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17-18 · Réalisation graphique : studio Édicom (Crem), dérivée de Vecteezy.com et Freepik.com...

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Réalisation graphique : studio Édicom (Crem), dérivée de Vecteezy.com et Freepik.com 17-18 juin 2019 Université de Porto, Portugal junho 2019 Universidade do Porto, Portugal t r a n s c od i c a ç ã o t r a n s c o d a g e p a r á fr a s e p a r a p h r a s e m a s c u l i n i d a d e s f é m i n i n i t é s m a s c u l i n i t é s r e p r i s e r e t o m a i t e r a ç ã o i t é r a t i o n r é p é t i t i o n r e p e t i ç ã o g l o s e g l o s a f e m i n i l i d a d e s
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  • Réalisation graphique : studio Édicom (Crem), dérivée de Vecteezy.com et Freepik.com

    17-18 juin 2019

    Université de Porto, Portugaljunho 2019Universidade do Porto, Portugal

    transcodifica

    ção

    transcodag

    e

    pará

    frase

    paraphrase

    mas

    culinidades

    fémininités

    masculinités

    reprise

    retoma iteração

    itération

    répét

    ition

    repetiçã

    o

    glose

    glosa

    feminilidad

    es

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

    8.30 Accueil et inscription | Receção e inscrição dos participantes

    9.00 Ouverture du colloque | Abertura do colóquio

    9.30 Conférence plénière | Conferência plenária : Antónia Coutinho – NOVA FCSH | CLUNL, Portugal

    Identidades textuais e discursivas: uma questão de (re)formulação? Amphithéâtre | Anfiteatro 2

    10.30 Pause café | Intervalo para café

    11.00

    13.00

    Séance | Sessão 1 (Salle | Sala 301)

    Vulgarisation et écrits scientifiques | Divulgação e escrita científica

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Chantal Claudel

    Sandrine Reboul-Touré – CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France) Quand la reformulation s’adapte aux genres de la vulgarisation scientifique

    Yujing Ji & Agnès Tutin - Laboratoire Lidilem. Université Grenoble-Alpes (France) Les routines métadiscursives de reformulation dans les écrits scientifiques

    Christina Romain, Véronique Rey, Éric Tortochot, Marie-Emmanuelle Pereira & Annabelle Seoane - UMR7309 CNRS. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Aix-Marseille Univ. – COLOé – ÉSPÉ; EA4671 ADEF. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Crem. Université de Lorraine (France)

    Reformulation et / ou brouillage : le cas de la gestion d’un mandat de rédaction professionnelle

    Rossana De Angelis - Céditec. Université Paris-Est Créteil Val-de-Marne (France)

    La reformulation dans les écrits numériques. Étude de cas : les articles de vulgarisation scientifique en ligne

    Séance | Sessão 2 (Salle | Sala 303)

    Pratiques didactiques | Práticas didáticas

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Antónia Coutinho

    Eduardo Calil & Debra Myhill - Universidade Federal de Alagoas (Brasil)/Universidade de Exeter (Reino Unido) Reformular ou rasurar? Quando a interpretação do sentido cede lugar aos aspectos gráfico-espaciais em manuscritos escolares de alunos recém-alfabetizados.

    Maria Hozanete Alves de Lima – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil) A escrita colaborativa em tempo real: o que entra em jogo, na escritura de um texto, quando alunos recém-alfabetizados combinam o que vão escrever?

    Natacha Espinosa – MODYCO. Université Paris Nanterre. SUFOM ÉSPÉ Versailles (France) Écrire une règle de jeu pour apprendre à parler en maternelle.

    Quelles reformulations pour construire un texte mêlant explication et narration ?

    Paulette Ayoub - Université Libanaise et Université de Balamand (Liban)

    La reformulation: pont ou obstacle dans l’enseignement/apprentissage du français

    via les genres textuels au cycle secondaire au Liban

    13.00 Déjeuner | Almoço

    14.30

    16.30

    Séance | Sessão 3 (Salle | Sala 301)

    Pratiques littéraires | Práticas literárias

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Hassan Moustir

    Anouar Benmsila - Université Moulay Ismaïl (Maroc)

    Genres et reformulation chez Edmond A. El Maleh. Approche sémiotique

    Saloua El Oufir – Université Mohammed V Rabat (Maroc)

    L’écriture circulaire ou la transgression des genres : analyse de la répétition dans l’œuvre d’A. Kilito

    Blandine Pennec - Université Toulouse II Jean Jaurès (France) L’utilisation des reformulations dans la littérature contemporaine de langue anglaise : spécificités liées au genre, et stratégies rhétoriques

    Séance | Sessão 4 (Salle | Sala 303)

    Pratiques universitaires | Práticas universitárias

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Fátima Oliveira

    Ana Loureiro, Isabel Gil & Patrícia Rossi - CELGA-ILTEC. Universidade de Coimbra (Portugal) Os dizeres de “quer dizer”

    Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Audria Leal & Fabíola Mónica Da Silva Gonçalves - Universidade Federal de Pernambuco (Brasil); CLUNL. FCT (Portugal); Universidade Estadual da Paraíba (Brasil)

    O artigo de opinião por universitários: a reformulação em contexto de investigação de leitura

    Paulo Nunes Da Silva & Joana Vieira Santos - CELGA-ILTEC. Universidade Aberta. Universidade de Coimbra. (Portugal)

    Reformulação ou reformulações? O caso do género abstract

    Matilde Gonçalves & Rute Rosa – CLUNL. NOVA FCSH. FCT (Portugal) Mecanismos de reformulação no artigo científico

    16.30 Pause café | Intervalo para café

  • 17.00

    19.00

    Séance | Sessão 5 (Salle | Sala 301)

    Genre social | Género social

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Nicolas Couégnas

    Julie Abbou – LPL. Aix-Marseille Université. CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)

    Reformulations normatives et reformulations déviantes du genre (masculin/féminin). Une expérience in vitro

    Marta Fidalgo – CLUNL (Portugal)

    Textos e pessoas: uma (re)formulação interacionista da noção de género

    Giuseppe Sofo - Università Ca’ Foscari- Venezia (Italia)

    Traduire l’inclusivité : reformuler le langage inclusif, entre français et italien

    Carolina da Costa Joaquim – CLUNL. FCT (Portugal) A repetição como estratégia de reformulação em discursos políticos de autoria feminina e masculina: uma questão de género(s)?

    Séance | Sessão 6 (Salle | Sala 303)

    Pratiques audiovisuelles et politiques |Práticas audiovisuais e políticas

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Françoise Bacquelaine

    Hugo Amaral - Universidade de Coimbra (Portugal)

    Reinventar, resistir, reformular: a tradução no feminino (de Brossard a Godard)

    Lise Henric – CEREGE. Université de Poitiers (France)

    Le docufiction : entre reformulation et restitution d’un fait

    Hamid Reza Shairi - Université Tarbiat Modares (Iran)

    Quand le cinéma de Kiarostami fait de la reformulation un moyen d’accéder aux formes de vie

    Ana Cristina Ribeiro, Marilia Matos, Nelson Lima & Sônia Sampaio - Universidade Federal da Bahia (Brasil) Todes, todxs, tod@s ou quem? A linguagem como atuação política e não binária

    19.15 Pause musicale | Momento musical (com Porto de Honra)

    20.30 Dîner | Jantar (sur inscription/ com inscrição prévia)

  • Mardi | Terça-feira 18.06.2019

    9.30 Conférence plénière | Conferência plenária : Alain Rabatel – Université Lyon 1, France

    Dans quelle(s) mesure(s) et en quel(s) sens les genres discursifs influent-ils sur les reformulations ? Amphithéâtre | Anfiteatro 2

    10.30

    11.30

    Séance | Sessão 7 (Salle | Sala 301)

    Pratiques journalistiques | Práticas Jornalísticas

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Saloua El Oufir

    Raluca Nita - Laboratoire FoReLLIS EA 3816. Université de Poitiers (France)

    Les formes interprétatives de discours rapporté dans le discours journalistique

    Annabelle Seoane – Crem. Université de Lorraine (France) Reformulation et (d)énonciation satirique

    Séance | Sessão 8 (Salle | Sala 303)

    Écrits de savoir | Escritos de ciência

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Helena Topa Valentim

    Chantal Claudel – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) La reformulation dans des cours magistraux à l’université

    Carole Glorieux & Marie-Christine Pollet - Université libre de Bruxelles (Belgique)

    Du doctorant à l’expert : la reformulation comme prisme pour étudier le chemin vers un genre d’écrit scientifique

    11.30 Pause-Café | Intervalo para café

    12.00

    13.00

    Séance | Sessão 9 (Salle | Sala 301)

    Entre Langue et discours | Entre língua e discurso

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Iris Eshkol-Taravella

    Georgeta Cislaru – CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France) Textualisation et ajustements sémantiques :

    les reformulations dans le processus de rédaction de deux genres discursifs

    Laurence Meurant & Aurélie Sinte - Université de Namur (Belgique)

    Variété de genres et invariants de reformulation en langue vocale et en langue signée

    Séance | Sessão 10 (Salle | Sala 303)

    Thérapies| Terapias

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Sandrine Reboul Touré

    Hassan Moustir - Université Mohammed V-Rabat (Maroc) Reformuler pour soigner. Thérapie systémique et langage

    Driss Ablali & Brigitte Wiederspiel – Crem. Université de Lorraine (France) Reformuler pour réparer

    13.00 Déjeuner | Almoço

    14.30

    16.30

    Séance | Sessão 11 (Salle | Sala 301)

    Pratiques sémiotiques | Práticas semióticas

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Anouar Benmsila

    Nicolas Couégnas, François Laurent & Audrey Moutat – CeReS. Université de Limoges (France) Déguster, formuler, reformuler : le discours œnologique dans tous ses états

    Taís de Oliveira – Universidade de São Paulo. CAPES (Brasil); University of Glasgow (Escócia) O sentido reformulado: questões de gênero em traduções intersemióticas

    Djamel Kadik - Laboratoire de Didactique de la Langue et des Textes. Université Yahia Farès de Médéa (Algérie) Le texte littéraire comme reformulé et reformulant est-il aussi une question de genre ?

