+ All Categories
Home > Documents > O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho...

O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho...

Date post: 26-Mar-2020
Category:
Upload: others
View: 0 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
31
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC BRUNA HIGINO DE SOUZA SILVA O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura MACEIÓ-AL 2017/2
Transcript
Page 1: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

BRUNA HIGINO DE SOUZA SILVA

O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura

MACEIÓ-AL

2017/2

Page 2: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

BRUNA HIGINO DE SOUZA SILVA

O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do Professor Dr. Saulo de Tarso Gusmão da Silva.

MACEIÓ -AL 2017/2

Page 3: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento
Page 4: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

BRUNA HIGINO DE SOUZA SILVA

O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do Professor Dr. Saulo de Tarso Gusmão da Silva.

APROVADO EM: 09/08/2017

Prof. Dr. Saulo de Tarso Gusmão da Silva

BANCA EXAMINADORA

Prof. Msc. Marcelo Araújo da Silva

Profa. Dra. Gildeni Maria Nascimento de Aguiar

Page 5: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ser o meu maior guia, que permitiu que este momento

fosse vivido por mim, proporcionando alegria aos meus pais e a todos que

contribuíram para a realização deste trabalho.

Agradeço aos meus familiares, em especial meus pais, Norma Suelly e Bueno

Higino, por acreditarem, pelo amor, carinho e seus ensinamentos, e principalmente

por não medirem esforços para meus objetivos fossem atingidos.

Agradeço aos meus amigos, por serem meus parceiros e estarem do meu lado

em vários os momentos da vida. À Sandra Pimentel e Sophia Cavalcante por todo o

carinho e pelo auxílio direto na realização desse trabalho. Ao meu companheiro pela

proteção e afeição.

Agradeço à professora Msc. Raíssa Salgueiro por toda a sua atenção e

paciência. Ao meu orientador professor Dr. Saulo de Tarso por toda a direção,

confiança e crença na realização deste trabalho.

Obrigada à todos!

Page 6: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura THE RUMEN AS A HEALTH THERMOMETER: literature review

Bruna Higino de Souza Silva Graduanda do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac

[email protected] Saulo de Tarso Gusmão da Silva

Professor Dr. do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac [email protected]

RESUMO A avaliação ruminal permite a observação do funcionamento do organismo dos ruminantes como um todo, e tem se destacado a medida que a procura por proteína animal avança, além disso, as maiores exigências de mercado e do produtor em busca de resultados com um menor tempo, são fatores que justificam os estudos em espécies ruminantes. O compartimento fermentativo do sistema digestivo desses animais demonstra modificações a nível sistêmico, inclusive na identificação de predisposição de doenças. Devido à crescente mudança dietética em busca da eficiente produção, fez-se necessário o aprofundamento sobre as possíveis consequências. Desta forma, foi realizado um apanhado literário, através de artigos, teses e comunicações técnicas, para elaboração desta revisão literária. O ecossistema complexo do rúmen necessita de aspectos próprios para seu bom desempenho. A fisiologia ruminal diverge entre as espécies e os próprios indivíduos, além de ser influenciado diretamente pelas inúmeras dietas que podem ser submetidos, sendo o rúmen um órgão capaz de indicar o estado metabólico do animal. Os efeitos da modernização dos sistemas de produção de ruminantes sob a sanidade dos rebanhos, se não aplicados com cautela, podem causar prejuízos, o que traz a necessidade de utensílios para o monitoramento da saúde dos animais. O uso de parâmetros de comportamento ruminal como marcadores da saúde de rebanhos, aparece como uma ferramenta inovadora e promissora diante dos desafios atuais na produção de ruminantes. Desta forma, torna-se relevante o aprofundamento de estudos sobre de que maneira essas modificações afetam o animal e suas associações com as doenças metabólicas.

PALAVRAS-CHAVE: Distúrbios ruminais. Doenças metabólicas. Bem-estar animal. Produção animal. ABSTRACT The ruminal evaluation allows the observation of the functioning of the body of ruminants as a whole, and has stood out as the demand for animal protein advances, in addition, the greater requirements of market and the producer in search of results with a shorter time, are factors that justify studies on ruminant species. The fermentative compartment of the digestive system of these animals demonstrates changes at a systemic level, including in the identification of disease predisposition. Due to the increasing dietary change in search of the efficient production, it was necessary the deepening on the possible consequences. In this way, a literary survey was made, through articles, theses and technical communications, to elaborate this literary revision. The complex rumen ecosystem needs proper aspects for its good performance. Ruminal physiology diverges between species and the individuals themselves, in addition to being directly influenced by the numerous diets that can be submitted, the rumen being an organ capable of indicating the metabolic state of the animal. The effects of the modernization of systems of ruminant production under the health of herds, if not applied with caution, can cause damage, which brings the need for tools to monitor the health of animals. The use of ruminal behavior parameters as markers of herd health appears as an innovative and promising tool in the face of current challenges in ruminant production. In this way, it becomes relevant to deepen studies on how these modifications affect the animal and its associations with metabolic diseases.

KEYWORDS: Rumen disorders. Metabolic diseases. Animal welfare. Animal production.

Page 7: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

2 METODOLOGIA ...................................................................................................... 8

3.1 Variáveis que influenciam no processo de ruminação .................................... 9

3.2 Evidências de que mensurações de comportamento ruminal de vacas identifiquem animais com risco de doenças ........................................................ 11

3.3 Comportamento ruminal, estado metabólico e associações com doenças. 12

3.4 Tempo de ruminação como um indicador de bem-estar dos rebanhos ....... 14

3.5 Comportamento ruminal em diferentes espécies de ruminantes ................. 15

3.6 Objetivo do produtor em confronto as consequências ................................. 16

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 18

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19

Page 8: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

6

1 INTRODUÇÃO

A pecuária passou por fortes modificações nos últimos anos. O crescente

avanço na economia mundial de alimentos provenientes de animais gerou uma alta

na produção pecuária acompanhado pelo avanço da tecnologia (DE TARSO;

OLIVEIRA; AFONSO, 2016), porém, para que se atinja a demanda de produtos de

origem animal projetada para o futuro, faz-se necessário que a produção pecuária

existente duplique (DELGADO et al., 2001; ALEXANDROS; BRUINSMA, 2012;

GEROSA; SKOET, 2012).

De 1950 para o início do ano de 2017 a população mundial cresceu de 2,5

bilhões para 7,6 bilhões e avança diariamente, respectivamente o rebanho de

ruminantes atingiu no ano de 2014 3,3 bilhões, onde 1,43 são bovinos e 1,87 bilhões

correspondem aos ovinos e caprinos (ROBINSON et al., 2014; ONU, 2017).

22,5% da população consome proteína animal oriunda de bovinos

(BRADESCO, 2017) e os países que mais se destacam na produção da mesma são

os Estados Unidos com 19,2%, o Brasil com 13,2%, a União Européia com 13,0% e a

China com 11,5% (USDA, 2009; BRADESCO, 2017). Além disso, a produção de

ruminantes coopera com 40% do valor mundial da manufaturação da economia

pecuária, o que serve de auxílio para muitas famílias. O setor pecuário é uma das

partes de mais rápido crescimento do campo agrário. No geral, a pecuária tornou-se

uma tarefa de variadas funções (FAO/AIEA, 2005).

No ano de 1991, foi observado a melhora na criação de ruminantes nos países

em desenvolvimento diante do uso da biotecnologia na nutrição se interligado aos

alimentos acessíveis, as condições climatológicas e ao ecossistema. Constatou-se

cinco ideais que auxiliaram no avanço da produção, o manuseio do produto base

alimentar, erradicação de enfermidades, manejo da fisiologia e metabolismo do trato

gastrintestinal, manuseio qualificado da ração, e manipulação da digestibilidade dos

alimentos antes do consumo (LENG, 1991; FAO/AIEA, 2005).

