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Bio e Statistic A

Date post: 12-Oct-2015
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  • Cultura

    Acad

    mica

    BIOESTATSTICA

    Carlos Roberto Padovani

    Carlos R

    oberto PadovaniBIO

    ESTATSTIC

    A

    Carlos Roberto Padovani Professor Titular de Bioestatstica do Instituto de Bio-

    cincias, UNESP, Cmpus de Botucatu, tendo atuado como Professor e/ou Orien tador

    de Programas de Ps-Graduao da USP, UNICAMP, UNESP, UFMT e UnB. Foi Bol-

    sista Produtividade do CNPq; Membro da Comisso de Avaliao de Programas de

    Ps-Graduao junto CAPES; Coordenador da rea de Cincias Biolgicas junto

    RUNESP, Presidente da Regio Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria.

    Atualmente ministra disciplinas da rea de Estatstica na graduao e de Bioestatstica e

    Metodologia da Pesquisa Cientfi ca em vrios programas de ps-graduao na UNESP,

    com orientaes em nvel de Mestrado e Doutorado e superviso de Ps-Doutorado.

    O texto apresenta noes bsicas de estatstica descri-

    tiva e grfi ca, probabilidades, distribuies probabilsticas,

    estimao e teste de hipteses envolvendo uma abordagem

    no feita sob o aspecto tradicional de conceitos, frmulas e

    uso de pacotes computacionais para os clculos estatsti-

    cos, mas sim, trazendo a realidade do cotidiano dos alunos

    das reas de Cincias Biolgicas e da Sade para o processo

    de ensino-aprendizagem.

    9 7 8 8 5 7 9 8 3 2 6 5 9

    ISBN 978-85-7983-265-9

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  • BIOESTATSTICA

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  • Universidade Estadual Paulista

    Vice-Reitor no exerccio da Reitoria Julio Cezar Durigan Pr-Reitora de Graduao Sheila Zambello de Pinho Pr-Reitora de Ps-Graduao Marilza Vieira Cunha Rudge Pr-Reitora de Pesquisa Maria Jos Soares Mendes Giannini Pr-Reitora de Extenso Universitria Maria Amlia Mximo de Arajo Pr-Reitor de Administrao Ricardo Samih Georges Abi Rached Secretria Geral Maria Dalva Silva Pagotto Chefe de Gabinete Carlos Antonio Gamero

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  • BIOESTATSTICA

    Cultura

    Acad

    mica

    Carlos Roberto Padovani

    So Paulo2012

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  • Pr-Reitoria de Graduao, Universidade Estadual Paulista, 2012.

    Ficha catalogrfi ca elaborada pela Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp

    P124b

    Padovani, Carlos Roberto Bioestatstica / Carlos Roberto Padovani. So Paulo : Cultura Acadmica : Universidade Estadual Paulista, Pr-Reitoria de Graduao, 2012.

    112 p. ISBN 978-85-7983-265-9

    1. Bioestatstica. I. Ttulo. II. Universidade Estadual Paulista, Pr-Reitoria de Graduao.

    CDD 570.15195

    Pr-reitora Sheila Zambello de Pinho Secretria Joana Gabriela Vasconcelos Deconto Silvia Regina Caro Assessoria Jos Brs Barreto de Oliveira Laurence Duarte Colvara Maria de Lourdes Spazziani

    Tcnica Bambina Maria Migliori Camila Gomes da Silva Ceclia Specian Eduardo Luis Campos Lima Gisleide Alves Anhesim Portes Ivonette de Mattos Maria Emlia Arajo Gonalves Maria Selma Souza Santos Renata Sampaio Alves de Souza Sergio Henrique Carregari

    Projeto grfi co Andrea Yanaguita

    Diagramao Estela Mletchol

    equipe

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  • PROGRAMA DE APOIO

    PRODUO DE MATERIAL DIDTICO

    Considerando a importncia da produo de material didtico-pedaggi-co dedicado ao ensino de graduao e de ps-graduao, a Reitoria da UNESP, por meio da Pr-Reitoria de Graduao (PROGRAD) e em parceria com a Fundao Editora UNESP (FEU), mantm o Programa de Apoio Produo de Material Didtico de Docentes da UNESP, que contempla textos de apoio s aulas, material audiovisual, homepages, softwares, material artstico e outras mdias, sob o selo CULTURA ACADMICA da Editora da UNESP, disponibi-lizando aos alunos material didtico de qualidade com baixo custo e editado sob demanda.

    Assim, com satisfao que colocamos disposio da comunidade acad-mica mais esta obra, Bioestatstica, de autoria do Prof. Dr. Carlos Roberto Padovani, do Departamento de Bioestatstica do Instituto de Biocincias do Cmpus de Botucatu, esperando que ela traga contribuio no apenas para estudantes da UNESP, mas para todos aqueles interessados no assunto abordado.

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  • SUMRIO

    Introduo 11

    1. consideraes preliminares 151.1. Definio de Estatstica 15

    1.2. Definio de Bioestatstica 15

    1.3. Varivel Biolgica (Conceito) 15

    1.4. Anlise Descritiva 17

    1.5. Anlise Inferencial 17

    1.6. Planejamento Experimental 17

    1.7. Tipos de Varivel 17

    1.8. Exerccios sobre Variveis Biolgicas 19

    1.9. Respostas dos Exerccios 21

    2. estatstica descritiva 232.1. Introduo 23

    2.2. Medidas de Posio 23

    2.3. Separatrizes 25

    2.4. Medidas de Variabilidade 25

    2.5. Outras Medidas (Assimetria e Curtose) 28

    2.6. Tabelas e Grficos 28

    2.7. Quantis 29

    2.8. Moda de Czuber 30

    2.9. Exerccios: Estatstica Descritiva 34

    2.10. Respostas dos Exerccios 37

    3. probabilidades 393.1. Introduo 39

    3.2. Definio de Probabilidade 40

    3.3. Probabilidade Condicional e Independncia 41

    3.4. Teorema de Bayes 42

    3.5. Exemplos Aplicados 42

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  • BIOESTATSTICA8 |

    3.6. Probabilidade na Vida Real 45

    3.7. Exerccios: Probabilidades 45

    3.8. Respostas dos Exerccios 47

    4. modelos probabilsticos 494.1. Variveis Aleatrias Discretas 49

    4.2. Modelos Discretos mais Comuns 50

    4.3. Variveis Aleatrias Contnuas 51

    4.4. Funo Densidade de Probabilidade 52

    4.5. Modelo Gaussiano ou Modelo Normal 53

    4.6. Lema de Glivenko-Cantelli (Joseph Glivenko & Francesco Paolo Cantelli) 54

    4.7. Exemplos 55

    4.8. Teorema Limite Central 56

    4.9. Transformao de Variveis 57

    4.10. Exerccios: Distribuio Normal e Distribuio Binomial 57

    4.11. Respostas dos Exerccios 61

    5. estimao de parmetros 635.1. Introduo 63

    5.2. Parmetros, Estimadores e Estimativas 64

    5.3. Distribuies Amostrais 65

    5.4. Estimao por Intervalo 67

    5.5. Consideraes Finais 72

    5.6. Exerccios: Estimao (Intervalo de Confiana) 73

    5.7. Respostas dos Exerccios 71

    6. testes de hipteses 776.1. Consideraes Preliminares 776.2. Procedimento Geral do Teste de Hipteses 826.3. Principais Testes de Hipteses 836.4. Exerccios: Teste de Hipteses 946.5. Respostas dos Exerccios 97

    Bibliografia 99

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  • Sumrio | 9

    Anexo 101

    Tabela 8.1. Distribuio Normal Reduzida 0 1P Z z 101Tabela 8.2. Distribuio t de Student 0 0 1P t t t 103Tabela 8.3. Distribuio Qui-quadrado 2 20P 105Tabela 8.4. Distribuio F 0 0,01P F F 107Tabela 8.5. Distribuio F 0 0,05P F F 109Tabela 8.6. Distribuio F 0 0,10P F F 111

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  • INTRODUO

    O que estatstica? E a Bioestatstica? Considerando o conceito de que a Cincia o aprendizado adquirido por meio da experimentao e dos dados observados, segundo o qual a procura das causas, das leis, traduz-se num pro-cesso iterativo de observao do real, da realizao de experimentos confirma-trios e da avaliao quantitativa dos fenmenos em estudo, o paradigma da Estatstica, em particular a Estatstica Aplicada s Cincias Biolgicas Bioes-tatstica, consiste em construir o conjunto unificado de mtodos e tcnicas de planejamento e anlise de dados experimentais e observacionais.

    O grande desafio que se torna imperativo diz respeito a como desenvolver as atividades de ensino de Estatstica, sob as exigncias de um modelo referen-cial de conceitos matemticos e probabilsticos no cotidiano da formao da estrutura lgica de raciocnio dos estudantes das reas biolgicas e da sade, e qual linguagem e motivao devem ser colocadas em prtica para ministrar o contedo programtico?

    Para abordar e entender os contedos dos textos, sem qualquer preconceito e posio premeditada, o iniciante dever trabalhar sua atitude, a fim de evitar dois obstculos preliminares: dramatizar as dificuldades e ter iluses por causa de facilidades aparentes.

    Prof. Dr. Carlos Roberto Padovani

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  • Nenhum objeto de pensamento resiste dvida, mas o prprio ato de duvidar indubitvel.

    (Descartes)

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  • 1CONSIDERAES PRELIMINARES

    A elaborao deste material didtico objetivou oferecer aos alunos um ro-teiro conceitual e prtico que apresente a teoria, os procedimentos operacio-nais (ferramentas de clculo), os mtodos e tcnicas estatsticas para que o usurio se torne um consumidor esclarecido da estatstica aplicada s cincias da sade e biolgicas.

    1.1. DEFINIO DE ESTATSTICA

    A Estatstica constitui-se em uma cincia destinada a:I. Decidir o melhor plano (experimental ou observacional) para a exe-

    cuo de uma pesquisa metodologia cientfica.II. Organizar e resumir dados de contagem, mensurao e classificao

    raciocnio dedutivo.III. Inferir sobre populaes de unidades (indivduos, animais, objetos)

    quando uma parte (amostra) considerada raciocnio indutivo.A doutrina sobre o chegar a termo do tempo e da histria da estatstica

    matemtica (escatologia) to complicada como a de qualquer religio, ou mais. Alm disso, as concluses da estatstica matemtica no so apenas ver-dadeiras, como, ao contrrio das verdades da religio, podem ser provadas.

    Os mtodos da estatstica matemtica so universais (ubquos), e o estats-tico, assim como o especialista em modelagem matemtica, capaz de colabo-rar em, praticamente, qualquer rea de conhecimento e atividade profissional.

    Uma igualdade que pode sintetizar as consideraes descritas anterior-mente pode ser expressa como:

    ESTATSTICA = CINCIA + TECNOLOGIA + ARTE

    1.2. DEFINIO DE BIOESTATSTICA

    a metodologia estatstica aplicada s cincias biolgicas, com a finali-dade planejar, coletar, organizar, resumir, analisar e interpretar os dados,

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  • BIOESTATSTICA16 |

    permitindo tirar concluses biolgicas sobre populaes a partir do estudo de amostras.

    Em 1829, Pierre Charles Alexandre Louis (1787-1872), afirmou: Eu sei que a verdade est nos fatos e no na mente que os julga, e quanto menos eu introduzir da minha opinio nas concluses, mais prximo estarei da verdade (Louis considerado o pai da bioestatstica).

    Considera-se que o olho humano capaz de enxergar padres em nme-ros puramente aleatrios, at que ponto um padro aparente realmente signi-fica alguma coisa?

    John W. Tukey (1915-2000), nascido em New Bedford, Massachusetts afir-mou: melhor ter uma resposta aproximada pergunta certa do que ter a resposta exata pergunta errada.

    A fora da estatstica aplicada s diversas reas do conhecimento est em sua capacidade de persuadir os pesquisadores a formular perguntas; de consi-derar se estas questes podem ser respondidas com as ferramentas disponveis para o experimentador; de ajud-lo a estabelecer hipteses (nulas H0) ade-quadas; de aplicar rgidas disciplinas de planejamento aos experimentos.