    Séance | Sessão 12 (Salle | Sala 303)

    Corpus, numérique, outils | Corpora, digital e ferramentas

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Ana Loureiro

    Fátima Silva, Ana Sofia Pinto & Fátima Oliveira – CLUP. FLUP (Portugal)

    Marcadores de reformulação na interação oral: funções e valores semântico-discursivos

    Helena Topa Valentim – CLUNL. NOVA FCSH (Portugal) Sequências reformulativas em comentários em linha.

    Uma descrição enunciativa convergente com a caracterização do género

    Iris Eshkol-Taravella & Natalia Grabar – MoDyCo. Université Paris Nanterre (France) Comment la communication numérique influence l’emploi des reformulations ?

    Aurore Famy - CeReS. Université de Limoges (France)

    Reformulation et vulgarisation scientifique : tentative de définition discursivo-générique

    16.30 Clôture du colloque | Encerramento do colóquio

    Amphithéâtre 2 | Anfiteatro 2

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

    1

    Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

    Séance | Sessão 1 (Salle | Sala 301) 11.00-13.00

    Vulgarisation et écrits scientifiques | Divulgação e escrita científica

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Chantal Claudel

    Quand la reformulation s’adapte aux genres de la vulgarisation scientifique

    Sandrine Reboul-Touré

    CLESTHIA. Université Sorbonne Nouvelle (France)

    Les discours de vulgarisation scientifique sont porteurs d’hétérogénéités énonciatives

    (AuthiezRevuz 1984) car ils font entendre les discours sources (ceux des spécialistes) et les

    discours seconds, pour un public moins averti. Ces discours de transmission des connaissances

    peuvent constituer un type de discours porteur de nombreux phénomènes linguistiques,

    notamment celui de la reformulation. Dans la lignée des travaux de Peytard, qui considère la

    reformulation comme une des voies de l’altération, de « l’autrement dit/l’autrement fait » (Peytard

    1993), je revisite la notion en parlant plutôt d’une catégorie pour l’analyse du discours. En effet,

    la reformulation fait converger une analyse lexicale associée à la dynamique d’une analyse

    discursive : c’est autour des mots spécialisés de la science que se mettent en place des réécritures,

    des équivalences sémantiques, des désignations coréférentielles avec une large exploration des

    relations sémantiques (hypo/hyperonymie, quasi-synonymie, métaphore...) pour mieux

    appréhender le sens.

    J’ai pu constater lors de différentes recherches (Reboul-Touré 2004, 2014) que ces reformulations

    autour des mots spécialisés empruntent des chemins linguistiques différents. Je retiendrai ici deux

    genres de discours sur lesquels des questionnements seront d’ailleurs possibles. L’article de

    vulgarisation scientifique « typique » est celui présent dans les années 1980 dans des revues

    comme La Recherche ou Science et vie. La reformulation est présente à l’intérieur de phrases en

    utilisant différents marqueurs de la reformulation, où, c’est-à-dire, autrement dit, la virgule, les

    parenthèses (ex. : elle [la portion la plus riche du langage des éléphants] est faite d’infrasons,

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

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    autrement dit de vibrations sonores de faible fréquence, Science et vie, juin 1986). Dans les

    articles de vulgarisation scientifique exclusivement présents sur des sites internet, le processus de

    modalisation autonymique autour des mots spécialisés est différent ; le lecteur « revient » sur le

    mot car ce dernier est mis en couleur avec un lien hypertextuel : la reformulation est alors placée

    non plus dans la phrase mais sur une autre couche de texte (Les détecteurs d’ondes

    gravitationnelles - Futura sciences, décembre 2018 - invite à découvrir une définition qui se

    superpose sur le texte après avoir passé la souris sur le mot surligné). On peut alors s’interroger

    d’une part sur une extension de la notion de reformulation et d’autre part sur les genres de discours

    sur internet. En effet, analyser le discours de vulgarisation scientifique issus d’articles produits

    pour des sites internet invite à « intégrer les matérialités du paramètre technologique » (Paveau

    2013) dans les critères permettant d’identifier les genres de discours, notamment autour de la

    reformulation.

    Références bibliographiques

    Authier-Revuz J., 1984, « Hétérogénéité(s) énonciative(s) », Langages 73, Paris, Larousse, 98-

    111.

    Barats C. (dir.), 2013, Manuel d'analyse du web en sciences humaines et sociales, Paris, Armand

    Colin, coll. « U Sciences humaines et sociales ».

    Maingueneau D., 2017, Discours et analyse du discours, Armand Colin.