A particularidade do sistema digestivo do animal ruminante através dos quatro

compartimentos estomacais, rúmen, retículo, omaso e abomaso, e capacidade de

digestão fermentativa pré-gástrica do rúmen através de seu fardo microbiológico, faz

este tipo de herbívoro alimentar-se de forma eficiente de celulose, o que evita uma

competição obrigatória pelos meios de sobrevivência com o homem (WHITE, 2006;

BERCHIELLI; PIRES; OLIVEIRA, 2006).

Page 9: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

7

Evoluções e adequações aconteceram por séculos nos ruminantes e com isso,

mudanças de dietas ricas em concentrado e pouca fibra, surgem e causam mudanças

fisiológicas na digestão e conduta alimentar (DE TARSO; OLIVEIRA; AFONSO, 2016).

A circunstância imposta salienta que uma dieta de alto teor de concentrado por um

período longo gera consequências nas células que constituem o epitélio ruminal

(STEELE et al., 2011).

Modificações no manejo alimentar, principalmente de forma abrupta, podem

aumentar a chance de doenças relacionadas ao rúmen e/ou metabólicas, podendo

também ocasionar danos bruscos a longo prazo, relacionados as adaptações

evolutivas do trato gastrintestinal (CLAUSS; LECHNER-DOLL; STREICH, 2003; DE

TARSO; OLIVEIRA; AFONSO, 2016). Métodos inovadores de detecção do

comportamento do rúmen podem presumir futuras doenças e também o bem estar

dos rebanhos (ALMEIDA et al., 2008; CALAMARI et al., 2014; KAUFMAN et al., 2016).

A ruminação é um ciclo essencial composto pela mastigação, deglutição,

regurgitação e remastigação, processo que pode ser modificado e intervido de modo

multifatorial através, por exemplo, de doenças intecorrentes, estresse ou erros de

manejo (WELCH; SMITH, 1970; WELCH, 1982; BEAUCHEMIN, 1991; GRANT;

HANSEN et al., 2003; HERSKIN; MUNKSGAARD; LADEWIG, 2004; ALBRIGHT,

2006). Estes fatores são capazes de ocasionar variações metabólicas (DE TARSO,

2017) como consequência, que podem levar a dimunição do fluxo da corrente

sanguínea que alimenta o epitélio ruminal e a redução da taxa de digestão (HALES et

al., 1984; SILANIKOVE, 1992; SORIANI; PANELLA; CALAMARI, 2013).

Alimentação baseada em fibras de tamanho apropriado intensificam o processo

de ruminação e estimulam a produção de saliva, o que ocasiona o tamponamento e a

degradação do conteúdo presente no rúmen, que preserva ideais condições para

formação de bactérias degradadoras de celulose e protozoários (CASALI, 2013). Esse

processo ocorre também para preservar o pH do rúmen, a ruminação e taxa de

passagem (turnover ruminal), e a reabsorção do nitrogênio pelo ciclo da uréia

(DIRKSEN; GRUNDER; STOBER, 1993; CALAMARI et al., 2014). Esse

funcionamento acontece por cerca de oito horas ao dia, de forma fracionada, com

episódios de cerca de cinquenta segundos de duração para gerar um ciclo completo,

que pode sofrer variações (FRASER, 1980; VAN SOEST, 1994).

Em situações de resíduos indigestíveis, que representam a fração incapaz de

ser aproveitada pelos sistemas microbianos enzimáticos do rúmen (MERTENS, 1993),

Page 10: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

8

os movimentos ruminoreticulares junto a ruminação promovem a renovação ruminal,

do contrário, o acúmulo residual causaria uma compactação no órgão. Como

consequência, ocorreria diminuição no tempo de ruminação, que originaria uma queda

da ingestão da matéria seca e posteriormente a redução do ganho de peso e produção

(VAN SOEST, 1994; MOALLEM et al., 2010). Circunstâncias como essas acontecem

principalmente em vacas de produção leiteira durante seu período de transição, que

acarreta na redução a longo prazo da ingestão de matéria seca e em um balanço

energético negativo (BEN) severo (DRAKLEY, 1999; CALAMARI et al., 2014;

KAUFMAN et al., 2016).

Em pequenos ruminantes a prolificidade torna superior o risco de desequilíbrio

energético no período de transição, além de um espaço físico limitado no abdomên

ocupado pelo(s) feto(s), que reduz a ingestão de matéria seca a qual junto com o

fornecimento de alto teor de concentrado limita e diminui a ruminação (LINKLATER;

SMITH, 2000; HANSEN et al., 2003; SMITH; SHERMAN, 2009).

A busca pelo entendimento sobre o comportamento ruminal tem ganhado

destaque devido as associações com a saúde animal. Métodos preventivos e de

identificação de animais doentes no rebanho são alvos de investimento em pesquisa

(WEARY et al., 2009). A indicação de que o desempenho da ruminação pode ser um

indicador promissor das condições metabólicas (DE TARSO, 2017), trouxe novos

métodos para medir e avaliar o desempenho do rebanho focado no comportamento

alimentar em ruminantes (SORIANI; TREVISI; CALAMARI, 2012).

A diminuição da dinâmica ruminal deve ser considerada um sinal objetivo e

importante que o ruminante demonstra em qualquer situação de anormalidade. O

monitoramento da ruminação passa a ser uma medida essencial por demonstrar

modificações de extrema importância que ocorrem no rúmen e que acarretara na

diminuição da produção (SORIANI; TREVISI; CALAMARI, 2012). Desta forma, torna-

se relevante aprofundar estudos sobre de que maneira essa mudança afeta e sua

associação com as doenças metabólicas.

2 METODOLOGIA

Realizou-se uma revisão de literatura, na qual se baseou na compreensão

adquirida através de consultas em livros, artigos científicos recentes, manuscritos de

referência sobre o tema, monografias e teses, além de pesquisas em bases de dados

Page 11: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

9

como: Scielo, ScienceDirect, Pubmed e Google Acadêmico, a respeito do tema

levantado com o uso de descritores.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Variáveis que influenciam no processo de ruminação

O rúmen dispõe de aspectos próprios para o seu bom funcionamento, o que o

torna um ambiente anaeróbico favorável ao crescimento da flora microbiana

(TEIXEIRA, 1991). A temperatura ruminal possui uma média entre 38ºC e 42ºC

conservada através de meios homeotérmicos regulados pelo organismo. O pH é

variável de acordo com a dieta consumida, duração de exposição e regularidade de

fornecimento, que deve estar entre 6,6 e 7,4. A quantidade de saliva produzida pode

prejudicar a capacidade tampão da câmara fermentativa, assim como a presença de

oxigênio e água. A microbiota ruminal é demasiadamente complexa e pode ser

alterada por diversos fatores intra ou extra ruminais (MCDOUGALL, 1948; HUNGATE,

1966; VAN SOEST, 1982; TEIXEIRA, 1991).

O sistema nervoso simpático (SNS), involuntário, coordena o movimento do

rúmen-retículo, e o sistema nervoso parassimpático (SNP), voluntário, coordenam o

retículo-rúmen. O suprimento nervoso proveniente do SNS forma o nervo esplênico,

formado por infinitas fibras, que podem interromper o movimento ruminal, mas com a

atuação de pouca relevância se comparado ao SNP, que ocorre por intermédio do

nervo vago (CONSTABLE; HOFFSIS; RINGS, 1990; LEEK, 1996; RADOSTITS et al.,

2002).

