio ao negócio de aquisição do banco de investimento Bear

Stearns por parte do JP Morgan e de novas descidas da taxa dos fed funds (em 18 de Março e em 30 de

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Abril) as taxas de juro iniciaram um movimento de recuperação, tendo a yield do Treasury a 10 anos

registado um incremento de cerca de 55 pontos base, para 3,98 por cento, em consequência da

atenuação das preocupações dos investidores em termos de perspectivas para a economia norte-

americana. Na área do euro, a taxa de rendibilidade do Bund para a mesma maturidade registou o mesmo

comportamento, tendo subido para 4,62 por cento, num ambiente de menor aversão ao risco e de

aumento das pressões inflacionistas, após a divulgação de dados relativamente ao PIB no primeiro

trimestre, que evidenciou um crescimento robusto, e de outros indicadores positivos.

Na segunda metade do ano, o enfraquecimento progressivo da actividade na generalidade das

economias avançadas e a existência de condições mais restritivas nos mercados financeiros a nível global

levou os investidores a preferir activos mais seguros e líquidos, que se traduziu numa queda acentuada

das yields. O movimento de descida de taxas acentuou-se, particularmente, a partir de Setembro, altura

em que se assistiu a um período de maior tensão nos mercados financeiros com a intensificação dos

problemas de solvência de diversas instituições financeiras norte-americanas e europeias. A

nacionalização das duas maiores empresas de crédito hipotecário nos EUA, a Fannie Mae e Freddie Mac,

a que se seguiu a falência do banco de investimento Lehman Brothers, a nacionalização da AIG (a maior

seguradora mundial), e o fim da existência de grandes bancos de investimento com a venda do Merrill

Lynch e a transformação do Goldman Sachs e do Morgan Stanley em bancos comerciais, foram

acontecimentos que geraram um ambiente de elevada aversão ao risco e agudizaram os receios quanto à

potencial dimensão da crise. Por outro lado, a queda do preço do petróleo e o menor optimismo em

termos de crescimento a nível global traduziram-se numa redução das pressões inflacionistas. Assim, no

segundo semestre a yield do Treasury caiu 175 pontos base, para 2,22 por cento, e a do Bund registou um

decréscimo de 168 pontos base, fixando-se em 2,94 por cento.

O diferencial entre as taxas de juro a 10 anos nas duas regiões apresentou uma tendência de

alargamento até ao início de Julho, a que se seguiu um estreitamento gradual, chegando mesmo a

alcançar valores positivos no final de Outubro. No entanto, em Novembro iniciou-se novamente um

movimento de alargamento progressivo que contribuiu para que no conjunto do ano se tivesse

verificado um incremento do diferencial, que atingiu -72 pontos base no final de 2008 (face a -32

pontos base no final do ano anterior).

A inclinação da curva de rendimentos (medida pelo spread entre a taxa de juro a 10 e a 2 anos) aumentou

tanto nos EUA como na área do euro. Na economia norte-americana, o declive evoluiu de 97 para 146

pontos base, em resultado da queda mais pronunciada de yields nos prazos mais curtos

comparativamente às maturidades mais longas. Na área do euro, o aumento do diferencial foi mais

significativo (85 pontos base), com o diferencial a situar-se em 118 pontos base em Dezembro. Também

neste caso, a valorização do mercado obrigacionista se revelou mais forte nas maturidades mais curtas.

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O diferencial entre a taxa de rendibilidade dos títulos de dívida pública e a taxa swap estreitou-se na

economia norte-americana e alargou-se na europeia. Nos EUA, o swap spread, na maturidade dos 10

anos, no final de Dezembro situou-se em 27 pontos base, 35 pontos base abaixo do observado no período

homólogo. Este comportamento traduziu a queda relativamente acentuada da taxa swap nesta

maturidade, a par do aumento da inclinação da curva de rendimentos. Na Alemanha, verificou-se um

alargamento do swap spread, de 36 para 79 pontos base no final de 2008, que poderá ser explicado pelo

ambiente de grande incerteza em termos de perspectivas económicas e de elevada turbulência no

sistema financeiro, que resultou numa crescente aversão ao risco.

Em 2008, contrariamente ao observado no ano precedente, o mercado accionista registou um

andamento negativo, com os preços a apresentarem quedas significativas. Esta evolução foi o reflexo da

elevada tensão e incerteza que afectou o sistema financeiro, um cenário menos optimista relativamente

à evolução dos lucros das empresas decorrente do enfraquecimento da procura a nível mundial e de

condições de financiamento menos favoráveis. Assim, entre o final de 2007 e 2008, o índice alemão

Xetra Dax desvalorizou 40,4 por cento; nos EUA os índices S&P 500 e Nasdaq apresentaram quedas de

38,5 e 41,9 por cento, respectivamente.

Diferencial (US Treasury-Bund) Bund US Treasury Treasury Gilt

Jan2005

Jul2005

Jan2006

Jul2006

Jan2007

Jul2007

Jan2008

Jan2006

Jul2006

Jan2007

Jul2007

Jan2008

Jul2008

Jan2009

TAXAS DE JURO DE LONGO PRAZO(títulos de dívida pública a 10 anos)

Correlação vs. Bund (10 anos)

Fonte: Reuters

Taxa de juro de longo prazo

Correlação (últimas 60 observações)

% p.b.

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1

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Por sua vez, no mercado obrigacionista, a tendência foi de valorização em ambas as regiões. Nos EUA, o

índice de preços de obrigações de dívida pública (FTSE GovTop) apresentou uma variação positiva de 8,6

por cento e na Alemanha de cerca de 8,0 por cento.

Diferencial Diferencial31 Dez 2007 31 Dez 200731 Dez 2008 31 Dez 2008

1 a

no

2 a

nos

5 a

nos

10 a

nos

2 a

nos

5 a

nos

10 a

nos

% %p.b. p.b.

ESTRUTURA TEMPORAL DAS TAXAS DE JURO

Área do euro EUA

Fonte: Reuters

0

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0

40

Alemanha (FTSE GovTop Price vs Xetra Dax) EUA (FTSE GovTop Price vs S&P 500)

Índice de preço: obrigações/acções (31 Dez 2004 = 100)

Jan2005

Jul2005

Dez2005

Jun2006

Dez2006

Jun2007

Dez2007

Jun2008

Dez2008

COMPORTAMENTO RELATIVO DOS MERCADOS OBRIGACIONISTA E ACCIONISTA

Fonte: Reuters

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160

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Índice: 31 Dez 2004 = 100

Fonte: Reuters

Jan2005

Mai2005

Set2005

Mai2006

Jan2006

Set2006

Jan2007

Mai2007

Set2007

Jan2008

Mai2008

Set2008

Jan2009

EUR / USD EUR / JPY EUR / GBP

EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE CÂMBIO DO EURO

A crise financeira repercutiu-se no comportamento do mercado cambial, que apresentou uma elevada

volatilidade ao longo do ano. Face ao dólar, o euro registou um movimento de apreciação até meados de

Abril, tendo-se verificado no remanescente do ano e, em particular, a partir de Julho uma tendência de

desvalorização, com a taxa de câmbio EUR/USD a fixar-se em torno de 1,40 dólares no final de Dezembro

de 2008, um valor 4,2 por cento inferior ao observado no período homólogo. A deterioração

significativa das projecções de crescimento para a área do euro e a expectativa de descida de taxas de

juro por parte do BCE, foram alguns dos factores que contribuíram para este movimento.

Relativamente ao iene, em termos homólogos, a moeda europeia também se depreciou,

aproximadamente 22,1 por cento, com a taxa de câmbio EUR/JPY a evoluir para 126,7 no final do ano.

A forte recuperação do iene reflectiu o desfazer de movimentos carry trade e a repatriação de fundos,

num contexto de aumento da aversão ao risco. Já quando comparado com a libra esterlina, o euro

revelou uma forte valorização, com a taxa de câmbio EUR/GBP a situar-se em 0,96, mais 30,1 por cento

que em Dezembro de 2007, reflectindo a deterioração significativa das perspectivas de crescimento da

economia britânica ao longo do ano.

No conjunto do ano, o euro apreciou-se cerca de 2,0 por cento em termos nominais efectivos.

80

85

90

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Economia e Mercados Financeiros em 2008

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Economia Portuguesa

Em 2008, o PIB da economia portuguesa registou uma variação nula em termos reais, face a um 6crescimento de 1,9 por cento no ano anterior . Este comportamento foi influenciado por factores

internos e externos, nomeadamente pela crise financeira internacional e pelo comportamento da

actividade económica mundial.

Em resultado deste abrandamento, verificou-se uma desaceleração da inflação, acompanhada também

pela redução de expectativas de crescimento de preços a médio prazo, nomeadamente, na segunda

metade de 2008.

Em termos de contributos para o crescimento, o PIB em 2008 foi influenciado sobretudo pelo

abrandamento da procura interna, nomeadamente pela contracção do investimento e, em termos

externos, pela forte desaceleração das exportações. Este comportamento reflectiu a intensificação da

crise financeira, com consequências ao nível da confiança empresarial e dos consumidores e de maiores

restrições no acesso ao crédito.

Apesar de se ter registado um abrandamento em comparação com o ano anterior, o consumo privado

manteve uma trajectória de crescimento, provocando um aumento do nível de endividamento das

famílias. Em termos sectoriais, a indústria transformadora e o sector da construção registaram

decréscimos de actividade ao longo do ano transacto.

7De acordo com a estimativa da CE para o crescimento da área do euro , verificou-se uma divergência real

entre a economia nacional e a média europeia de 0,9 pontos percentuais.

6 Contas Nacionais Trimestrais – Estimativa Rápida do INE (Fevereiro de 2009).

7 Previsões Intercalares de Janeiro de 2009 da Comissão Europeia.

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As perspectivas de crescimento para 2009 apontam para uma tendência recessiva, já iniciada na segunda

metade de 2008, à semelhança da que se projecta para a maioria das economias desenvolvidas. A actual

previsão, apresentada quer pelo Banco de Portugal quer pelo Governo, aponta para uma contracção da

actividade de 0,8 por cento, valor superior em 1,1 pontos percentuais ao decréscimo projectado para a 8área do euro . Esta evolução reflecte a continuação da tendência negativa do investimento e das

exportações, mas também o abrandamento do consumo privado.

O mercado de trabalho começou a dar sinais de deterioração na segunda metade de 2008, tendo a taxa

de desemprego atingido 7,8 por cento da população activa no quarto trimestre, mais 0,5 pontos

percentuais que o valor observado no segundo trimestre.

A taxa de inflação, medida pela variação média anual do índice harmonizado de preços no consumidor

(IHPC), atingiu 2,7 por cento em 2008, o que representa um aumento de 0,3 pontos percentuais face ao

ano anterior. Este comportamento resultou da forte subida dos preços dos bens alimentares e dos bens

energéticos, consequência parcial da evolução dos preços do petróleo ocorrido no primeiro semestre do

ano. Com efeito, o preço do petróleo registou uma tendência crescente nesse período, tendo o preço do

brent passado de USD 94 no final de Dezembro de 2007 para USD 144 em Julho de 2008. Após este

máximo, o preço do Brent inverteu a trajectória de subida, negociando no final de Dezembro de 2008

para USD 36. O diferencial positivo da inflação em Portugal foi-se reduzindo ao longo do primeiro

trimestre, invertendo-se posteriormente o seu sinal.

Área do euro Portugal Procura interna Exportações líquidas PIB

% %

Composição do PIB em PortugalTaxa de crescimento anual

CRESCIMENTO REAL DO PRODUTO E COMPONENTES DA PROCURA

Fonte: Comissão Europeia, Instituto Nacional de Estatística e Banco de Portugal

-4

-2

0

2

4

6

8

1998 2000 2002 2004 2006 2008E-2

-1

0

1

2

3

4

5

1998 2000 2002 2004 2006 2008E

8 De acordo com previsão da Comissão Europeia apresentada nas Previsões Intercalares de Janeiro de 2009, a área do euro deverá apresentar

uma diminuição real do PIB de 1,9 por cento em 2009.

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29

Estima-se que as necessidades de financiamento da economia portuguesa tenham aumentado 1,8 9pontos percentuais do PIB, para 10,5 por cento .

No plano orçamental, dado que Portugal conseguiu reduzir o défice global das administrações públicas

(AP) em 3,5 pontos percentuais do PIB entre 2005 e 2007, o Conselho da UE decidiu revogar, em Junho de 102008 , e um ano antes do programado, o procedimento por défice excessivo declarado em Junho de 2005.

Em Dezembro de 2007, o Governo previu, no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), um défice

orçamental na óptica da contabilidade nacional de 2,4 por cento para 2008, o que correspondia a uma

melhoria de 0,6 pontos percentuais em comparação com o valor do ano anterior. Face ao valor do défice

orçamental atingido em 2007 (2,6 por cento do PIB), mais baixo do que o esperado, o Governo reviu em

Maio de 2008 a previsão do saldo das AP para -2,2 por cento do PIB.

11De acordo com a última revisão do PEC 2008-2011 , a diminuição do défice em 2008 teve origem no

aumento da receita superior ao da despesa total, de 0,3 e 0,1 pontos percentuais do PIB,

respectivamente, sendo de referir a diminuição do peso da receita fiscal em termos do PIB em 0,1 pontos

percentuais, resultante, principalmente, da redução da taxa normal do IVA de 21 para 20 por cento com

Diferencial Área do euro Portugal

TAXA DE INFLAÇÃO

Fonte: Eurostat

Jan-0

2

Abr-

02

Abr-

03

Abr-

04

Abr-

05

Abr-

06

Abr-

07

Abr-

08

Jul-

02

Jul-

03

Jul-

04

Jul-

05

Jul-

06

Jul-

07

Jul-

08

Out-

02

Out-

03

Out-

04

Out-

05

Out-

06

Out-

07

Out-

08

Jan-0

3

Jan-0

4

Jan-0

5

Jan-0

6

Jan-0

7

Jan-0

8

Taxa de variação média anual do IHPC (%)

-1

0

1

2

3

4

5

9 Previsão do Ministério das Finanças apresentada no Programa de Estabilidade e Crescimento 2008-2011, Janeiro de 2009.

10 Decisão do Conselho 2008/561/CE, de 3 Junho de 2008.

11 Ver caixa dedicada ao Programa de Estabilidade e Crescimento.

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efeitos no segundo semestre de 2008. O superávite primário evidenciou uma melhoria, de 0,2 para 0,8

por cento do PIB de 2007 para 2008, sublinhando-se a diminuição da despesa primária em 0,1 pontos

percentuais.

Ainda de acordo com o PEC 2008-2011, o défice orçamental das AP ajustado do ciclo situou-se em 2,2

por cento do PIB em 2008, valor que compara com 2,7 por cento no ano anterior.

Dívida pública (dir.) Défice orçamental (esq.) Défice orçamental ajustado do ciclo (esq.)

Em % do PIBEm % do PIB

SALDO ORÇAMENTAL E DÍVIDA PÚBLICA EM PORTUGAL

Fonte: Comissão Europeia e Ministério das Finanças

0

1

2

3

4

5

6

7

2003 2004 2005 2006 2007 2008E

52

55

58

61

64

67

70

A estimativa mais recente aponta para que o rácio da dívida pública no PIB tenha aumentado de 63,6

para 65,9 por cento em 2008, após a diminuição de 1,1 pontos percentuais em 2007. Portugal seguiu a

tendência verificada no conjunto da área do euro, para a qual se prevê um aumento da dívida pública de

2,6 pontos percentuais do PIB, para 68,7 por cento.

A evolução da dívida pública portuguesa beneficiou da melhoria do saldo primário, mas foi influenciada

desfavoravelmente pelo aumento da despesa com juros e pelo snow-ball effect.

Num contexto de grande incerteza e volatilidade dos mercados financeiros, verificou-se o aumento da

procura por investimentos com menor grau de risco (de crédito), o que beneficiou as obrigações alemãs,

(benchmark) face a outras obrigações da área do euro com menor liquidez ou com maior risco de crédito.

Assim, o diferencial de taxas de juro OT-Bund na maturidade dos 10 anos, em termos de spreads

interpolados alargou-se cerca de 82 pontos base entre o final de 2007 e 2008, tendência mais

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pronunciada na segunda metade do ano. Este comportamento foi semelhante ao verificado pelas

obrigações com a mesma maturidade da Áustria, Bélgica, Finlândia e Espanha. No mesmo sentido

evoluiu o diferencial OT-swap, que passou de -18,7 para 22,7 pontos base.

Nos primeiros seis meses de 2008, as yields de longo prazo dos mercados obrigacionistas de dívida

pública registaram uma trajectória ascendente na generalidade das economias. Observou-se

posteriormente uma inversão desta tendência, para a qual contribuiu a turbulência verificada nos

mercados internacionais e as suas consequências em termos de economia real e de inflação. O mercado 12obrigacionista português registou uma valorização dos preços de 2,1 por cento entre o final de 2007 e

de 2008, valor ligeiramente inferior ao observado no conjunto dos países da área do euro (2,5 por cento)

e ao verificado nos EUA (2,7 por cento).

Na sequência do desinvestimento em activos de maior risco (de crédito) e de uma maior procura por

activos líquidos, os mercados accionistas apresentaram a nível internacional uma forte desvalorização

ao longo de quase todo o ano. O índice PSI 20 registou uma perda aproximada de 51,3 por cento entre o

final de 2007 e o final de 2008, variação que ultrapassou as verificadas pelos índices Euronext (-45,2 por

cento) e S&P 500 (-38,5 por cento).

12 De acordo com a evolução verificada pelo índice de preços obrigacionista FTSE GovTop.

Área do euro EuronextEUA S&P 500Portugal PSI 20

Jan-0

3

Jan-0

3

Jul-

03

Jul-

03

Jan-0

4

Jan-0

4

Jul-

04

Jul-

04

Jan-0

5

Jan-0

5

Jul-

05

Jul-

05

Jan-0

6

Jan-0

6

Jul-

06

Jul-

06

Jan-0

7

Jan-0

7

Jul-

07

Jul-

07

Jan-0

8

Jan-0

8

Jul-

08

Jul-

08

Jan-0

9

Jan-0

9

MERCADOS FINANCEIROS

Índices obrigacionistas Índices accionistas

Fonte: Reuters

Índice: 31 Dez 2002 = 100 Índice: 31 Dez 2002 = 100

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

90

95

100

105

110

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Programa de Estabilidade e Crescimento 2008 - 2011

Os Programas de Estabilidade e Crescimento (PEC), elaborados anualmente pelos Estados-Membros da

UE, têm como objectivo apresentar uma estratégia de consolidação orçamental de médio prazo.

No contexto da actual crise financeira internacional, com impacto fortemente recessivo na economia

mundial, os Governos têm vindo a tomar medidas para contrariar esta tendência negativa,

nomeadamente através de estímulos à actividade e ao emprego, e de reforço da estabilidade financeira,

o que implicará a interrupção temporária do processo de consolidação orçamental anteriormente em

curso.