    Moirand S., Reboul-Touré S., Pordeus M., 2016, « La vulgarisation scientifique au croisement de

    nouvelles sphères d’activité langagière », dans Bakhtiniana. Revista de Estudos do

    Discurso, vol. 11, n° 2, São Paolo, ISSN 2176-4573, 145-169.

    Mourlhon-Dallies, F., Rakotonoelina, F. et Reboul-Touré, S., Eds, 2004, Les carnets du Cediscor

    8 – Les discours de l’internet, Presses Sorbonne nouvelle.

    Paveau M.-A., 2013, « Genres de discours et technologie discursive », Pratiques 157-158, 7-30.

    Peytard J., 1993, « D’une sémiotique de l'altération », Semen [En ligne], 8,

    http://journals.openedition.org/semen/4182

    Reboul-Touré, S., 2004, « Écrire la vulgarisation scientifique aujourd'hui », colloque Sciences,

    Médias et Société, Lyon, ENS-LSH,

    http://science.societe.free.fr/documents/pdf/Sciences_medias_societe_2004/Reboul_Tour

    e.pdf

    Reboul-Touré S., 2014, « De la reformulation dans les discours de la médiation scientifique »,

    Madini M., Chauvin-Vileno A., Equoy-Hutin S. (éds), Jean Peytard : syntagmes et

    entailles, actes du colloque de Besançon 7-9 juin 2012, Lambert-Lucas, Limoges, 343-353.

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

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    Les routines métadiscursives de reformulation dans les écrits scientifiques

    Yujing Ji, Agnès Tutin

    Laboratoire Lidilem. Université Grenoble-Alpes (France)

    Le discours scientifique, un genre discursif « [réalisé] dans le cadre de l’activité de recherche à

    des fins de construction et de diffusion du savoir » (Rinck, 2010, p. 428), emploie un style de

    langage propre au domaine scientifique pour répondre aux exigences rhétoriques de la «

    communauté de discours » scientifique (Swales, 1990). Dans ce genre, les opérations de

    reformulation présentent également des caractéristiques propres au discours scientifique.

    La notion de reformulation est souvent comprise comme un acte de langage qui sert à paraphraser,

    compléter ou corriger (Gülich & Kotschi, 1983) et qui met en relation deux énoncés (Martinot &

    Romero, 2009, p. 8). Ces opérations ont été largement étudiées dans une perspective linguistique,

    didactique ou contrastive à travers les connecteurs reformulatifs tels que c’est-à-dire, en d’autres

    termes etc. (voir Authier-Revuz, 1982; Blondel, 1996; Gülich & Kotschi, 1983; Rossari, 1997).

    Dans notre étude, nous essayons de décrire des opérations de reformulation au-delà des

    connecteurs reformulatifs courts (par exemple, Tran 2014). Nous nous intéressons aux routines

    métadiscursives de reformulation que nous définissons comme des énoncés complets, autonomes

    et récurrents comme on peut reformuler la question comme suit, pour le dire autrement, cela

    revient à dire. Nous faisons l’hypothèse d’un fonctionnement spécifique des routines de

    reformulation dans le discours scientifique écrit.

    Notre objectif consiste, par le biais de l’analyse de ces routines, à comprendre les différentes

    fonctions de la reformulation dans le discours scientifique. Nous nous appuyons pour cela sur une

    approche de linguistique de corpus et exploitons un corpus analysé syntaxiquement regroupant

    500 articles de recherches en sciences humaines dans 10 disciplines. Nous extrayons les routines

    en partant des éléments du lexique associés aux fonctions métalinguistiques (adverbes, noms et

    verbes), en utilisant une classification sémantique du lexique scientifique effectuée dans le cadre

    du projet TermiTH (Hatier et al., 2016; Jacques & Tutin, 2018) et une méthode statistique

    recourant à des corpus analysés syntaxiquement (Kraif & Tutin, 2017).

    Bibliographie

    Authier-Revuz, J. (1982). La mise en scène de la communication dans des discours de

    vulgarisation scientifique. Langue française, 53(1), 34-47.

    https://doi.org/10.3406/lfr.1982.5114

    Blondel, E. (1996). La reformulation paraphrastique. Une activité discursive privilégiée en classe

    de langue. Les Carnets du Cediscor. Publication du Centre de recherches sur la didacticité

    des discours ordinaires, (4), 47-59.

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

    4

    Gülich, E., & Kotschi, T. (1983). Les marqueurs de la reformulation paraphrastique. In

    Connecteurs pragmatiques et structure du discours ; actes du 2ème Colloque de

    Pragmatique de Genève (7 - 9 mars 1983) (Vol. 5). Consulté à l’adresse https://pub.uni-

    bielefeld.de/publication/2769281

    Hatier, S., Augustyn, M., Tran, T. T. H., Yan, R., Tutin, A., & Jacques, M.-P. (2016). French

    cross-disciplinary scientific lexicon: extraction and linguistic analysis. In Proceedings of

    Euralex (p. 355–366).