    De mesma forma, podem-se expressar os sentimentos descritos na igualdade:

    BIOESTATSTICA = VIDA + ESTATSTICA

    1.3. VARIVEL BIOLGICA (CONCEITO)

    Quando se estuda uma varivel biolgica, o maior interesse do pesquisa-dor conhecer o comportamento dessa varivel, analisando a ocorrncia de suas possveis realizaes.

    O resultado de medies de variveis biolgicas encontra-se, geralmente, dentro de intervalos determinados e bem definidos, mas no sujeitos repeti-o exata. Uma varivel biolgica pode ser entendida como uma classificao, uma qualidade, ou como medida quantificada por magnitude, intensidade, tra-o, entre outras designaes que varia tanto intra como inter indivduos.

    O estudo de bioestatstica compreende o planejamento e a anlise estats-tica (estatstica descritiva e inferencial), mas voltado s informaes biolgicas contidas nas variveis em considerao, transformadas em dados coletados para a operacionalizao dos mtodos estatsticos.

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  • Consideraes Preliminares | 17

    1.4. ANLISE DESCRITIVA

    Organizao dos dados coletados por meio de classificao, contagem ou mensurao. Os dados devem ser apresentados de forma clara por meio tabe-las, grficos e medidas resumo (posio e variabilidade), no permitindo, no entanto, concluses analticas.

    1.5. ANLISE INFERENCIAL

    Permite realizar inferncias (concluses e analticas) a respeito de popula-es a partir de amostras pela aplicao de testes de hipteses e/ou construo de intervalos de confiana. Deve ser considerado que est utilizando-se amos-tras para inferir aos dados reais da populao (parmetros), portanto existindo nestas estatsticas (dados obtidos de amostras) uma margem de erro. A exce-o o censo, quando toda a populao pesquisada.

    1.6. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

    Consiste em estabelecer o desenho amostral com poder adequado para os testes de hipteses e estimaes sem vieses (distores). Deve ser considerado o clculo do tamanho da amostra (tamanho tico e estatstico) e a definio da forma de coleta de dados (tcnicas de amostragem).

    1.7. TIPOS DE VARIVEL

    Variveis so caractersticas que podem assumir valores diferentes de um indivduo para outro ou no mesmo indivduo ao longo do tempo.

    Em relao participao no estudo, as variveis podem ser classificadas em:

    I. Independente, explicativa ou preditora: permite predizer uma respos-ta (causas).

    II. Dependente ou resposta: evento ou caracterstica que se pretende es-tudar (efeitos).

    III. Varivel de controle: deseja-se que esteja homogeneamente distribu da nos grupos, pois poderia interferir nos resultados (atuando, por exem-plo, como uma varivel de confuso). No tem interesse para estudo.

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  • BIOESTATSTICA18 |

    Observaes:

    I. Dependo do objetivo do estudo, uma mesma varivel pode ser predi-tora, resposta ou de controle.

    II. As variveis preditoras, resposta e de controle devem ser indicadas pelo pesquisador (biologia), nunca pelo estatstico.

    III. O nmero excessivo de variveis dificulta a anlise estatstica e torna menor o poder da amostra.

    IV. O estatstico capaz de coordenar o planejamento de uma pesquisa e realizar a anlise.

    Escala de Variveis

    Quanto escala utilizada, tm-se variveis:

    Categricas(Qualitativas)

    Nominal (classificao sem ordem definida)

    Ordinal (classificao com ordem definida)

    Numricas(Quantititivasou Intervalar)

    Discreta (contagem, correspondendo a nmeros inteiros)

    Contnua (mensurao, correspondendo a nmeros reais)

    Observaes:

    I. A unidade de medida mostra a diferena entre as numricas discreta e contnua.

    II. Escore no contagem (no confundir variveis categricas nominais expressas por nmeros com variveis discretas).

    III. Pode-se transformar uma varivel numrica em categrica (lembrar que h perda de informaes).

    IV. Para variveis categricas a anlise estatstica limitada. Se as variveis dependentes e independentes forem todas categricas, s ser possvel utilizar testes no paramtricos, que apresentam menor poder.

    V. Eric Temple Bell (matemtico norte-americano) afirmou: Nmeros no mentem, mas tm a propenso de dizer a verdade com inteno

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  • Consideraes Preliminares | 19

    de enganar. O ser humano tem a tendncia de ver padres e costuma v-los onde s existe rudo aleatrio.

    1.8. EXERCCIOS SOBRE VARIVEIS BIOLGICAS

    1) Classifique o par de variveis a seguir em qualitativa (nominal ou ordinal) ou quantitativa (discreta ou contnua).i) Intensidade de perda de peso de maratonistas na corrida de So Silves-

    tre (leve, moderada, forte).ii) Total de perda de peso de maratonistas na corrida de So Silvestre

    (em kg).

    2) Quanto maior a disperso dos dados em torno da mdia, maior ser:i) Amplitude interquartlica.ii) A amplitude total.iii) A varincia.iv) Todas as alternativas anteriores.

    3) Um editorial de um jornal de grande circulao criticou um anncio que alegava que o novo creme dental de um laboratrio Reduz em mais de 500% as placas nos dentes. Pergunta-se:a) Removendo-se 100% de uma quantidade, quanto sobra?b) correto dizer que houve uma reduo de mais de 500% de uma quan-

    tidade? E dizer que houve um aumento ou acrscimo de 150%?

    4) Responda se cada uma das afirmativas a seguir verdadeira ou falsa. Se afir-mativa for falsa, corrija a palavra sublinhada para que ela se torne verdadeira.a) Metade dos valores de uma varivel quantitativa sempre menor que a

    mdia.b) Quando a varivel quantitativa tem distribuio unimodal e simtrica,

    a posio relativa das medidas de tendncia central : mdia < media-na < moda.

    c) Quando a varivel quantitativa tem distribuio unimodal e simtrica, a posio relativa das medidas de tendncia central : mdia > media-na > moda.

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  • BIOESTATSTICA20 |

    d) Para alguns conjuntos de dados possvel encontrar valor de varincia menor do que o valor do desvio padro.

    5) Suponha que um forno A est com uma temperatura de 90 C e um outro forno B est com 30 C. correto afirmar que o forno A est trs vezes mais quente que o forno B?

    6) O jornal Newport Chronicle afirmou que mes grvidas podem aumentar suas chances de ter um beb sadio comendo lagostas. A alegao se baseou em um estudo mostrando que as crianas nascidas de mes que comem lagostas tm menos problemas de sade do que as nascidas de mes que no comem lagostas. Qual o erro nesta alegao?

    7) No diagrama seguinte A, B, ..., F representam ilhas e as linhas que ligam, pontes. Um bilogo comea em A e percorre ilha por ilha. Ele para a fim de almoar quando no pode continuar a andar sem que cruze a mesma ponte duas vezes. Encontre o nmero de caminhos que ele pode percorrer antes de almoar.

    A B C D

    E F

    8) Numa pesquisa para avaliar a presso arterial canina, foram selecionados ao acaso 10 animais para participar do estudo. Para cada animal foram realizadas trs medidas da presso (triplicata). O pesquisador pode consi-derar, para tratamento estatstico dos dados, uma amostra de tamanho 30 (30 presses)?

    9) Um pesquisador foi criticado certa vez por adulterar dados. Entre os seus dados estavam cifras obtidas de seis grupos de ratos, com 20 ratos em cada grupo. Foram dados os seguintes valores como porcentagens de sucesso: 58%, 65%, 47%, 33%, 50%, 47%. O que est errado?

    10) Uma pesquisa patrocinada por uma grande cooperativa de produtos crti-cos concluiu que os nveis de colesterol podem ser reduzidos mediante in-gesto de produtos crticos. Por que razo a concluso poderia ser suspeita?

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  • Consideraes Preliminares | 21

    1.9. RESPOSTAS DOS EXERCCIOS

    1) i) Qualitativa ordinal.ii) Quantitativa contnua.

    2) iii) Varincia.

    3) a) nada.b) No. Sim.

    4) a) Falsa (Mediana).b) Falsa (Assimtrica esquerda: mdia e mediana esquerda da moda).c) Falsa (Assimtrica direita: mdia e mediana direita da moda).d) Verdade (Quando o valor da varincia est entre 0 e 1).

    5) No (No existe o zero absoluto em C. A temperatura 90C tem valor trs vezes o valor 30C).

    6) O fator que leva, em tese, a degustao de lagostas o poder aquisitivo das mes, recursos que asseguram maiores poderes para o acompanhamento pr-natal.

    7) 5 caminhos {ABCD; ABCF; ABECD; ABECF; ABEFCD}.

    8) No so 10 repeties (amostras realizadas em triplicatas).

    9) Todos os valores percentuais devem ser mltiplos de 5 (cada sucesso equi-vale a 1205% 100 ).

    10) Muito suspeito, pois h interesse do patrocinador quanto a positividade do efeito redutor causado pelo produto ctrico.

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  • 2ESTATSTICA DESCRITIVA

    2.1. INTRODUO

    A Estatstica Descritiva fundamenta-se na organizao dos dados obtidos por meio de classificao, contagem ou mensurao. Os dados so apresen-tados em medidas resumo, tabelas e grficos, no permitindo, no entanto, con-cluses analticas.

    A notao matemtica, consistindo de um arranjo de letras, tanto romanas como gregas ou latinas, com linhas tortuosas e sobrescritos e subscritos, um aspecto da matemtica que intimida o no-matemtico. Na realidade um meio conveniente de relatar ideias complexas em espao compacto. O truque, ao no matemtico, ao ler um texto matemtico, reconhecer que cada smbo-lo tem um significado prprio e procurar conhecer o significado quando ele apresentado, acreditando com convico que voc entende o significado, e ento, prestar ateno forma como o smbolo manipulado. A essncia da elegncia matemtica produzir uma notao de smbolos organizada de ma-neira to simples o bastante que o leitor compreende as relaes de imediato.

    Em relao s necessidades de clculos para encontrar os valores resultan-tes dos indicadores (medidas) de estatsticas, deve se ter que o computador no um concorrente do crebro humano. Ele apenas um grande e paciente mastigador de nmeros. No se aborrece, no fica sonolento nem comete erros de clculo, mesmo quando no reconhecido seu valor pelo usurio.

    2.2. MEDIDAS DE POSIO

    O organograma a seguir indica as principais e mais usuais medidas descri-tivas de posio (centralidade e separatrizes).

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  • BIOESTATSTICA24 |

    Posio

    Tendncia Central

    Separatrizes

    MdiaModaMediana

    QuartisPercentis

    2.2.1. Medidas de Tendncia Central

    2.2.1.1. Mdia Aritmtica

    A mdia aritmtica, ou simplesmente mdia, definida como a soma dos valores dividida pelo nmero de observaes (centro de massa).

    Observaes sobre a mdia:

    I. A mdia afetada por valores extremos.II. A mdia bastante utilizada em distribuies simtricas.III. No utilizvel em variveis categricas.IV. A mdia pode ser utilizada para variveis discretas, inclusive com

    decimais.

    2.2.1.2. Moda

    Consiste no valor mais frequente no conjunto de observaes (valor tpico, valor mais comum).

    Observaes sobre a moda:

    I. Um conjunto pode apresentar mais de uma moda (plurimodal).II. A moda pode ser calculada para variveis numrica e categorizada.III. Pode existir conjunto sem moda (amodal).

    2.2.1.3. Mediana

    Definida como o valor que divide as observaes, ordenadas de forma crescente, em igual nmero de observaes acima e abaixo.

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  • Estatstica Descritiva | 25

    Observaes sobre a mediana:

    I. No utilizvel em variveis categricas.II. Pouco afetada por valores muito discrepantes.III. Indicada para distribuio assimtrica.

    Finalizando, para decidir se a medida de tendncia central apropriada deve ser mdia ou mediana, considere:

    Distribuio simtrica mdia. Distribuio assimtrica mediana.

    No caso de distribuio simtrica, mdia, moda e mediana so equivalen-tes (x Mo Me ). Quando existe assimetria, a mdia e a mediana desviam-se na direo dos valores extremos (Mo Me x ou x Me Mo ).