A Comissão Europeia apresentou em Novembro o Plano Europeu de Recuperação Económica

orçamentado em cerca de 1,5 por cento do PIB da UE. No âmbito deste plano, Portugal aprovou a 13Iniciativa para o Investimento e o Emprego , com impacto no aumento do défice orçamental, estimado

em 0,8 pontos percentuais do produto. Existe, no entanto, o compromisso de que, assim que a situação

económica o permita, se retome o caminho para o objectivo de equilíbrio do orçamento.

Após o saldo orçamental ter atingido -2,2 por cento do PIB em 2008, o efeito conjunto das medidas

incorporadas na Iniciativa para o Investimento e o Emprego e da actuação dos estabilizadores

automáticos, deverá conduzir a um aumento do défice para 3,9 por cento do PIB em 2009.

A trajectória de consolidação será retomada em 2010, prevendo-se uma diminuição do défice de 1,0

ponto percentual do PIB nesse ano e de 0,6 pontos percentuais em 2011. A melhoria do saldo será

conseguida essencialmente do lado da despesa, prevendo-se que a despesa primária diminua 2,2 pontos

percentuais do PIB entre 2009 e 2011. Por sua vez, a sustentabilidade das finanças públicas a médio

prazo será assegurada por reformas estruturais, nomeadamente as que têm por objectivo a contenção da

despesa com pessoal e o reforço do equilíbrio financeiro do sistema de segurança social.

O saldo estrutural deverá melhorar em 0,5 pontos percentuais do PIB entre 2008 e 2011 sendo que,

anualmente e excluindo 2009, a sua variação anual respeitará o objectivo de médio prazo assumido pelo 14Governo português em Dezembro de 2005 , ao diminuir 1,2 e 0,5 pontos percentuais em 2010 e 2011,

respectivamente.

O rácio da dívida pública no PIB deverá aumentar no horizonte da projecção, em resultado, por um lado,

dos défices orçamentais projectados e, por outro, do fraco crescimento económico. Em 2011,

perspectiva-se uma redução da dívida em percentagem do produto, na sequência de uma aceleração do

crescimento e da melhoria do saldo primário.

13 O Programa Iniciativa para o Investimento e o Emprego está orçamentado em 1,2 por cento do PIB, dos quais 0,4 por cento correspondem a

financiamento comunitário. 14

A Comissão Europeia nas Orientações Gerais para as Políticas Económicas de 2003-05 recomendou que os Estados-Membros, e nomeada-

mente Portugal, reduzissem o défice corrigido das variações cíclicas em pelo menos 0,5 por cento do PIB ao ano, por forma a atingir uma

situação próxima do equilíbrio. Portugal assumiu este compromisso no Programa de Estabilidade e Crescimento 2005-09.

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As actuais projecções para os agregados orçamentais assentam num cenário macroeconómico a que está

associado um elevado nível de incerteza. Em 2009 espera-se uma contracção da economia de 0,8 por

cento, com um impacto negativo no défice, estimado em 0,9 pontos percentuais do PIB.

A procura interna evidenciará uma forte moderação, prevendo-se que o seu crescimento real passe de

0,6 por cento em 2008 para 0,1 por cento em 2009, como consequência da evolução do consumo privado

e do investimento. O consumo privado deverá ser condicionado pela incerteza quanto às perspectivas

económicas, nomeadamente o comportamento do mercado de trabalho e, ainda, pelo previsível

aumento da taxa de poupança das famílias. Quanto ao investimento, estima-se ainda uma contracção

em 2009, sendo que a componente empresarial reagirá à deterioração do clima de confiança na

indústria. É de esperar uma aceleração do consumo público em resultado das medidas tomadas pelo

Governo para fazer face à actual crise.

Espera-se uma recuperação nos anos subsequentes, com a aceleração do consumo privado e a melhoria

do investimento e das exportações, ainda que o sector externo só deva contribuir positivamente para o

PIB em 2011.

Quanto à inflação, prevê-se que, após uma desaceleração em 2009, o ritmo de crescimento dos preços se

mantenha estável em torno de 2 por cento em 2010 e 2011.

PRINCIPAIS HIPÓTESES MACROECONÓMICAS(taxas de crescimento real, em percentagem)

Fonte: Ministério das Finanças e da Administração Pública - Programa de Estabilidade e Crescimento 2008-2011, Janeiro 2009

PIB

Consumo privado

Consumo público

Formação bruta de capital fixo

Exportação de bens e serviços

Importação de bens e serviços

Crescimento da procura externa relevante

Preço do petróleo (Brent, USD/barril)

Taxa de juro de curto prazo (média anual)

Taxa de juro de longo prazo (média anual)

Taxa de câmbio EUR/USD (média anual)

1,9

1,6

0,0

3,1

7,5

5,6

5,5

72,5

4,3

4,4

1,370

0,3

1,2

-0,3

-0,8

0,1

1,0

2,5

96,9

4,6

4,6

1,471

-0,8

0,4

0,2

-0,9

-4,4

-1,3

-2,8

51,0

2,2

4,2

1,337

0,5

0,6

0,1

-0,3

1,9

1,3

1,3

61,0

2,8

4,4

1,331

1,3

1,0

-0,1

1,7

3,1

1,7

2,1

61,0

2,8

4,1

1,331

2007 2008 2009 2010 2011

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Economia e Mercados Financeiros em 2008

FINANÇAS PÚBLICAS: PROJECÇÕES DE MÉDIO PRAZO(em percentagem do PIB)

Fonte: Ministério das Finanças e da Administração Pública - Programa de Estabilidade e Crescimento 2008-2011, Janeiro 2009

Despesa total

Juros

Formação bruta de capital fixo

Receita total

Saldo global

Saldo primário

Dívida pública

Saldo global estrutural

Saldo primário estrutural

45,7

2,8

2,3

43,2

-2,6

0,2

63,6

-2,7

0,1

45,8

3,0

2,4

43,5

-2,2

0,8

65,9

-2,2

0,9

48,0

3,3

2,9

44,1

-3,9

-0,6

69,7

-3,3

0,0

46,5

3,4

2,4

43,6

-2,9

0,4

70,5

-2,1

1,2

45,9

3,4

2,5

43,6

-2,3

1,1

70,0

-1,7

1,7

2007 2008 2009 2010 2011

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35Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Economia e Mercados Financeiros em 2008

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Palácio de Mateus - Vila Real | Mateus Palace - Vila Real

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Mercado de Dívida Pública

37Área do Euro

A Estratégia de Gestão da Dívida Pública Portuguesa em 2008

O Mercado Primário da Dívida Pública Portuguesa

O Mercado Secundário da Dívida Pública Portuguesa

Objectivos estratégicos

O mercado das obrigações do Tesouro - OT

Diferenciais de taxas de juro (spreads)

Emissões na área do euro

Estratégia de financiamento

O mercado dos bilhetes do Tesouro - BT

Volume de transacções (turnover)Repos de janela

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Evolução das yields

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38

Área do Euro

Evolução das yields

A aversão ao risco, a volatilidade e a falta de liquidez nos mercados monetários, que tinham começado a

aumentar em 2007, encerrando um ciclo de grande estabilidade nos mercados financeiros, registaram

aumentos significativos em 2008, com particular incidência no final do ano. A par da descida das taxas

de juro em todas as maturidades, assistiu-se a um alargamento expressivo nos spreads de crédito da

dívida soberana dentro da área do euro, com os diferenciais entre a Alemanha e todos os restantes

soberanos a aumentar muito. Alguns dos países periféricos como a Itália e a Grécia ultrapassaram mesmo

os níveis pré-euro. Ao fenómeno de flight-to-quality juntou-se um flight-to-liquidity que beneficiou a

dívida soberana alemã, em grande medida também devido à existência de um mercado líquido de

futuros. Ao longo do ano, a yield do bund na maturidade dos 10 anos diminuiu 137 pontos base,

passando de 4,306 em 2 de Janeiro para 2,934 por cento em 30 de Dezembro de 2008.

A inclinação da curva swap (2-10 anos) do euro passou de 17 pontos base em 2 de Janeiro para 97 pontos

base em 30 de Dezembro de 2008, mas a curva esteve invertida entre Maio e Setembro. Em comparação,

nos EUA, o spread do título benchmark a 10 anos face ao benchmark a 2 anos, iniciou o ano em 100

pontos base e finalizou-o em 136 pontos base. O spread foi sempre positivo ao longo do ano e atingiu um

máximo de 255 pontos base em Novembro.

Mercado de Dívida Pública

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Mercado de Dívida Pública

Fonte: Bloomberg

MOVIMENTO DAS CURVAS DE RENDIMENTO: CURVA SWAP

3M

6M 1A

2A

3A

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% p.b.

Variação em 2008 (dir.)

Variação em 2008 (dir.)

30-12-2008 (esq.)

30-12-2008 (esq.)

02-01-2008 (esq.)

02-01-2008 (esq.)

Fonte: Bloomberg

MOVIMENTO DAS CURVAS DE RENDIMENTO: BUND

3M

6M 1A

2A

3A

4A

5A

6A

7A

8A

9A

10A

20A

30A

%

p.b.

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1,5

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2,5

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-180

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-100

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-60

-40

-20

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4,0

4,5

5,0

-250

-230

-210

-190

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-90

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Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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Mercado de Dívida Pública

Emissões na área do euro

O volume bruto de emissões dos soberanos no mercado obrigacionista do euro ascendeu, em 2008, a

cerca de EUR 654 mil milhões. As emissões obrigacionistas nominais, i.e. excluindo inflation linked bonds 1(ILB) e CCT emitidos pela República de Itália, representam cerca de 86 por cento desse montante,

enquanto que a emissão de ILB representa quase 7 por cento do total. Três emitentes soberanos da área

do euro – Alemanha, Itália e França – foram responsáveis por cerca de 68 por cento do mercado

obrigacionista (segmento de títulos nominais) de dívida soberana, apenas ligeiramente menos do que

aconteceu no ano anterior.

Em 2008, do volume bruto de emissões obrigacionistas em euros por parte dos soberanos da área do 2euro , cerca de 2,5 por cento do total foi emitido pela República Portuguesa, um peso ligeiramente

superior ao registado no ano anterior (o qual ascendeu a 1,9 por cento), reflectindo as maiores

necessidades de financiamento decorrentes de um maior peso neste ano do que em anos anteriores de

amortizações de dívida de médio e longo prazo.

No mercado de dívida do euro, a República Portuguesa é um pequeno emitente soberano, competindo

não só pelo mesmo mercado, mas também pela mesma base de investidores, com os restantes soberanos,

agências e entidades supranacionais, num espaço caracterizado por uma oferta de produtos financeiros

EMISSÕES DE OBRIGAÇÕES DE DÍVIDA SOBERANA EM EUROS EM 2008

Itália - 23,0%

Alemanha - 25,5%

França - 20,8%

Grécia - 5,6%

Espanha - 9,7%

Bélgica - 5,6%

Holanda - 4,5%

Áustria - 1,8%

Portugal - 2,5%

Finlândia - 0,9%

Fontes: IGCP, OEVT

1 CCT, i.e., Certificati di Credito del Tesoro, títulos a taxa variável com maturidade a 7 anos.

2 Excluindo emissões de inflation linked bonds (ILB) e as emissões de CCT por parte do soberano italiano.

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41

Mercado de Dívida Pública

relativamente homogéneos, emitidos através de procedimentos harmonizados e negociados em infra-

-estruturas de mercado eficientes e transparentes.

Num enquadramento de crise financeira, são visíveis diferenças importantes nas estratégias dos

emitentes em 2008. As emissões para prazos entre 2 e 5 anos, inclusive, aumentaram o seu peso relativo

de 24,6 para 56 por cento, enquanto que nos prazos de 5 a 10 anos, inclusive, o aumento foi de 26 para

33 por cento.

Nos prazos mais longos, as emissões representaram apenas 6,8 por cento do total, contra os 17,4 por cento

de 2007.

Fonte: IGCP, OEVT e websites dos emitentes soberanos da área do euro

EMISSÕES DE OBRIGAÇÕES DOS SOBERANOS DO EURO POR MATURIDADE

2003 2004 2005 2006 2007 2008

%

Em 2008 registou-se um volume de emissões indexadas à inflação ligeiramente inferior ao observado em

2007. A Alemanha, a França, a Itália e a Grécia continuaram presentes no mercado de obrigações

indexadas à inflação, tendo-se assistido neste segmento a um incremento do volume emitido pela

Alemanha (+17 pontos percentuais) e uma redução do volume emitido pela França (-13,9 pontos

percentuais), comparativamente com 2007.

No que concerne a técnicas de emissão, o peso relativo dos montantes colocados por sindicato nas

emissões totais reduziu-se ligeiramente de 12 por cento em 2007 para 10 por cento em 2008.

2 - 5 anos 5 - 10 anos 10 - 15 anos superior a 15 anos

0

10

20

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Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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42

Mercado de Dívida Pública

A Estratégia de Gestão da Dívida Pública Portuguesa em 2008

Objectivos estratégicos

A emissão e gestão da dívida pública continuou em 2008 a subordinar-se aos princípios de rigor e

eficiência definidos na Lei Quadro da Dívida (Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro), assegurando o

financiamento requerido pela execução orçamental e prosseguindo os objectivos de minimização de

custos directos e indirectos numa perspectiva de longo prazo e a sua distribuição equilibrada pelos vários

orçamentos anuais, prevenindo, também, uma excessiva concentração temporal das amortizações e a

não exposição a riscos excessivos.

Os objectivos estruturais enunciados na Lei estão traduzidos num conjunto de orientações aprovadas

pelo Governo para a gestão da dívida e das disponibilidades de tesouraria, que definiram uma carteira de

referência (benchmark) da qual resultam objectivos quantificados para o custo esperado da dívida

(líquido do proveito de aplicações) e limites para os riscos que podem ser assumidos pela gestão.

Com a integração da gestão da dívida pública directa com a gestão da tesouraria do Estado, cujas

diversas fases ocorreram ao longo de 2007, o Programa de Financiamento do ano incluiu, como

subproduto da estratégia de gestão da dívida pública, duas componentes estratégicas adicionais que

resultam dos objectivos da minimização dos custos e limitação dos riscos: uma estratégia de redução dos

excedentes de tesouraria e uma estratégia de gestão das aplicações de disponibilidades de tesouraria.

Com a redução do saldo de tesouraria conseguiu-se reduzir o aumento do stock da dívida pública, e

assim o seu custo. A gestão das disponibilidades de tesouraria teve como objectivo maximizar os

proveitos das aplicações dos valores remanescentes após a redução da dívida, que resultaram da

impossibilidade de obter um matching perfeito entre o financiamento e as necessidades de tesouraria,

sujeito aos limites de risco estabelecidos.

Os pilares estratégicos essenciais mantiveram-se ao longo de 2008, e o facto da maior parte do programa

de financiamento em termos de emissões de OT, se ter realizado antes de 15 de Setembro contribuiu para

que não se tivesse sentido necessidade de introduzir alterações significativas. No que respeita à vertente

de gestão activa da carteira de dívida, procurou-se por recurso ao mercado de derivados minimizar o

custo da dívida e ajustar os riscos da carteira aos objectivos e limites que decorrem das orientações e do

benchmark aprovados para a gestão.

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43

Mercado de Dívida Pública

Estratégia de financiamento

A gestão da dívida pública portuguesa assenta numa estratégia de financiamento focalizada na

construção de uma curva de rendimentos líquida e completa no âmbito do mercado de dívida soberana

do euro, fazendo uso das mais avançadas infra-estruturas técnicas nos mercados primário e secundário.

Esta estratégia apoia-se na utilização de técnicas de emissão e instrumentos standard, numa rede de

distribuição internacional constituída por um grupo de intermediários financeiros de reconhecida

capacidade de colocação e negociação da dívida portuguesa, num mercado secundário dinamizado por

um segmento de negociação por grosso entre especialistas apoiado em regras de cotação obrigatória

(MEDIP – Mercado Especial de Dívida Pública), bem como no marketing activo da dívida portuguesa

junto de investidores finais.

Em 2008, o financiamento voltou a concentrar-se na emissão de OT, apesar do aumento do contributo

líquido dos BT para o financiamento da República. Tal como inicialmente previsto, foram lançadas duas

novas séries de OT, um novo benchmark a 10 anos e um novo benchmark a 15 anos. As restantes

necessidades de financiamento satisfeitas no mercado de OT foram concretizadas pela reabertura,

através de leilão, de séries emitidas em anos anteriores.

No que respeita ao financiamento através de BT, no final de 2008 o saldo vivo deste instrumento

ascendia a cerca de EUR 12,8 mil milhões, correspondendo a 6 séries vivas.

CURVA DE RENDIMENTOS DA DÍVIDA PÚBLICA PORTUGUESA NO FINAL DE 2008

Benchmarks emitidos antes de 2008 Benchmarks emitidos em 2008

yields Saldo vivo (EUR milhões)

BT

Jan

2009

BT

Mar

2009

BT

Mai

2009

BT

Jul

2009

BT

Set

2009

BT

Nov

2009

OT

Jul

2009

OT

Mai

2010

OT

Abr

2011

OT

Jun

2011

OT

Jun

2012

OT

Set

2013

OT

Jun

2014

OT

Jun

2018

OT

Out

2015

OT

Out

2016

OT

Out

2017

OT

Abr

2021

OT

Out

2023

OT

Abr

2037

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2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

14 000

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38% OT 69% OT 69% OT

38% Outros 7% Outros 5% Outros

21% Retalho (CA) 16% Retalho (CA) 15% Retalho (CA)

3% BT 8% BT 11% BT

44

Mercado de Dívida Pública

As necessidades intercalares de tesouraria continuaram a ser satisfeitas através de instrumentos de

muito curto prazo, nomeadamente pelo recurso ao mercado de reportes, uma opção justificada pelas

suas vantagens em termos de custo e de flexibilidade. Foram ainda utilizadas linhas de crédito

negociadas com os OEVT (Operadores Especializados em Valores do Tesouro) e realizaram-se operações

ao abrigo do programa de papel comercial.

Os outros instrumentos não negociáveis – certificados de aforro e CEDIC (Certificado Especial de Dívida

de Curto Prazo) – registaram, no seu conjunto, um contributo líquido negativo para a satisfação das

necessidades de financiamento da República.

ESTRUTURA DO STOCK DE DÍVIDA POR TIPO DE INSTRUMENTO

1998 2007 2008

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45

Mercado de Dívida Pública

ESTRUTURA DO FINANCIAMENTO POR TIPO DE INSTRUMENTO

OT BT (líquido) Repos (líquido) Outros (líquido)

O Mercado Primário da Dívida Pública Portuguesa

No início de 2008 foram divulgadas ao mercado as componentes principais do Programa de

Financiamento do Estado para o ano. Em cumprimento das linhas de orientação para o financiamento,

inscritas naquele programa, procurou-se dar prioridade à criação de condições para continuar a

aprofundar a curva de rendimentos da República e a aumentar a liquidez e eficiência do mercado das OT.