    Jacques, M.-P., & Tutin, A. (2018). Lexique transversal et formules discursives des sciences

    humaines. ISTE Editions.

    Kraif, O., & Tutin, A. (2017). Des motifs séquentiels aux motifs hiérarchiques: l’apport des arbres

    lexico-syntaxiques récurrents pour le repérage des routines discursives. Corpus, (17).

    Martinot, C., & Romero, C. (2009). La reformulation : acquisition et diversité des discours.

    Cahiers de praxématique, (52), 7-18.

    Reformulation et / ou brouillage : le cas de la gestion d’un mandat de rédaction

    professionnelle

    Christina Romain, Véronique Rey, Éric Tortochot, Marie-Emmanuelle Pereira & Annabelle

    Seoane

    UMR7309 CNRS. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Aix-Marseille Univ. – COLOé – ÉSPÉ; EA4671

    ADEF. Aix-Marseille Univ. ÉSPÉ ; Crem. Université de Lorraine (France)

    Cette communication repose sur le questionnement du concept de reformulation dans le cadre de

    la réalisation d’un mandat d’écriture (Beaudet et Clerc, 2008) et de mise en page de cette écriture

    par des étudiants en master de rédaction professionnelle. Nous étudierons l’efficacité (efficacité

    dans l’attente d’une validation par le mandataire) des différentes reformulations de la production

    commandée, de l’état désiré (Lebahar, 2007) à la production finale. Nous posons que l’objectif

    de la reformulation de la production initiale sera de parvenir à un compromis. Que se passe-t-il

    lorsque ce compromis s’avère finalement « compromettre » le résultat final ? C’est précisément

    ce cas qui nous intéresse. Autrement dit, nous nous questionnons sur l’adaptabilité du compromis

    à l’attente du mandateur ? Seront ainsi analysés les aller/retour entre les productions successives

    (qui sont le résultat de confrontations successives de points de vue) et l’attente du mandateur qui

    se révèle être dans le cas étudié une attente évolutive au fur et à mesure des propositions. Ainsi,

    notre étude consistera à questionner le brouillage de la reformulation. Celui-ci interroge la place

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

    5

    et la gestion du compromis dans une situation d’échec. La discordance ou la concordance

    émergera donc de l’adéquation ou pas avec des attentes (l’imaginaire) du mandateur. Dans le cas

    de la dégradation de la concordance qui nous intéresse, nous étudierons ce processus.

    Notre étude consistera ainsi à confronter la reformulation concordante, c’est-à-dire allant de la

    co-énonciation d’un même point de vue, à la reformulation discordante, c’est-à-dire faisant

    coexister sans jamais se rencontrer deux points de vue différenciés (celui du mandateur et celui

    du RP). Cette reformulation consistera-t-elle à véhiculer des points de vue complémentaires ou

    au contraire des points de vue de plus en plus discordants ?

    Au final, nous étudierons la temporalité dans la reformulation qui rend compte de points de vue

    différenciés : celui du mandateur et celui du mandataire. Les reformulations successives qui

    apparaitront sous la forme de représentations graphiques intermédiaires (Lebahar, 2007) et feront

    suite à des échanges verbaux (courriels et entretiens téléphoniques) seront étudiés. Plus

    précisément, nous questionnerons les points de vue différenciés (Bonhomme, 2005 ; Rabatel,

    2008) qui entrent en confrontation. Nous étudierons alors les compromis successifs qui

    apparaissent jusqu’à la production finale et à sa non validation par le mandateur.

    Notre champ d’analyse est celui des sciences du langage (analyse linguistique, discursive,

    pragmatique, sémiotique, graphique…) que l’on applique à un contexte spécifique, celui de la

    réalisation d’un mandat d’écriture professionnelle. Ce mandat d’écriture présente aussi une

    caractéristique multimodale en ce qu’il vise à produire un écrit dans un contexte graphique

    spécifique.

    Références bibliographiques sélectives

    Beaudet, C., & Clerc, I. (2008). Langue, médiation et efficacité communicationnelle. Québec :

    Presses de l'Université de Laval.

    Bonhomme M. (2005). Pragmatique des figures du discours, Paris, Champion.

    Lebahar, J.-C. (2007). La conception en design industriel et en architecture. Désir, pertinence,

    coopération et cognition. Paris : Lavoisier.

    Rabatel, A. (2008). Stratégie discursive de concordance discordante dans les ensembles reprises

    et reformulations (en contexte didactique). In M. Schuwer, M.-C. Le Blot et E. Richard,

    Pragmatique de la reformulation, types de discours, interactions didactiques, pp.187-202,

    Rennes, Presses universitaires de Rennes.

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

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    La reformulation dans les écrits numériques. Étude de cas : les articles de vulgarisation

    scientifique en ligne

    Rossana De Angelis

    Céditec. Université Paris-Est Créteil Val-de-Marne (France)

    Les différentes études consacrées aux écrits de vulgarisation scientifique (Langue française n°

    64, 1984 ; Jeanneret 1994, Reboul-Touré 2004), en particulier les études sémiologiques (Jacobi

    1985, 1986, 1987 ; Pétroff 1984), ainsi que les manuels voués à l’apprentissage de la vulgarisation

    scientifique (Lapointe 2008, Michaut 2014), traitent les questions concernant les reformulations

    d’un point de vue sémio-linguistique issu de l’analyse d’écrits pour un support papier.