    2.3. SEPARATRIZES

    2.3.1. Quartis

    Considerados como valores que dividem a amostra em quatro partes com o mesmo nmero de observaes (25% dos valores em cada parte).

    Q1 Limita os 25% dos menores valores (ou 75% dos maiores valores).Q2 Limita os 50% dos menores valores (ou 50% dos maiores valores).Q3 Limita os 75% dos menores valores (ou 25% dos maiores valores).

    2.3.2. Percentis

    Considerados como valores que dividem a amostra em cem partes com 1% das observaes em cada parte.

    P23 Limita os 23% dos menores valores (ou 77% dos maiores valores).P67 Limita os 67% dos menores valores (ou 33% dos maiores valores).P92 Limita os 92% dos menores valores (ou 8% dos maiores valores).

    2.4. MEDIDAS DE VARIABILIDADE

    O organograma a seguir indica as principais medidas descritivas de varia-bilidade ou disperso dos dados.

    BIO_2.indd 25 11/08/2012 22:43:35

  • BIOESTATSTICA26 |

    Variabilidade

    Individual

    Amostral

    Amplitude TotalAmplitude InterquartilVarinciaDesvio PadroCoeficiente de Variao

    Erro Padro

    Erro Amostral

    2.4.1. Amplitude Total

    Expressa a variao mxima encontrada no conjunto de dados, sendo ob-tida pela diferena entre o maior e o menor valor.

    2.4.2. Amplitude Interquartil

    Expressa a variao de 50% dos dados amostrais ao redor da mediana. Seu valor dado pela diferena entre o terceiro e primeiro quartil.

    2.4.3. Varincia e Desvio Padro

    Consistem em medidas de disperso absoluta e indicam como os valores variam entre si, por meio do afastamento destes valores em relao mdia do conjunto de dados.

    Observaes sobre a varincia e o desvio padro:

    I. A varincia apresenta unidade quadrtica.II. Quanto mais afastado o valor se encontrar em relao mdia, maior

    ser sua contribuio para o valor da varincia (desvio padro).III. Ambas as medidas (varincia e desvio padro) indicam a variao

    absoluta.

    2.4.4. Coeficiente de Variao

    Trata-se de uma medida de disperso relativa e expressa a razo entre o desvio padro e a mdia. Pode ser apresentado na forma de proporo ou porcentagem.

    BIO_2.indd 26 11/08/2012 22:43:35

  • Estatstica Descritiva | 27

    Observaes sobre o coeficiente de variao:

    I. Quanto menor o coeficiente de variao, mais homogneo o conjunto de valores.

    II. Trata-se de uma medida de variao relativa e adimensional.

    2.4.5. Erro Padro

    Constitui-se em uma medida de variabilidade da mdia amostral (expressa como a mdia varia de uma amostra para outra).

    Observaes sobre o erro padro:

    I. A margem de erro que se comete em estimar a mdia populacional pela mdia de uma amostra dada pelo erro padro.

    II. O valor do erro padro dado em funo do tamanho amostral. Ou seja, inversamente proporcional raiz quadrada do tamanho amostral.

    III. Em um artigo cientfico, no raras vezes, o pesquisador fica em dvida sobre indicar o desvio padro ou o erro padro (no h necessidade de fornecer as duas medidas, pois quando tamanho amostral conhecido, basta saber o desvio padro para calcular o erro padro e vice-versa). Qualquer uma das medidas pode ser utilizada e a escolha deve ser feita a partir do enfoque que se pretende analisar os resultados. Se o objetivo consiste em descrever a casustica, o desvio padro torna-se mais ade-quado, caso o objetivo seja fazer inferncias (comparao de mdias, intervalos de confiana, ...), o erro padro deve ser escolhido.

    2.4.6. Erro Amostral

    Trata-se de uma medida do afastamento da mdia amostral em relao mdia da populao, associada a um nvel de confiana.

    Observaes sobre o erro amostral:

    I. O erro amostral proporcional ao erro padro.II. A constante de proporcionalidade fica estabelecida pelo nvel de

    confiana.

    BIO_2.indd 27 11/08/2012 22:43:35

  • BIOESTATSTICA28 |

    III. Erro amostral proporcional ao erro padro equivale a .EA k EP .Se k= 1,00 Nvel de confiana 68%.Se k= 1,64 Nvel de confiana 90%.Se k= 1,96 Nvel de confiana 95%.

    Quanto maior o valor de k , maior o nvel de confiana na estimao da mdia populacional.

    2.5. OUTRAS MEDIDAS (ASSIMETRIA E CURTOSE)

    2.5.1. Coeficiente de Assimetria

    Utilizado para mensurar o grau de assimetria da distribuio em torno da mdia, sendo assimetria positiva quando existe desvio para a direita e negati-va, quando h para a esquerda.

    2.5.2. Coeficiente de Curtose

    Utilizado para medir o grau da relao entre a altura e largura da curva, ou seja, o grau de achatamento da curva. O padro de achatamento pode indicar curva: leptocrtica, mesocrtica ou platicrtica.

    2.6. TABELAS E GRFICOS

    So constitudas por formas de apresentao do resumo dos dados, deven-do ser autoexplicativas.

    Observaes sobre grficos e tabelas:

    I. A construo de grficos e tabelas estabelecida por meio de regras, sendo as mais comuns: IBGE e ABNT.

    II. Um tipo especial de tabela consiste na tabela de contingncia, onde as linhas e colunas so compostas por frequncias de ocorrncias dos atributos.

    III. Os grficos mais usuais para variveis numricas so histogramas, barras com haste e diagrama de caixas (Box plot).

    BIO_2.indd 28 11/08/2012 22:43:35

  • Estatstica Descritiva | 29

    IV. Para as variveis categricas os grficos de setores circulares (do tipo pizza) e os grficos em barras (vertical e horizontal).

    V. Uma aplicao interessante do box plot consiste em identificar valor dis-crepante (outlier). A maioria dos programas de anlise estatstica define outliers como valores fora do intervalo (Q1 1,5 Q; Q3 + 1,5 Q), onde Q= Q3 Q1 denomina-se amplitude interquartil.

    VI. So duas as frmulas mais usuais para determinar o nmero de classes de uma distribuio de frequncias:

    a) K n .b) 1 3,2 logK n (Sturges).

    2.7. QUANTIS

    Chama-se quantil de ordem p ou p-quantil, a medida indicada por q(p), sendo p uma proporo qualquer (0

  • BIOESTATSTICA30 |

    3. q(p) = X(n) Se np p ;4. 1( ) (1 ) ( ) ( )i i i iq p f q p f q p Se 1i ip p p , onde

    1

    i

    i i

    p pfip p

    .

    2.8. MODA DE CZUBER

    Mo3,40 3,60

    E

    4

    27

    A

    B

    C

    D10

    1

    Utilizando a semelhana entre tringulos, tem-se:

    1 2

    3, 40 3,60(3) (6)

    Mo MoABC DEC ;

    31,26 20, 40 10,80 3 3, 479

    Mo Mo Mo .

    Neste sentido, tem-se de maneira geral:

    MoLMo

    1

    h

    1

    2

    mo

    h 2h

    BIO_2.indd 30 11/08/2012 22:43:35

  • Estatstica Descritiva | 31

    1

    2

    1 2

    1 2 1 1

    1 2 2 2

    1 2 1 2 1 2 1

    1 1 1 1 2

    Mo

    Mo

    Mo Mo

    moMo

    h Mo lh l Moh h l l hh h h

    hh h hh Mo l

    h Mo l

    Para entendimento do clculo dos quantis e algumas medidas descritivas a partir de uma distribuio de frequncias, considere os exemplos apresentados a seguir.

    1) A partir dos seguintes valores de HDL colesterol (mg/dL); 26, 54, 35, 37 e 36 determinar:

    a) Os quantis correspondentes aos valores observados.

    X(1) = 26 ; X(2) = 35 ; X(3) = 36 ; X(4) = 37 ; X(5) = 54 (n=5)

    0,55i

    ip p se i = 1,2,3,4,5p = p1 = 0,10 q(0,10) = X(1) P10 = 26

    p = p2 = 0,30 q(0,30) = X(2) P30 = 35

    p = p3 = 0,50 q(0,50) = X(3) P50 = Me = 36

    p = p4 = 0,70 q(0,70) = X(4) P70 = 37

    p = p5 = 0,90 q(0,90) = X(5) P90 = 54

    b) Os quantis correspondentes aos quartis (Q1,Q2,Q3).Q(1) = q(0,25); Q(2) = q(0,50); Q(3) = q(0,75)

    Q1 Q2 Q3

    26 35 36 37 54P30 P50 P70

    Q(1) = q(0,25) = (1 f1)q(p1) + f1q(p2) onde 112 1

    0,25 0,15 0,750,20

    pfp p

    Q(1) = (1 0,75) (26) + 0,75 (35) = 32,75

    Q(2) = q(0,50) = P50 = 36

    BIO_2.indd 31 11/08/2012 22:43:35

  • BIOESTATSTICA32 |

    Q(3) = q(0,75) = (1 f4) q(p4) + f4q(p5) onde 445 4

    0,75 0,05 0,250,20

    pfp p

    Q(3) = (1 0,25) (37) + 0,25 (54) = 41,25

    2) Considere a distribuio do peso (Tabela 2.1) e determine as seguintes medidas descritivas: 1 90; ; ; e Px s Q Me .

    Tabela 2.1 Distribuio de frequncias do peso (kg) de recm-nascidos

    Classes ix if i if x i if x x 2i if x 2( )i if x x3,00 3,20 3,10 2 6,20 -0,752 19,22 0,2827523,20 3,40 3,30 7 23,10 -1,232 76,23 0,2168323,40 3,60 3,50 10 35,00 0,240 122,50 0,0057603,60 3,80 3,70 4 14,80 0,896 54,76 0,2007043,80 4,00 3,90 2 7,80 0,848 30,42 0,359552

    Total 25 86,90 0,000 303,13 1,065600

    3, 476x

    22 303,1325 3, 476 1,0656 0,0444 0,211

    24 24s s

    10

    7

    2

    4

    2

    3,5

    4,25

    3,5

    12

    10

    8

    6

    4

    2

    3,00 3,20 Q1 3,40 Me 3,60 P90 3,80 4,00

    BIO_2.indd 32 11/08/2012 22:43:35

  • Estatstica Descritiva | 33

    25n 11 3,203, 40 3,20( ) (25 / 4) (6,25) 7 4,25QQ

    1

    0,20 4,253,20 3,3217

    Q

    25n 2 3,60 3, 40 3, 40( ) ( ) (25 / 2) (12,5) 10 3,50MeQ Me

    0,20 3,503, 40 3, 47

    10Me

    25n 9090 3,603,80 3,60( ) (90 25 /100) (22,5) 4 3,50PP

    90

    0,20 3,503,60 3,7754

    P

    3) Tomando os nveis do colesterol total, apresentado na Tabela 2.2, cal-cular: Mo; valor mnimo; valor mximo; 1 3; ; ; e x s Q Me Q .

    Tabela 2.2 Colesterol total de indivduos sadios (mg/dL) e indicativos de referncia

    180 182 184 190 186 192 188 186 186

    Colesterol Total Desejvel < 200 mg/dLGlicose Normal 70 a 110 mg/dLHDL Colesterol Desejvel 40 a 60 mg/dLLDL Colesterol timo < 100mg/dL Desejvel 100 a 129 mg/dLTriglicrides TG/5 = COLTOT HDL LDL

    X(1) = 180 X(2) = 182 X(3) = 184 X(4) = 186 X(5) = 186 X(6) = 186X(7) = 188 X(8) = 190 X(9) = 192

    n = 9 (mpar)

    ( )111 Quartil 2,50 183

    4nQ X X+ = = = =

    21Mediana (5) 186

    2nQ X X+ = = = =

    ( )33 Quartil 7,5 1894n

    Q X X +

    = = = =

    Valor mnimo = X = 180(1)Valor mximo = X = 192(9)

    ( )3 1

    Moda = Mo = 186

    Mdia = 1674 1869

    x

    BIO_2.indd 33 27/08/2012 21:36:50

  • BIOESTATSTICA34 |

    Varincia = 2

    2 311476 9 186 112 148 8

    s

    Desvio padro = 14 3,74s 4) Considere o seguinte rol da massa corprea de Rattus norvegicus

    (Wistar): 0,300; 0,317; 0,320; 0,322; 0,324; 0,325; 0,328; 0,337; 0,339; 0,340; 0,344; 0,346; 0,347; 0,350; 0,352; 0,352; 0,358; 0,358; 0,359; 0,361; 0,367; 0,369; 0,377; 0,384; 0,400 e construa a distribuio de frequncias dos dados, calculando a mdia, mediana, moda, varin-cia, desvio padro e coeficiente de variao.