O centro gástrico sofre estimulação por meio da tensão e mastigação, e

modificações são capazes de alterar a motilidade ruminoreticular. Febre, dor,

distensão ruminal e acréscimo na aglomeração dos ácidos graxos voláteis (AGV’s),

são os principais impulsos dominadores das depressões relacionadas ao centro

gástrico (LEEK, 1996; HERDT, 1999; RADOSTITS et al., 2002). Entretanto

enfermidades ligadas ao abomaso, efeitos colaterais e adversos de medicamentos

depressores, hiperglicemia e controle hormonal também são capazes de gerar a

redução da motilidade do rumenreticulo (LEEK, 1996; CONSTABLE; HOFFSIS;

RINGS, 1990; RADOSTITS et al., 2002).

Page 12: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

10

A dor tem relação direta com a baixa ou ausência da motilidade da câmara

fermentativa e interfere na ação do centro gástrico através da ativação do nervo

esplênico motor pelo SNS. A rusticidade e resistência dos ruminantes faz com que

demonstrem a dor somente com indícios concomitantes de anorexia e queda da

motilidade do rúmen, retículo e omaso. As prostaglandinas são responsáveis pela

expansão dolorosa tanto de forma focal quanto generalizada. Os mecanismos que

independem as prostaglandinas ainda não são coerentes (CONSTABLE; HOFFSIS;

RINGS, 1990; RADOSTITS et al., 2002).

Acrescenta-se também que a atonia ruminal está associada à endotoxemia

recorrente, febre, anorexia, que acontece devido a um mecanismo associado a

prostaglandina que atenua-se pela administração de anti-inflamatórios não esteroides

(AINE’s). Drogas anestésicas no geral que atuam no SNC são depressoras do

movimento reticuloruminal, a ação desse sistema se amplia quando há a presença de

endotoxinas na corrente sanguínea e atuação de receptores Alfa-2 adrenérgicos

devido a ligação direta com o centro gástrico (EADES, 1997; RADOSTITS et al.,

2002).

Sob o mesmo ponto de vista, a ingestão de alimentos com baixos teores de

fibra e ricos em água, promovem uma redução na tensão muscular ruminoreticular

que interfere negativamente na dinâmica dos mesmos. No caso de alimentos fibrosos

adquire-se uma tensão muscular mais apropriada que acarreta em uma resposta

favorável a motilidade (LEEK, 1996; EADES, 1997; HERDT, 1999; RADOSTITS et al.,

2002).

A distensão parcial ou completa do rúmen desempenha uma consequência

inibitória na taxa de passagem ruminal. Este mecanismo ocorre possivelmente devido

o acionamento constante dos receptores epiteliais, situados nos pilares ruminais e

papilas reticulares no saco cranial de alto limiar mecânico. A indigestão vagal se

encaixa como um exemplo importante desta inibição. Nestes casos, a lesão nervosa

causa retenção de conteúdo no interior do rúmen e concomitantemente a atonia do

órgão (RADOSTITS et al., 2002). Da mesma forma, o pH ruminal abaixo de 5 implica

diretamente na concentração de ácidos graxos voláteis (AGVs). Estes ácidos

interferem no funcionamento do rúmen quando são diluídos em meio ao fluído ruminal,

sendo identificados pelos receptores epiteliais que bloqueiam impulsos para o centro

gástrico. A acidez causada pelo acúmulo de ácido láctico gera altos coeficientes de

AGV’s não dissociados que resulta na atonia do rúmen. A acidez a nível sanguíneo

Page 13: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

11

não interfere tão severamente na motilidade, apesar de contribuir com sua redução

(EADES, 1997; HERDT, 1999; TEIXEIRA, 2001; RADOSTITS et al., 2002; DE

TARSO, 2017).

Enfermidades relacionadas ao abomaso, influenciam também na dinâmica dos

pré-estômagos. Distensão, compactação, torção ou deslocamento são fatores de

diminuição da motilidade, de forma que os receptores de tensão do abomaso os

identificam e refletem na queda de motilidade do rúmen (RADOSTITS et al., 2002; DE

TARSO, 2017).

Pesquisadores argumentam que o mau funcionamento ruminal acarreta em

uma inflamação sistêmica que favorece o aparecimento de demais distúrbios como

laminite, hipocalcemia, retenção de placenta, metrite e cetose (PLAIZIER et al.,

2008; AMETAJ; ZEBELI; IQBAL, 2010; PLAIZIER et al., 2012; ZEBELI; METZLER-

ZEBELI, 2012; BRADFORD et al., 2015).

A privação de água, desequilíbrio eletrolítico e hiperglicemia alteram o

mecanismo do rúmen-retículo, assim como a ação das bactérias celulolíticas na

degradação do alimento. Adicionalmente, bactérias que degradam a celulose exercem

influência no mecanismo ruminal e na entrada e saída de alimentos. Os ruminantes

devem ingerir entre 10 e 15% de água para assegurar a boa atividade do trato

gastrintestinal. Alimentos fermentativos proporcionam um aumento na produção de

propionato que afeta a motilidade reticular (EADES, 1997; RADOSTITS et al., 2002).

3.2 Evidências de que mensurações de comportamento ruminal de vacas

identifiquem animais com risco de doenças

O rúmen exerce uma função essencial na digestão assim como também no

feedback imunitário e no bem estar do animal. O funcionamento ruminal passa a ser

preocupante quando a troca mútua de benefícios da câmara fermentativa

desequilibra, devido a interferência na harmonia da via sistêmica do organismo

(ZEBELI; METZLER-ZEBELI, 2012). O ecossistema e a camada de revestimento do

rúmen é extremamente importante para saúde dos ruminantes pela capacidade de

proteger o órgão de deparadas condições desfavoráveis (CHEN; OBA; GUAN, 2012;

HOLLMANN, 2013).

Indícios progressivos demonstram que doenças ou até mesmo a predisposição

a elas, podem ser percebidas através da maneira que o animal age, ou seja, pelo seu

Page 14: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

12

comportamento em geral, sobretudo o alimentar (WEARY et al., 2009). A sanidade de

um ruminante interfere diretamente no ato de se alimentar e como consequência, na

atuação do rúmen. Algumas doenças são exacerbadamente mais dolorosas e

estressantes para o animal, o que gera dificuldade ao se alimentar e em muitas

situações, inapetência, circunstâncias as quais proporcionam mudanças prejudiciais

ao funcionamento do sistema digestório (GONZÁLEZ et al., 2008).

Hipóteses relacionadas a interferência ruminal na verificação de doenças se

fortificam diante de pesquisas, nas quais relatam que bovinos fêmeas com infecções

uterinas brandas ou graves tiveram diminuição na ingestão de alimentos se

comparados as sadias (HUZZEY et al., 2007), entre outras evidências, como a

redução da ruminação durante o período pré e pós-parto (CALAMARI et al., 2014). A

monitoração do rúmen permite também a identificação de animais predisponentes ao

desenvolvimento de desordens ruminais. A avaliação ruminal, especificadamente,

pode e deve ser utilizada como um importante identificador de sanidade do rebanho

(KRAUSE; OETZEL, 2006; CALAMARI et al., 2014).

Novas tecnologias não somente permitem a detecção de doenças através da

análise comportamental do rúmen como também o monitoramento em geral do

animal, o que permite a prevenção de possíveis distúrbios nos rebanhos. Tecnologias

como a aferição da temperatura retículo-ruminal, possibilitam de forma eficiente a

constatação do estro e do parto em vacas, um sistema de uso intraruminal vantajoso

por não ser invasivo (COOPER-PRADO et al., 2011; SUTHAR et al., 2012). Esta

técnica permite uma menor utilização de mão de obra e diminuição das chances de

perda do aparelho de aferição (LAMMOGLIA et al., 1997; SIEVERS et al., 2004;

BURFEIND et al., 2011).