    Mais que se passe-t-il lorsqu’on change de support ? Peut-on tirer les mêmes réflexions sur la

    reformulation en analysant des écrits pour un support numérique ?

    Cette question est posée dans le cadre d’une analyse des écrits appartenant à un genre textuel

    particulier (les textes informatifs, largement exploités dans la presse écrite) publié dans un format

    particulier (celui de l’article, plutôt que le billet, le dossier, l’enquête, etc.) sur un support

    particulier (le support numérique). Plus précisément, les articles considérés sont issus des revues

    de vulgarisation scientifique en ligne (Macedo-Rouet et al. 2004).

    Ce travail d’observation — né dans le cadre de cours de rédaction adressés à des étudiants de

    licence et master — vise à montrer dans quelle mesure la notion de « reformulation » est devenue

    une notion trans-médiatique (Vargas 2009). En effet, elle peut s’appliquer aussi bien aux

    processus de reformulation linguistique (visant à reformuler le linguistique par le on-linguistique)

    qu’aux processus de reformulation extra-linguistique (visant à reformuler le linguistique par le

    nonlinguistique).

    L’écriture numérique oblige-t-elle à repenser autrement la reformulation ?

    Pour vérifier cette hypothèse, nous allons nous pencher sur trois opérations de reformulation:

    • par substitution ;

    • par explication ;

    • par expansion.

    La nature complexe, et plus précisément multistrate (De Angelis 2018), des écrits numériques

    conditionne les processus de reformulation, comme le montrent les articles de vulgarisation

    scientifique en ligne.

    En effet, ces opérations se réalisent au sein de deux dimensions possibles (Jacobi 1994) :

    • intra-discursive (les opérations à caractère métalinguistique) ;

    • extra-discursive (les exemples, l’expérience, les données, etc.)

    Plusieurs langages sont à l’oeuvre dans les écrits numériques, ce qui permet de différencier

    également une reformulation strictement linguistique (opération qui puise dans les ressources de

    la langue) d’une reformulation extra-linguistique (opération qui puise dans d’autres langages).

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    L’étude des articles de vulgarisation scientifique en ligne permet d’analyser sous un nouvel angle

    la reformulation dans le cadre de l’écriture numérique.

    Bibliographie

    De Angelis, Rossana. « Textes et textures numériques. Le passage de la matérialité graphique à la

    matérialité numérique », Signatures (Essais en) Sémiotique de l’écriture / Signatures

    (Studies in the) Semiotics of Writing, Signata - Annales de sémiotique / Annals of

    Semiotics, n. 9 / 2018, Presses Universitaires de Liège, dossier dirigée par J.-M.

    Klinkenberg et S. Polis, p. 459-484.

    Jacobi, Daniel. « Sémiotique du discours de vulgarisation scientifique », Semen [En ligne], 2,

    1985, mis en ligne le 21 août 2007, consulté le 03 décembre 2018. URL :

    http://journals.openedition.org/semen/4291.

    Jacobi, Daniel. « Reformulation et socialisation des connaissances dans les discours de

    vulgarisation». Études de lettres, 4, 1986, pp. 23-44. Lausanne.

    Jacobi, Daniel. Diffusion et vulgarisation. Itinéraires du texte scientifique, Paris, Les Belles

    Lettres, 1986.

    Jacobi, Daniel. Textes et images de Ia vulgarisation scientifique, Berne, Peter Lang, 1987.

    Jacobi, Daniel. « Lexique et reformulation intradiscursive dans les documents de vulgarisation

    scientifique », dans Candel D. éd., Français scientifique et technique et dictionnaire de

    langue, Parsi, Didier Erudition, 1994, p. 77-91.

    Jeanneret, Yves. Écrire la science. Formes et enjeux de la vulgarisation, Paris, PUF, 1994.

    Langue française, n°64, 1984. Français technique et scientifique : reformulation, enseignement.

    Lapointe, Pascal. Guide de vulgarisation : Au delà de la découverte scientifique : la société,

    Editions MultiMondes, Québec, 2008.

    Le Bot, Marie-Claude, Martine Schuwer, Élisabeth Richard (dir.), La Reformulation : marqueurs

    linguistiques et stratégies énonciatives, PUR, Rennes, 2008.

    Macedo-Rouet, Mônica et al. « Vulgarisation scientifique: les revues en ligne », Hermès, La

    Revue 2004/2, n. 39, p. 61-68.

    Michaut, Cécile. Vulgarisation scientifique : mode d’emploi. Paris, EDP Sciences, 2014.