    Classes (kg) ix if (%)ifr (%)ifacr i if x 2i if x

    0,300 0,320 0,310 2 8,00 8,00 0,62 0,19220,320 0,340 0,330 7 28,00 36,00 2,31 0,76230,340 0,360 0,350 10 40,00 76,00 3,50 1,22500,360 0,380 0,370 4 16,00 92,00 1,48 0,54760,380 0,400 0,390 2 8,00 100,00 0,78 0,3042

    Total 25 100,00 8,69 3,0313

    k = 1+3,2 log 25 = 5,47 5; h = 0,100/5 = 0,020 kg;x = 0,3476 kg; Me = 0,347 kg; Mo = 0,347 kg;

    2s = 0,00045 kg2; s = 0,022 kg; CV(%)=6,32 %.

    2.9. EXERCCIOS: ESTATSTICA DESCRITIVA

    1) Resultados de trs alunos da 8 srie da rede pblica municipal submetidos a cinco testes de aptido fsica.

    TesteMdia

    (Gold)Desvio padro

    (Gold)Pedro Joo Manuel

    N abdominais em 2 min. 30 6 32 40 20

    Salto em extenso (cm) 150 25 146 140 125

    Suspenso braos flexionados (seg.) 50 10 35 70 75

    Distncia percorrida 12 min. (m) 1850 200 2256 1700 1650

    Tempo para nadar 50m (seg.) 30 5 35 28 26

    BIO_2.indd 34 11/08/2012 22:43:36

  • Estatstica Descritiva | 35

    a) Para cada aluno, indicar o teste de melhor desempenho.b) Estabelecer um ndice (valor nico) que expresse o desempenho global

    do aluno.c) Classificar os trs alunos segundo ndice global estabelecido.

    2) Em uma maternidade foi observada a distribuio do peso dos nascituros, conforme descrita a seguir:

    Peso (kg) Freq. Absoluta Freq. Relativa (%)

    1,2 1,6 2 4,01,6 2,0 10 20,02,0 2,4 12 24,02,4 2,8 14 28,02,8 3,2 8 16,03,2 3,6 4 8,0

    Total 50 100,0

    a) Qual a mdia da distribuio?b) Construir o histograma.c) Dividir os pesos em quatro categorias, de modo que:

    os 30% mais leves sejam da categoria A; os 25% seguintes sejam da categoria B; os 25% seguintes sejam da categoria C; os 20% restantes (ou seja, os 20% mais pesados) sejam da categoria D.

    d) Quais os limites de peso entre as categorias A, B, C e D.

    3) Considerando informaes sobre o estado civil, grau de instruo, nmero de filhos, salrio (expresso como frao do salrio mnimo), idade (medi-da em anos e meses) e procedncia de tcnicos de laboratrio clnico, res-ponda as indagaes que sero descritas a seguir.

    NEstadoCivil

    Grau de instruoSalrio

    (X sal. mn.)

    Idade Regio deprocednciaanos meses

    1 solteiro ensino fundamental 1,25 26 03 interior

    2 casado ensino fundamental 1,50 32 10 capital

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  • BIOESTATSTICA36 |

    NEstadoCivil

    Grau de instruoSalrio

    (X sal. mn.)

    Idade Regio deprocednciaanos meses

    3 casado ensino fundamental 1,50 36 05 capital

    4 solteiro ensino mdio 1,60 20 10 interior

    5 solteiro ensino fundamental 1,80 40 07 interior

    6 casado ensino fundamental 1,30 28 00 interior

    7 solteiro ensino fundamental 1,40 41 00 interior

    8 solteiro ensino fundamental 1,50 43 04 capital

    9 casado ensino mdio 1,65 34 10 capital

    10 solteiro ensino mdio 1,35 23 06 interior

    11 casado ensino mdio 1,95 33 06 interior

    12 solteiro ensino fundamental 1,30 27 11 capital

    13 solteiro ensino mdio 1,65 37 05 interior

    14 casado ensino fundamental 1,85 44 02 interior

    15 casado ensino mdio 1,95 30 05 interior

    16 solteiro ensino mdio 2,05 38 08 capital

    a) Qual a porcentagem de empregados solteiros?b) Como o grau de instruo est associado com o estado civil? E com a

    regio de procedncia?c) Qual o salrio mdio de cada grau de instruo?d) Qual a idade mdia de cada regio de procedncia?e) Faa o grfico de barras para a mdia de salrio segundo o grau de

    instruo?f) Em qual estado civil o salrio mais homogneo?g) A maioria dos casados situa-se acima da idade mdia dos empregados?h) Construa a distribuio conjunta de frequncias das variveis: estado

    civil e regio de procedncia.i) Se for concedido um abono de meio salrio mnimo para todos os 16 em-

    pregados, qual a alterao que haver na mdia? E na varincia? E no desvio padro? E na mediana? E no coeficiente de variao? Justifique sua resposta.

    j) Em qual estado civil a variao mxima de salrios maior?

    continuao

    BIO_2.indd 36 11/08/2012 22:43:36

  • Estatstica Descritiva | 37

    2.10. RESPOSTAS DOS EXERCCIOS

    1) a)

    Teste Pedro Joo Manuel

    N abdominais 0,33 1,67 -1,67

    Salto extenso -0,16 -0,40 -1,00

    Suspenso braos -1,50 2,00 2,50

    Distncia 2,03 -0,75 -1,00

    Tempo 1,00 -0,40 -0,80

    Melhor Desempenho Distncia Suspenso Suspenso

    b) Desempenho mdio

    0,060Pedroz ; 0,584Jooz ; 0,074Manuelz .c) Joo > Pedro > Manuel.

    2) a) 2, 424x kg .c) 30 2,1P kg ; 55 2,7P kg ; 80 3,1P kg .d) 1,2 2,1A ; 2,1 2,7B ; 2,7 3,1C ; 3,1 3,6D .

    3) a) 56,25%.b)

    Escolaridade Solteiro Casado Total Interior Capital Total

    E. Fundamental 5 4 9 5 4 9

    E. Mdio 4 3 7 5 2 7

    Total 9 7 16 10 6 16

    c) (Fundamental) 1, 49x sm ; (Mdio) 1,74x sm .d) (Interior) 390,80 mesesx ; (Capital) 428,00 mesesx .e) Fundamental 1, 49 0,21 . Mdio 1,74 0,25 .f) (solteiro) 16,88%CV ; (casado) 14,97%CV . O salrio mais ho-

    mogneo nos casados.g) (Geral) 404,75 mesesx ; dos 7 empregados casados, 3(42,86%) esto

    acima da mdia geral (minoria).

    BIO_2.indd 37 11/08/2012 22:43:36

  • BIOESTATSTICA38 |

    h)

    Estado civil e Procedncia Freq. Absoluta Freq. Relativa (%)

    Solteiro Interior 6 37,50

    Solteiro Capital 3 18,75

    Casado Interior 4 25,00

    Casado Capital 3 18,75

    Total 16 100,00

    i)

    Estatstica Valor Original Valor Abonado Situao

    Mdia 1,60 2,10 Aumenta 0,5 sm

    Varincia 0,0676 0,0676 Inalterada

    Desvio padro 0,26 0,26 Inalterada

    Mediana 1,55 2,05 Aumenta 0,5 sm

    Coef. Variao (%) 16,25% 12,38% Diminui (Mdia Aumentada)

    j) Solteiro range = 2,05-1,25=0,80 sm Casado range = 1,95-1,30=0,65 sm. A maior variao de salrios ocorre nos solteiros.

    BIO_2.indd 38 11/08/2012 22:43:36

  • 3PROBABILIDADES

    3.1. INTRODUO

    Acredita-se que todo mundo gosta de ter certeza, de estar sempre certo, de acertar. Para muitos, principalmente os mais teimosos, incertezas e dvidas re-fletem uma espcie de fraqueza de firmeza de atitudes. Infelizmente, saber acei-tar que perfeitamente razovel no saber tudo e que nem sempre estamos certos, requer uma boa dose de modstia para as incertezas e imprecises. Nes-te sentido, a noo de um determinismo absoluto deve ser desconsiderada, em favor das probabilidades. Estas sim so as que contam, nas certezas. Pode-se dizer que a teoria da probabilidade comea no sculo XVII com os matemticos franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662). Antoine Gambaud (1607-1684), um importante cavalheiro e tambm um jogador entu-siasmado, discutia com Pascal temas relacionados com a possibi lidade de sucesso em jogos que envolviam cartas. Pascal, interessado no assunto, correspondeu-se com Fermat. Nessas cartas, escritas em 1654 encontram-se o desenvolvimento do que hoje chamado probabilidade finita. Pode-se dizer que a teoria de pro-babilidade contou em sua origem com o estmulo de questes levantadas pela observao e prtica dos jogos de azar, cuja participao cientfica acontece com o objetivo de medir o acaso e, com isso, exercer maior controle sobre os fen-menos naturais. Outras contribuies importantes para o desenvolvimento da teoria da probabilidade acontecem com o matemtico francs Abraham de Moivre (1667-1754) a partir da publicao da obra Doutrina do acaso (Doctrine of chances) e com o matemtico suo Jacques Bernoulli (1654-1705) na obra Arte da conjectura (Ars conjectandi). Na sequncia do desenvolvimento tm-se os matemticos franceses Pierre-Simon de Laplace (1749-1827) e Simon Poisson (1781-1840); o matemtico alemo Karl Friedrich Gauss (1777-1855) e o matemtico russo Andrei Nikolaevich Kolmogorov (1903-1987).

    Kolmogorov pensou sobre a natureza dos clculos de probabilidade e fi-nalmente compreendeu que encontrar a probabilidade de um evento era exa-

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  • BIOESTATSTICA40 |

    tamente igual a encontrar a rea de uma figura irregular. Adotou a recm sur-gida matemtica da teoria de medio (Teoria de Henri Lebesgue) para os clculos de probabilidade e, com essas ferramentas, foi capaz de identificar um pequeno conjunto de axiomas sobre os quais pde construir todo o corpo da teoria de probabilidade (Axiomatizao da Teoria de Probabilidades). Essa te-oria ensinada hoje como a nica forma de ver a probabilidade e que resolve para sempre todas as questes sobre a validade dos clculos.

    Deve ser destacado que a prpria palavra probabilidade foi criada para li-dar com o sentido da incerteza pessoal. No se deve referir-se probabilidade tanto como um nmero preciso, mas como mtodo de ordenar idias (proba-bilidade de chover a manh maior que a probabilidade de nevar).

    Alguns conceitos tornam-se necessrios para o aprofundamento do co-nhecimento de probabilidade:

    I. Fenmeno Aleatrio (Casual): refere-se situao ou acontecimento cujos resultados no podem ser previstos com certeza.

    Exemplos: Alterao do ritmo cardaco de indivduos submetidos prova de exausto.

    Exemplos: Configurao do gnero de casais com quatro filhos.II. Experimento: qualquer processo que permite ao pesquisador fazer

    observaes.III. Evento: uma coleo de resultados de um experimento.IV. Evento Simples ou Elementar (A): um resultado, ou um evento, que

    no comporta mais qualquer decomposio.V. Espao Amostral (): consiste de todos os possveis eventos simples

    de um experimento.

    3.2. DEFINIO DE PROBABILIDADE

    Uma funo P(.) denominada probabilidade se satisfaz as condies:

    I. ( ) 1O P A , AC.II. ( ) 1P .III.

    1 1( ) ( )

    nn

    j jP Aj P AjU

    , com os Ajs mutuamente exclusivos.