Assim, o programa de emissão de 2008 centrou-se na emissão de duas novas séries de OT nos buckets dos

10 e 15 anos e no reforço da liquidez em vários segmentos da curva de rendimentos, com o aumento do

outstanding de linhas emitidas em anos anteriores.

%

-1

-40 -20

0

20

40

60

80

100

120

140

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

22

-20

98

3

97

25

75101

3

62

35

5

5

42

48

-4

12

92 96

-22

12

414

-6-10

82 83

25 23

-2

O mercado das obrigações do Tesouro - OT

A emissão de OT constitui a principal fonte de financiamento da República. As novas séries de OT são

lançadas através de operações sindicadas e o seu montante é posteriormente incrementado através da

realização de leilões de colocação. Estes são realizados por recurso a um sistema electrónico de leilões

multi-preço (Bloomberg Auction System). Na colocação sindicada é utilizado o sistema de pot no

processo de construção do livro de ordens (book building), permitindo ao IGCP intervir na escolha dos

investidores, seleccionando os de maior qualidade, susceptíveis de assegurar uma boa performance das

emissões em mercado secundário e, dessa forma, facilitar a colocação das tranches subsequentes através

de leilão.

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46

Mercado de Dívida Pública

De forma a assegurar o cumprimento dos requisitos de liquidez no mercado do euro, foi fixada como

dimensão objectivo para as novas séries de OT um montante mínimo EUR 5 mil milhões. As novas séries

de OT têm sido lançadas com montantes iniciais relativamente elevados (EUR 3 mil milhões), que

correspondem a cerca de 50 por cento da dimensão mínima final da série, assegurando-se, desde logo, a

negociação em mercado secundário com o estatuto de título benchmark, com obrigações de cotação por

parte dos market makers. A cada vez maior importância da liquidez no mercado secundário levou a que,

já a partir de 2009, se considere como outstanding máximo um montante entre EUR 6 e 8 mil milhões,

dependendo da procura de mercado para cada série viva.

No mercado das OT, os OEVT desempenham um papel estratégico enquanto canal de distribuição – têm 3acesso exclusivo ao mercado primário , e preferência na constituição de sindicatos –, fornecedores de

preços de referência e liquidez em mercado secundário e de aconselhamento da República na definição e

implementação da estratégia de financiamento. Têm também um papel central na promoção e

marketing da dívida pública portuguesa junto dos investidores finais. No final de 2008, o grupo de OEVT 4era composto por 15 bancos .

DIMENSÃO DAS EMISSÕES DE OT

EUR milhões EUR milhões

Emissões SindicadasLeilões Competitivos (valores médios)

600

900

1 200

2004 2005 2006 2007 20082 000

3 000

2004 2005 2006 2007 2008

840

925963

936 9172 500

3 000 3 0003 0003 000

3 No mercado primário participa também um segundo grupo de intermediários financeiros – os Operadores de Mercado Primário (OMP) –,

grupo que, em final de 2008 era composto por 5 bancos: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, Credit Suisse, Dresdner Bank, Millennium bcp e

Nomura International. Estas instituições actuam com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento do mercado da dívida pública

portuguesa, mas não cumprem todos os requisitos exigíveis aos OEVT. A participação no mercado enquanto OMP constitui um primeiro

patamar para o acesso ao estatuto de OEVT.4 No início do ano, o grupo era constituído por 16 bancos, mas reduziu-se com a falência da Lehman Brothers a 15 de Setembro.

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47

Mercado de Dívida Pública

Em 2008, manteve-se a participação elevada de investidores e instituições financeiras não residentes na

colocação de dívida em mercado primário. Os investidores domésticos tomaram apenas cerca de 10 por

cento do total, o que representa um ligeiro decréscimo do peso relativo face a 2007 (11,4 por cento).

OEVT COM MELHOR DESEMPENHO EM 2008 *

BarclaysSociété Generale

HSBC FranceCalyon

BNP Paribas

* Avaliação com base num indicador de performance, que inclui um conjunto de critérios que abrangem as diferentes áreas de actuação dos

OEVT no mercado das OT (participação em mercado primário e secundário, nas operações de recompra, assessoria ao IGCP, marketing e alargamento da base de investidores.

COLOCAÇÃO DE OT (leilões e sindicatos) PELOS OEVT *

Não residentes Residentes

* Os montantes tomados por OEVT não residentes em leilões foram usados como proxy para os montantes comprados por investidores

não residentes.

%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

0

20

40

60

80

100

45,3

72,782,8 80,5 78,6 84,5 85,6 89,0 88,7 88,6 90,0

54,7

27,317,2 19,5 21,4 14,4 11,0 11,3 11,4 10,015,5

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Saldo vivo (EUR milhões)

Jan 09 Mar 09 Mai 09 Set 09Jul 09 Nov 09

Saldo vivo em 31 de Dezembro de 2008 Saldo final por linha esperado

CURVA DE BT NO FINAL DE 2008

48

Mercado de Dívida Pública

Os BT são colocados através de leilão multi-preço, realizados por recurso ao sistema electrónico

Bloomberg Auction System, e têm lugar na primeira e terceira quarta-feira de cada mês, seguindo um

calendário trimestralmente anunciado ao mercado. Todos os BT têm o estatuto de título benchmark no 5MEDIP, pelo que estão sujeitos a obrigações de cotação , assegurando-se, assim, a existência de uma

curva líquida de títulos de dívida pública portuguesa também no segmento de curto prazo.

Em 2008 foram lançadas seis novas linhas de BT com maturidade de 12 meses, através da realização de

dois leilões consecutivos, tendo as mesmas sido reabertas quando apresentavam uma maturidade 6residual de seis e três meses . No final de 2008, o saldo vivo de BT ascendia a EUR 12,8 mil milhões.

Tal como no segmento de OT, a proporção de investidores estrangeiros é muito significativa, e tem vindo

a aumentar desde 2004.

5 Até atingirem uma maturidade residual inferior a um mês.

6 A única excepção a esta regra ocorreu em Abril com a reabertura na maturidade dos 9 meses do BT com maturidade em Janeiro de 2009.

O mercado dos bilhetes do Tesouro - BT

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000

3 500

4 000

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49

Mercado de Dívida Pública

O acesso ao mercado primário de BT é dado, em exclusivo, aos bancos com o estatuto de Especialistas em

Bilhetes de Tesouro (EBT) – grupo criado em 2003 e constituído por um conjunto de intermediários

financeiros com comprovada capacidade de colocação, a nível nacional e internacional. Os EBT

comprometem-se a assegurar a liquidez em mercado secundário, através da actuação como market

makers no segmento de BT do MEDIP/MTS Portugal, com as suas ofertas a terem que respeitar spreads

bid-offer máximos e quantidades mínimas. Têm ainda um papel determinante na promoção e marketing

dos BT junto dos investidores.

EBT COM MELHOR DESEMPENHO EM 2008 *

Société GeneraleCalyon

BNP ParibasCitigroup

Banco Espírito Santo

* Avaliação com base num indicador de performance, que inclui um conjunto de critérios que abrangem as diferentes áreas de actuação dos

EBT no mercado dos BT, valorizando a sua participação no mercado primário e secundário, assessoria ao IGCP, marketing e alargamento da base de investidores.

COLOCAÇÃO DE BILHETES DO TESOURO PELOS EBT *

Não residentes Residentes

* Os montantes comprados por EBT não residentes em leilões são usados como proxy para os montantes comprados por investidores estrangeiros

%

2003 2004 2005 2006 2007 2008

0

20

40

60

80

100

76,6 71,4 78,2 80,5 82,6 87,1

23,4 28,6 21,8 19,5 17,4 12,9

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50

Mercado de Dívida Pública

Diferenciais de taxas de juro (spreads)

O Mercado Secundário da Dívida Pública Portuguesa

Ao longo de 2008, o custo de financiamento da República Portuguesa evidenciou uma evolução

diferenciada: durante o primeiro semestre, o custo absoluto da dívida apresentou uma tendência

moderadamente crescente, induzida pela maior restrição das condições monetárias resultante da

actuação do Banco Central Europeu, enquanto a partir de Julho o nível de custo absoluto do

endividamento se tornou decrescente, fruto da queda das taxas de juro em todas as maturidades. Em

termos relativos, verificou-se que a partir de meados do ano o swap spread aumentou para a

generalidade dos soberanos, com a única excepção da Alemanha. Este movimento não foi da mesma

dimensão para todos os emitentes, e os países mais periféricos foram os mais penalizados, com destaque

para a Grécia.

Na maturidade dos 10 anos, após a emissão do novo benchmark em Fevereiro, registou-se um

embaratecimento, em parte resultante da expectativa dos operadores de mercado de o mesmo vir ainda

a ser reaberto até alcançar o limiar mínimo de saldo vivo, inicialmente anunciado, de EUR 5 mil milhões.

Em resultado, o spread em termos de asset swap, diminuiu, ainda que num valor reduzido, face à Itália, e

aumentou face à Alemanha e Bélgica. Posteriormente, esse valor voltou aos níveis anteriores face à Itália

e melhorou significativamente em relação à Bélgica.

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

Portugal Alemanha Bélgica Itália

p.b.

ASSET SWAP SPREADS - MATURIDADE 10 ANOS

-90-80-70-60-50-40-30-20-10

0102030405060708090

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51

Mercado de Dívida Pública

No dia 2 de Junho foi emitido o segundo benchmark de 2008, na maturidade dos 15 anos, a OT 4,95%

Outubro 2023, substituindo neste bucket a OT 3,85% Abril 2021, emitida em Fevereiro de 2005. O novo

ponto representativo dos 15 anos na curva de rendimentos portuguesa apresentou desde a sua emissão

um ASW spread superior em relação aos 10 anos.

Tal como nas restantes maturidades, a partir de meados do ano verificou-se um alargamento do spread

face aos países core.

No segmento dos 30 anos registou-se igualmente um alargamento significativo do spread face à

Alemanha, a partir de Outubro. Até essa data, as variações tenderam a manter as posições relativas, com

excepção da relação com o título da Bélgica que cotou nos mesmos níveis de ASW nos últimos meses do

ano, ao contrário da Itália que sofreu um embaratecimento muito expressivo.

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

Portugal França Itália

p.b.

ASSET SWAP SPREADS - MATURIDADE 15 ANOS

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

140

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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52

Mercado de Dívida Pública

Volume de transacções (turnover)

O ano de 2008 foi desfavorável para o MEDIP, revertendo uma tendência de crescimento e melhoria

contínua desde a sua criação em 2000. Nos meses de Janeiro e Fevereiro o turnover, tanto no segmento

de OT como no segmento de BT, registou valores record, com a média diária em OT em MTS Portugal a

atingir EUR 960 milhões e a média em BT a situar-se em EUR 99 milhões. A partir de Março, no entanto, o

turnover caiu significativamente, em particular no segmento de OT. A tendência foi a mesma nos

restantes mercados locais, ainda que nesses casos tenha havido alguma recuperação a partir de meio do

ano, o que não se verificou em MTS Portugal.

As razões apontadas para esta situação são essencialmente as dificuldades sentidas pelas instituições

financeiras em geral, que afectam a sua capacidade de desempenhar o papel de market makers, o que se

torna evidente no alargamento de bid offer spreads que caracteriza o mercado secundário em geral, e

não apenas da dívida portuguesa. Tendo diminuído a transparência do mercado e estando mais

dificultado o processo de price discovery, voltou a aumentar de importância a negociação por voz,

penalizando as plataformas electrónicas que tinham vindo a ganhar muito peso nos últimos anos.

Apesar desta deslocação das formas de trading em secundário, é inequívoco que houve globalmente

uma redução da liquidez.

Em 31 de Dezembro de 2008, o saldo vivo das 14 OT admitidas à negociação no MEDIP, todas com

estatuto de benchmark, ascendia a EUR 82,4 mil milhões.

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

Portugal Alemanha Itália Bélgica

p.b.

ASSET SWAP SPREADS - MATURIDADE 30 ANOS

-50

-25

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

250

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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53

Mercado de Dívida Pública

Na mesma data, o saldo vivo do segmento de BT ascendia a cerca de EUR 12,8 mil milhões (seis linhas

outstanding), que compara com EUR 9,4 mil milhões no final de 2007 (cinco linhas outstanding).

No MEDIP participa um número alargado de intermediários financeiros nacionais e internacionais que,

no final de 2008, ascendia a 31 instituições de crédito. Destacam-se, em particular, os que actuam no

mercado com o estatuto de market maker e, de entre estes, os que beneficiam do estatuto de OEVT e de

EBT em mercado primário. No segmento de OT, 17 participantes tinham, no final de 2008, o estatuto de 7market maker e 12 o de market dealer . Por seu turno, no segmento de BT, 13 participantes tinham, em

final de 2008, o estatuto de market maker e 6 o de market dealer.

PARTICIPANTES NO SEGMENTO DE OT DO MEDIP/MTS PORTUGAL A 31 DE DEZEMBRO DE 2008

Banco Espírito Santo, SABanco Santander Central Hispano

Barclays Bank PLCBayerische Hypo-und Vereinsbank Milan

BNP ParibasCaixa Banco de Investimento, SA

CalyonCitigroup Global Markets Limited

Deutsche Bank AGDresdner Bank AG

Fortis BankGoldman Sachs International

HSBC FranceING Bank, NV

Morgan Stanley & Co InternationalRoyal Bank of Scotland PLC

Société Générale

Bank of America Securities LimitedCaixa Central de Crédito Agrícola Mútuo

CECACommerzbank AG

Credit Suisse Securities (Europe) LtdJP Morgan Securities Ltd

Landesbank Baden-WurttembergMillennium BCP, SA

Mitsubishi UFJ Securities International LtdNatixis

Nomura InternationalWestLB

Market Makers Market Dealers

Fonte: MTS Portugal

7 Market maker – participante do mercado que cumpre obrigações de cotação, i.e., mantém preços de compra e venda por título, por um

período diário mínimo, em montantes mínimos pré-definidos e com um spread bid-offer máximo.

Market dealer – participante do mercado sem obrigações de cotação.

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54

Mercado de Dívida Pública

No que diz respeito à negociação em mercado secundário de BT, acentuou-se ao longo do ano a

tendência iniciada já em 2007 de encarecimento (redução das taxas de juro dos BT e alargamento do seu

diferencial face às taxas interbancárias). Durante o primeiro semestre de 2008, apesar disso, as taxas

absolutas de colocação ainda subiram, dado que o efeito da subida da Euribor foi superior ao da melhoria

dos spreads. A partir de Setembro, iniciou-se uma descida rápida das yields dos BT.

O turnover médio diário realizado em OT em MTS Portugal diminuiu muito face ao turnover registado

em 2007, passando de EUR 556,4 milhões para EUR 202,6 milhões. No segmento de BT, o turnover

registado em MEDIP foi também inferior ao realizado em 2007, passando de uma média diária de EUR 70

milhões para EUR 52 milhões.

Considerando os dois segmentos de mercado – de OT e de BT – , o volume total de negociação no MEDIP

cifrou-se em EUR 65,4 mil milhões em 2008, o que representa um decréscimo de cerca de 59 por cento

face ao volume de negociação registado em 2007. Este volume correspondeu a uma média diária de EUR

254 milhões e que compara com EUR 626,4 milhões registados em 2007.

O mês de Janeiro foi o que registou um turnover mensal superior, EUR 23,3 mil milhões, que

correspondeu a uma negociação média diária de EUR 1.059,1 milhões.

PARTICIPANTES NO SEGMENTO DE BT DO MEDIP/MTS PORTUGAL A 31 DE DEZEMBRO DE 2008

Banco Espírito Santo, SABanco Santander Central Hispano

BNP ParibasCaixa Geral de Depósitos, SA

CalyonCitigroup Global Markets Limited

Deutsche Bank, AGDresdner Bank, AG

Goldman Sachs InternationalHSBC France

Millennium BCPNataxis

Royal Bank of Scotland PLCSociété Générale

Caixa Central de Crédito Agrícola MútuoCommerzbank, AG

Fortis BankING Bank, NV

Landesbank Baden-WurttembergMorgan Stanley & Co International

Market Makers Market Dealers

Fonte: MTS Portugal

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55

Mercado de Dívida Pública

EUR milhões

OT Jul2009*

OT Mai2010

OT Abr2011

OT Jun2011

OT Jun2012

OT Set2013

OT Jun2014

OT Out2015

OT Out2016

OT Out2017

OT Jun2018

OT Abr2021

OT Out2023

OT Abr2037

VOLUME DE NEGOCIAÇÃO MÉDIO DIÁRIO NO MEDIP EM 2008 POR OT BENCHMARK

Fonte: MTS Portugal

* Título que deixou de estar sujeito a obrigações de cotação a partir de Julho 2008.

EUR milhões

Média OT - MTS Portugal Média OT - EuroMTS

VOLUME DE NEGOCIAÇÃO MÉDIO DIÁRIO DE OT NO MEDIP E NO EUROMTS

Fonte: MTS Portugal e EuroMTS

Jan 2

006

Fev

2006

Mar

2006

Abr

2006

Mai

2006

Jun 2

006

Jul 2006

Ago 2

006

Set

2006

Out

2006

Nov

2006

Dez

2006

Jan 2

007

Fev

2007

Mar

2007

Abr

2007

Mai

2007

Jun 2

007

Jul 2007

Ago 2

007

Set

2007

Out

2007

Nov

2007

Dez

2007

Jan 2

008

Fev

2008

Mar

2008

Abr

2008

Mai

2008

Jun 2

008

Jul 2008

Ago 2

008

Set

2008

Out

2008

Nov

2008

Dez

2008

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1 000

1 100

1 200

0

5

10

15

20

25

30

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56

Mercado de Dívida Pública

A negociação no mercado à vista é suportada por um mercado de operações de reporte líquido e por uma

janela de operações de reporte de última instância disponibilizada pelo IGCP a todos os market makers

do MEDIP. Apesar do marcado decréscimo da negociação em MTS Portugal, a negociação por grosso de

operações de repos sobre OT nas plataformas electrónicas BrokerTec e EuroMTS atingiu um volume

médio diário de EUR 3 528 mil milhões, o que representa um incremento de 6,5 por cento face a 2007. O

volume médio diário atingido nas plataformas de negociação de repos sobre OT representou quase 14

vezes o turnover médio diário observado no MEDIP, o que compara com um rácio de cerca de 6 para

2007.

À semelhança de anos anteriores, voltou a destacar-se a participação de investidores internacionais no

mercado secundário de dívida pública. De acordo com a informação reportada mensalmente pelos OEVT 8e EBT sobre transacções realizadas em mercado secundário, cerca de 85 por cento das transacções em OT

e 81 por cento das transacções em BT foram realizadas por investidores não residentes.