Portanto, perturbações ruminais são multifatoriais prejudicando a digestão, o

metabolismo, a saúde, a performance e a produtividade das vacas, o que torna o este

cuidado mais essencial para um bom desempenho do animal (ZEBELI, 2015).

3.3 Comportamento ruminal, estado metabólico e associações com doenças

Além do rúmen, mais especificadamente sua microbiota e seu epitélio de

revestimento, ser um influenciador na digestão, ele interfere diretamente nas funções

moduladoras do sistema imune e na sanidade do animal (ZEBELI; METZLER-ZEBELI,

2012). No momento em que a simbiose do ecossistema ruminal sofre alteração, ocorre

Page 15: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

13

uma instabilidade nos componentes da corrente sanguínea provinda de seus

mecanismos homeostáticos (PLAIZIER et al., 2008; AMETAJ et al., 2010;

BRADFORD et al., 2015). O excesso de AGV’s e lactato no fluido ruminal também são

fatores modificadores do pH ruminal, o que implica no desequilíbrio ácido-base

(NAGARAJA; TITGEMEYER, 2007; KHAFIPOUR; KRAUSE; PLAIZIER,

2009; SALEEM et al., 2012).

A resposta imunológica inata se ativa através de elevados níveis de citocinas e

proteínas de fase aguda, caracterizando processos inflamatórios que são intimamente

relacionados a distúrbios ruminais (PLAIZIER et al., 2008; ZEBELI; METZLER-

ZEBELI, 2012). O desequilíbrio dos microrganismos presentes na câmara

fermentativa provoca uma série de modificações no metabolismo ruminal, o que causa

uma liberação de toxinas por todo o sistema digestório (ZEBELI; METZLER-ZEBELI,

2012), que se associam a instabilidade sistêmica (PLAIZIER et al., 2008; AMETAJ et

al., 2010; PLAIZIER et al., 2012).

A inconstância ruminal passou a ser uma das causas de inflamação sistêmica,

principalmente em vacas que passam pelo período de transição (CATALANI et al.,

2010; GRESSNER et al., 2013; GRAUGNARD et al., 2013; FARNEY et al., 2013), o

que amplia as chances do animal adquirir afecções digestórias como, acidose ruminal,

deslocamento de abomaso e timpanismo, além de casos de cetose e afecções

relacionadas ao sistema locomotor, como por exemplo a laminite (PLAIZIER et al.,

2008; ALMEIDA et al., 2008; BRADFORD et al., 2015).

O período de transição se destaca por ser o mais susceptível ao surgimento de

doenças. Sendo assim, a alta exigência energética em confronto com a diminuição do

espaço físico da fêmea bovina, juntamente com a abrupta produção de colostro e leite

são fatores determinantes a ocorrência de doenças (KIM; SUH, 2003; ESPOSITO et

al., 2014 (LACETERA et al., 2005; SORDILLO, 2005; OSPINA et al., 2010). Essas

enfermidades ainda se associam a baixa ingestão de matéria seca, o que expande o

balanço energético negativo (BEN) (PLAIZIER et al., 2008; DRACKLEY; CARDOSO,

2014).

Das ações fisiológicas, a regulação homeorrética transfere seu mecanismo

relacionado a reprodução para a formação láctea, o que torna a taxa de fertilidade

mais prejudicada quando referente as instabilidades alimentares (BUTLER; SMITH,

1989; LOPEZ; SATTER; WILTBANK, 2004; DOBSON et al., 2008; DRACKLEY;

CARDOSO, 2014). Em vacas, o BEN durante o período de lactação demonstrou

Page 16: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

14

retardar a reestruturação do útero assim como o desempenho da atividade ovariana

e sinais de estro (BUTLER; SMITH, 1989; DISKIN, 2003). A gravidade desse

fenômeno pode ser medida e avaliada, mesmo que de forma indireta, pelo escore

corporal (SCHRÖDER; STAUFENBIEL, 2006).

A associação do processo inflamatório com a sanidade do metabolismo

prejudicial a fertilidade no período de transição, pode também abranger a lipidose

hepática (AMETAJ, 2005; BRADFORD, 2009), há uma hipótese de que essa

aglomeração de lipídios no fígado é capaz de diminuir a capacitação dos hepatócitos

que interfere nos hormônios envolvidos na reprodução (RUKKWAMSUK; WENSING;

KRUIP, 1999; REYNOLDS et al., 2003).

Dessa forma, entende-se que além do funcionamento da digestão, a

modificação a nível ruminal afeta o estado metabólico, a sanidade do animal no geral

e principalmente a fertilidade do rebanho. A atenção à saúde do rúmen gera uma taxa

de reprodução com maior eficiência, principalmente durante o período de sensíveis

transformações de manejo, carga energética e hormonal, como o período de transição

(SCHRÖDER; STAUFENBIEL, 2006).

3.4 Tempo de ruminação como um indicador de bem-estar dos rebanhos

O ato de pastar dos ruminantes, sua ingestão de água, ócio, defecação,

micção, locomoção e ruminação são essenciais para o bem-estar (DE PAULA et al.,

2010). A microbiota ruminal e seu funcionamento espelham a alimentação, a idade,

as condições geográficas e a saúde do animal (PERS-KAMCZYC et al., 2011).

Mesmo com as características individuais de cada ruminante, suas variações

de dieta e o ambiente em que vivem, seu tempo de ruminação age como um dado

adicional eficiente (DE BOEVER et al., 1990). Hoje em dia, a tecnologia permite esse

acompanhamento através de monitores de som e de vibração (WATANABE et al.,

2008).

O tempo de ruminação é um indicativo utilizado como um meio de monitoração

de sanidade, estado nutricional e conforto, usado especialmente com maior frequência

em rebanhos leiteiros para prognosticar afecções metabólicas e precisar o momento

do parto (DE BOEVER et al., 1990; SORIANI; TREVISI; CALAMARI, 2012;

SCHIRMANN et al., 2013; SORIANI; PANELLA; CALAMARI, 2013). Estudos atuais

também relatam a importância da coleta de informações tanto do rebanho, quanto do

Page 17: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

15

indivíduo, e cita o tempo de ruminação como uma das principais informações (URTON

et al., 2005).

Leves modificações no funcionamento ruminal são habilitadas de fornecer

informações de doenças e lesões subclínicas, o que permite ações profiláticas. Tem-

se como exemplo inflamações uterinas, que diante o acompanhamento ruminal

podem ser previstas cerca de duas semana antes do animal manifestar algum sinal

clínico (HUZZEY et al., 2007). Além disso, a diminuição da ruminação junto a maior

atividade do rúmen podem demonstrar fêmeas bovinas no estro e são possíveis

detectores de cio silencioso (REITH; BRANDT; HOY, 2014). A temperatura reticulo-

ruminal e a ruminação também são capazes de prever distorcias (KOVÁCS et al.,

2017).

Ademais, a determinação do tempo de ruminação pode prover dados de

mudanças de pH e fermentação ruminal (SAUVANT, 2000). Avalizam também, que a

motilidade da câmara fermentativa amplia a absorção dos ácidos graxos de cadeia

curta, consequentemente favorecem o equilíbrio ácido-básico do conteúdo ruminal

(ALLEN, 1997).