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  • Probabilidades | 41

    Espao Amostral Equiprovvel: todos os pontos (eventos) tm a mesma

    probabilidade 1(.)Pn

    . Se um evento A tem m pontos amostrais, ento( ) mP A

    n , ou seja, nmero de casos favorveis nmero totalP A . Essa a

    definio que aproxima a probabilidade frequncia relativa (definio fre-quentista de probabilidade).

    Um conceito interessante sobre a convergncia assinttica em probabilida-de trata-se da LGN (Lei dos Grandes Nmeros).

    Lei dos Grandes Nmeros: Quando se repete um experimento um grande nmero de vezes, a probabilidade pela frequncia relativa de um evento tende a probabilidade terica.

    3.3. PROBABILIDADE CONDICIONAL E INDEPENDNCIA

    Em muitas situaes prticas, os fenmenos aleatrios considerados po-dem ser separados em etapas consecutivas. A informao do que ocorreu em uma determinada etapa pode influenciar nas probabilidades de ocorrncias das prximas etapas. Com este ganho de informao pode-se recalcular as probabilidades de interesse, cujos resultados recebem o nome de probabili-dade condicional. Dados dois eventos A e B, a probabilidade condicional de A dado que ocorreu B obtida por ( ) / ( )P A B P A B P B , com ( ) 0P B .

    A regra do produto de probabilidades pode ser deduzida da expresso an-terior, ou seja, ( ) ( ) ( )P A B P A B P B , com ( ) 0P B . Se a informao da ocorrncia ou no de B no altera a probabilidade da ocorrncia de A, deve acontecer que ( ) ( )P A B P A , ou equivalentemente, ( ) ( ) ( )P A B P A P B , com

    ( ) 0P B , mostrando a independncia probabilstica entre os eventos A e B.Para melhor entendimento da inferncia que o conhecimento prvio pode

    modificar as probabilidades, considere o seguinte exemplo didtico: Numa famlia com duas crianas, qual a probabilidade de que ambas sejam me-ninas? O espao amostral com as possveis ordens de nascimento formado por , ; , ; , ; ,M M M F F M F F . O evento favorvel para a questo formulada constitui-se do par ,F F , ou melhor, tem-se um sucesso em qua-tro possibilidades. Neste contexto, a probabilidade procurada 14 0,25 . Po-

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    rm, se existe a unio condicional a probabilidade dada na informao adi-cional de que h um feminino, o espao amostral fica modificado como

    , ; , ; ,M F F M F F e, portanto, existindo um sucesso em trs pos-sibilidades. Isto , a probabilidade procurada 13 0,33 (praticamente um aumento de 33% no reclculo da probabilidade). No esquecer que para o exemplo didtico considerou-se que as probabili dades de ocorrncia para M e F so iguais e fixas.

    3.4. TEOREMA DE BAYES

    Uma das aplicaes mais importantes das probabilidades condicionais consiste no Teorema de Bayes, que envolve as probabilidades a priori iP C ;a posteriori iP C A e de verossimilhanas iP A C .

    Seja a participao 1 2, , , nC C C do espao amostral

    ' 1, ';

    n

    i i iiC C i i U C

    e as seguintes probabilidades conhecidas iP C e iP A C , 1, ,i n .Ento para qualquer 1, ,j n , tem-se:

    1

    ( ) ( / ) ( )( / )

    ( )( / ) ( )

    j j jj n

    i ii

    P C A P A C P CP C A

    P A P A C P C

    .

    3.5. EXEMPLOS APLICADOS

    1) Um teste de proficincia in loco, avaliou a competncia dos tcnicos que analisavam o teste Papanicolau para anormalidades. Os tcnicos de 306 laboratrios de citologia foram avaliados e revelaram:

    P(Cncer feminino no colo do tero) = 0,000083; P(Teste negativo/cncer) = 0,1625 (falso negativo); P(Teste positivo/cncer) = 0,8375 (sensibilidade); P(Teste positivo/sem cncer) = 0,1864 (falso positivo); P(Teste negativo/sem cncer) = 0,8136 (especificidade).

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  • Probabilidades | 43

    Qual a probabilidade de uma mulher com Papanicolau positivo para o cncer ter realmente a doena?

    P Cncer Teste positivo

    P Teste Pos Cncer P Cncer

    P Teste Pos Cncer P Cncer P Teste Pos Sem Cncer P Sem Cncer

    0,000083 0,8375 0,0003730,000083 0,8375 0,999917 0,1864

    ( Valor preditivo de um teste

    positivo).

    ( / ) 0,999983P SemCncer Teste negativo ( Valor preditivo de um teste negativo).

    2) Levantamento Nacional de Entrevistas de Sade (MS). O quadro a seguir apresenta os resultados do levantamento realizado

    pelo Ministrio da Sade.

    Condio de Emprego (Evento) Amostra Debilidade Auditiva (Leso)

    Atualmente Empregado (E1) 400000 60000

    Atualmente Desempregado (E2) 38000 950

    Fora de Fora de Trabalho (E3) 227000 2270

    Total (E1 E2 E3) 665000 63220

    As probabilidades dos eventos so apresentadas no quadro abaixo.

    Evento EventoP P E Deb EventoP P D E ( )P D E P E P D E E1 0,6015037 0,150 0,0902255

    E2 0,0571428 0,025 0,00142857

    E3 0,3413533 0,010 0,00341353

    D(debilidade) 0,0950676 0,0950675

    A probabilidade de Debilidade Auditiva pode ser determinada por:

    1 2 3( ) ( ) ( ) ( ) 0,0950675P D P D E P D E P D E ou ainda,( ) 63220 / 665000 0,0950675P D .

    3) Sensibilidade e Especificidade Sensibilidade(S) e Especificidade (E) so caractersticas fixas dos testes

    diagnsticos. Os valores preditivos do teste, porm, dependem da pre-valncia da doena.

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    TesteDoena

    ProbabilidadePresente (D) Ausente (D)

    Positivo (T+) P D T P D T P TNegativo (T-) P D T P D T P TProbabilidade P D P D

    Falso Positivo = ( / ) ( ) / ( )P T D P D T P D Falso Negativo = ( / ) ( ) / ( )P T D P D T P D Correto Positivo = .( / ) ( ) / ( ) SensibilidadeP T D P D T P D Correto Negativo = ( / ) ( ) / ( ) EspecificidadeP T D P D T P D Valor Preditivo Positivo = ( / ) ( ) / ( )P D T P D T P T Valor Preditivo Negativo = ( / ) ( ) / ( )P D T P D T P T Considerando os resultados do exemplo 1:

    / 0,000373P D T (VPP) Para cada 1 milho (1000000) de Pa-panicolau positivos, somente 373 representam casos verdadeiros (cor-retos) de cncer no colo(clon) uterino.

    / 0,999987P D T (VPN) Para cada milho de Papanicolau ne-gativos, 999987 representam casos verdadeiros de ausncia de cncer no colo uterino.

    4) Dois equipamentos, A e B, para processamento de dosagens bioqumi-cas so colocados para teste de controle de qualidade por 120 horas. A probabilidade de que um erro de clculo acontea em um equipamento do tipo A de 1/30; no tipo B, 1/80 e em ambos, 1/1000. Qual a proba-bilidade de que:

    a) Pelo menos um dos equipamentos tenha apresentado erro?

    1 1 1( ) (800 300 24) / 24000 0,04483

    30 80 1000P A B .

    b) Nenhum equipamento tenha apresentado erro?

    ( ) ( ) 1 ( ) 0,95517P A B P A B P A B .

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  • Probabilidades | 45

    c) Apenas o equipamento A tenha apresentado erro?

    1 1( ) ( ) ( ) (100 3) / 3000 0,0323330 1000

    P A B P A P A B .

    Observao: ( ) ( ) ( )A A A B B A B A B .

    3.6. PROBABILIDADE NA VIDA REAL

    Considere um ensaio clnico para examinar a eficcia de um novo trata-mento para AIDS. O resultado da anlise estatstica aponta que a diferena entre o antigo tratamento e o novo significante. Isso mostra que a comuni-dade mdica pode estar certa de que o novo tratamento funcionar no prxi-mo paciente com AIDS? Significa que ele funcionar para certa porcentagem de pacientes com AIDS? Ou apenas que, na populao altamente selecionada do estudo, parece haver vantagem do novo tratamento (mais provvel para a reposta desejada da cura) em relao ao antigo tratamento?

    3.7. EXERCCIOS: PROBABILIDADES

    1) Um estudante acredita que sua chance de passar no vestibular de biomedici-na de 2:23. Qual sua estimativa subjetiva da probabilidade de ser aprovado?

    2) A experincia indica que 15% dos inscritos para a prova de seleo do aprimoramento nunca aparecem. Se o anfiteatro para a realizao da prova tem 60 lugares e so aceitas 62 inscries, qual a probabilidade de poder acomodar no anfiteatro todos os que comparecerem?

    3) Qual o nmero mnimo de filhos de um casal para assegurar uma proba-bilidade superior a 0,79 de obter ao menos um filho do gnero feminino?

    4) De acordo com certa tbua de mortalidade, a probabilidade de Jos estar vivo daqui a 28 anos 0,6; e a mesma probabilidade para Joo 0,9. Determinar:

    a) P(ambos estarem vivos daqui a 28 anos).b) P(nenhum estar vivo daqui a 28 anos).c) P(um estar vivo e outro estar morto daqui a 28 anos).

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    5) Determinar a probabilidade de n pessoas ( 365n ) fazerem aniversrio em datas diferentes.

    6) As probabilidades de um aluno ser aprovado em Fisiologia, Morfologia e ambas so 0,75; 0,84 e 0,63, respectivamente. Qual a probabilidade de ser aprovado em Fisiologia, sabendo-se que foi aprovado em Morfologia?

    7) Suponha um teste diagnstico para cncer em que 95% dos que tm a doen-a reagem positivamente, enquanto 3% dos que no tm a doena tambm reagem positivamente. Suponha ainda que 2% da populao sejam portado-res da doena. Qual a probabilidade de um indivduo sorteado da populao que respondeu positivamente ao teste diagnstico, ter de fato cncer?

    8) Um grupo de pessoas foi classificado quanto a peso e presso arterial de acordo com as propores do quadro a seguir:

    PressoPeso

    TotalExcesso Normal Deficiente

    Elevada 0,10 0,08 0,02 0,20

    Normal 0,15 0,45 0,20 0,80

    Total 0,25 0,53 0,22 1,00

    a) Qual a probabilidade de uma pessoa deste grupo, escolhida ao acaso, ter presso elevada?

    b) Verifica-se que a pessoa escolhida tem excesso de peso, qual a probabi-lidade de ter tambm presso elevada?

    c) Os eventos excesso de peso e presso elevada so independentes?

    9) Considere o seguinte quadro de informao do Ministrio da Sade (Ma-nual de Qualificao do Captador Braslia / 1997)

    RhSistema ABO

    O A B AB

    + 36% 34% 8% 2,5%

    - 9% 8% 2% 0,5%

    Calcular as seguintes probabilidades:a) P(Rh+ ou O). b) P(Rh / O). c) P(Rh-).d) P(AB). e) P(O+ ou AB+). f) P(O+ ou A ou B+).

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    10) Num teste com duas marcas que lhe so apresentadas em ordem aleat-ria, um experimentador de vinhos faz trs identificaes corretas em trs tentativas.a) Qual a probabilidade de isso ocorrer, se na realidade ele no possuir

    habilidade alguma para distingui-los?

    b) E se a probabilidade de distinguir corretamente de 90% em cada tentativa?

    11) Sabendo-se que 8% de um lote de ratos tem peso superior a 296g e 16% entre 280 e 296g, qual a probabilidade de um rato com peso superior a 280g pesar mais que 296g?

    12) Num lote de animais, 50% so machos e 20% da raa Wistar. Dentre os que so machos, 30% so Wistar. Qual a porcentagem de animais que no so machos e nem Wistar?