8 No formato harmonizado adoptado na UE desde Janeiro de 2006.

VOLUME DE NEGOCIAÇÃO MÉDIO DIÁRIO E SALDO VIVO DE BT

Fonte: MTS Portugal e IGCP

Saldo vivo (EUR milhões) Negociação média diária (EUR milhões)

Saldo Vivo Negociação média diária

0

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

12 000

14 000

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Jan 2

006

Fev

2006

Mar

200

6

Abr

200

6

Mai

200

6

Jun 2

006

Jul 2

006

Ago

200

6

Set

2006

Out

2006

Nov

200

6

Dez

200

6

Jan 2

007

Fev

2007

Mar

200

7

Abr

200

7

Mai

200

7

Jun 2

007

Jul 2

007

Ago

200

7

Set

2007

Out

2007

Nov

200

7

Dez

200

7

Jan 2

008

Fev

2008

Mar

200

8

Abr

200

8

Mai

200

8

Jun 2

008

Jul 2

008

Ago

200

8

Set

2008

Out

2008

Nov

200

8

Dez

200

8

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57

Mercado de Dívida Pública

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO TURNOVER DE OT EM MERCADO SECUNDÁRIO EM 2008

Fonte: OEVT

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO TURNOVER DE BT EM MERCADO SECUNDÁRIO EM 2008

Fonte: EBT (Janeiro a Novembro 2008)

Portugal - 13%

França - 32%

Reino Unido - 16%

Alemanha - 8%

Outros - 13%

Novos UE - 6%

Espanha - 11%

Portugal - 15%

França - 25%

Reino Unido - 24%

Alemanha - 10%

Holanda - 4%

Espanha - 9%

Outros - 13%

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58

Mercado de Dívida Pública

O funcionamento do MEDIP assenta nas características quote driven deste mercado, onde os market

makers se comprometem a cotar firme, para quantidades mínimas e spreads bid-offer máximos, durante

um mínimo de cinco horas diárias. Desde o seu arranque em 2000, assistiu-se progressivamente a um

estreitamento dos spreads máximos de cotação e um alargamento das quantidades mínimas por parte

dos market makers, o que reflectia o aprofundamento da eficiência e liquidez neste segmento. A partir

de meados do ano de 2007, a redução das condições de liquidez deu origem a uma degradação

significativa da observação da compliance por parte dos operadores do MEDIP, nomeadamente em

termos de número de horas de cotação (que em alguns dias se aproximaram de zero por parte de várias

instituições) e do alargamento dos bid-offer spreads.

Apesar do alargamento dos spreads bid-offer máximos a partir de Maio de 2008, com aumentos muito

significativos para todos os buckets, a partir de meados de Setembro foi manifestamente impossível à

generalidade dos market makers respeitar esses limites, e houve mesmo vários dias em que se registaram

períodos de ausência de cotações em MEDIP para uma parte ou para todos os títulos. Desde o início do

ano de 2009 que estão em vigor novas regras de mercado que avaliam a compliance em função do

comportamento da média dos market makers. O spread bid-offer máximo é definido como 50 por cento

acima da média, e mantém-se a obrigação absoluta de apresentar cotações num mínimo de 5 horas

diárias. Deixou, assim, de haver spreads bid-offer máximos absolutos e pré-definidos.

SPREAD BID-OFFER OBSERVADO NO MEDIP - OT 10 ANOS

Ticks

Fonte: MTS Portugal

Nota: Elaborado com base na informação sobre o melhor preço de venda (best ask) e o melhor preço de compra (best bid) observados diariamente no MEDIP/MTS Portugal. A linha a bold representa a média móvel de 10 dias.

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

0

204060

80100

120

140160

180200

B/O spread máximo de 5 ticks

B/O spreadmáximo de 7 ticks

B/O spreadmáximo de30 ticks

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Ticks

SPREAD BID-OFFER OBSERVADO NO MEDIP - OT 15 ANOS

Fonte: MTS Portugal

Nota: Elaborado com base na informação sobre o melhor preço de venda (best ask) e o melhor preço de compra (best bid) observados diariamente no MEDIP/MTS Portugal. A linha a bold representa a média móvel de 10 dias.

59

Mercado de Dívida Pública

02040

6080

100120140

160180200

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

B/O spread máximo de 10 ticks

B/O spreadmáximo de 12 ticks

B/O spread máximode 40 ticks

SPREAD BID-OFFER OBSERVADO NO MEDIP - OT 30 anos

Fonte: MTS Portugal

Nota: Elaborado com base na informação sobre o melhor preço de venda (best ask) e o melhor preço de compra (best bid) observados diariamente no MEDIP/MTS Portugal. A linha a bold representa a média móvel de 10 dias.

p.b.

02040

6080

100120140

160180200

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

B/O spread máximo de 20 ticks

B/O spreadmáximode 50 ticks

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60

Mercado de Dívida Pública

Ticks

SPREAD BID-OFFER OBSERVADO NO MEDIP - BT 1 ANO

Fonte: MTS Portugal

Nota: Elaborado com base na informação sobre o melhor preço de venda (best ask) e o melhor preço de compra (best bid) observados diariamente no MEDIP/MTS Portugal. A linha a bold representa a média móvel de 10 dias.

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

Jan 0

8

Fev

08

Mar

08

Abr

08

Mai

08

Jun 0

8

Jul 08

Ago 0

8

Set

08

Out

08

Nov

08

Dez

08

0

20406080

100120140160180

200

B/O spread máximo de 4 pontos base

Repos de Janela

A janela de último recurso para operações de reportes com OT foi criada pelo IGCP em 2000 com o

arranque do MEDIP e a janela de BT em 2003, com o lançamento do programa de emissões de BT. O seu

objectivo é ajudar os Primary Dealers a cumprirem as obrigações de market making em MEDIP. Em 2008,

foram realizadas operações que totalizaram cerca de EUR 1,29 mil milhões (equivalentes a um valor

nominal de colateral entregue de cerca de EUR 1,31 mil milhões), sobre OT e BT.

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Mercado de Dívida Pública

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Jan 08 Fev 08 Mar 08 Abr 08 Mai 08 Jun 08 Jul 08 Ago 08 Set 08 Out 08 Nov 08 Dez 08

REPOS DE JANELA

- 500

- 400

- 300

- 200

- 100

0

100

200

300

400

500

Emissões SaldoAmortizações

EUR milhões

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4647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873837664339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027646876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298286643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027646876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298286643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611

Palácio do Bussaco - Coimbra | Bussaco Palace - Coimbra

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Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

63Programa de Financiamento

Operações de Gestão Activa da Dívida

Aplicações de Disponibilidades de Tesouraria

Necessidades de Financiamento

Programa de Recompra de Dívida

Financiamento Efectuado

Operações Efectuadas no Âmbito da Facilidade de Reportes

Emissão de obrigações do Tesouro

Operações de reporte (repos) de financiamentoEmissão de bilhetes do Tesouro

Emissão de certificados de aforroEmissão de CEDIC

64

79

80

65

65

66

78

67

7572

7676

7778

464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738

Linhas de Crédito (stand-by facilities) Papel Comercial

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64

Programa de Financiamento

T

!

!

!

endo por base os pressupostos que resultavam do Orçamento do Estado para 2008, nomeadamente uma

previsão de Necessidades Líquidas de Financiamento (NLF) de EUR 5,7 mil milhões, o Programa de

Financiamento do Estado para 2008, aprovado em Janeiro de 2008, estimava que o montante total de

financiamento a obter no ano civil de 2008 ascenderia a cerca de EUR 15,5 mil milhões. O Programa,

anunciado ao mercado em Janeiro de 2008, previa nas suas linhas gerais:

Emissão bruta de OT de EUR 11 mil milhões, através da abertura de duas novas séries de OT e

reabertura de OT emitidas em anos anteriores. O lançamento das novas séries de OT far-se-ia com

montante inicial não inferior a EUR 3 mil milhões e seriam posteriormente reabertas através de

leilão até atingirem um montante não inferior a EUR 5 mil milhões;

Emissão líquida de BT no montante de EUR 1 mil milhões em 2008, através da abertura de 6 novas

linhas com vencimento em Janeiro, Março, Maio, Julho, Setembro e Novembro de 2009, e leilões de

reabertura dessas linhas nos prazos dos 6 e 3 meses;

Recorrer ao financiamento de muito curto prazo, quer através da contratação de operações de

reporte, quer através de linhas de crédito, de forma a aumentar a flexibilidade do programa de

financiamento face a flutuações das necessidades de tesouraria;

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

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65

Necessidades de Financiamento

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

De acordo com os dados disponíveis, a execução orçamental resultou em necessidades de financiamento

do Estado, no ano civil de 2008, de EUR 16,2 mil milhões, satisfeitas pela emissão bruta de instrumentos

de médio e longo prazo e pelo financiamento líquido de curto prazo.

NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO(EUR milhões)

1. Necessidades líquidas decorrentes da execução do Orçamento

Défice orçamental

Variação líquida de activos financeiros

Regularização de situações do passado

Receitas de privatizações afectas à amortização de dívida (-)

2. Amortização de dívida de médio e longo prazo

OT

Outros empréstimos

Por memória: amortização de dívida vincenda em anos posteriores

3. Necessidades de financiamento do Orçamento (1+2)

Por memória: necessidades de financiamento a satisfazer no ano civil

6 175

5 682

643

610

760

7 636

6 677

959

0

13 811

11 853

5 514

5 206

778

0

470

10 095

8 896

1 199

303

15 609

16 161

2007 2008

! Prosseguir com o programa de recompra de dívida, com o objectivo principal de reduzir o risco de

refinanciamento.

Programa de Recompra de Dívida

O programa de recompra de dívida prosseguiu em 2008 com o objectivo principal de redução do risco de

refinanciamento. Desde 2004 que se começaram a vencer as séries de OT emitidas já de acordo com a

dimensão mínima característica de um título benchmark no mercado soberano da área do euro: EUR 5

mil milhões. O programa de recompra tem, assim, vindo a integrar estes títulos a partir do momento em

que atingem a maturidade residual de doze meses, coincidindo com a suspensão das regras de cotação

obrigatória em MEDIP/MTS Portugal ou aquando da alteração do seu estatuto de título “líquido” para

“regular” em mercado secundário.

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66

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

Durante o ano de 2008 realizaram-se cinco leilões de recompra no total de EUR 722 milhões, que

incidiram sobre a OT 3,25% Julho 2008, cujo saldo vivo no final de 2007 era de EUR 6 mil milhões, e sobre

a OT 3,95% Julho 2009. Os dois últimos leilões de recompra incidiram sobre a OT 3,95% Julho 2009 e o

montante total recomprado ascendeu a EUR 303 milhões, que acrescem às necessidades de

financiamento do ano.

Financiamento Efectuado

A emissão bruta de dívida de médio e longo prazo e o financiamento líquido de curto prazo ascenderam

no ano de 2008 a EUR 16,2 mil milhões. Cerca de EUR 17,2 mil milhões corresponderam a emissões de OT

e ao financiamento líquido de BT, sendo o contributo líquido das restantes fontes de financiamento de

curto prazo, CEDIC, repos de financiamento, CA e Stand-by-facility negativo, em aproximadamente EUR

1,3 mil milhões.

EMISSÃO DE MÉDIO E LONGO PRAZO E FINANCIAMENTO LÍQUIDO DE CURTO PRAZO *(EUR milhões)

Emissões em euro

Médio e longo prazo (bruto)Obrigações do Tesouro - taxa fixa

< 5 anos5 anos>= 10 anos

Curto prazo (líquido)Bilhetes do TesouroCEDICCertificados de AforroRepos de Financiamento + ECPOutras fontes de financiamento (Stand-by facility)

Valorização (+/- valias) **Swaps (capital)

Total

15 851,9

13 382,013 382,0

0,01 116,2

12 265,8

2 469,93 772,7

11,4-852,2688,4

-1 150,3

-10,7319,8

16 161,0

11 908,4

9 732,89 732,8

900,01 000,07 832,8

2 175,6-186,8

1 126,6800,5

-714,81 150,0

-48,342,5

11 902,6

98,1%

82,8%82,8%0,0%6,9%

75,9%

15,3%23,3%0,1%

-5,3%4,3%

-7,1%

-0,1%2,0%

100,0%

100,0%

81,8%81,8%7,6%8,4%

65,8%

18,3%-1,6%9,5%6,7%

-6,0%9,7%

-0,4%0,4%

100,0%

2008

Montante Montante

2007

Estrutura Estrutura

* Ao valor nominal (valor descontado para BT e CEDIC). Não inclui promissórias.

** Diferença entre valor nominal e valor de colocação dos títulos.

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67

EUR mil milhões % do PIB

em montante em % do PIB

EVOLUÇÃO DOS VOLUMES DE FINANCIAMENTO ANUAIS *

* Emissão bruta de dívida de médio e longo prazo e financiamento líquido de curto prazo.

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008E

Emissão de obrigações do Tesouro

O programa de emissão de OT para 2008 previa a emissão de um montante total de EUR 11 mil milhões, e

tinha como principais componentes o lançamento de duas novas séries de OT e a reabertura de outras OT

emitidas em anos anteriores.

A emissão regular de títulos benchmark no segmento dos 10 anos é um elemento essencial para

assegurar a manutenção de uma curva de rendimentos líquida, sendo este o prazo de referência do

mercado de capitais da área do euro. Face à opção de iniciar a implementação do programa de

financiamento do ano de 2008 com a emissão de uma nova OT neste segmento da curva procedeu-se, no

mês de Fevereiro, ao respectivo lançamento, através de sindicato bancário, no montante de EUR 3 mil

milhões - a OT 4,45% Junho 2018. Posteriormente, o título foi reaberto através de 3 leilões em Abril,

Julho e Agosto, para além de um tap extraordinário em Maio, tendo atingido no final do ano um saldo

vivo de cerca de EUR 6,3 mil milhões.

0

3

6

9

12

15

18

21

0

3

6

9

12

15

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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68

EUR milhões

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Leilão TapSindicato

EMISSÕES DE OT EM 2008

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

3 000O

T 2018

OT

2018

OT

2018

OT

2023

OT

2023

OT

2023

OT

2023O

T 2018

OT

2018

Para a segunda série emitida em 2008, optou-se pela maturidade dos 15 anos e, no início de Junho, foi

emitida a OT 4,95% Outubro 2023. O título foi reaberto num leilão realizado em Setembro, e em dois

taps extraordinários em Novembro e Dezembro. Em 31 de Dezembro de 2008, o saldo vivo da OT 4,95%

Outubro 2053 ascendia a EUR 4,7 mil milhões.

Dando seguimento à estratégia que tem vindo a ser implementada nos últimos anos, ambas as novas

séries de OT foram lançadas através de sindicatos bancários constituídos por todos os OEVT.

Um montante inicial de EUR 3 mil milhões e o compromisso por parte do IGCP do seu incremento até um

montante não inferior a EUR 5 mil milhões num horizonte temporal de 6 meses permitiu que as novas

séries de OT fossem negociadas, desde o momento do seu lançamento, com obrigações de cotação nas

principais plataformas de negociação electrónicas business-to-business (B2B) e business-to-customer

(B2C).

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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69

COLOCAÇÕES SINDICADAS EM 2008

OT 4,45% Junho 2018

Pricing

Estrutura do sindicato

Joint Lead Managers

Co-Lead Managers

Montante colocado: EUR 3 mil milhões

+ 39,4 p.b. sobre DBR 4% Janeiro 2018mid swap - 1 p.b.

Negociado no grey market do MEDIP/MTS Portugal com obrigações de cotação logo após o lançamento. Incluído, de imediato, na janela de reportes de último recurso do IGCP

80% tomado por 5 joint-leaders em sistema de pot20% tomado por 11 co-leads, através de co-lead pot complementado com retenção

Barclays, BES, BNP Paribas, Calyon, e Société Générale

Restantes 11 OEVT

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

Distribuição por tipo de investidor Distribuição geográfica

36% Reino Unido/Irlanda 23% Treasury/ALM 6% Outros

14% França21% Bancos 3% Ásia e Japão16% Alemanha22% Gestores de Fundos 3% Espanha

14% Benelux

15% Fundos de Pensões e Seguradoras

2% Escandinávia

4% Bancos Centrais

6% Portugal

13% Hedge Funds

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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70

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

COLOCAÇÕES SINDICADAS EM 2008

OT 4,95% Outubro 2023

Pricing

Estrutura do sindicato

Joint Lead Managers

Co-Lead Managers

Montante colocado: EUR 3 mil milhões

+ 17,3 p.b. sobre OAT 4,25% Outubro 2023mid swap + 5 p.b.

Negociado no grey market do MEDIP/MTS Portugal com obrigações de cotação logo após o lançamento. Incluído, de imediato, na janela de reportes de último recurso do IGCP

85% tomado por 5 joint-leaders em sistema de pot15% tomado por 11 co-leads, através de co-lead pot complementado com retenção

Caixa BI, Citi, HSBC, Lehman Brothers, Morgan Stanley

Restantes 11 OEVT

Distribuição por tipo de investidor Distribuição geográfica

37% Fundos de Investimento

21% Seguradoras36,5% Bancos

7% Fundos de Pensões

4,5% Outros7% Bancos Centrais

26% França 10% Escandinávia

12% Alemanha 3% Holanda16,5% Irlanda 4,5% Outros

11,5% Reino Unido 3% Outros UE2,5% Itália11% Portugal

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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71

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

EMISSÃO DE OT EM 2008 - EMISSÕES REGULARES E TAPS EXTRAORDINÁRIOS

Fase nãocompetitiva

vs curvaswap

* Taxa Média Ponderada

Taps extraordinários

1 Ask price da OT em MEDIP

OT Data

Montantecolocado

(EUR milhões) TMP*

Montanteprocurado

(EUR milhões)

Spread TMP

vs mercado1secundário

Fase competitiva

Taxa deCorte

Bid-to-Cover Tail

Ao longo de 2008 realizaram-se seis leilões de OT, e quatro taps extraordinários. O montante médio

colocado por leilão ascendeu a EUR 917 milhões (considerando apenas a fase competitiva), o que

representou um decréscimo de 2 por cento face à média de colocação nos leilões do ano anterior. A

procura registada nestes leilões manteve-se a um nível elevado, com o bid-to-cover médio do ano a

situar-se em 1,9. A opção do leilão não competitivo foi exercida pelos OEVT em todos os leilões com

excepção do leilão de 23 de Julho (OT Junho 2014), e o montante total colocado por esta via foi de EUR

597 milhões.

Os quatro taps extraordinários realizados envolveram montantes inferiores, tanto indicativos como

efectivamente colocados, e destinaram-se a acomodar procura excepcional por parte dos investidores,

com o objectivo de evitar pressões excessivas no mercado secundário. Esta forma de colocação,

introduzida em 2008, e de carácter pontual, permite apenas o acesso dos OEVT e tem apenas fase

competitiva.