Com base em uma diversidade de pesquisas, a monitoração da ruminação vem

a abranger e coletar informações cada vez mais amplas, o que destaca sua

importância na detecção de distúrbios metabólicos, digestivos e reprodutivos

(STANGAFERRO et al., 2016).

3.5 Comportamento ruminal em diferentes espécies de ruminantes

A conduta alimentar compreende a dieta, a seleção e ingestão de alimentos, e

a ruminação, condição influenciada pelo sistema de criação (JARRIGE et al., 1995). A

dieta seguida pelo animal segue como o fator influenciador de maior importância para

o funcionamento ruminal. As caraterísticas físicas e químicas dos alimentos podem

modificar e esclarecer o modo de deterioração e a eficácia ruminal, como exemplo

tem-se o volume e tamanho das partículas que interferem diretamente na taxa de

passagem do rúmen, a presença, população e crescimento microbiano (EHLE,

1984; MARTZ; BELYEA, 1986).

Espécies variadas de ruminantes possuem a degradação, atividade enzimática

e a fermentação ruminal distintas por seus hábitos e artifícios alimentares desiguais,

além de variações anatômicas e fisiológicas (BUENO et al., 2015). Pequenos

Page 18: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

16

ruminantes têm um rúmen menor, omaso mais desenvolvido e intestino grosso maior

se comparado a grandes ruminantes, o que faz com que a permanência de conteúdo

ruminal seja reduzida e a taxa de passagem seja maior em ovinos e caprinos (VAN

SOEST, 1994).

Devido a taxa de permanência das partículas alimentares na câmara

fermentativa, as cabras possuem uma frequência alimentar e ruminação um pouco

distintas dos bovinos (CARVALHO; CANTO; MORAES, 2004). Outras pesquisas

exemplificam que a microbiota ruminal, mais especificadamente o número de

bactérias ruminais totais de ovinos é superior se comparado aos bubalinos (PRASAD;

PRADHAN, 1990). Já os bubalinos diferentemente dos bovinos, têm maior atividade

de bactérias degradadoras de celulose, consequentemente um proveito maior de

dietas fibrosas e uma quantidade maior de protozoários, além do pH mais básico

devido a maior salivação (SIVKOVA; TRUFCHEV; VARLIAKOV, 1997, TEWATIA;

BHATIA, 1998).

O comportamento alimentar dos ruminantes podem também ser interferidos por

fatores como idade, peso, estado fisiológico e nível de exigência de produção

(ALBRIGHT, 1993; JARRIGE et al., 1995), porém modificações de maior ênfase são

ressaltadas na conduta alimentar entre ruminantes da própria espécie se confrontados

com outras espécies (DULPHY; CARLE; DEMARQUILLY, 1990).

3.6 Objetivo do produtor em confronto as consequências

A modernização dos mercados e a globalização fez com que a demanda por

proteína animal se eleve, surgindo assim, a busca pela produção animal em um tempo

cada vez menor. A modificação da dieta passa a ser o método de se atingir esse

objetivo, e como maior consequência, os ruminantes assumem uma responsabilidade

de se adaptarem a essa realidade e evoluírem rapidamente (DE TARSO; OLIVEIRA;

AFONSO, 2016).

Inovações tecnológicas são necessárias para acompanhar a chegada de

métodos alimentares modernos. Por exemplo, o processamento de grãos e seus

procedimentos mecânicos e térmicos, que buscam a diminuição dos distúrbios

metabólicos nos ruminantes ocasionados pela mudança de hábito alimentar

(DECKARDT; KHOL-PARISINI; ZEBELI, 2013; HUMER; ZEBELI, 2017). Por outro

lado, o investimento pela tentativa da diminuição de enfermidades parece ser um

Page 19: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

17

objetivo de menor importância do que a conversão alimentar eficiente dos animais de

produção.

Para os ruminantes, a ingestão de fibra passa a ser essencial para o bom

funcionamento do sistema digestivo, mais especificadamente o rúmen, que estimula

alguns fatores como estratificação ruminal, taxa de passagem, tempo de ruminação,

digestibilidade da fibra, além da estabilidade do pH (VAN SOEST, 1994; NRC, 2001;

ZEBELI et al., 2006). A alimentação equilibrada e adequada às espécies ruminantes,

sua finalidade produtiva e faixa etária, atuam de forma positiva no desenvolvimento

do sistema imune, onde a carência ou exagero de nutrientes influenciam diretamente

na formação e função de células pertencentes a esse sistema (KELLEY, 2001).

Na mais recente tarefa de atingir dietas de alto ganho de peso, produtores e

profissionais desprezam o uso de aditivos, ajuste e adaptação dos animais frente aos

novos alimentos, o que predispõe ainda mais desordens metabólicas que muitas

vezes podem passar despercebidas visualmente (SILVA, 2009).

Problemas como acidose ruminal subclínica e clínica, ruminites, cetose,

hipocalcemia, abscessos hepáticos, timpanismo, enterotoxemia, laminite, botulismo e

intoxicação por uréia são frequentes em animais expostos a dietas desbalanceadas

(SOUZA; BOIN, 2002; KRAUSE; OETZEL, 2006; MACEDO et al., 2010; ALLART et

al., 2013).

As grandes mudanças na dieta de ruminantes feitas durante as últimas

décadas, com objetivos de aumento de produção tem aumentado o risco de doenças

metabólicas. Entretanto, a diminuição dos níveis de fibra nas dietas tem forçado uma

adaptação por mudanças evolutivas no sistema digestório que se tornam

preocupantes. Portanto, os conhecimentos sobre morfologia, fisiologia, nutrição e

evolução devem ser considerados para obter a devida eficiência em sistemas

produtivos modernos (DE TARSO; OLIVEIRA; AFONSO, 2016).

Page 20: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

18

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O rúmen funciona como reflexo do organismo dos ruminantes, demonstrando

através do seu funcionamento, um desencadeamento de modificações provocadas

por fatores multifatoriais. O conhecimento da fisiologia ruminal em correlação com as

enfermidades provindas de distúrbios digestivos passa a ser fundamental para

sanidade animal e seu desempenho produtivo.

A busca pela proteína animal está totalmente interligada ao bem estar do

rebanho e modificações dietéticas em prol desse objetivo, provocam um desequilíbrio

sistêmico que deve ser levado em consideração. O comportamento do rúmen é um

forte indicador da saúde do plantel, e meios tecnológicos de avaliação desse

compartimento surgem facilitando o alcance dos objetivos produtivos. Os efeitos da

modernização dos sistemas de produção de ruminantes sob a sanidade dos rebanhos

podem ser devastadores, trazendo uma necessidade de ferramentas de

monitoramento da saúde dos animais. Portanto, o uso de parâmetros de

comportamento ruminal como marcadores da saúde de rebanhos, aparece como uma

ferramenta inovadora e promissora diante dos desafios atuais na produção de

ruminantes.

Page 21: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

19

REFERÊNCIAS ALBRIGHT, J. L. Feeding behavior of dairy cattle. Journal of Dairy Science, vol. 76, p. 485-498, 1993.

ALEXANDRATOS, N.; BRUINSMA, J. World agriculture towards 2030 / 2050 the 2012 revision. Food Agriculture Organization of United States Nations, 2012.

ALLART, J. G. et al. Predisposing factors and prevention of Clostridium perfringens-associated enteritis. Comparative immunology, microbiology and infectious diseases, vol. 36, p. 449-464, 2013.

ALLEN, M., S. Relação entre a produção de ácido de fermentação no rúmen e a exigência de fibra fisicamente efetiva. Journal of Dairy Science, vol. 80, p.1447-1462, 1997.