    13) Em uma gaiola metlica 4% dos coelhos machos e 1% das fmeas tm mais que 1,8 kg de peso. Por outro lado, 60 % dos coelhos so fmeas. Se um coelho escolhido casualmente tem mais que 1,8kg de peso, qual a pro-babilidade de ser fmea?

    14) Sabendo-se que 2% dos exames clnicos feitos por um laboratrio apre-sentam falha humana, 1% falha tcnica e 2,5% pelo menos uma das duas falhas, qual a probabilidade de um exame ter as duas falhas?

    15) So dadas as seguintes informaes a respeito dos animais de um biotrio: 2% macho e WKY; 10% WKY e 50% macho. Qual a probabilidade de um animal no sendo macho ser WKY?

    3.8. RESPOSTAS DOS EXERCCIOS

    1) 0,08.

    2) 0,999498.

    3) n=3.

    4) a) 0,54. b) 0,04. c) 0,42.

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    5)

    1 2 11 1 ... 1365 365 365

    n .

    6) 0,75.

    7) 0,396.

    8) a) 0,20. b) 0,40. c) No.

    9) a) 0,895. b) 0,20. c) 0,195. d) 0,03. e) 0,385. f) 0,52.

    10) a) 0,125. b) 0,729.

    11) 0,333.

    12) 0,45.

    13) 0,20.

    14) 0,005.

    15) 0,16.

    BIO_3.indd 48 11/08/2012 22:43:56

  • 4MODELOS PROBABILSTICOS

    No enfoque determinista original, sempre havia a crena de que medies mais refinadas levariam a uma definio melhor da realidade fsica examina-da. No enfoque estatstico, os parmetros de uma distribuio algumas vezes no exigem realidade fsica e s podem ser estimados pelo erro, no importa quo preciso seja o sistema de medio. Por exemplo, no enfoque determinis-ta, existe um nmero fixo, a constante gravitacional, que descreve como as coisas caem em direo Terra. Na abordagem estatstica, as medies da constante gravitacional sero sempre diferentes, e a disperso de sua distribui-o o que se procura estabelecer para entender os corpos que caem.

    Os nmeros que identificam a funo de distribuio no so os nmeros medidos experimentalmente. Eles no podem ser observados, embora possam ser inferidos pelo modo como as medies se dispersam, e posteriormente fo-ram chamados de parmetros (do grego quase-medies). Os quatro par-metros que descrevem completamente um membro do sistema de Pearson so:

    a) a mdia (o valor central a partir do qual as medies se dispersam);b) o desvio padro (o quanto a maioria das medies se dispersa em tor-

    no da mdia);c) simetria (o grau em que as medies se acumulam em apenas um lado

    da mdia);d) curtose (o quanto as medies raras se afastam da mdia).

    4.1. VARIVEIS ALEATRIAS DISCRETAS

    Uma quantidade X associada a cada possvel resultado do espao amos-tral denominada de Varivel Aleatria Discreta (VAD) se assume valores num conjunto enumervel com certa probabilidade.

    Exemplos:

    Nmero de filhos em famlias. Nmero de gestaes.

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  • BIOESTATSTICA50 |

    A funo de probabilidade atribui a cada valor da VAD sua probabilidade. A notao para a funo feita como: ( ) ( )i i iP X x p x p 1, ,i n ;onde 0 1ip e

    11

    n

    ii

    p

    .

    4.2. MODELOS DISCRETOS MAIS COMUNS

    4.2.1. Modelo Uniforme

    Todos os valores ocorrem com a mesma probabilidade.

    1( )iP X x n , para 1, ,i n .

    4.2.2. Modelo (Ensaio) de Bernoulli

    Uma VAD segue o modelo Bernoulli quando o espao amostral tem alter-nativas dicotmicas, que genericamente podem ser representadas por respos-tas tipo sucesso-fracasso.

    1( ) 1 xxP X x p p para x=0,1, com 0

  • Modelos Probabilsticos | 51

    4.2.4. Exemplos

    1) Sabe-se que a eficincia de uma vacina 80%. Um grupo de trs indi-vduos sorteado, dentre a populao vacinada, e submetido a testes para verificar se a imunizao foi efetiva. Construa as probabilidades para o nmero de indivduos imunizados no sorteio.

    X 0 1 2 3

    P(X=x) 0,008 0,096 0,384 0,512

    2) Certa doena pode ser curada por meio de procedimento cirrgico em 96% dos casos. Dentre os que tm a doena, sorteamos 10 pacientes que sero submetidos cirurgia. Qual a probabilidade de:

    I. Todos serem curados?

    ( 10) 0,6648P X .II. Pelo menos 8 curados?

    ( 8) 0,0519 0,2770 0,6648; ( 8) 0,9937P X P X .3) Para casal com trs filhos construa a funo de probabilidades para o

    gnero feminino,

    X(F) Nenhum Um Dois Trs

    P(X=x) 1/8 3/8 3/8 1/8

    onde X representa o nmero de filhos do gnero feminino.

    4.3. VARIVEIS ALEATRIAS CONTNUAS

    So variveis cujos possveis valores ocorrem aleatoriamente e pertencem a um intervalo dos nmeros reais (a resposta observada est associada a um procedimento de mensurao).

    Exemplos:

    Nvel de colesterol total (mg/dL) mtodo qumica seca. Peso (kg) mtodo balana. Existncia de um grande lenol de gua no subsolo de uma regio cuja

    pro fundidade no foi determinada; porm, sabe-se que est situada entre

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  • BIOESTATSTICA52 |

    25 a 160 metros. Dispe-se de uma sonda que, ao fazer a perfurao, detecta com preciso a profundidade do reservatrio de gua (X: profun-didade; 25 160x ) mtodo perfurao.

    4.4. FUNO DENSIDADE DE PROBABILIDADE

    A funo f x uma funo densidade de probabilidade (FDP) ou uma funo contnua de probabilidade para uma varivel aleatria contnua X (VAC), se satisfaz as condies:

    I. ( ) 0f x para todo x .

    II. ( ) 1f x dx .

    Observao:

    Para calcular as probabilidades utiliza-se a rea sob a curva, ou seja, se a b ento ( ) ( )

    b

    aP a X b f x dx . Lembrar que sendo a rea no ponto igual a zero,

    tem-se ( ) ( ) ( ) ( )P a X b P a X b P a X b P a X b .

    Exemplo: Arquelogos estudaram uma certa regio e estabeleceram um modelo terico para o comprimento (C) de fsseis da regio (cm). Sendo C uma VAC com a seguinte FDP:

    1( ) 140 10

    cf c , se 0 20c e 0, caso contrrio.

    Determinar:

    I. O grfico de f c .II. 8P C .III. ( )E C c f c dc .IV. 2 2Vac( ) ( ) ( )C c f c dc .

    BIO_4.indd 52 11/08/2012 22:44:15

  • Modelos Probabilsticos | 53

    I.

    f(c)

    4/40

    3/40

    2/40

    1/40

    0 20 c

    II. 8

    0( 8) ( ) 7 / 25P C f c dc .

    III. 35 / 3 cm .IV. 2 2275 / 9cm .

    4.5. MODELO GAUSSIANO OU MODELO NORMAL

    A varivel X tem distribuio normal ou gaussiana com parmetros 2e , se sua FDP dada por 21/2( )1( ) , ; e 0

    2

    x u

    f x e x u .

    Caractersticas da distribuio normal:

    I. f x simtrica em relao mdia.II. 0f x quando x .III. O valor mximo de f x se d para x .IV. ( )E X : mdia de X. 2 ( )Var X : varincia de X. V. Mdia = Moda = Mediana.

    VI. O coeficiente de assimetria varia de -2 a +2.

    VII. O coeficiente de curtose varia de 1 a 5 (mede a relao entre altura e a largura da curva).

    BIO_4.indd 53 27/08/2012 21:43:04

  • BIOESTATSTICA54 |

    Observaes interessantes:

    1) Por conveno, na prtica laboratorial, costuma-se considerar que os indivduos que representam os 5% extremos de uma distribuio (2,5% para cada extremidade) podem ser esprios. Lembre-se que esta afirmao (2,5% nas extremidades) s pode ser assegurada quando a distribuio de uma varivel numrica normal.

    2) Este intervalo que inclui 95% das observaes no deve ser confun-dido com o intervalo de confiana 95% para a mdia, que representa a margem de erro para a mdia calculada (preciso da mdia).

    3) Outro ponto fundamental da distribuio normal decidir que tipo de teste estatstico pode ser aplicado, embora este problema possa ser contornado utilizando-se amostras de tamanho adequado, quando se torna possvel aplicar o teorema do limite central.

    4.5.1. Distribuio Normal Padro (Z)

    uma distribuio normal com mdia nula ( 0z ) e varincia unitria (2 1z ). A distribuio normal padro Z, pode ser referida como distribuio

    normal reduzida ou distribuio normal standard.

    Observao Importante:

    sempre possvel transformar uma varivel 2~ ( , )X N em uma va-rivel normal reduzida ~ (0,1)Z N . Para isso, deve-se usar a transformao

    xZ (simplesmente uma mudana escalar). Os resultados das probabili-

    dades para a varivel Z encontram-se tabelados.

    4.6. LEMA DE GLIVENKO-CANTELLI (JOSEPH GLIVENKO & FRANCESCO PAOLO

    CANTELLI)

    O lema um desses resultados que parecem ser intuitivamente bvios, mas s depois de terem sido descobertos. Se no se conhece nada sobre a distri-buio de probabilidade subjacente (que faz por baixo) que gerou um conjunto de dados, os prprios dados podem ser usados para construir uma distribuio no-paramtrica. Essa uma funo matemtica feia, cheia de descontinui-

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  • Modelos Probabilsticos | 55

    dades e sem nenhum tipo de elegncia. Mas, apesar de sua estrutura desajeita-da, Cantelli foi capaz de mostrar que essa feia funo de distribuio emprica fica cada vez mais prxima da funo de distribuio verdadeira medida que o nmero de observaes aumenta.

    4.7. EXEMPLOS

    1) Considere o peso X, em gramas, de cobaias com distribuio N (200 g; 144g2). Calcule as probabilidades de cobaias com peso:

    a) maior que 232g;b) menor que 218g;c) entre 185 e 216g;d) maior que 192g.

    200~ (200;144) ~ (0;1)

    12XX N Z N

    a) 232 200( 232) 2,67 0,003812

    P X P Z P Z ;

    b) 218 200( 218) 1,50 0,933212

    P X P Z P Z ;

    c) (185 216) 1,25 1,33 0,9082 0,1056 0,8026P X P Z ;d) ( 192) 0,67 0,7486P X P Z .

    2) Uma clnica de emagrecimento recebe pacientes adultos com peso N (130 kg; 400kg2). Para efeito de determinar o tratamento mais adequa-do, os 25% pacientes de menor peso so classificados de magros, en-quanto os 25% de maior peso de obesos. Determinar os pesos que delimitam cada classe.

    130~ (130; 400) ~ (0;1)20

    XX N Z N .

    25% 50% 25%(magros) X X (obesos)1 2

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    1 11130 130( ) 0,25 0,25 0,68

    20 12x xP X x P Z

    1 121,84x kg .

    2 22130 130( ) 0,75 0,75 0,67

    20 20x xP X x P Z

    2 143, 40x kg . Magros: Peso 121,84kg . Obesos: Peso 143,40kg .3) A classificao do indivduo quanto ao valor de referncia do LDL

    Colesterol a seguinte:

    timo < 100 mg/dL; Desejvel 100 mg/dL a < 130 mg/dL; Limite 130 mg/dL a 159 mg/dL; Aumentado > 159 mg/dL.

    Sabendo-se que em determinado grupo o ~ 115; 484LDL N , qual a porcentagem de indivduos em cada categoria de referncia?

    115~ (115; 484) ~ (0;1)22

    LDLLDL N Z N .

    timo Desejvel Limite Aumentado

    100 130 159

    ( 100) 0,68 0,2483P LDL P Z . (100 130) 0,68 0,68 0,7517 0,2483 0,5034P LDL P Z . (130 159) 0,68 2,00 0,9772 0,7517 0,2255P LDL P Z . ( 159) 2,00 0,0228P LDL P Z .