    Pétroff, André Jean. « Sémiologie de la reformulation dans le discours scientifique et technique

    ». In: Langue française, n°64, 1984. Français technique et scientifique : reformulation,

    enseignement. p. 53-67.

    Pluta, Katarzyna. « Le terme scientifique et le discours de vulgarisation », Romanica

    Wratislaviensia 57, 2010, p. 94-106.

    Reboul-Touré, Sandrine. « Écrire la vulgarisation scientifique aujourd’hui ». Sciences, médias,

    société, Jun 2004, Lyon, France. Actes du colloque « Sciences, médias, société », 2005,

    .

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    Vargas, Elodie. « Discours de vulgarisation à travers différents médias ou les tribulations des

    termes scientifiques », ILCEA [En ligne], 11 | 2009, mis en ligne le 30 avril 2009, consulté

    le 30 septembre 2016. URL : http://ilcea.revues.org/217.

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    Séance | Sessão 2 (Salle | Sala 303) 11.00-13.00

    Pratiques didactiques | Práticas didáticas

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Antónia Coutinho

    Reformular ou rasurar? Quando a interpretação do sentido cede lugar aos aspectos

    gráficoespaciais em manuscritos escolares de alunos recém-alfabetizados.

    Eduardo Calil & Debra Myhill

    Universidade Federal de Alagoas (Brasil); Universidade de Exeter (Reino Unido)

    As rasuras ocorridas em manuscritos escolares são objetos de investigação em muitos estudos

    vinculados ao campo da Genética Textual (Fabre, 1990, Bore, 2010). Suas ocorrências estão

    associadas às atividades metalinguísticas do escrevente, cujos resultados podem implicar em

    ações de reformulação textual. No entanto, esses estudos tomam o produto textual como objeto

    de análise, isto é, as rasuras são analisadas a partir do texto terminado, escrito pelo aprendiz. A

    interpretação do que ocorreu durante o momento em que foi efetivada uma rasura indica alguma

    reformulação do que já havia sido escrito. A descrição de sua inscrição na folha de papel feita

    pelo pesquisador pode não coincidir com a intenção do aluno ao ter rasurado determinado

    elemento linguístico. A partir do manuscrito escolar (produto) não é possível se ter acesso ao que

    pensou o aluno ou ao que o levou a rasurar seu enunciado no exato momento em que o reformulou

    durante o processo. Tendo por base teórico-metodológica uma abordagem linguístico-enunciativa

    favorecida pelo registro fílmico e multimodal do manuscrito em curso, escrito a dois, nosso estudo

    se propõe a analisar a correlação entre as falas espontâneas (e dialogal) dos alunos escreventes e

    as rasuras e reformulações efetivadas no papel. Essa correlação será discutida a partir dos

    comentários feitos pelos alunos sobre os objetos textuais reconhecidos e rasurados. Para isso,

    coletamos em uma sala de aula de alunos de 6-7 anos de idade (recém-alfabetizados), 6 processos

    de escritura de narrativas ficcionais inventadas por uma única dupla de alunas. Essa coleta foi

    efetivada no contexto didático real, através do Sistema Ramos (sistema de captura multimodal do

    manuscrito em curso, registrado simultaneamente i. o diálogo entre os alunos, ii. a ambiência da

    sala de aula e iii. a inscrição/linearização do traço da tinta na folha de papel). Nesse estudo de

    caso, identificamos a ocorrência, em média, de uma rasura a cada 6 palavras (833 palavras para

    130 rasuras). Essas rasuras incidiram sobre objetos textuais reconhecidos pelos escreventes em

    diferentes níveis linguísticos (gráficos, ortográficos, semântico-lexicais, sintáticos). Desse total

    de rasuras, 53 foram acompanhadas por comentários(rasuras escritas comentadas). Dentre esses

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    comentários, separamos aqueles comentários com argumentos comportando explicações ou

    justificativas relacionadas à rasura efetivada (comentários desdobrados), daqueles comentários

    com estruturas linguísticas mais simples (comentários simples), geralmente incidindo sobre

    objetos textuais ortográficos, do tipo, “[correu] é com dois ‘erres’”. Iremos analisar os

    comentários desdobrados, ocorridos em menor número (apenas 4), mas relacionados à

    reformulação de objetos textuais semântico-lexicais (3) e sintáticos (1). Esses comentários

    evidenciam que as restrições gráfico-espaciais (espaço na linha ou traçado da letra) se sobrepõem

    à busca de sentido e manutenção da unidade textual, fazendo com que a tentativa de reformulação

    do enunciado escrito seja anulada pelos limites gráfico-espaciais próprios pela inscrição e

    linearização da escrita na folha de papel. Esses limites dificultam a efetivação da reformulação de

    sentidos e enunciados já escritos, identificados como problemáticos. Diante disso, pode ser

    observado que a atividade metalinguística relacionada à reformulação de enunciados escritos

    identificados pelo jovem escrevente dependeria, por um lado, de sua intuição epilinguística, e,

    por outro, do conhecimento de recursos gráfico-espaciais para a efetivação de rasuras sobre

    elementos linguísticos já linearizados na folha de papel.