ALMEIDA, P. E. et al. Depressed DHEA and increased sickness response behaviors in lame dairy cows with inflammatory foot lesions. Domestic Animal Endocrinology, vol. 34, p.89–99, 2008.

AMETAJ, B. N.; ZEBELI, Q.; IQBAL, S. Nutrition, microbiota, and endotoxin-related diseases in dairy cows. Revista Brasileira de Zootecnia, vol. 39, p. 434–444, 2010.

AMETAJ, B. N. et al. Metabolomics reveals unhealthy alterations in rumen metabolism with increased proportion of cereal grain in the diet of dairy cows. Metabolomics, vol. 6, p. 583–594, 2010.

BEAUCHEMIN, K. A. Ingestion and mastication of feed by dairy cattle. Veterinary Clinics North America: Food Animal Practice. Vol. 7, p. 439–463, 1991.

BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006.

BRADESCO. DEPEC – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. 2017. Disponível em: <www.economiaemdia.com.br>. Acesso em: 28 de fev. 2017.

BRADFORD, B. J. Daily injection of tumor necrosis factor-alpha increases hepatic triglycerides and alters transcript abundance of metabolic genes in lactating dairy cattle. Journal of Nutrition, vol. 139, p. 1451–1456, 2009.

BRADFORD, B. J. et al. Invited review: inflammation during the transition to lactation: new adventures with an old flame. Journal of Dairy Science, 2015.

Page 22: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

20

BUENO, I. C. S. et al. Produção in vitro de metano e tolerância a taninos condensados em cinco espécies de ruminantes. Animal Feed Science and Technology, vol. 205, p. 1-9, 2015.

BURFEIND, O. et al. Validity of prepartum changes in vaginal and rectal temperature to predict calving in dairy cows. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 94, n. 10, p. 5053–5061, 2011.

BUTLER, W. R.; SMITH R. D. Interrelações entre equilíbrio energético e função reprodutiva pós-parto em bovinos leiteiros. Journal of Dairy Science, vol. 72, p. 767-783, 1989.

CALAMARI, L. et al. Rumination time around calving : An early signal to detect cows at greater risk of disease. Journal of Dairy Science, vol. 97, p. 3635–3647, 2014.

CARVALHO, P. C. F.; CANTO, M. W.; MORAES, A. Fontes de perdas de forragem sob pastejo: forragem se perde? In: Pereira, O. G. et al. (Org.). Manejo Estratégico da Pastagem. 1 ed. Viçosa, v. 1, p. 387-41, 2004.

CASALI, A. O. Procedimentos Metodológicos In situ na Avaliação do Teor de Compostos Indisgestíveis em Alimentos e Fezes de Bovinos. Viçosa – MG, dezembro, 2016.

CATALANI, E. et al. The Hsp72 response in peri-parturient dairy cows: relationships with metabolic and immunological parameters. Cell Stress Chaperones, vol. 15, p. 781–790, 2010.

CHEN, Y.; OBA, M.; GUAN, L. Variação de comunidades bacterianas e expressão de genes do receptor Toll-like no rúmen de novilhos que diferem em susceptibilidade à acidose ruminal subaguda. Brazilian Journal of Microbiology, vol. 159, p. 451-459, 2012.

CLAUSS, M.; LECHNER-DOLL, M.; STREICH, W. J. Ruminant diversification as an adaptation to the physicomechanical characteristics of forage . A reevaluation of an old debate and a new hypothesis. Oikos, Vol. 102, p. 253–262, 2003.

CONSTABLE, P.; HOFFSIS, G. F.; RINGS, D. M. The reticulorumen: normal and abnormal motor function. The Compendium – Food Animal, vol. 12, p. 1008-1015, 1990.

COOPER-PRADO, M. J. et al. Relationship of ruminal temperature with parturition and estrus of beef cows. Journal Animal Science, Champaign, vol. 89, n. 4, p. 1020-1027, 2011.

Page 23: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

21

DECKARDT, K.; KHOL-PARISINI, A.; ZEBELI; Q. Peculiarities of enhancing resistant starch in ruminants using chemical methods: opportunities and challenges. Nutrients, vol. 5, p. 1970–1988, 2013.

DELGADO, C. et al. Livestock to 2020: the next food revolution. Outlook of Agriculture. Vol. 30, p. 27-29, 2001.

DE TARSO, S. G. S.; OLIVEIRA, D; AFONSO, J. A. B. Ruminants as Part of the Global Food System : How Evolutionary Adaptations and Diversity of the Digestive System Brought them to the Future Br. Journal of Dairy, Veterinary & Animal Research, vol. 3, p. 1-7, 2016.

DE TARSO, S. G. S. The Rumen as a Health Thermometer: Importance of Ruminal Function to the Metabolic Balance in Ruminants – Mini Review. Journal of Dairy, Veterinary & Animal Research, vol. 5, p. 3–5, 2017.

DE BOEVER, J. et al. Chewing activity of ruminants as a measure of physical structure-a review of factors affecting it. Animal Feed Science and Technology, vol. 27, n. 4, pp. 281–291, 1990.

DE PAULA et al. Comportamento de ovinos em pastagens: uma revisão. Revista Trópica de Ciências Agrárias e Biológicas, vol. 4, n. 01, p. 43, 2010.

DIRKSEN, G.; GRUNDER, H. D.; STOBER, M. Sistema digestivo. In: Rosemberger; exame clínico dos bovinos. 10th ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, p. 166–228, 1993.

DISKIN, M. G. Effects of nutrition and metabolic status on circulating hormones and ovarian follicle development in cattle. Animal Reproduction Science, vol. 78, p. 345-370, 2003.

DOBSON, H. et al. Why is it getting more difficult to successfully artificially inseminate dairy cows? Animal, vol. 2, p. 1104–1111, 2008.

DRACKLEY, J. K. Biology of Dairy Cows During the Transition Period : the Final Frontier ? Jornal of Dairy Science, vol. 82, p. 2259–2273, 1999.

DRACKLEY, J. K.; CARDOSO, F. C. Prepartum and postpartum nutritional management to optimize fertility in high-yielding dairy cows in confined TMR systems. Animal, vol. 8, p. 5–14, 2014.

DULPHY, J. P.; CARLE, B.; DEMARQUILLY, C. Quantités ingérées et activités alimentaires comparées des ovins, bovins et caprins recevant des fourrages conservés avec ou sans aliment concentré. I. Etude descriptive. Annales de Zootechnie, vol. 39, p. 95–111, 1990.

Page 24: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

22

DURR, J. W.; FONTANELI, R. S.; BURCHARD, J. F. Fatores que afetam a composição do leite. In: Sistemas de produção de leite baseados em pastagens sob o plantio direto. KOCHHANN, R. A.; TOMM, G. O.; FONTANELI, R. S. Passo Fundo: Embrapa Trigo / Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite / Bagé: Embrapa Pecuária Sul / Montevidéu: Procisur, p. 135-156, 2000.

EADES, S. Physiology and pathophysiology of the rumen, Lake Buena Vista. Athens, p. 443-444, 1997.

EHLE, F. Influence of feed particle density on paniculate passage from rumen of Holstein cow. Journal of Dairy Science, vol. 67, p. 693–697, 1984.

ESPOSITO, G. et al. Interactions between negative energy balance, metabolic diseases, uterine health and immune response in transition dairy cows. Animal Reproduction Science, vol. 144, p. 60–71, 2014.

FAO/IAEA. Applications of gene-based technologies for improving animal production and health in developing countries. In: FINAL REPORT OF INTERNATIONAL SYMPOSIUM. Vienna, Austria, Outubro, 2005.