OT 4,45%Jun 2018

OT 4,1 Abr 2037OT 4,45

Jun 2018OT 4,45%Jun 2018

OT 4,375%Jun 2014OT 4,45%Jun 2018OT 4,95%Out 2023OT 5,45%Set 2013OT 4,95

Out 2023OT 4,95

Out 2023

23-Abr-08

12-Mai-08

27-Mai-08

09-Jul-08

23-Jul-08

13-Ago-08

10-Set-08

12-Nov-08

21-Nov-08

02-Dez-08

1 000

300

160

1 000

1 000

750

750

1 000

500

325

4,587%

4,802%

4,638%

4,909%

4,958%

4,674%

4,887%

3,863%

4,441%

4,231%

4,597%

4,804%

4,647%

4,916%

4,969%

4,681%

4,892%

3,890%

4,441%

4,253%

1,9

2,1

3,9

1,7

1,8

2,1

2,4

1,6

2,1

1,6

1,0 pb

0,2 pb

0,9 pb

0,7 pb

1,1 pb

0,7 pb

0,4 pb

2,8 pb

0,0 pb

2,2 pb

-2,4 pb

-1,7 pb

-1,0 pb

-2,2 pb

-3,3 pb

-2,8 pb

-2,5 pb

-10,1 pb

-4,4 pb

-2,5 pb

-5,2 pb

11,7 pb

-6,1 pb

-3,2 pb

-20,2 pb

-4,9 pb

17,3 pb

12,5 pb

30,0 pb

34,0 pb

80

177

0

105

118

116

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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72

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

LEILÕES DE OT REALIZADOS EM 2008(montantes colocados e bid-to-cover)

OT

4,4

5%

JU

N

2018

23-A

br-

08

OT

4,1

% A

BR

2037

12-M

ai-0

8

OT

4,4

5%

JU

N

2018

27-M

ai-0

8

OT

4,4

5%

OU

T

2018

9-J

ul-

08

OT

4,3

75%

JU

N

2014

23-J

ul-

08

OT

4,4

5%

JU

N

2018

13-A

go-0

8

OT

4,9

5%

OU

T

2003

10-S

et-0

8

OT

5,4

5%

SET

2013

12-N

ov-

08

OT

4,9

5%

OU

T

2023

21-N

ov-

08

OT

4,9

5%

OU

T

2023

2-D

ez-0

8

EUR milhões Bid-to-Cover

Montante colocado leilão competitivo (esq.) Taps extraordináriosBid-to-cover leilão competitivo (dir.)

0

200

400

600

800

1 000

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

Em 2008, a emissão líquida de BT correspondeu a um valor positivo de EUR 3,8 mil milhões, que resultou

de ter sido emitida mais uma linha que em 2007 e do aumento dos montantes colocados em leilão.

Realizaram-se, no conjunto do ano, vinte e dois leilões, através dos quais foi colocado um montante

nominal bruto de EUR 15,3 mil milhões. Os leilões decorreram todos eles de forma positiva, quer quanto à

procura verificada, quer quanto ao custo do financiamento obtido. No conjunto dos leilões realizados, a

procura por parte dos EBT correspondeu, em média, a cerca de duas vezes e meia o montante colocado. O

custo médio obtido situou-se em 90,5 pontos base abaixo da Euribor interpolada para a maturidade

correspondente. O elevado diferencial negativo face à Euribor, muito favorável para o custo da emissão

da dívida pública portuguesa de curto prazo, decorreu essencialmente das perturbações no mercado

interbancário que resultaram no incremento substancial da procura de títulos de dívida pública de curto

prazo, de Portugal como dos restantes emitentes soberanos.

Emissão de bilhetes do Tesouro

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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73

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

EMISSÃO DE BT - LEILÕES REALIZADOS EM 2008

Fase nãocompetitiva

vs curvaEuribor(p.b.)Data Título

Montantecolocado

(EUR milhões)

Maturidaderesidual(meses) TMP

Montantecolocado

(EUR milhões)

Spread TMP vs mercado

1secundário(p.b.)

Fase competitiva

Taxa decorte

Bid-to-

Cover

Tail(p.b.)

Ask yield MEDIP1

16-Jan-08

06-Fev-08

05-Mar-08

19-Mar-08

02-Abr-08

16-Abr-08

07-Mai-08

21-Mai-08

04-Jun-08

18-Jun-08

02-Jul-08

16-Jul-08

06-Ago-08

20-Ago-08

03-Set-08

17-Set-08

01-Out-08

15-Out-08

05-Nov-08

19-Nov-08

03-Dez-08

17-Dez-08

BT 23 Jan 2009

BT 23 Jan 2009

BT 19 Set 2008

BT 20 Mar 2009

BT 20 Mar 2009

BT 23 Jan 2009

BT 21 Nov 2008

BT 22 Mai 2009

BT 22 Mai 2009

BT 19 Set 2008

BT 23 Jan 2009

BT 17 Jul 2009

BT 17 Jul 2009

BT 21 Nov 2008

BT 20 Mar 2009

BT 18 Set 2009

BT 18 Set 2009

BT 23 Jan 2009

BT 22 Mai 2009

BT 20 Nov 2009

BT 20 Nov 2009

BT 20 Mar 2009

12

12

6

12

12

9

6

12

12

3

6

12

12

3

6

12

12

3

6

12

12

3

750

500

300

600

990

500

600

1 000

435

500

500

1 000

285

500

600

1 060

495

600

575

1 025

600

505

3,889%

3,607%

3,852%

3,892%

3,993%

3,984%

4,088%

4,251%

4,335%

4,299%

4,565%

4,536%

4,522%

4,390%

4,384%

4,346%

3,993%

3,632%

3,206%

2,784%

2,682%

2,157%

3,899%

3,610%

3,860%

3,920%

4,013%

3,990%

4,095%

4,260%

4,340%

4,310%

4,577%

4,549%

4,525%

4,397%

4,390%

4,400%

4,035%

3,700%

3,300%

2,850%

2,700%

2,170%

1,7

2,5

1,9

3,0

2,6

1,9

2,7

2,2

3,2

2,4

2,4

1,9

2,9

1,6

2,3

1,5

2,2

3,5

2,9

2,6

3,7

4,0

1,0

0,3

0,8

2,8

2,0

0,6

0,7

0,9

0,5

1,1

1,2

1,3

0,3

0,7

0,6

5,4

4,2

6,8

9,4

6,6

1,8

1,3

-0,7

-0,9

-0,2

0,5

-1,7

-0,6

-0,7

-0,4

-0,4

0,4

-0,6

-0,6

-0,3

-0,5

-0,4

-0,4

-2,7

-0,3

-4,4

-0,3

-0,6

-12,8

-62,6

-71,8

-55,3

-76,2

-75,0

-79,4

-79,5

-74,6

-75,9

-64,4

-61,0

-82,8

-80,4

-55,5

-79,0

-101,4

-149,9

-154,0

-151,5

-143,4

-116,8

-99,9

138,1

0,0

0,0

7,0

117,9

20,0

91,8

83,3

18,2

19,1

16,0

141,7

41,5

32,9

49,2

70,0

67,2

83,0

67,2

163,1

64,0

73,9

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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0

200

400

600

800

1 000

1 200

74

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

LEILÕES DE BT REALIZADOS EM 2008(Montantes colocados e bid-to-cover)

EUR milhões Bid-to-cover

Montante emitido no leilão competitivo (esq.) Bid-to-cover leilão competitivo (dir.)

BT

23-J

an-0

916-J

an-0

8

BT

20-M

ar-0

917-D

ez-0

8

BT

20-M

ar-0

917-D

ez-0

8

BT

23-J

an-0

915-O

ut-

08

BT

21-N

ov-

08

20-A

go-0

8

BT

19-S

et-0

818-J

un-0

8

BT

23-J

an-0

916-A

br-

08

BT

20-N

ov-

09

03-D

ez-0

8

BT

18-S

et-0

901-O

ut-

08

BT

17-J

ul-

09

06-A

go-0

8

BT

22-M

ai-0

904-J

un-0

8

BT

20-M

ar-0

902-A

br-

08

BT

20-N

ov-

09

19-N

ov-

08

BT

18-S

et-0

917-S

et-0

8

BT

17-J

ul-

09

16-J

ul-

08

BT

22-M

ai-0

921-M

ai-0

8

BT

20-M

ar-0

919-M

ar-0

8

BT

23-J

an-0

906-F

ev-0

8

BT

22-M

ai-0

905-N

ov-

08

BT

20-M

ar-0

903-S

et-0

8

BT

23-J

an-0

902-J

ul-

08

BT

21-N

ov-

09

07-M

ai-0

8

BT

19-S

et-0

805-M

ar-0

8

BT

23-J

an-0

916-J

an-0

8

BT

20-N

ov-

09

03-D

ez-0

8

BT

20-N

ov-

09

19-N

ov-

08

BT

22-M

ai-0

905-N

ov-

08

BT

23-J

an-0

915-O

ut-

08

BT

18-S

et-0

901-O

ut-

08

BT

18-S

et-0

917-S

et-0

8

BT

20-M

ar-0

903-S

et-0

8

BT

21-N

ov-

08

20-A

go-0

8

BT

17-J

ul-

09

06-A

go-0

8

BT

17-J

ul-

09

16-J

ul-

08

BT

23-J

an-0

902-J

ul-

08

BT

19-S

et-0

818-J

un-0

8

BT

22-M

ai-0

904-J

un-0

8

BT

22-M

ai-0

921-M

ai-0

8

BT

21-N

ov-

08

07-M

ai-0

8

BT

23-J

an-0

916-A

br-

08

BT

20-M

ar-0

902-A

br-

08

BT

20-M

ar-0

919-M

ar-0

8

BT

19-S

et-0

805-M

ar-0

8

BT

23-J

an-0

905-M

ar-0

8

p.b. p.b.

TMP - Curva Euribor (esq.) TMP - BT bid yield MEDIP (dir.)

LEILÕES DE BT REALIZADOS EM 2008(Diferencial da taxa média ponderada do leilão competitivo face ao mercado)

0

1

2

3

4

5

-180

-160

-140

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

-14,0

-12,0

-10,0

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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75

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

Prosseguiu em 2008, embora numa escala inferior à do ano anterior, o recurso ao mercado de reportes

para o financiamento de necessidades de tesouraria de muito curto prazo. O aumento de emissões deste

instrumento decorreu da integração da gestão da tesouraria e da estratégia prosseguida de minimização

dos saldos diários da Tesouraria, o que naturalmente implicou uma utilização mais frequente deste

instrumento para fazer face às necessidades de financiamento intercalares. Foram realizadas operações

que totalizaram cerca de EUR 13,5 mil milhões (equivalentes a um valor nominal de colateral entregue de

EUR 13,7 mil milhões). Embora os repos de financiamento possam ser contratados entregando como

colateral OT ou BT, nas operações realizadas em 2008, todos os repos realizados tiveram como colateral

BT. O contributo deste instrumento para o financiamento do ano foi negativo e situou-se em EUR 3,5 mil

milhões.

Operações de reporte (repos) de financiamento

EUR milhões

SaldoEmissões Amortizações

Dez-08Nov-08Out-08Set-08Ago-08Jul-08Jun-08Mai-08Abr-08Mar-08Fev-08Jan-08

REPOS DE FINANCIAMENTO

-6 000

-5 000

-4 000

-3 000

-2 000

-1 000

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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76

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

EUR milhões

SaldoEmissões Amortizações

Dez-08Nov-08Out-08Set-08Ago-08Jul-08Jun-08Mai-08Abr-08Mar-08Fev-08Jan-08

CEDIC

Emissão de CEDIC

Emissão de certificados de aforro

O saldo de CEDIC manteve-se em cerca de EUR 4,1 mil milhões, no final de 2008, apresentando, um

contributo para o financiamento líquido positivo de apenas EUR 11,4 milhões. O prazo médio das

emissões foi de cerca de 45 dias.

A emissão bruta de CA totalizou no ano cerca de EUR 1,4 mil milhões, dos quais EUR 682 milhões

respeitantes a capitalização de juros. Dado que o volume de resgates ascendeu aproximadamente a EUR

2,3 mil milhões, o contributo deste instrumento para o financiamento líquido no ano foi negativo em

cerca de EUR 852 milhões.

-6 000

-5 000

-4 000

-3 000

-2 000

-1 000

0

1 000

2 000

3 000

4 000

5 000

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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77

Linhas de Crédito (stand-by facilities)

No âmbito da integração da Tesouraria e no seguimento da estratégia já referida anteriormente de

minimização dos saldos de tesouraria, e com o intuito de satisfazer possíveis necessidades de

financiamento de muito curto prazo, o IGCP tem ao seu dispor linhas de crédito, non-committed. Ao

longo do ano foi sacado sobre estas linhas um total de EUR 5,1 mil milhões. Dado que o volume de

amortizações foi cerca de EUR 6,3 mil milhões, o contributo deste instrumento para o financiamento

líquido no ano foi negativo em cerca de EUR 1,2 mil milhões. Julho e Agosto foram os meses com maior

recurso a este instrumento.

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

EUR milhões

Subscrição líquidaNovas subscrições Amortizações

Dez-08Nov-08Out-08Set-08Ago-08Jul-08Jun-08Mai-08Abr-08Mar-08Fev-08Jan-08

CERTIFICADOS DE AFORRO

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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78

Operações Efectuadas no Âmbito da Facilidade de Reportes

Com o objectivo de promover a liquidez e de aumentar a eficiência do mercado de dívida pública

portuguesa, o IGCP disponibiliza aos market-makers de OT e de BT uma facilidade para a execução de

operações de reporte de último recurso sobre os títulos cotados no MEDIP / MTS Portugal.

Relativamente a esta facilidade, durante o ano de 2008, registou-se uma diminuição no número de

operações efectuadas, bem como no volume total transaccionado. No total negociaram-se 39 operações

(que compara com 114 operações em 2007), das quais 20 foram sobre BT e 19 sobre OT. Face a 2007,

verificou-se um decréscimo bastante significativo das operações de reporte negociadas sobre BT (20

operações em 2008 face a 91 operações em 2007), tendo sido transaccionados EUR 547 milhões (versus

EUR 960 milhões em 2007). Relativamente às OT a redução foi menor, tendo sido transaccionadas 19

operações (compara com 23 em 2007), num volume total de EUR 753 milhões (EUR 921 milhões em

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

EUR milhões

SaldoEmissões Amortizações

Dez-08Nov-08Out-08Set-08Ago-08Jul-08Jun-08Mai-08Abr-08Mar-08Fev-08Jan-08

STAND-BY FACILITIES

-2 250-2 000-1 750-1 500-1 250-1 000- 750- 500- 250

0 250 500 750

1 0001 2501 5001 750

Papel Comercial

Ao longo do ano de 2008 foi também utilizado como instrumento de financiamento de muito curto

prazo o papel comercial, no âmbito do programa ECP. As operações realizadas, apenas no segundo

semestre, totalizaram EUR 4,9 mil milhões. No final do ano, o papel comercial outstanding ascendia a

cerca de EUR 1,3 mil milhões.

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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79

No final de 2008 a carteira de instrumentos derivados incluía contratos vivos com um valor nominal de

EUR 42 mil milhões, equivalente a 36 por cento do saldo total da dívida directa do Estado.

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

TRANSACÇÕES SOBRE DERIVADOS FINANCEIROS

IRS 64 16 937 58 12215 318 32 255

Instrumento Nº transacções Nº transacções Nº transacções

Novos contratos Liquidação antecipada Total

EUR milhões EUR milhões EUR milhões

CARTEIRA DE DERIVADOS FINANCEIROS - POSIÇÃO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008

Tipo de swap

Total

CIRS

IRS

Perna a pagar

FixFloat

FixFloat

VN Total

42 124

2230

23 62018 281

0-2 anos

6 570

00

5 0701 500

5-10 anos

13 174

2230

6 6006 351

>=15 anos

450

00

0450

2-5 anos

12 050

00

10 7001 350

10-15 anos

9 880

00

1 2508 630

Nota: VN = Valor nocional (EUR milhões)

2007). A diminuição de volume total de EUR 581 milhões deveu-se portanto maioritariamente ao

decréscimo das operações envolvendo BT.

Operações de Gestão Activa da Dívida

Tendo como finalidade a optimização da performance da carteira de dívida, a gestão do risco de mercado

é efectuada com recurso à utilização de instrumentos derivados, sobretudo interest rate plain-vanilla

swaps. Durante o ano de 2008 foram negociadas 64 novas transacções e feita a liquidação antecipada de

58 operações. No total, o montante nominal dos contratos negociados sobre instrumentos derivados

atingiu EUR 32 mil milhões.

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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80

Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

Aplicações de Disponibilidades de Tesouraria

Em 2008 prosseguiu-se com o objectivo de manutenção de saldos de tesouraria em níveis relativamente

reduzidos, por forma a evitar situações de sobrefinanciamento excessivo, que têm como consequência o

aumento dos encargos financeiros do Estado.

Apesar desse objectivo se manter sempre presente, verificaram-se ao longo do ano alguns períodos com

elevados montantes de disponibilidades em caixa, justificando-se assim a sua aplicação financeira, em

ordem a garantir-se a maximização da rentabilidade do saldo de tesouraria.

Efectivamente não é possível registar uma situação de matching perfeito entre as necessidades e o

financiamento de modo a que as disponibilidades sejam tendencialmente nulas no final de cada dia,

dada a dificuldade de prever os montantes exactos de todas as operações de Tesouraria e o compromisso

de se terem calendários, pré-anunciados com alguma antecedência ao mercado, de emissões de OT e BT.

Em 2008 verificaram-se ainda alguns factores que deram origem a situações de excedentes de Tesouraria

mais elevados do que o habitual, nomeadamente, o encaixe da emissão sindicada da OT 4,45% Junho

2018 no primeiro trimestre do ano, que contribuiu para a estratégia de pré-financiamento prosseguida

com vista a reduzir o risco de refinanciamento associado à amortização de volumes elevados de dívida

em Junho e Julho (OT 5,375% Junho 2008 e OT 3,25% Julho 2008, respectivamente).

Neste contexto, ao longo de 2008 o saldo médio diário de disponibilidades de tesouraria atingiu cerca de

EUR 950 milhões, aumentando face ao valor do ano anterior, quando tinha ascendido a EUR 314 milhões

em 2007.

Os saldos verificados foram aplicados de forma criteriosa, após se identificarem as alternativas mais

vantajosas do ponto de vista da rentabilidade, tendo presentes os princípios de controle do risco de

crédito previstos nas guidelines. Estas aplicações caracterizaram-se, em média, por serem de duração

relativamente reduzida (muitas vezes por prazos de um único dia), excepto no segundo trimestre em que

os prazos foram alargados até 3 meses.