    4.8. TEOREMA LIMITE CENTRAL

    Quando so retiradas amostras aleatrias de uma populao com distri-buio normal, a distribuio das mdias amostrais tambm ser normal (dis-tribuio exata).

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  • Modelos Probabilsticos | 57

    O mais importante consiste no fato que se o tamanho da amostra for sufi-cientemente grande ( 30n ), as mdias amostrais tero distribuio normal independentemente da distribuio original da varivel (em resumo; para amostras de tamanho maior que 30, podem ser utilizados testes paramtricos para a comparao de mdias amostrais, mesmo que no se conhea a distri-buio da varivel em estudo).

    Observao Interessante:

    O teorema do limite central no garante que a distribuio da varivel na populao seja normal. Apenas garante a normalidade assinttica para os tes-tes paramtricos.

    4.9. TRANSFORMAO DE VARIVEIS

    Vrios procedimentos estatsticos baseiam-se na suposio de normalidade dos dados ou pelo menos na simetria deles. Porm, nem sempre estas situaes esto configuradas nas variveis numricas pesquisadas. Uma alternativa con-siste em efetuar uma transformao das observaes de modo a se obter uma distribuio mais simtrica e prxima da normal.

    Essa transformao pode se dar elevando os valores a uma potncia (posi-tiva ou negativa) ou calculando o logaritmo natural dos valores. O auxlio de grficos (histogramas, disperso, desenhos esquemticos,...) torna-se muito til para indicar a transformao mais apropriada aos dados. Porm, deve-se tornar muito cuidado nas concluses face a transformao realizada e atentar complexidade de interpretao, em alguns casos.

    4.10. EXERCCIOS: DISTRIBUIO NORMAL E DISTRIBUIO BINOMIAL

    1) Uma clnica de emagrecimento recebe pacientes adultos com peso distri-budo como normal com mdia 150 kg e desvio padro 20 kg. Para efeito de determinar o tratamento mais adequado, os 33% pacientes de menor peso so classificados de magros, enquanto os 33% de maior peso de obesos. Determine os valores que delimitam a classificao dos pacientes.

    2) Em populao indgena do Xingu, 28,10% dos homens adultos tm com-primento do fmur superior a 34 cm e 12,10% inferior a 19 cm. Supondo o

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    comprimento do fmur com distribuio normal estabelea os limites que incluem, simetricamente, 81,8% dos comprimentos ao redor da mdia.

    3) Uma vacina contra a gripe eficiente em 85% dos casos. Sorteia-se, ao acaso, 10 dos pacientes vacinados e pergunta-se a probabilidade de obter:a) Todos imunizados.b) Pelo menos 8 imunizados.c) No mximo 8 imunizados.

    4) Suponha que as amplitudes de vida de dois aparelhos eltricos utilizados pelo laboratrio de Bioqumica, tenham distribuies N(42;36) e N(45;9), respectivamente. Se os aparelhos so feitos para ser usados por um perodo de 45 horas, qual deve ser preferido? E se for por um perodo de 49 horas?

    5) Um laboratrio farmacutico produz seringas, das quais 0,5% so defeituo-sas. As seringas so vendidas em caixas com 20 unidades. Se a caixa tiver duas ou mais defeituosas o preo de venda R$ 1,00; tendo uma, o preo R$ 2,50 e no tendo defeituosa, o preo R$ 6,00. Qual o preo mdio de uma caixa?

    6) Um teste de aptido feito por tcnicos de laboratrios experimentais e clni-cos em treinamento inicial requer que, uma srie de operaes seja realiza-da em uma rpida sucesso. Admita que o tempo necessrio para completar o teste seja distribudo de acordo com uma normal de mdia 60 minutos e desvio padro 15 minutos.a) Para passar no teste, o candidato deve complet-lo em menos de 50 mi-

    nutos. Se 80 candidatos submetem-se ao teste, quantos so esperados passar?

    b) Se os 5% melhores candidatos sero contratados com salrio diferen-ciado, quo rpido deve ser o candidato para que obtenha essa posio?

    7) Um novo remdio tem efeito colateral indesejvel em 5% das pessoas que o tomam. Se 16 pacientes tomam o remdio qual a probabilidade de:a) Nenhuma reao negativa?b) Uma reao negativa?c) No mximo uma reao negativa?d) No mnimo uma reao negativa?

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    8) As alturas de 1200 estudantes das reas de Cincias Biolgicas e da Sade de uma Universidade tm distribuio N(1,70m; 0,0625 m2).a) Quantos tm altura inferior a 1,80m?b) Entre 1,60 e 1,85m?c) Menor que 1,55m?

    9) Uma indstria farmacutica sabe que, em mdia, 1% dos comprimidos por ela produzidos contm um componente da composio abaixo do pa-dro especificado, sendo por isso, inaceitveis (descartados). Em uma amostra de 500 comprimidos, qual a probabilidade de haver menos de trs inaceitveis?

    10) A durao da gravidez humana, da concepo ao parto, varia segundo uma distribuio aproximadamente normal com mdia 266 dias e desvio padro de 16 dias.a) Qual a porcentagem dos casos de gravidez com menos de 240 dias?b) Qual a porcentagem dos casos de gravidez que duram entre 240 e

    270 dias?

    11) Em indivduos sadios, o consumo geral de oxignio tem distribuio nor-mal com mdia 12cm3/min e desvio padro 2cm3/min. Determine a pro-poro de indivduos sadios com consumo:a) Inferior a 10cm3/min.b) Superior a 15cm3/min.c) Entre 8cm3/min e 15cm3/min.d) Determinar o consumo geral que superado por 92,51% dos indiv-

    duos sadios.

    12) Qual o nmero mnimo de filhos que um casal deve ter para que se tenha ao menos 0,95 de probabilidade que se ter ao menos uma menina?

    13) Dez pares de coelhos so submetidos a duas dietas. A alocao das dietas a cada par feito por processo randmico. Aps o experimento avalia-se os ganhos de peso dos animais. No par onde o ganho de peso da dieta A for superior ao da B, ser dito como sucesso, caso contrrio fracasso. Qual a probabilidade de que pelo menos 8 sucessos ocorram se as dietas no pos-suem diferenas reais no que diz respeito as propriedades de ganho de peso?

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    14) O peso vivo de coelhos tem distribuio normal com mdia 3,4kg e des-vio padro 0,2kg. Se o peso de um animal for inferior a 3,3 kg ele ven-dido a R$ 3,20, caso contrrio, a R$ 4,30. Qual o preo mdio de venda de cada animal?

    15) A quantidade de um anestsico necessria para um procedimento cirrgi-co comporta-se como N(50mg; 100mg2). A dose letal tambm se admite ser N(110mg; 400mg2). Que porcentagem dos animais submetidos a essa cirurgia morreria se fosse usada a dose que anestesia 95% dos animais?

    16) Considere que 40% dos ratos de um biotrio so fmeas. Num lote de 10 animais, qual a probabilidade de encontrar:

    a) no mximo 3 fmeas?b) pelo menos 4 fmeas?c) exatamente 6 fmeas?

    17) Sabe-se que 8% das vacinas estocadas numa central de atendimento tm validade vencida. Retirando-se, casualmente, 10 vacinas de uma entrega, qual a probabilidade de:

    a) uma vacina com validade vencida?b) existir vacina com validade vencida?

    18) Se o peso bruto de sunos normalmente distribudo, qual a probabili-dade de um peso deferir da mdia por:

    a) mais da metade do desvio padro?b) menos de 5/8 do desvio padro?

    19) O peso de coelhos de uma granja tem distribuio N(3kg;0,25kg2). Um abatedouro comprar 5000 coelhos e pretende classific-los de acordo com o peso do seguinte modo: os 20% mais leves como pequenos, os 50% seguintes como mdios e os 30% restantes (mais pesados) como grandes. Quais so os limites de peso para cada classificao?

    20) Sabendo-se que o peso de ratos distribui-se normalmente e que 88,10% dos pesos esto abaixo de 280g e 45,62% acima de 200g, qual a porcenta-gem de animais com peso acima de 220g?

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  • Modelos Probabilsticos | 61

    4.11. RESPOSTAS DOS EXERCCIOS

    1) Magro < 141,2kg e Obeso > 158,8kg.

    2) LI=17,54cm e LS=40,51cm.

    3) a) 10 0,1969P X .b) 8 0,2579 0,3474 0,1969 0,8022P X .c) 8 1 0,3474 0,1969 0, 4557P X .

    4) 45 0,3085P A e 45 0,5000P B . O aparelho B o preferido. 49 0,1210P A e 49 0,0918P B . O aparelho A o preferido.5) Preo mdio 0,9046 $6,00 0,0909 $2,50 0,0045 $1,00 $5,67R R R R .6) a) Nmero esperado = 20,1121 candidatos.

    b) t=35,25 minutos.

    7) a) 0 0, 4401P X . b) 1 0,3706P X .c) 1 0,8107P X . d) 1 0,5599P X .

    8) a) Nmero esperado = 786,48787 estudantes.b) Nmero esperado = 457,32458 estudantes.c) Nmero esperado = 329,16330 estudantes.

    9) 3 0,0066 0,0332 0,0836 0,1234P X .10) a) 0,0516. b) 0,5471 (54,71%).

    11) a) 0,1587. b) 0,0668.c) 0,9104. d) 9,12 cm/min.

    12) 4,3219n , ou seja, no mnimo 5 filhos.13) ( 8) 0,04395 0,00977 0,00098 0,05470P X .14) Preo mdio 0,3085 $3,20 0,6915 $4,30 $3,96R R R .15) 1,46% dos animais.

    16) a) 3 0,00605 0,04031 0,12093 0,21499 0,38228P X . b) 4 1 0,38228 0,61772P X . c) 6 0,11148P X .

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  • BIOESTATSTICA62 |

    17) a) 1 0,3777P X . b) 1 1 0, 4344 0,5656P X .18) a) 0,6170. b) 0,4714.

    19) Pequenos 2,58kg . 2,58 Mdios 3,26kg kg . Grandes 3,26kg .20) 35,20%.

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  • 5ESTIMAO DE PARMETROS

    5.1. INTRODUO

    Descartes (Ren Descartes, 1596-1650, foi filsofo, fsico e matemtico. Notabilizou-se, sobretudo por seu trabalho revolucionrio na filosofia e na cincia, mas tambm obteve reconhecimento matemtico por sugerir a fuso da lgebra com a geometria, fato que gerou a geometria analtica e o sistema de coordenadas que leva seu nome) aponta que o bom senso o atributo melhor distribudo no mundo. Cada indivduo pensa estar to bem provido dele, que mesmo aqueles mais difceis de se satisfazerem com qualquer outra coisa no costumam desejar melhor senso do que tm. Assim, no verossmil que to-dos se enganem; mas, pelo contrrio, isso demonstra que o poder de bem jul-gar e de distinguir o verdadeiro do falso, que propriamente o que se denomi-na bom senso ou razo, por natureza igual em todos os homens e, portanto, a diversidade de opinies no decorre de uns serem mais ou menos razoveis que outros, mas sim pelo fato de conduzir os pensamentos por diversas vias e no se considerar as mesmas coisas.

    A tomada de decises sobre a populao, com base em estudos feitos sobre os dados da amostra, constitui o problema central (ncleo) da Inferncia Esta-tstica. A tais decises esto sempre associados um grau de incerteza e, conse-quentemente, uma probabilidade de erro (risco de deciso). A generalizao da amostra para a populao deve ser feita dentro de um modelo estatstico adequado para a situao em estudo. Os dois tpicos bsicos abordados pela Inferncia Estatstica so:

    a) estimao de parmetros; e b) teste de hipteses sobre parmetros.

    Resumidamente, a Inferncia Estatstica objetiva estudar a populao por meio de evidncias fornecidas pela amostra. a amostra que contm os ele-mentos que podem ser observados e onde as quantidades de interesse podem

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  • BIOESTATSTICA64 |

    ser medidas. No contexto terico os parmetros so funes de valores popu-lacionais, quanto estatsticas so funes de valores amostrais.

    Observaes:

    I. Evidncia trata-se da qualidade do objetivo ( a plena certeza com que a verdade nos aparece e determina a adeso do esprito).