FARNEY, J. K. et al. Anti-inflammatory salicylate treatment alters the metabolic adaptations to lactation in dairy cattle. American Journal of Physiology Regulatory Integrative Comparative Physiology, vol. 305, p. 110–117, 2013.

FRASER, A. F. Comportamiento de los animales de la granja. Zaragoza: Acribia, p. 291, 1980.

GARVERICK, H. A. et al. Concentrations of nonesterified fatty acids and glucose in blood of periparturient dairy cows are indicative of pregnancy success at first insemination. Journal of Dairy Science, vol. 96, p. 181–188, 2013.

GEROSA, S.; SKOET, J. Milk availability Trends in production and demand and medium-term outlook. FAO Corp. Doc. Repos. p. 1–40, 2012.

GRESSNER, D. K. et al. Expression of target genes of nuclear factor E2-related factor 2 in the liver of dairy cows in the transition period and at different stages of lactation. Journal of Dairy Science, vol. 96, p. 1038–1043, 2013.

GONZÁLEZ, L. A. et al. Mudanças no comportamento alimentar como possíveis indicadores para o monitoramento automático dos distúrbios de saúde em vacas leiteiras. Journal of Dairy Science, vol. 91, p. 1017-1028, 2008.

Page 25: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

23

GRANT, R. J.; ALBRIGHT, J. L. Feeding behaviour. Farm Animal Metabolism and Nutrition. In: J. P. F. D’Mello, ed. CABI International, Wallingford, UK, p. 365– 382, 2006.

GRAUGNARD, D. E. et al. Liver lipid content and inflammometabolic indices in peripartal dairy cows are altered in response to prepartal energy intake and postpartal intramammary inflammatory challenge. Journal of Dairy Science, vol. 96, p. 918–935, 2013.

HALES, J. R. S. Clunies, and R. Animal. Redistribution of cardiac output and skin AVA activity in sheep during exercise and heat stress. Journal of thermal Biology, vol. 9, p. 113–116, 1984.

HANSEN, S. S., et al. The effect of subclinical hypocalcaemia induced by Na2EDTA on the feed intake and chewing activity of dairy cows. Veterinary Research Communications, vol. 27, p. 193–205, 2003.

HERDT, T. Regulação da função gastrintestinal. In: CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 26, p. 213-219, 1999.

HERSKIN, M. S.; MUNKSGAARD, L.; LADEWIG, J. Effects of acute stressors on nociception, adrenocortical responses and behavior of dairy cows. Physiology & Behavior. Vol. 83, p. 411–420, 2004.

HOLLMANN, M. Regulação negativa dos fatores protetores celulares do epitélio ruminal em caprinos alimentados com dieta de alta energia. PLoS One, vol. 8, n.12. 2013.

HUMER, E.; ZEBELI, Q. Grains in ruminant feeding and potentials to enhance their nutritive and health value by chemical processing. Animal Feed Science and Technology, vol. 226, p. 133-151, 2017.

HUZZEY, J. M. et al. Comportamento pré-parto e consumo de matéria seca identificam vacas leiteiras com risco de metrite. Journal of Dairy Science, vol. 90, p. 3220-3233, 2007.

HUNGATE, R. E. The Rumen and Its Microbs. New York: Academic Press, p. 533, 1966.

JARRIGE, R. et al. Activités d’ingestion et de ruminationIngestion et digestion, pp. 123–181, 1995.

KAUFMAN, E. I. et al. Association of rumination time with subclinical ketosis in transition dairy cows. Jornal of Dairy Science, p.1–15, 2016.

Page 26: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

24

KELLEY, D. S. Modulation of human immune and inflammatory responses by dietary fatty acids. Nutrition, vol. 17, p. 669-673, 2001.

KHAFIPOUR, E.; KRAUSE, D. O; PLAIZIER, J. C. A grain-based subacute ruminal acidosis challenge causes translocation of lipopolysaccharide and triggers inflammation. Journal of Dairy Science, vol. 92, p. 1060–1070, 2009.

KIM, I. H.; SUH, G. H. Effect of the amount of body condition loss from the dry to near calving periods on the subsequent body condition change, occurrence of postpartum diseases, metabolic parameters and reproductive performance in Holstein dairy cows. Theriogenology, vol. 60, p. 1445–1456, 2003.

KOVÁCS, L. et al. Rumination time and reticuloruminal temperature as possible predictors of dystocia in dairy cows. Journal of Dairy of Science, vol. 100, n. 2, p. 1568-1579, 2017

KRAUSE, K. M.; OETZEL, G. R. Compreensão e prevenção da acidose ruminal subaguda nos rebanhos leiteiros: uma revisão. Animal Feed Science and Technology, vol. 126, p. 215-236, 2006.

LACETERA, N. et al. Lymphocyte functions in overconditioned cows around parturition. Journal Dairy of Science, vol. 88, p. 2010–2016, 2005.

LAMMOGLIA, M. A. et al. Body temperature and endocrine interactions before and after calving in beef cow. Journal of Animal Science, v. 75, n. 9, p. 2526–2534, 1997.

LEEK, B. F. Digestão no estômago dos ruminantes. In: SWENSON, M. J.; REECE, W. O. Dukes: Fisiologia dos animais domésticos. 11. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 21, p. 353-379, 1996.

LENG, R. A. Conditions of Ruminants in Third World Countries. In: Application of biotechnology to nutrition of animals in developing countries. Animal Production and Health Paper. Roma: Agriculture and Consumer Protection, n. 190, cap. 2, 1991.

LINKLATER, A. F.; SMITH, M. C. Metabolic diseases and nutritional deficiencies. In: Color Atlas of Diseases and Disorders of the Sheep and Goat. Mosby-wolfe, p. 210–218, 2000.

LOPEZ, H.; SATTER, L. D.; WILTBANK, M. C. Relationship between level of milk production and estrous behavior of lactating dairy cows. Animal Reproduction Science, vol. 81, p. 209–223, 2004.

Page 27: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

25

MACEDO, B. S. et. al., Acidose Ruminal em bovinos de corte. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.8, n.5, p.240-251, 2010.

MARTZ, F.; BELYEA, R. Role of particle size and forage quality in digestion and passage by cattle and sheep. Journal of Dairy Science, vol. 69, p. 1996–2008, 1986.

MC DOUGALL, E. I. Studies on ruminantes saliva. 1. The composition and output of sheep’s saliva. Biochemical Journal, London, v.43, p.99, 1948.

MERTENS, D. R. Rate and extent of digestion. In: FORBES, J. M.; FRANCE, J. (Eds.). Quantitative aspects of ruminant digestion and metabolism. Wallingford: CAB Publishing, p.13-51, 1993.

MOALLEM, U. et al. Performance of high-yielding dairy cows supplemented with fat or concentrate under hot and humid climates. Jornal of Dairy Science. Vol. 93, p. 3192–202, 2010.

NAGARAJA, T.; TITGEMEYER, E. Ruminal acidosis in beef cattle: the current microbiological and nutritional outlook. Journal of Dairy Science, vol. 90, p. 17–38, 2007.

NRC. Nutrient Requirements of Dairy Cattle. Proceedings of the National Academy of Sciences of the Unites States of America, 2001.

ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. World population prospects. Department of Economic and Social Affairs, New York, p. 1-46, 2017.

OSPINA, P. et al. Evaluation of nonesterified fatty acids and β-hydroxybutyrate in transition dairy cattle in the northeastern United States: critical thresholds for prediction of clinical diseases. Journal of Dairy Science, vol. 93, p. 546–554, 2010.

PERS-KAMCZYC, et al. Development of nucleic acid based techniques and possibilities of their application to rumen microbial ecology research. Journal of Animal and Feed Sciences, vol. 20, p. 315–337, 2011.