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Financiamento, Aplicações e Operações de Gestão Activa

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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Palácio Nacional da Pena - Sintra | Pena National Palace - Sintra

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Tesouraria do Estado

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As Contas da Tesouraria do Estado

Caixa - Primeiro ano completo da gestão integrada da tesouraria e da dívida pública

86

84

464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738

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Primeiro ano completo da gestão integrada da tesourariae da dívida pública

No âmbito das funções adstritas ao IGCP, incumbe-lhe a prestação de serviços bancários aos organismos

públicos em condições de economia, eficiência e eficácia, com vista à maior rentabilização e optimização

da gestão global dos Fundos Públicos. Deste modo, o IGCP tem procurado dinamizar os serviços

bancários prestados, orientando-os para as necessidades próprias de uma Administração Pública mais

informada, mais atenta e mais sensível às novas tecnologias de informação e por isso mais exigente.

Neste contexto, e seguindo a linha orientadora do sistema bancário europeu, no sentido de dinamizar e

privilegiar o uso das transferências bancárias e dos meios de pagamento virtuais, o IGCP alargou e

melhorou o leque dos serviços bancários prestados disponibilizando terminais de pagamento

automáticos (fixos, móveis, portáteis e virtuais) e promovendo a sua adesão à SEPA e ao TARGET 2,

acompanhando, assim, a evolução do sistema bancário nacional e europeu. No corrente ano, irá ainda

promover os pagamentos e recebimentos pelo Sistema de Débitos Directos e o uso de cartões de crédito e 1de débito da marca “IGCP – Tesouro Português”, adoptando as “boas práticas” do sistema bancário .

Como forma de promover a centralização de fundos na tesouraria do Estado, o IGCP tem vindo a

dinamizar a utilização do Documento Único de Cobrança (DUC), junto dos organismos públicos, como

meio privilegiado para a arrecadação, controlo e reconciliação das respectivas receitas próprias. Assim,

tem-se assistido à adesão à rede de Cobranças do Estado de organismos como a Agência Portuguesa para

o Ambiente (APA), o Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e o Instituto de Gestão Financeira e das Infra-

Estruturas da Justiça (IGFIJ).

Durante o ano importantes fluxos financeiros passaram a estar centralizados/depositados na tesouraria

central do Estado. Pela sua dimensão (cerca de EUR 600 milhões) importa realçar os que se encontram

sobre gestão do IGFIJ que representavam no final do ano de 2007 cerca de 48 por cento dos fundos do

Estado depositados no sistema bancário.

Numa perspectiva futura, o IGCP encontra-se a desenvolver uma nova aplicação de acesso on-line, que

permitirá gerir de forma integrada as contas correntes dos clientes externos do IGCP, segmentados por

clientes da tesouraria do Estado e por clientes da dívida pública de retalho, melhorando a eficiência e

eficácia dos serviços prestados aos cidadãos e aos organismos públicos, simplificando os processos e

diminuindo os custos associados. A qualidade e dinâmica que se pretende impor à nova aplicação, irá

facilitar a centralização dos fundos públicos no IGCP fortalecendo, assim, a unidade da tesouraria do

Estado e a rentabilização e optimização da gestão global dos mesmos.

84 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

1 O IGCP, também, aderiu à plataforma Swift, o que permitiu uma maior automatização das transacções financeiras, reduzindo os custos

e os riscos operacionais das operações.

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Tesouraria do Estado

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O Regime da Tesouraria do Estado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 191/99, de 5 de Junho, encontra-se a

ser revisto, redefinindo e clarificando o princípio da unidade da tesouraria do Estado, à luz da actual

realidade dos organismos públicos e da evolução dos serviços bancários a prestar pelo IGCP.

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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As operações de recebimento e de pagamento dos organismos públicos efectuadas através da tesouraria

do Estado, geram saldos de disponibilidades e de responsabilidades. Os quadros seguintes apresentam

um retrato desses saldos.

No quadro seguinte, ilustra-se a evolução das contas de disponibilidades, cujos movimentos se reflectem

directamente na conta única de liquidação da tesouraria do Estado no Banco de Portugal.

Tesouraria do Estado

As Contas da Tesouraria do Estado

DISPONIBILIDADES DA TESOURARIA DO ESTADO(EUR milhões)

Contas no BdP

Aplicações Financeiras nas IC

Contas em Divisas

Contas Cofres Consulares

Contas Recebidas IGCP-DUC

Outras Contas Recebidas IGCP

Contas Caixas nas IC

Alfândegas

Serviços Locais Finanças

Contas Caixas do Tesouro

Alfândegas

Serviços Locais Finanças

Contas Caixas Tesouro

CTT

SIBS

IRN

Depósitos Externos nas IC

Cheques a Cobrar

TOTAL

0,0

977,3

27,1

3,8

99,6

0,0

165,4

280,0

89,9

238,7

301,3

18,0

0,0

19,3

1,2

2 221,6

A

A

A

0,0

1 633,5

22,7

2,2

55,4

0,0

568,7

295,3

3,4

168,4

77,6

1,7

0,0

0,0

10,2

2 839,1

A

A

A

0,0

1 447,1

12,3

4,0

119,0

6,6

116,9

333,0

301,5

202,1

187,0

24,5

0,2

7,0

0,4

2 761,4

A

A

A

0,0

1 350,8

13,1

3,9

21,1

0,0

380,7

216,8

5,6

196,1

78,2

1,0

0,0

6,2

6,2

2 279,7

A

A

A

2008

Dez Dez

2005

Dez Dez

2006 2007

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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Tesouraria do Estado

As disponibilidades da tesouraria do Estado, conforme se constata pelo quadro, encontram-se

essencialmente centralizadas num conjunto de serviços públicos, com funções de Caixa, que procedem à

arrecadação de fundos, mantendo, em limite, na sua posse o valor correspondente às cobranças do

próprio dia. De igual modo, destacam-se as contas de disponibilidades de apoio à tesouraria externa,

cujos saldos reflectem os últimos movimentos do ano.

Para a observação da evolução das contas de Terceiros abertas na tesouraria do Estado, toma-se como

referência a adesão dos organismos públicos ao sistema de Homebanking (HB) do Estado, que funciona

como o suporte informático privilegiado para o adequado cumprimento do princípio de unidade da

tesouraria, estabelecido pelo regime da tesouraria do Estado (RTE), aprovado pelo Decreto-Lei nº 191/99,

de 5 de Junho.

O quadro (Evolução do Número de Organismos e Contas no HB) ilustra a evolução da utilização da

tesouraria do Estado por parte dos organismos abrangidos pelo RTE, através do número de organismos e

contas no HB, sistema que pelas suas potencialidades permite a esses serviços um acesso on-line às suas

contas.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ORGANISMOS E CONTAS NO HB

Dezembro 2000

Dezembro 2001

Dezembro 2002

Dezembro 2003

Dezembro 2004

Dezembro 2005

Dezembro 2006

Dezembro 2007

Dezembro 2008

-

-

-

-

-

33

109

179

155

53

356

1 081

1 410

1 521

1 555

1 766

1 895

1 814

51

60

71

78

83

88

87

78

74

-

-

-

258

369

737

955

1 346

1 617

Nº de ContasFundos

ComunitáriosNº Organismos Nº de Contas

Nº de Contas

SFA

Nº de Contas

SI

Nº de Contas

EPE

55

245

543

700

787

861

800

755

744

104

416

1 153

1 756

2 053

2 470

2 991

3 498

3 697

No ano de 2008, assistiu-se a um ligeiro decréscimo do número de organismos utilizadores do HB, em

relação a 2007, continuando a reflectir as medidas de reestruturação do PRACE.

No entanto, em termos do número de contas, o ano 2008 evidencia um aumento de cerca de 6 por cento,

em relação a 2007. Esta variação deve-se, por um lado, ao crescimento do número de contas dos serviços

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integrados (20 por cento), resultante da normalização de procedimentos levada a cabo pelo IGCP,

tornando esses serviços responsáveis pela gestão das correspondentes contas bancárias, e por outro da

redução do número de contas dos serviços e fundos autónomos (SFA), em 4 por cento e das entidades

públicas empresarias (EPE), em 13 por cento.

A tendência mencionada, no que refere às EPE é também constatada no quadro seguinte, sobre os

valores dos excedentes existentes no final de 2008, os quais sofreram um decréscimo de 48 por cento em

relação ao ano anterior, passando de EUR 1 094,4 milhões para EUR 565,2 milhões. Este decréscimo é, no

entanto, em parte compensado com o aumento do peso dos fundos comunitários que em 2008 atingiram

o valor de EUR 75,1 milhões, contra os excedentes existentes no final do ano anterior que rondavam os

EUR 40,9 milhões.

Tesouraria do Estado

APLICAÇÕES DE EXCEDENTES DE TESOURARIA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008(EUR milhões)

Serviços e Fundos Autónomos

Entidades Públicas Empresariais

Gestor Comunitário

Serviços Integrados

União Europeia

TOTAL

2 563,5

380,6

75,1

1 122,2

290,5

4 431,9

TOTALDepósitos

à ordemTIPO DE ORGANISMO Peso CEDIC

57,8%

8,6%

1,7%

25,3%

6,6%

100,0%

3 884,3

184,6

0,0

0,0

0,0

4 068,9

95,5%

4,5%

0,0%

0,0%

0,0%

100,0%

6 447,8

565,2

75,1

1 122,2

290,5

8 500,8

75,8%

6,6%

0,9%

13,2%

3,4%

100,0%

Peso Peso

Em suma, os cenários atrás descritos apontam para a consolidação e manutenção quer dos organismos

Clientes utilizadores do HB, quer dos respectivos fluxos financeiros movimentados na tesouraria do

Estado.

Individualizando, pelo seu carácter específico, a conta da Comissão Europeia (CE) que reflecte as

transferências financeiras entre Portugal e a União Europeia (UE), resultante, por um lado, da

contribuição financeira de Portugal para o orçamento da UE e, por outro, do recebimento das

comparticipações da União Europeia (UE) no co-financiamento ou financiamento da aplicação dos

fundos estruturais, o quadro abaixo apresenta o detalhe dos fluxos financeiros para o triénio 2006-2008.

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Tesouraria do Estado

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FLUXOS FINANCEIROS ENTRE PORTUGAL E A UNIÃO EUROPEIA(EUR milhões)

1. Transferências de Portugal para a U.E.

Direitos Aduaneiros e Agrícolas

Recursos Próprios IVA

Recursos Próprios com base no PNB

Compensação ao Reino Unido

Restituições e Reembolsos/Diversos

Outras Saídas

2. Transferências da U.E. para Portugal

FEOGA-Garantia/FEAGA

FEDER

FSE

FEOGA Orientação

FEADER

IFOP

FEP

Fundo de Coesão

Diversos

Saldo Global (2-1)

1 438,0

137,1

269,4

1 015,9

115,1

-99,5

-

3 760,0

658,3

1 260,6

534,7

492,0

221,3

20,3

0,0

490,3

82,5

2 322,0

1 481,9

133,9

251,5

1 028,4

140,2

-75,8

3,7

3 996,8

721,5

2 214,0

323,6

345,8

21,1

17,0

0,0

287,8

66,0

2 514,9

1 628,3

117,8

315,3

1 147,7

128,9

-81,4

-

3 489,2

946,4

1 265,9

753,1

225,2

0,0

42,9

0,0

203,5

52,2

1 861,0

20082006 2007

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4647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873837664339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027646876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298286643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027646876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298286643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611

Palácio Nacional de Queluz - Sintra | Queluz National Palace - Sintra

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Dívida Directa do Estado e Encargos

91

Encargos Correntes da Dívida

Saldo da Dívida Directa do Estado

96

92

464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738

Caixa - Certificados de aforro: alterações recentes e impacto nos juros da dívida pública 100

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92

Saldo da Dívida Directa do Estado

Em 31 de Dezembro de 2008, a dívida directa do Estado situou-se em EUR 118 462,7 milhões, avaliada ao

seu valor nominal e convertida à taxa de câmbio de final de período. Considerando as operações de

cobertura do risco de câmbio, o saldo em dívida atingiu EUR 118 519,5 milhões.

O saldo da dívida directa do Estado sofreu um acréscimo de EUR 5 658,6 milhões em 2008, não

considerando o valor das operações de cobertura cambial realizada por intermédio de instrumentos

derivados. Esta variação do stock reflectiu a emissão líquida de instrumentos de dívida num montante de

EUR 5 768,2 milhões enquanto as flutuações cambiais contribuíram para uma redução de EUR 121,6

milhões do saldo da dívida avaliado em euros. As menos-valias líquidas apresentaram um valor de

EUR 12,2 milhões. O valor das operações de cobertura cambial dos instrumentos derivados aumentou em

EUR 8,7 milhões em 2008, para EUR 56,8 milhões.

As amortizações de dívida registaram um valor de liquidação de EUR 87 081,9 milhões, montante do qual

EUR 59 331,0 milhões se refere a dívida flutuante (dívida emitida e amortizada no próprio ano para fazer

face às necessidades pontuais de Tesouraria). Os reembolsos antecipados (face ao momento contratual)

de instrumentos de dívida ascenderam a EUR 1 711,2 milhões, em termos nominais, dos quais EUR 989,1

milhões respeitam a amortizações antecipadas de CEDIC, EUR 722 milhões a recompras de OT e EUR 0,1

milhões a vencimentos antecipados de Repo.

Dívida Directa do Estado e Encargos

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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93

Dívida Directa do Estado e Encargos

Foram lançadas duas novas séries de OT em 2008, a OT 4,45% Jul 2018, com emissão sindicada em Março,

e 4 leilões subsequentes em Abril, Maio, Julho e Agosto e a OT 4,95% Out 2023, com emissão sindicada

em Junho, e 3 leilões subsequentes em Setembro, Novembro e Dezembro. Adicionalmente, houve

reaberturas da OT 4,10% Abr 2037, em Maio, da OT 4,375% Jun 2014, em Julho, e OT 5,45% Set 2013, em

Novembro, com um leilão cada. Em termos globais, a colocação de OT originou menos-valias líquidas no

valor de EUR 10,7 milhões. Relativamente às amortizações antecipadas de OT (OT 3,25% Jul 2008 e OT

3,95% Jul 2009) registou-se um acréscimo de EUR 1,5 milhões no valor de liquidação face ao valor

nominal.

Os saldos em dívida encontram-se ao valor nominal, excepto os instrumentos emitidos a desconto (que se encontram ao seu valor

descontado), e valorizados à taxa de câmbio do final do período. Os valores das emissões e das amortizações estão ao valor de encaixe e de

liquidação, respectivamente. A coluna Outros inclui variações cambiais, mais ou menos valias nas emissões e nas amortizações e a variação do

valor da renda perpétua.

1. Dívida denominada em Euros

Transaccionável

ECP (valor descontado)

BT (valor descontado)

Obrigações do Tesouro (OT)

Outras Obrigações

MTN

Obrigações de Retalho

Não Transaccionável

Certificados de Aforro

Valor de aquisição

Juros capitalizados

CEDIC

Outros

2. Dívida denominada em

moedas não Euro

Transaccionável

ECP (valor descontado)

Outras Obrigações

MTN

Não Transaccionável

3. Dívida total (1.+ 2.)

4. Efeito cambial de cobertura

de derivados (líquido)

5. Dívida total após cobertura

de derivados (3.+ 4.)

112 538,7

87 892,9

-

9 044,1

77 661,0

974,2

200,0

13,6

24 645,8

18 050,0

11 584,4

6 465,6

4 171,7

2 424,1

265,5

265,2

-

204,5

60,6

0,3

112 804,1

48,1

112 852,2

99,8%

77,9%

0,0%

8,0%

68,8%

0,9%

0,2%

0,0%

21,8%

16,0%

10,3%

5,7%

3,7%

2,1%

0,2%

0,2%

0,0%

0,2%

0,1%

0,0%

100,0%

99,2%

81,0%

0,6%

10,8%

69,3%

0,0%

0,2%

0,0%

18,2%

14,5%

9,0%

5,5%

3,5%

0,2%

0,8%

0,8%

0,6%

0,1%

0,0%

0,0%

100,0%

89 809,2

29 426,6

1 227,4

14 827,8

13 371,3

-

-

-

60 382,6

1 427,7

745,9

681,8

38 398,8

20 556,2

3 041,0

3 041,0

3 041,0

-

-

-

92 850,1

84 819,6

21 363,1

488,8

11 055,2

8 896,0

923,1

-

-

63 456,6

2 279,9

1 686,4

593,5

38 387,4

22 789,3

2 262,3

2 262,3

2 200,9

-

61,3

-

87 081,9

11,9

12,2

-

-

12,2

-

-

(0,0)

(0,3)

-

-

(0,3)

(121,6)

(121,6)

(75,3)

(47,1)

0,7

0,0

(109,7)

117 540,2

95 968,6

738,7

12 816,7

82 148,5

51,1

200,0

13,6

21 571,6

17 197,8

10 643,9

6 553,9

4 183,1

190,7

922,5

922,2

764,8

157,5

-

0,3

118 462,7

56,8

118 519,5

Janeiro - Dezembro 2008Saldo em

31-Dez-07 Estrutura Emissões Amortizações Outros Estrutura

Saldo em

31-Dez-08

DÍVIDA DIRECTA DO ESTADO (ÓPTICA DA CONTABILIDADE PÚBLICA)(Unidade: EUR milhões)

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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94

Dívida Directa do Estado e Encargos

A evolução que o euro registou face ao iene, dólar e libra foi favorável para a carteira antes de swap,

tendo provocado um decréscimo no seu saldo de EUR 121,6 milhões.

Porém, a carteira de swaps sofreu um aumento do seu saldo em EUR 8,7 milhões.

A estrutura da dívida por tipo de taxa de juro manteve a tendência observada nos últimos anos, de

reforço da componente de taxa fixa no conjunto da dívida total. Não considerando a carteira de swaps,

em 2008 a percentagem de dívida a taxa fixa aumentou de 83,8 para 85,4 por cento do total da dívida.

Por sua vez, a percentagem das moedas não euro no total da carteira da dívida aumentou ligeiramente

em 2008, representando no final do ano 0,8 por cento do total do stock (0,2 por cento no final do ano

anterior).

Após a cobertura cambial através de swaps, a parcela a taxa fixa apresentou um acréscimo de 86,5 para

90,0 por cento da dívida total, mantendo a exposição cambial um valor nulo.

Em termos de maturidade da dívida por instrumentos, o reforço da importância dos BT e o recurso ao

financiamento através da emissão de ECP (Euro Commercial Paper) mais do que compensou o

decréscimo de importância dos outros instrumentos de curto prazo (CEDIC, linhas de crédito do mercado

monetário e operações de reporte) na composição do financiamento anual, o que justificou a subida da

percentagem das componentes de maturidades mais curtas em relação a 2007, de 13,6 para 15,7 por

cento.