    II. Certeza trata-se do estado sujeito ( o estado de esprito que afirma sem o temor de enganar-se).

    III. Todo resultado cientfico (experimental) inclui margens de erro que representam a preciso do procedimento. Nenhuma medida exata.

    IV. Na prtica, nenhum experimento pode ser exatamente duplicado. Tem-se que contentar com o melhor possvel (Segundo Herclito, fi-lsofo grego: no se pode entrar no mesmo rio duas vezes).

    5.2. PARMETROS, ESTIMADORES E ESTIMATIVAS

    As quantidades da populao em geral desconhecidas e sobre as quais se tem interesse, so denominadas parmetros (representaes: , , ,... ).

    combinao dos elementos da amostra, construda com a finalidade de representar, ou estimar, um parmetro de interesse na populao, denomina-se estimador (representaes: , , ,... ).

    Aos valores numricos assumidos pelos estimadores denominamos esti-mativas pontuais ou, simplesmente, estimativas.

    Fisher (Sir Ronald Aylmer Fisher, 1890-1962) estabeleceu alguns critrios para uma boa estatstica:

    I. Consistncia quanto mais dados houver, maior a probabilidade de que a estatstica calculada esteja perto do valor real do parmetro.

    II. Ausncia de Vis se usar uma estatstica particular muitas vezes so-bre diferentes conjuntos de dados, a mdia desses valores da estatstica dever chegar perto do verdadeiro valor do parmetro.

    III. Eficincia os valores da estatstica no sero exatamente iguais ao verdadeiro valor do parmetro, mas a maioria de um grande nmero de estatsticas que estimem um parmetro no deve estar longe do valor verdadeiro.

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  • Estimao de Parmetros | 65

    Tabela 5.1 Principais estimadores pontuais

    Parmetro Estimador Propriedades

    (mdia populacional) X No viciado e consistente (proporo pop.) p = freq. relativa No viciado e consistente

    2 (varincia pop.) 2S No viciado e consistente

    Observaes:

    I. Um estimador no viciado (imparcial ou no viesado) para um parmetro se ( )E (seu valor esperado coincide com o parme-tro de interesse).

    II. Um estimador consistente se medida que o tamanho da amostra aumenta seu valor converge para o parmetro de interesse e sua va-rincia converge para o zero. Ou seja:

    lim ( )n

    E e lim Var( ) 0n .

    5.3. DISTRIBUIES AMOSTRAIS

    Os estimadores so funes de variveis aleatrias e, portanto, so vari-veis aleatrias. Neste sentido, torna-se muito interessante obter a distribuio probabilstica dos estimadores.

    5.3.1. Mdia Amostral (X)

    Considere uma amostra aleatria de tamanho n de uma varivel 2~ ,X N , ento, mostra-se que:I. ~X Normal

    II. ( )X E X X 2

    ~ ( ; )Nn .

    III. 22X Var X n

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  • BIOESTATSTICA66 |

    Observao Importante:

    medida que o tamanho amostral cresce a probabilidade de a mdia amostral estar na proximidade da mdia populacional maior.

    Exemplo: O Biotrio possui uma mquina para encher pacotes de rao com peso que se comporta como uma varivel aleatria. normal com mdia 200g e desvio padro 10g. Uma amostra aleatria de 25 pacotes sorteada e pergunta-se:

    a) Qual o nmero esperado de pacotes da amostra com peso inferior a 205g?

    ( 205) ( 0,50) 0,69146 . 17,29P X P Z N ESP pacotes.b) Qual a probabilidade de que o peso mdio dos pacotes da amostra no

    exceder 205g?

    ( 205) ( 2,50) 0,99379.P X P Z

    5.3.2. Proporo Amostral ( p)

    Para uma amostra de tamanho n retirada de uma populao qualquer com mdia e varincia 2 , a distribuio de X, pelo teorema TLC, para n tenden-do a infinito normal padro, ou seja,

    X

    X

    X

    ~ 0;1Z N .

    Considerando:

    ( )

    N de indivduos na amostra dada com a caracterstica Yp

    Tamanho da amostra n

    0, caso contrrioe para o i-simo indivduo iY 1, se o indivduo apresentar

    a caracterstica (sucesso)

    ento 1 ... nY Yp Yn

    .

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  • Estimao de Parmetros | 67

    Cada iY um ensaio de Bernoulli, ou seja, ( )iE Y p e ( ) (1 )iVar Y p p , para 1,i n . Logo, para 1,..., nY Y uma sequncia de variveis aleatrias inde-pendentes de Bernoulli, tem-se:

    E p E Y p ; (1 ) p pVar p Var Y n

    .

    Para n suficientemente grande, pelo TLC:

    (1 )

    y

    y

    Y p pp p

    n

    ~ 0,1Z N .

    Exemplo: Um laboratrio farmacutico afirma que sua vacina contra gripe imuniza em 80% dos casos. Uma amostra de 25 indivduos que tomaram a vacina foi sorteada e testes foram feitos para verificar a imunizao ou no desses indivduos. Se o fabricante estiver correto, qual a probabilidade da proporo de imunizados na amostra ser inferior a 0,76? E superior a 0,88?

    0,80p 1 0,20p ; 0,80E p E Y ; 0,0064Var p Var Y ). Logo

    0,80 0,80 ~ 0,10,00640,80 1 0,80

    25

    p pZ N ;

    0,76 0,50 0,3085P p P Z ; 0,88 1,00 0,1587P p P Z .

    5.4. ESTIMAO POR INTERVALO

    Se no h como dizer que uma estimativa exatamente correta, existe al-gum modo de dizer quo prximo ela est do valor verdadeiro do parmetro? Sim, pelo uso da estimativa por intervalo. Uma estimativa pontual dada por um nico nmero. Algumas vezes, a estimativa por intervalo muito ampla (amplitude intervalar grande), fato tambm que deve ser melhorado. A con-cluso que se pode tirar de um intervalo demasiado grande que a informao

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  • BIOESTATSTICA68 |

    disponvel no adequada para que seja tomada uma deciso, e que outras informaes devem ser procuradas para melhorar a qualidade da informao. Como conduta prtica, talvez ampliando o alvo da investigao ou empenhan-do-se em outra srie de experimentos.

    Como calcular uma estimativa por intervalo? Como interpretar uma esti-mativa por intervalo? Pode-se fazer uma afirmao de probabilidade a seu respeito? Quo certo est em dizer que o verdadeiro valor do parmetro est dentro do intervalo?

    Em 1934, Neyman apresentou uma palestra sobre a anlise de pesquisas por amostragem cujo material apresentado tem no seu apndice o caminho direto para criar uma estimativa por intervalo e determinar seu nvel de obser-vncia rigorosa. Caracteriza-se esse procedimento como intervalos de con-fiana, e as extremidades dos intervalos de confiana, de limites de confiana.

    Como entender a conceituao de probabilidade versus o grau de con-fiana? O procedimento descrito por Neyman resiste, no importa quo com-plicado seja o problema, e essa a principal razo pela qual ele to ampla-mente utilizado nas anlises estatsticas. O que significa probabilidade nesse contexto?

    Em sua resposta, Neyman caiu na definio frequentista de probabilidade na vida real. Ou seja, o intervalo de confiana deve ser visto no em termos de cada concluso, mas como um processo. Com o decorrer do tempo, um esta-tstico que sempre calcula intervalos de 95% de confiana descobrir que o valor verdadeiro do parmetro est dentro do intervalo construdo 95% das vezes. A probabilidade associada ao intervalo de confiana no era a probabi-lidade de acerto, mas a frequncia de declaraes corretas que um estatstico que utiliza o mtodo de Neyman far no decorrer do tempo. Nada afirma a respeito de quo precisa a estimativa corrente.

    Mesmo com o cuidado que Neyman tomou ao definir o conceito, e com os cuidados que outros estatsticos tomaram para manter o conceito de probabi-lidade claro e no contaminado, o uso geral dos intervalos de confiana nas cincias, em particular nas reas biolgicas e da sade, produziu muitos racio-cnios descuidados. Fato comum, por exemplo, acontece quando algum que esteja usando um intervalo de confiana de 95% afirma que est 95% seguro de que o parmetro esteja dentro desse intervalo.

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    Portanto, o clculo do grau em que uma pessoa pode estar segura de algu-ma coisa muito diferente do clculo de um intervalo de confiana.

    Os estimadores pontuais fornecem como estimativa um nico valor num-rico para o parmetro de interesse (aspecto no muito interessante do ponto de vista biolgico). Por serem variveis aleatrias, os estimadores possuem uma distribuio de probabilidades e, levando este fato em considerao, pode-se apresentar uma estimativa mais informativa para o parmetro de interesse que inclua uma medida de preciso do valor obtido. Esse mtodo de estimao, denominado intervalo de confiana, incorpora, estimativa pontual do par-metro, informaes a respeito de sua variabilidade.

    5.4.1. IC Mdia Populacional ( 2 conhecido)

    a b

    2

    2

    2

    2

    Objetiva-se construir um intervalo simtrico ao redor de que contenha a massa ou rea 1 .

    Isto , 2 2

    ( ) 1 ( )P a X b P z Z z .Nestas condies, o intervalo de confiana para ( ( ; ))IC , com coe-

    ficiente de confiana 1 , dado pelos limites: 2

    /LI x z n e

    2

    /LS x z n .A interpretao de IC ( ; ) deve ser emitida como: quando se considera

    vrias amostras de mesmo tamanho e para cada amostra calcular os respecti-vos limites de confiana, com coeficiente de confiana , espera-se que a pro-poro de intervalos que contenha o valor de seja igual a .

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    Observao:

    Para o nvel de 95% de confiana tem-se para os tamanhos amostrais 10, 100 e 1000 os seguintes limites de confiana com os respectivos comprimentos do intervalo (amplitude/intervalo):

    n Limites de 95% confiana Amplitude

    10 x 0,620 1,240100 x 0,196 0,3921000 x 0,062 0,124

    Exemplo:

    Os comprimentos de jacars adultos de uma certa raa tm distribuio normal com mdia desconhecida e varincia igual a 0,01m2. Uma amostra de 10 animais foi coletada e forneceu mdia 1,69m. Estabelea os limites de confiana 95% para o comprimento dos jacars.

    = 0,95 2

    1,96z IC(): 1,69 0,06.

    1,63 1,75m m .Amplitude do intervalo =

    2

    2 0,12z mn .

    Semi-amplitude = 0,06m = Erro envolvido na estimao.

    5.4.2. IC Proporo de Sucessos (Aproximao-TLC)

    Considerando a aproximao para n grande (1 ) ~ ( , )p pp N pn ; tm-se os

    seguintes limites de confiana ( ) para a proporo de sucessos: Otimista

    2

    (1 ); : p pIC p p zn

    2

    (1 ) p pp zn

    Conservativo

    2

    14

    p zn

    .

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    O processo conservativo fornece amplitude intervalar maior que o proces-so otimista, salvo quando 0,5p , que os valores so iguais.

    Exemplo:

    Estimar a proporo de cura de certo medicamento em doentes contamina-dos com cercria (uma das formas do verme da esquistossomose) administrado, ao acaso, em 200 pacientes. Considere para a estimao o nvel de confiana 95% e que foi verificada a cura em 160 pacientes.

    0,95 0,80p e 2

    1,96z .Soluo Otimista

    ( ;0,95) : 0,80 0,055 0,745 0,855IC p p .Soluo Conservadora

    ( ;0,95) : 0,80 0,069 0,731 0,869IC p p .

    5.4.3. IC para Mdia Populacional ( 2 desconhecido)A construo do intervalo de confiana para a mdia populacional com

    varincia desconhecida acontece semelhana da varincia conhecida com a substituio da distribuio normal pela t de Student e utilizao do desvio padro amostral.

    Os limites so dados por:

    ;IC : ( , 1)

    2n

    sx tn

    ; onde , 1

    2n

    t corresponde ao quantil de ordem

    100 1 %2 da distribuio t de Student (William Sealy Gosset) com 1n

    graus de liberdade.

    Exemplos:

    1) Para a populao de bebs submetidos a cirurgia fetal par


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