PLAIZIER, J. C. et al. Subacute ruminal acidiosis in dairy cows: the physiological causes, incidence and consequences. The Veterinary Journal, vol. 176, p. 21–31, 2008.

PLAIZIER, J. C. et al. Subacute ruminal acidosis (SARA), endotoxins and health consequences. Animal Feed Science and Technology, vol. 172, p. 9–21, 2012.

Page 28: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

26

PRASAD, D.; PRADHAN, K. Relative concentration of protozoa, bacteria and some enzymes in the rumen of cattle, buffalo and sheep fed various straw-concentrate diets. Indian journal of animal Science, vol. 60, p. 576–581, 1990.

RADOSTITS, O. M. et al. Doenças do trato alimentar II. In____. Clínica Veterinária: um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Equinos. 9. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 6, p. 235-310, 2002.

REITH, S.; BRANDT, H.; HOY, S. Simultaneous analysis of activity and rumination time, based on collar-mounted sensor technology, of dairy cows over the peri-estrus period. Livestock Science, vol. 170, p. 219-227, 2014.

REYNOLDS, C. K. et al. Splanchnic metabolism of dairy cows during the transition from late gestation through early lactation. Journal of Dairy Science, vol. 86, p. 1201–1217, 2003.

ROBINSON, T. P. et al. Mapping the Global Distribution of Livestock. Tenth Anniversary – PloS, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pone.0096084>. Acesso em 05 de jun. 2017. RUKKWAMSUK, T.; WENSING, T.; KRUIP, T. A. Relationship between triacylglycerol concentration in the liver and first ovulation in postpartum dairy cows. Theriogenology, vol. 51, p. 1133–1142, 1999.

SALEEM, F. et al. A metabolomics approach to uncover the effects of grain on rumen health in dairy cows. Journal of Dairy Science, vol. 95, p. 6606–6623, 2012.

SAUVANT, D. Granulométrie des rations et nutrition du ruminant. Prod. Anim.-Paris-Inst. Natl. Rech. Agron., vol. 13, n. 2, p. 99–108, 2000.

SCHIRMANN, et al. Short communication: rumination and feeding behavior before and after calving in dairy cows. Journal of Dairy Science, vol. 96, p. 7088–7092, 2013.

SCHRÖDER, U. J.; STAUFENBIEL, R. Invited review: methods to determine body fat reserves in the dairy cow with special regard to ultrasonographic measurement of backfat thickness. Journal of Dairy Science, vol. 89, p. 1–14, 2006.

SIEVERS, A. K. et al. Development of an intraruminal device for data sampling and transmission. Journal of Animal and Feed Sciences, Jablonna, v. 13, p. 207–210, 2004.

SILANIKOVE, N. Effects of water scarcity and hot environment on appetite and digestion in ruminants: a review. Livestock Production Science, vol. 30, p. 175–194, 1992.

Page 29: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

27

SILVA, L. H. Dietas de alta proporção de concentrado para bovinos de corte confinados. Tese. (Doutorado em Ciência Animal) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2009.

SIVKOVA, K.; TRUFCHEV, H.; VARLIAKOV, I. Comparative studies on fermentation processes in the rumen and blood content of calves and buffalo calves I. Effect on diet, containing alfafa haylage. In: WORLD BUFFALO CONGRESS, 5, Caserta. Proceedings… Caserta, p.312-316, 1997.

SORDILLO, L. M. Factors affecting mammary gland immunity and mastitis susceptibility. Livestock Production Science, vol. 98, p. 89–99, 2005.

SORIANI, N.; TREVISI, E.; CALAMARI, L. Relationships between ruminantion time, metabolic conditions, and health status in dary cows during the transition period. Journal of Animal Science, vol. 90, p. 4544–4554, 2012.

SORIANI, N.; PANELLA, G.; CALAMARI, L. Rumination time during the summer season and its relationships with metabolic conditions and milk production. Jornal of Dairy Science, p. 1–13, 2013.

SOUZA, A. A.; BOIN, C. Distúrbios metabólicos relacionados à nutrição de bovinos confinados. BeefPoint, 2002. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/nutricao/disturbios-metabolicos-relacionados-a-nutricao-de-bovinos-confinados-2-4841/. Acesso em: 12. abril. 2017.

SMITH, M. C.; SHERMAN, D. M. Goat medicine second. Blackwell, Ames, IA, 2009.

STANGAFERRO, M. L. et al. Use of rumination and activity monitoring for the identification of dairy cows with health disorders: Part I. Metabolic and digestive disorders. Journal of Dairy Science, vol. 99, n. 9, p. 7395-7410, 2016.

STEELE, M. A. et al. Rumen epithelial adaptation to high-grain diets involves the coordinated regulation of genes involved in cholesterol homeostasis. Physiological Genomics, vol. 43, p. 308–316, 2011.

SUTHAR, V. S. et al. Endogenous and exogenous progesterone influence body temperature in dairy cows. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 95, n. 5, p. 2381–2389, 2012.

TEIXEIRA, J. C. In: Nutrição dos Ruminantes. Lavras: UFLA/FAEPE, p. 171-18, 2001.

Page 30: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

28

TEWATIA, B.S.; BHATIA, S.K. Comparative ruminal biochemical and digestion related physiological characteristics in buffaloes and cattle fed a fibrous diet. Buffalo Journal, v.14, p.161- 170, 1998.

URTON, G. et al. O comportamento de alimentação identifica vacas leiteiras em risco de metrite. Journal of Dairy Science, vol. 88, p. 2843-2849, 2005.

USDA – United States Departament of Agriculture. 2009. Trade and international market. Disponível em: <http://www.ers.usda.gov/Browse/view.aspx?subject=AnimalProducts> Acesso em: 05 de março de 2017.

VAN SOEST, P. J. In: Nutritional ecology of the ruminant. Corvallis: O e B Books, p. 374, 1982.

VAN SOEST, P.J. Fiber and Physicochemical. In: Nutritional ecology of the ruminant. Cap. 10, p. 140-155, 1994.

WATANABE, S. et al. Desenvolvimento de um sistema de classificação automática para alimentação, ruminação e comportamento de repouso de gado com acelerômetro. Grassland Science, vol. 54, p. 231-237, 2008.

WEARY, D. M. et al. Using behavior to predict and identify ill health in animals. Journal of Animal Science, vol. 87, p. 770–777, 2009.

WELCH, J. G.; SMITH, A. M. Forage quality and rumination time in cattle. Jornal of Dairy Science, vol. 53, p. 797–800, 1970.

WELCH, J. G. Rumination, particle size and passage from the rumen. Journal of Animal Science, vol. 54, p. 885–894, 1982.

WHITE, M. Role of animals in the world food system. World Food Problems Class. Department of Applied Economics. University of Minnesota. Saint Paul, March, 2006.

ZEBELI, M. et al. Effects of physically effective fiber on digestive processes and milk fat content in early lactating dairy cows fed total mixed rations. Journal of Dairy Science, vol. 89, p. 651-668, 2006.

ZEBELI, Q.; METZLER-ZEBELI, B. Interplay between rumen digestive disorders and diet-induced inflammation in dairy cattle. Research in Veterinary Science, vol. 93, p. 1099–1108, 2012.

Page 31: O RÚMEN COMO TERMÔMETRO DE SAÚDE: revisão de literatura rúmen como termômetro... · Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para ... o aprofundamento

29

ZEBELI, Q. Nutrição, saúde ruminal e inflamação no período de transição e seu papel na saúde geral e fertilidade em vacas leiteiras. Pesquisa em Ciência Veterinária, vol. 103, p.126-136, 2015.


Recommended