Os BT contribuíram positivamente para o financiamento líquido do ano, registando um aumento do seu

peso relativo de 8,0 para 10,8 por cento em 2008. As emissões de ECP em moedas euro e não euro, que

não tinham representação no saldo vivo no final de 2007 atingiram 1,3 por cento da dívida no final de

2008.

Em contrapartida, os CEDIC reduziram, ainda que marginalmente, a sua importância relativa, de 3,7 para

3,5 por cento, enquanto as linhas de crédito do mercado monetário passaram para um valor nulo em

Dezembro de 2008 (1,0 por cento no final do ano anterior). As operações de reporte também viram a sua

importância diminuir, ao passar de 0,9 por cento no final de 2007 para apenas 0,1 por cento no final de

2008.

As OT (médio e longo prazo) continuaram a registar um aumento do seu peso na carteira de dívida,

passando de 68,8 para 69,3 por cento. A percentagem da dívida representada por CA caiu de 16,0 para

14,5 por cento, invertendo a tendência observada nos anos anteriores.

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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95

Dívida Directa do Estado e Encargos

DÍVIDA DIRECTA DO ESTADO POR INSTRUMENTOS

31-Dez-07 31-Dez-08

A dívida constituída por CA apresentou uma quebra de EUR 852,2 milhões em 2008, valor que compara

com um aumento EUR 800,5 milhões no ano anterior, tendo-se verificado uma redução das subscrições

líquidas (diferença entre as novas subscrições e as amortizações ao valor de reembolso) em EUR 1 534,0

milhões. A capitalização dos juros ascendeu a EUR 681,8 milhões.

69,3% - OT

14,5% - CA

10,8% - BT

4,9% - Outra CP

0,4% - Outra M/L P

68,8% - OT

16,0% - CA

8,0% - BT

5,6% - Outra CP

1,5% - Outra M/L P

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

1 186,3

686,2

138,5

486,2

1 176,6

1 071,1

793,0

317,8

48,8

343,0

1 003,4

800,5

(852,2)

815,9

661,8

558,2

449,2

551,1

667,8

578,3

500,2

460,3

473,1

557,5

672,9

681,8

370,4

24,4

(419,6)

37,0

625,5

403,3

214,7

(182,4)

(411,5)

(130,1)

445,9

127,6

(1 534,0)

Variação do stock Capitalização de jurosSubscrições líquidasAno

EVOLUÇÃO DO STOCK DE CERTIFICADOS DE AFORRO(unidade: EUR milhões)

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96

Dívida Directa do Estado e Encargos

CERTIFICADOS DE AFORRO - SÉRIES A, B e C - TEMPO DE PERMANÊNCIA

31-Dez-07 31-Dez-08

10,9% Até 1 ano 12,1% Até 1 ano

27,6% Entre 1 e 5 anos 25,9% Entre 1 e 5 anos

61,5% Mais de 5 anos 62,1% Mais de 5 anos

Em Janeiro de 2008, foi introduzida uma nova série de certificados de aforro, a série C (Portaria n.º

73-A/2008, de 23 de Janeiro), tendo-se verificado o fecho a novas subscrições da série B. Assim, apesar de

existirem actualmente 3 séries com contas vivas, apenas a série C esteve aberta a novas subscrições a

partir de Fevereiro de 2008.

O prazo médio das unidades subscritas de CA que ainda se encontravam vivas no final de 2008 voltou a

aumentar, à semelhança do verificado em anos anteriores. O número de unidades de certificados

subscritos há mais de 5 anos, em percentagem do total, subiu de 61,5 por cento no final de 2007 (séries A

e B) para 62,1 por cento no final de 2008 (séries A, B e C), tendo-se verificado uma redução do peso dos

certificados subscritos entre 1 e 5 anos de 27,6 para 25,9 por cento. Por outro lado, o peso dos CA

subscritos há menos de um ano aumentou de 10,9 para 12,1 por cento.

Encargos Correntes da Dívida

O montante de encargos correntes da dívida directa do Estado em 2008 ascendeu a EUR 4 918,5 milhões,

dos quais EUR 4 888,9 milhões relativos a juros e EUR 29,6 milhões respeitantes a outros encargos.

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97

Dívida Directa do Estado e Encargos

Em 2008, registou-se um aumento de 4,0 por cento dos juros quando considerada a óptica das contas

públicas, tendo-se mantido o rácio juros da dívida directa do Estado no produto em 2,9 por cento.

* Os outros encargos reflectem nomeadamente custos associados à colocação de dívida no mercado (emissão, distribuição e amortização e

custódia de títulos), comissão de gestão do IGCP e outras despesas relacionadas com a obtenção de notação de risco de crédito para a

República.

** Ao contrário da óptica das Contas Públicas que adopta uma base de caixa, a óptica do PDE considera os juros numa base de especialização

de exercícios. De acordo com o documento “Eurostat Guidance on accounting rules for EDP – Financial derivatives” - de 13 de Março de 2008,

os ganhos/perdas de detenção antecipados, pagos ou recebidos pelo Estado, resultantes do cancelamento dos swaps passaram a ser

considerados na linha de correcção de juros em contas públicas para juros em contas nacionais, para efeitos do PDE, repartidos ao longo da

vida residual teórica do swap. Esta alteração metodológica motivou a revisão da série Juros no âmbito do PDE para o período 2000-2008.

ENCARGOS CORRENTES DA DÍVIDA DIRECTA DO ESTADO (óptica da contabilidade pública)(Unidade: EUR milhões)

Juros

Outros encargos *

Total encargos

Por memória

Juros no âmbito

do PDE **

2001

3 746,3

17,6

3 763,9

3 770,7

2002

3 804,3

22,8

3 827,2

3 875,2

2003

4 006,9

21,3

4 028,3

3 796,6

2004

3 721,6

18,5

3 740,0

3 825,0

2005

3 936,9

30,3

3 967,2

4 056,1

2006

4 365,6

31,0

4 396,6

4 364,7

2007

4 703,8

24,0

4 727,8

4 690,6

2008

4 854,9

29,6

4 884,5

4 866,8

%

Juros / Stock médio (com CA) Juros / PIB

EVOLUÇÃO DOS JUROS DA DÍVIDA DIRECTA DO ESTADO

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

0

2

4

6

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Dívida Directa do Estado e Encargos

Notas:

Considerando a dívida total excluindo os CA, observou-se um aumento do montante de juros de EUR

241,4 milhões, tendo o stock médio registado um aumento de EUR 93 030,9 milhões para EUR 98 009,5

milhões. O acréscimo de juros reflectiu quer o efeito de aumento do stock (factor de maior expressão),

quer o efeito de subida da taxa de juro média da dívida. A taxa de juro implícita aumentou de 4,1 por

cento em 2007 para 4,2 por cento em 2008.

Também a taxa de juro implícita da dívida directa do Estado, calculada como o rácio entre o valor dos

juros do ano (avaliado na óptica das contas para efeitos do PDE) e o valor do stock médio da dívida,

permaneceu inalterada neste ano em 4,2 por cento.

Os juros dos CA registaram uma redução de EUR 31,2 milhões em relação a 2007, invertendo a tendência 1observada em anos anteriores. Esta descida dos juros reflectiu não só a redução do stock médio , mas

também a descida das taxas de juro de curto prazo, apesar da elevada volatilidade observada no período

em análise. A taxa de juro implícita nos CA caiu de 4,8 por cento em 2007 para 4,7 por cento.

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

13 084,1

14 207,9

15 140,0

15 695,4

15 878,7

16 074,6

16 747,8

17 649,7

17 623,9

708,9

803,4

705,8

596,5

566,7

582,6

705,2

852,5

821,3

5,4%

5,7%

4,7%

3,8%

3,6%

3,6%

4,2%

4,8%

4,7%

94,5

(97,6)

(109,3)

(29,8)

15,9

122,6

147,3

(31,2)

60,9

52,7

25,9

7,0

7,0

24,4

38,0

(1,2)

31,0

(141,1)

(130,4)

(36,4)

8,8

94,3

103,7

(30,0)

2,7

(9,3)

(4,8)

(0,4)

0,1

3,9

5,6

0,0

Contribuições para a variação dos juros

Ano (1)

Stock de dívidamédio (2)

Juros(contabilidadenacional) (3)

Taxa de juroimplícita (4)

Variação dos juros (5)

Efeito de stock (6)

Efeitopreço (7)

Efeitocruzado (8)

VARIAÇÃO DOS JUROS DOS CERTIFICADOS DE AFORRO(Unidade: EUR milhões)

1 Média do stock no final de t e t-1

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99

Dívida Directa do Estado e Encargos

Notas: ver quadro anterior.

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

51 481,7

55 104,9

60 822,4

65 730,5

71 179,4

80 174,0

88 409,8

93 030,9

98 009,5

2 926,0

2 967,3

3 169,4

3 200,1

3 258,4

3 473,5

3 659,5

3 838,1

4 045,5

5,7%

5,4%

5,2%

4,9%

4,6%

4,3%

4,1%

4,1%

4,2%

41,3

202,1

30,7

58,3

215,2

186,0

178,6

207,4

205,9

307,9

255,8

265,3

411,7

356,8

191,3

205,4

(153,8)

(95,9)

(208,2)

(191,2)

(174,5)

(154,9)

(12,1)

1,9

(10,8)

(9,9)

(16,8)

(15,8)

(22,1)

(15,9)

(0,6)

0,1

Contribuições para a variação dos juros

Ano (1)

Stock de dívidamédio (2)

Juros(contabilidadenacional) (3)

Taxa de juroimplícita (4)

Variação dos juros (5)

Efeito de stock (6)

Efeitopreço (7)

Efeitocruzado (8)

VARIAÇÃO DOS JUROS DA DÍVIDA DIRECTA DO ESTADO (excluindo certificados de aforro)Unidade: EUR milhões

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Certificados de aforro: alterações recentes e impacto nos jurosda dívida pública

Os Certificados de Aforro (CA) são um instrumento de financiamento do Estado dirigido para a captação

directa da poupança dos particulares. Por isso, são considerados como um produto de retalho e

especialmente vocacionado para a aplicação da pequena poupança das famílias.

O número 5 do preâmbulo do Decreto-Lei nº43454, de 30 de Dezembro de 1960, que criou a primeira

série dos CA, referia, aliás, que “Pretende-se assim beneficiar as pequenas economias e por isso não se

permite por ora que sejam emitidos a favor de uma mesma pessoa certificados de aforro cujo valor facial,

na sua totalidade, exceda 50.000$00”.

Uma nova série de CA (Série B) foi criada em 1986 - Decreto-Lei nº 172-B/86, de 30 de Junho, após o que

foi cancelada a emissão da Série A. Por sua vez, em Janeiro de 2008, foi introduzida a série C (Portaria n.º

73-A/2008, de 23 de Janeiro), com o consequente fecho a novas subscrições da série B. Existem, assim,

actualmente 3 séries com contas vivas, embora apenas a série C esteja aberta a novas subscrições.

Cada nova série trouxe alterações às características dos CA, com o objectivo de adequar o produto à

realidade de cada momento, nomeadamente no que diz respeito ao enquadramento financeiro global,

como, por exemplo, o nível prevalecente das taxas de juro. As séries B e C, mantiveram, no entanto, o

espírito inicial de serem vocacionadas para as pequenas economias, limitando o valor máximo de

subscrição individual.

No final de Janeiro de 2008, o stock de CA ascendia a EUR 18 186 mil milhões, valor que estava repartido

por cerca de 720 mil contas, resultando daqui um valor médio para a carteira deste instrumento de EUR

25 mil (valor que inclui a capitalização acumulada desde o momento da subscrição).

Quando analisada a distribuição do saldo de CA por escalões de valor das contas, verificava-se, naquela

mesma data, um elevado grau de concentração do stock, já que, por exemplo, 50 por cento do montante

global era detido por apenas 7 por cento do número total de aforristas, sendo que o peso das contas de

maior dimensão tinha vindo a aumentar ao longo do tempo. No que diz respeito à antiguidade, mais de

50 por cento do stock respeitava a unidades subscritas há mais de 5 anos.

Em termos de regime de remuneração, a taxa base dos CA - série B - é calculada de acordo com uma

média de taxas Euribor (DL 11/99, de 11 de Janeiro), sobre a qual incide um factor multiplicativo

(Portaria n.º 73-B/2008, de 23 de Janeiro), acrescida de um prémio de permanência, determinado, por

sua vez, pela antiguidade da subscrição, indo até um máximo de 2 por cento (para CA com mais de 4

anos). Sucede que esta estrutura de prémios foi fixada em valor absoluto, num período em que as taxas

de juro eram da ordem de 16 por cento, sem que existisse um mecanismo de ajustamento automático ao

nível das taxas de mercado de cada momento.

O regime de remuneração associado à série B até ao início de 2008, implicava duas distorções: a primeira,

em termos de subsidiação cruzada em favor dos aforristas com maiores níveis de rendimento e, a

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101

segunda, ao nível do custo relativo dos diferentes instrumentos que o Estado tem ao seu dispor para se

financiar.

No final de 2007, a taxa de juro Euribor a 6 meses, um dos principais indexantes de mercado em Portugal,

quer em relação a empréstimos como a aplicações, encontrava-se em 4,71 por cento. Por sua vez, nessa

mesma data, a taxa base para as novas subscrições de CA foi fixada em 3,72 por cento. Sucede que, como

uma percentagem significativa do stock registava uma antiguidade elevada, a taxa a que a carteira

média de CA estava a ser remunerada era de 5,32 por cento, depois de levar em conta o prémio de

permanência médio dos certificados vivos. A taxa de rendimento atingia, assim, um máximo de 5,72 por

cento para certificados detidos há mais de 4 anos.

Atendendo a que, por um lado, estas taxas de remuneração se encontravam acima da Euribor e, por

outro, que o saldo das carteiras com um valor superior a EUR 100 mil representava 50 por cento do total

de CA, concluiu-se que o Estado não só estava a remunerar os certificados muito acima das taxas de

mercado, como a incentivar uma distribuição regressiva dos rendimentos. Registava-se, portanto, uma

situação anómala em termos de mercados financeiros, com o Estado a financiar-se a custos superiores

aos de outros operadores financeiros. Por outro lado estava-se a favorecer, à custa da generalidade dos

contribuintes, os estratos da população de rendimentos/poupanças mais elevadas.

Apesar da injustiça social acima identificada, poderia suceder que o custo de financiamento para o

Estado da emissão de CA fosse inferior ao de outros instrumentos de dívida pública. Tal não era o caso.

Estimou-se que, para as condições prevalecentes no início de 2008, a taxa de remuneração dos CA estava

140 pontos base acima da taxa dos bilhetes do Tesouro (BT) a 3 meses e 110 pontos base acima da taxa 2das obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos .

Note-se que, na prática, os CA têm características que os assemelham aos BT, como, por exemplo, terem

um período de refixação de cupão relativamente curto, mas também às OT de médio e longo prazo, por

terem uma maturidade média elevada. Pode, por isso, concluir-se que na relação entre custo e risco dos

diversos instrumentos de financiamento do Estado os CA apresentavam uma relação desfavorável.

A alteração do regime de CA verificada em Janeiro de 2008 incluiu dois elementos: a criação da série C e a

alteração do coeficiente multiplicativo da série B, de 80 para 60 por cento.

Em relação à série C, o elemento de maior destaque nas condições financeiras deste novo produto foi a

definição de uma estrutura de prémios de permanência que incentivasse, e premiasse de forma

significativa, a poupança de médio e longo prazo. Assim, o prémio máximo foi aumentado, podendo

atingir agora um máximo de 2,5 pontos percentuais sobre a taxa base, quando o CA é mantido até à

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Dívida Directa do Estado e Encargos

2 Comparando com o custo marginal na altura da emissão.

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102 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Dívida Directa do Estado e Encargos

maturidade. Deve ainda ser destacado o facto da criação da série C estar associada à modernização deste

produto financeiro, tendo em vista, nomeadamente, a simplificação administrativa e operacional das

transacções, por um lado, e o alargamento e a melhoria dos serviços prestados aos aforristas, por outro.

Com a introdução da série C, estimou-se que o custo acumulado ao final de 10 anos associado a este

instrumento se encontra entre o custo dos BT e das OT. As alterações na remuneração da série C

introduzidas em Março de 2009 não vieram alterar esta situação.

A alteração do coeficiente multiplicativo da série B teve com objectivo alinhar o custo de financiamento

do Estado com a taxa a que a capitalização do stock existente se vai efectuar no futuro, terminando

assim, e simultaneamente, com o elemento de subsidiação cruzada até então existente.

A alteração da estrutura financeira dos CA teve impacto na procura líquida deste produto, já que a sua

atractividade “excessiva” foi eliminada. Verificou-se, com efeito, um aumento do volume de resgates da

série B, face ao que era o padrão histórico, tendência que se manifestou sobretudo nos certificados com

maturidade mais reduzida, com mais de 50 por cento dos resgates a ocorrerem em certificados com

menos de 4 anos de vida. Por outro lado, há a registar que cerca de 50 por cento do volume total

resgatado correspondeu a carteiras de valor superior a EUR 25 mil.

Este comportamento, em grande medida já antecipado, não teve impacto na gestão do financiamento

do Estado uma vez que, atempadamente, se encontraram fontes de financiamento noutros

instrumentos de dívida de forma a cobrir o acréscimo de necessidades, de uma forma financeiramente

menos onerosa para o Estado.

Porém, é de notar que, caso a poupança que estava a ser canalizada para CA tenha sido redireccionada

para outros produtos existentes no mercado, como indicia o crescimento dos depósitos a prazo, o efeito

desta medida em termos de poupança nacional e de receita fiscal é nulo.

No entanto verificou-se uma redução significativa dos encargos em CA. Estima-se que o impacto

favorável nos juros da dívida pública decorrente desta alteração tenha sido superior a EUR 100 milhões

em 2008.

Os CA continuam a ser um produto com risco Estado e, como tal, inferior ao risco da generalidade dos

instrumentos financeiros emitidos no mercado nacional. Além disso o seu capital é garantido, podendo o

certificado ser resgatado em qualquer momento (após os 3 meses iniciais) sem risco de preço e sem

penalizações.

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Dívida Directa do Estado e Encargos

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4647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873837664339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339846479896543398729687693673894878108876382982537208265765866432039802764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027646876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298286643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873764386529106438761122987655087383766479896543398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027646876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298286643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611

Palácio de Estói - Faro | Estói Palace - Faro

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Gestão do Risco

105Caracterização da Carteira de Dívida e Indicadores de Custo

Indicadores de Risco

Custo marked-to-marked

CaR - Cost-at-Risk

Risco de refinanciamento

Risco de taxa de juro

Risco de taxa de câmbio

Risco de crédito

106

107

107

109

111

111

113

114

464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738

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106

Caracterização da Carteira de Dívida e Indicadores de Custo

Gestão do Risco

Em 31 de Dezembro de 2008 o valor da carteira total de dívida directa do Estado, avaliada a preços de 1mercado , era de EUR 123 537 milhões, reflectindo um prémio de 5,4 por cento em face do seu valor

nominal. O cupão médio da carteira aumentou ligeiramente em 2008 para 4,47 por cento. O prazo médio

de amortização da dívida também cresceu ligeiramente para 6,26 anos.

1 A avaliação do valor da carteira de dívida a preços de mercado passou a efectuar-se em 2003, no que se refere às OT, com base nos preços

observados em mercado secundário, metodologia que foi posteriormente estendida aos BT. Anteriormente o valor de mercado dos

instrumentos de dívida era avaliado por desconto dos cash-flows às taxas de referência de mercado, sendo necessário estimar os spreads de

crédito a aplicar. Actualmente todos os instrumentos com mercado secundário líquido (OT e BT cotados no MEDIP) são avaliados pelos preços

aí observados, sendo que os instrumentos de dívida não líquidos são avaliados por preços estimados, calculados com base nos valores

interpolados das yields dos instrumentos líquidos.

Outstanding (EUR Milhões)

Cupão Médio

Yield Média

Prazo Médio Amortização (anos)

Duração Modificada

Valor de Mercado (EUR Milhões)

Prémio (inc. Juro corrido)

62 584

5,55%

4,54%

4,17

2,87

64 774

3,5%

65 823

5,82%

4,96%

4,61

2,96

69 592

5,7%

72 023

5,31%

4,69%

4,57

2,98

76 444

6,1%

79 554

5,14%

3,68%

4,55

3,19

86 159

8,3%

83 611

4,50%

3,18%

4,31

2,92

89 638

7,2%

90 821

4,43%

2,73%

3,66

2,98

97 901

7,8%

101 810

4,09%

2,96%

4,89

3,41

108 997

7,1%

108 609

4,28%

3,93%

5,84

2,91

112 585

3,6%

CARTEIRA DE DÍVIDA EM FIM DE ANO(Valores pós-swaps)

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

112 852

4,35%

4,16%

6,03

2,71

116 071

2,9%

117 169

4,47%

3,83%

6,26

3,80

123 537

5,4%

2007 2008

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

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107

Gestão do Risco

Indicadores de Risco

As Normas Orientadoras para a Gestão da Dívida Pública (guidelines) identificam os indicadores de risco

considerados mais relevantes para a carteira de dívida do Estado e estabelecem limites para a exposição

que a carteira pode assumir, em termos relativos (i.e. desvios em face dos valores equiparados do

benchmark) ou em termos absolutos. As guidelines definem limites máximos absolutos para o perfil de

refinanciamento, risco cambial e risco de crédito e limites relativos para o risco de taxa de juro (perfil de

refixing e duração modificada).

Para além de conterem as restrições que devem ser respeitadas na actividade de gestão da dívida, as

guidelines estabelecem a carteira de referência, ou benchmark, como o referencial de longo prazo para a

gestão da carteira.

A 2valiado a preços de mercado (marked-to-market), o custo da Carteira de Dívida Ajustada foi, em 2008,

de 7,40 por cento. No mesmo período, para a carteira de referência (benchmark) foi calculado um custo 3de 7,02 por cento, resultando num diferencial de custo desfavorável à carteira de 38 pontos base .

Em termos acumulados, desde 1999, a carteira teve um custo total anualizado de 4,37 por cento, 4superior ao do benchmark em 1,9 pontos base. Em termos de custo numa base de POCP , a carteira

mostrou poupanças face ao benchmark da ordem dos EUR 304 milhões nos últimos 8 anos.

Custo marked-to-market

CUSTO ANUALIZADO DA CARTEIRA AJUSTADA E DO BENCHMARK

20001999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 20081999/2008

Carteira

Benchmark

Diferença

(em p.b.)

-1,38%

-0,97%

-41,0

6,30%

6,14%

16,0

6,19%

6,23%

-3,6

8,41%

8,44%

-3,5

3,81%

3,79%

2,4

5,93%

5,95%

-2,0

3,76%

3,59%

16,9

0,64%

0,64%

0,0

7,40%

7,02%

37,7

4,37%

4,35%

1,9

Taxa Interna de Rentabilidade

2007

3,03%

3,03%

-0,8

2 A Carteira de Dívida Ajustada refere-se ao conjunto dos instrumentos que constituem a carteira da dívida directa do Estado incluindo

derivados financeiros, com exclusão das promissórias, da dívida de retalho e de CEDIC.3 Mais à frente, no ponto relativo ao risco de taxa de juro, relacionar-se-á a performance com o posicionamento da carteira versus benchmark

e as medidas de gestão que estiveram na sua origem.4 Calculado desde 2001.

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108

Gestão do Risco

O modelo de definição de uma carteira benchmark para a gestão da dívida pública portuguesa foi 5desenvolvido pelo IGCP em 1998. Após a sua aplicação durante um período experimental (1999) , este

modelo e as Normas Orientadoras têm sido revistos em intervalos aproximados de 3 anos, tendo-se

aplicado a primeira revisão no período 2000-03 e a segunda no período 2004-06. Durante o ano de 2006

teve lugar a terceira revisão, que deverá vigorar no período 2007-09.

As Normas Orientadoras actuais, cujos fundamentos e principais resultados foram apresentados na

Caixa - MODELO DE GESTÃO DO RISCO, do relatório anual de 2006, entraram em vigor em Janeiro de

2007.

O último trimestre de 2008 caracterizou-se pelo agudizar da crise financeira após o colapso, em meados

de Setembro, do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimento norte-americano. Com o

objectivo de estabilizar o sistema financeiro, os soberanos americanos e europeus intervieram, neste

período, em socorro de vários outros bancos em dificuldades. O clima de desconfiança que se instalou

no mercado despertou o sentimento de que o risco de falência (expresso no aumento dos spreads 6e da volatilidade dos CDS – Credit Default Swaps ) de grandes instituições financeiras, até então

consideradas “too big to fail”, não podia ser negligenciado.

Nesta conjuntura, a actuação do IGCP na gestão da carteira pautou-se quase exclusivamente por

preocupações ligadas à gestão do risco de crédito, em particular através do cancelamento de swaps,

sobrepondo-se estas às preocupações com a performance da carteira. Assim, e porque se tornava 7indispensável à diminuição da exposição ao risco de crédito, foi autorizada pela tutela:

A remoção do limite superior de duração da carteira (ajustada) de dívida que, pelas Normas

Orientadoras, se encontrava fixado no valor correspondente ao da carteira benchmark acrescida de

0,75;

A suspensão dos limites indicativos (ou indicadores complementares de risco) de refixing relativos da

carteira versus o benchmark, para os desvios entre as percentagens acumuladas do valor nominal da

carteira ajustada a refixar ou vencer nos prazos de 12, 24 e 36 meses e os correspondentes valores da

carteira benchmark, estabelecidos pelas Normas Orientadoras em 10, 15 e 20 pontos percentuais,

respectivamente.

!

!

5 Ver o Relatório de Gestão da Dívida Pública de 1999.

6 Os CDS (Credit Default Swaps) são contratos derivados (entre comprador e vendedor) que permitem a transferência do risco de crédito de

uma entidade de referência para a contraparte vendedora. O comprador fica naturalmente exposto ao risco de crédito do vendedor, daí falar-se em

transferência e não cobertura de risco.7 Despacho n.º 958/08 de 12/11/2008 do Senhor Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, na sequência do Ofício do IGCP n.º 2008/14025.

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Gestão do Risco

Contas Nacionais

Custo Esperado

CaR Absoluto (I.C. 95%)

CaR Relativo (I.C. 95%)

CaR Relativo / Custo Esperado

CaR Relativo / PIB

2009

5 106

5 231

125

2,4%

0,07%

2009

5 076

5 217

141

2,8%

0,08%

EUR milhões Carteira / Benchmark

CaR DA CARTEIRA E DO BENCHMARK PARA 2009 E 2010(para um intervalo de confiança de 95%)

2010

5 329

5 849

520

9,8%

0,30%

2010

5 244

5 832

588

11,2%

0,34%

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

8CaR - Cost-at-Risk

A estimativa do CaR da carteira de dívida toma como ponto de partida a posição da carteira e do

benchmark no início do período em análise.

Em 2007, o IGCP adoptou um modelo multifactorial para o apuramento do CaR. A escolha recaiu sobre o

modelo de Nelson e Siegel (1987) incorporando a dinamização proposta em Diebold e Li (2006). A

metodologia seguida na implementação deste modelo foi detalhada na Caixa – MODELO DE GERAÇÃO

DE CENÁRIOS DE TAXA DE JURO, do relatório anual de 2007.

Tendo por base, para a previsão das necessidades de financiamento, o cenário do Programa de 9Estabilidade e Crescimento para o período 2008-2011 ; a estratégia de financiamento de referência

10aprovada pela tutela, aplicada às duas carteiras ; e o conjunto de cenários para a dinâmica da curva de 11rendimentos simulados através do modelo descrito, a estimativa do CaR resultante da simulação da

dinâmica da carteira e das yields no tempo, é a seguinte:

8 O CaR (Cost at Risk) constitui um indicador de risco orçamental, cujo acompanhamento está previsto nas guidelines. O IGCP desenvolveu em

2002 um modelo de estimação deste indicador, cujo enquadramento teórico e características foram apresentados no Relatório de Gestão da

Dívida Pública de 2002. Trata-se de um estimador estatístico do custo cash-flow da dívida que pretende medir a variação máxima desse custo

num horizonte temporal definido. Este indicador é apresentado sob duas formas: o CaR absoluto representa o valor máximo que o custo cash-flow

pode atingir com uma certa probabilidade; o CaR relativo reflecte o desvio máximo desse custo face ao seu valor esperado.9 Actualização de Janeiro de 2009.

10 Esta opção deve-se ao facto de a carteira, para além das operações de financiamento, contratar ainda operações de derivados para ajustar o

seu perfil de risco ao do benchmark, pelo que em última análise o seu custo depende significativamente da estratégia de financiamento do

benchmark.11

Apurado numa base de Contas Nacionais.

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Gestão do Risco

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

De acordo com o CaR absoluto estimado, o valor esperado dos encargos com a carteira para 2009 é de

EUR 5 106 milhões e existirá uma probabilidade de apenas 5 por cento de esse valor vir a exceder

EUR 5 231 milhões. O CaR relativo, para o mesmo nível de significância, é de EUR 125 milhões.

Em termos relativos, por comparação com o PIB, pode concluir-se que a probabilidade de, em 2009, por

via da variação das taxas de juro, o rácio do défice orçamental sobre o PIB vir a agravar-se em mais de

0,07 pontos percentuais é inferior a 5 por cento.

Para avaliar o grau de dispersão da distribuição do custo e permitir adquirir alguma sensibilidade ao

impacto dos casos extremos, calcularam-se igualmente valores para o custo potencial em função do

intervalo de confiança escolhido.

EUR milhões

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DO CaR DA CARTEIRA PARA 2009

Custo Esperado

CaR Absoluto

CaR Relativo

CaR Relativo / Custo Esperado

CaR Relativo / PIB

5 106

5 265

159

3,1%

0,09%

5 106

5 204

97

1,9%

0,06%

5 106

5 169

63

1,2%

0,04%

Intervalo de confiança

Contas Nacionais 99% 90% 80%

O gráfico seguinte apresenta a evolução do rácio CaR relativo / custo esperado até 2013.

CaR RELATIVO / CUSTO ESPERADO(para um intervalo de confiança de 95%)

% Contas Nacionais

Carteira Benchmark

2008 2009 2010 2011 20120

5

10

15

20

25

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111

Gestão do Risco

Risco de taxa de juro

PERFIL DE REFINANCIAMENTO DA CARTEIRA E DO BENCHMARKPerfil de refinanciamento no final de 2008

% da carteira a vencer

+10A

Carteira Benchmark

A 12 duração modificada da carteira de dívida situava-se no final de 2008 em 3,8 o que representa uma

subida acentuada face aos 2,71 registados no final do ano anterior. Entre Janeiro e Setembro, a duração

modificada da carteira oscilou entre -0,09 e +0,09 em relação à duração da carteira de referência,

mantendo-se portanto neste período dentro dos limites definidos pelas Normas Orientadoras: [-0,5;+0,75].

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Risco de refinanciamento

A gestão da carteira de dívida pública tem em consideração, para além de variáveis de mercado

(negociabilidade, liquidez, manutenção de uma curva benchmark da República, entre outros), o controlo

do perfil de refinanciamento, no sentido de evitar excessivas concentrações de amortizações que possam

vir a onerar, no futuro, o custo de financiamento da carteira.

Os limites absolutos impostos à percentagem da carteira a vencer num prazo de 12 meses, 24 meses e 36

meses são, respectivamente, 25 por cento, 40 por cento e 50 por cento. No final de 2008, a carteira e o

benchmark apresentavam o seguinte perfil de refinanciamento:

0

5

10

15

20

25

12 A duração modificada mede a elasticidade do valor de mercado da carteira à variação das taxas de mercado.

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112

Gestão do Risco

No último trimestre de 2008, o cancelamento de swaps (contratados predominantemente para cobrir as

emissões de longo prazo) nas maturidades dos 10 e 30 anos – medida tomada para reduzir o risco de

crédito e como aposta estratégica de fazer o lock-on das taxas a 30 anos a um nível inferior ao da

colocação inicial desta dívida – esteve na origem do aumento da duração da carteira, permitida pelo

facto do seu limite superior ter sido suspenso, como se referiu anteriormente. O diferencial de duração

entre carteira e benchmark era no final de 2008 de +1,13 (anos).

O posicionamento longo da carteira (versus benchmark) nas maturidades mais longas (sobretudo no

bucket dos 10 e 30 anos) associado à descida acentuada das taxas observada nessas maturidades no final

de 2008 traduziu-se numa performance relativa negativa da carteira (versus benchmark) de 37,7 pontos

base, no ano de 2008.

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Intervalo definido pelos limites fixados nas Guidelines

Dez

97

DURAÇÃO MODIFICADA DA CARTEIRA

Duração modificada da carteira

Jun 9

9

Jun 0

0

Jun 0

1

Jun 0

2

Jun 0

3

Jun 0

4

Jun 0

5

Jun 0

6

Jun 0

7

Jun 0

8

Dez

98

Dez

99

Dez

00

Dez

01

Dez

02

Dez

03

Dez

04

Dez

05

Dez

06

Dez

07

Dez

08

Jun 9

8

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

SWAPS CANCELADOS PELA CARTEIRA(Valor Nocional, EUR milhões)

5 anos

10 anos

15 anos

30 anos

Total

20 920

16 450

9 330

6 161

52 861

2 900

3 710

400

5 711

12 721

Bucket Outstanding swaps em 30/09/2008 Swaps cancelados no 4º Trim. 2008

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113

Gestão do Risco

Numa perspectiva de que o risco relevante é o risco cash-flow, ou seja, o grau de sensibilidade dos

encargos da dívida (e não do valor de mercado da carteira) à volatilidade das taxas de juro, as guidelines 13estabelecem também limites aos desvios do perfil de refixing da carteira face ao benchmark .

A percentagem do valor nominal da carteira a refixar ou a vencer num prazo de 12 meses, 24 meses e 36

meses não poderá afastar-se dos correspondentes valores do benchmark em mais do que,

respectivamente, 10 por cento, 15 por cento e 20 por cento. Ao longo de todo o ano estes limites foram

respeitados, ainda que se encontrem actualmente suspensos como se mencionou anteriormente. No

final de 2008, a carteira e o benchmark apresentavam o seguinte perfil de refixing:

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

13 O perfil de refixing reflecte a distribuição no tempo, em valor nominal, dos momentos de (re)fixação do custo da dívida.

PERFIL E REFIXINGS DA CARTEIRA E DO BENCHMARKPerfil de refixing no final de 2008

% da carteira a refixar

+10A

Carteira Benchmark

0

5

10

15

20

25

Risco de taxa de câmbio

No final 2008, e tal como se tem verificado nos últimos anos, a exposição cambial líquida da carteira,

após swaps, era nula.

A exposição cambial primária (não incluindo operações de cobertura) representava, no final do ano, 1,0

por cento do total da carteira, valor largamente inferior ao limite de 20 por cento fixado nas guidelines.

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114

Gestão do Risco

Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008

Risco de crédito

A 14 assunção de risco de crédito por parte da República decorre da contratação de operações com

instrumentos derivados, repos e aplicações no mercado monetário.

As Normas Orientadoras contemplam um limite global máximo para a exposição total a risco de crédito

decorrente de operações com instrumentos derivados, correspondente a 3 por cento do saldo vivo da

carteira de dívida total, e definem ainda os critérios a seguir na selecção e classificação de contrapartes,

os limites individuais que lhes são atribuídos (conforme o tipo de operação em causa) e os métodos de

avaliação da exposição.

A lista de contrapartes para transacções que envolvam risco de crédito é actualmente composta por 22

instituições financeiras com contratos ISDA assinados, das quais 10 já assinaram também o CSA para a

colateralização das transacções de derivados.

Como se pode ver no gráfico, ao longo de 2008, a exposição a risco de crédito da carteira de derivados

manteve-se sempre abaixo do limite global estabelecido, graças às medidas tomadas para o controlar e

reduzir. Para além das já referidas, fez-se também uso, sempre que possível, da faculdade das avaliações

extraordinárias previstas nos CSA/ISDA para pedir reforço do colateral.

14 O risco de crédito associado a cada contrato é avaliado utilizando uma metodologia que contempla duas componentes: o seu valor de

mercado actual, que representa o valor de substituição da transacção e um Add-On, que pretende estimar a variação potencial desse valor no

futuro.

EUR milhões %

RISCO DE CRÉDITO - COMPONENTES

Valor de mercado Add-on Valor de mercado Colateral % limite ocupado

Jan 0

7

Fev

07

Mar

07

Abr

07

Mai

07

Jun 0

7

Jul 07

Ago 0

7

Set

07

Out

07

Nov

07

Dez

07

-250

-150

-50

50

150

250

350

450

550

650

750

850

950

10

15

20

25

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Gestão do Risco

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464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320339802764386529106438761122987655087383766433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433984647989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203980276438652910643876112298765508738376647989654339872968769367389487810887638298253720825866432039802764386529106438761738376647989654339872968769367389487810887637989654339872968769367389487810887638298253720826576586643203398027643865291064387611229876550873837664339872968769367389487810887638298253720825866432039802764687693673894878108876379896543398464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876936738948781088763829825372082586643203980276438652910643876173837664798965433987296876936738948781088763798965433987296876936738948781088763829828664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398729687693673894878108876382982537208265765866432033980276438652910643876112298765508738376643398729687693673894878108876382982537208258664320398027643865291064387617383766479896543398729687693673894878108876379896543398464798965433987296876936738948781088763829825372082657658664320398027643865291064387611229876550873837664798965433987296876


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