    Keywords: Metalinguístico; processo de escritura; ensino primário, sala de aula, aprendizagem

    A escrita colaborativa em tempo real: o que entra em jogo, na escritura de um texto,

    quando alunos recémalfabetizados combinam o que vão escrever?

    Maria Hozanete Alves de Lima

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil)

    O que entra em jogo, na escritura de um texto, quando alunos recém-alfabetizados combinam o

    que vão escrever? Sendo o texto escrito um relato sobre uma excursão escolar vivenciada por

    eles, que elementos linguísticos podem concorrer na composição textual? Essas questões se

    encontram no cerne de nossa proposta de investigação. Cada uma delas aponta para diferentes

    horizontes, posto considerar-se a “escritura em ato” (CALIL, 2008, 2013, DOUQUET, 2007) que

    preserva a cena enunciativa dialogal através da qual se visibilizam as negociações entre os

    escreventes e, também, o texto enquanto produto final de uma proposta de escrita gerenciada no

    espaço escolar. Em nosso estudo, analisaremos dois processos escriturais registrados através de

    material áudio-visual (câmera e áudio), capturando, em tempo real, a interação entre os alunos e

    as operações metalinguísticas e metaenunciativas (AUTHIER-REVUZ, 1991, 1998) que orientam

    o processo de escritura - textualização em curso - e a escrita do texto - enquanto produto final. As

    análises de nosso material nos permitiram evidenciar que alunos em processo de aquisição de

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    linguagem discutem não apenas sobre o que vão escrever textualmente, mas sobre questões

    gramaticais heterogêneas, que vão desde o sistema gráfico (relação som-letra) até regras sintáticas

    ainda não sedimentadas por eles.

    Palavras-chaves: Escritura em ato, Escrita colaborativa, Manuscrito escolar, Operações

    metalinguísticas

    Ecrire une règle de jeu pour apprendre à parler en maternelle. Quelles reformulations

    pour construire un texte mêlant explication et narration ?

    Natacha Espinosa

    MODYCO. Université Paris Nanterre. SUFOM ÉSPÉ Versailles (France)

    Nous appuyant sur les travaux de Vion (2000 : 219), qui définit la reformulation comme une «

    reprise avec modification de propos antérieurement tenus », nous souhaitons étudier la fonction

    et les formes de reformulations utilisées par les enseignants de maternelle dans la perspective du

    développement du langage, mais aussi le développement général des enfants, reprenant l’idée que

    c’est « dans les énoncés que l’enfant entend – qui le concernent et qu’il retient – que l’enfant

    cherche à savoir comment il va dire ce qu’il veut dire » (Martinot 2010 : 69).

    A partir d’une recherche sur le type de discours spécifique des situations de jeux à règles et les

    interactions langagières proposées dans des classes de maternelle, nous avons montré comment

    les interactions éducatives peuvent favoriser l’apprentissage du langage oral de l’enfant (Canut et

    Espinosa, 2016). Nous souhaitons dans cette communication présenter une analyse linguistique

    des reformulations offertes par l’adulte et produites par l’enfant lors de l’écriture de règles de jeux

    pour observer comment peut se construire dans ces situations langagières un discours narratif et

    explicatif complet et structuré qui aide l’enfant à expliquer les règles du jeu auquel il joue et

    produire en dictée à l’adulte un texte explicatif particulier.

    L’analyse linguistique d’échanges adulte-enfants en situation scolaire portera principalement sur

    les constructions syntaxiques des reformulations de l’adulte adressées aux élèves lors de

    l’explication d’une règle de jeu. Nous montrerons ainsi que les formes de reformulation varient

    selon le type de discours utilisé mais aussi, dans le cadre de l’explication de règle de jeu, selon

    les étapes du jeu lui-même. Les textes en cours de production s’appuient sur ce que l’élève sait

    ou croît savoir de ces textes particuliers.

    Les principaux résultats exposés

    — Description des formes variées de reformulations qui constituent le discours narratif et

    explicatif que l’adulte peut proposer aux jeunes élèves pour les aider à expliquer une règle de jeu

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    — Description des reformulations que les élèves sont capables de produire en s’appuyant sur les

    offres langagières des adultes dans la perspective de l’élaboration d’un texte à écrire

    L’objectif de cette communication est de proposer une étude descriptive des formes de

    reformulation dans les situations d’apprentissage en milieu scolaire et d’envisager un éclairage

    didactique qui permette aux enseignants de poursuivre une réflexion formative sur les interactions

    langagières et la diversité des formes linguistiques nécessaires au développement des capacités

    linguistiques des élèves (Canut, Espinosa et Vertalier, 2013).

    Pistes bibliographiques

    Canut, E., Espinosa, N. (2016). Jouer pour apprendre à parler à l’école maternelle. Regard sur la

    posture langagière de l’enseignant, Le français aujourd’hui, 195, 93-104.

    Canut, E., Espinosa, N. & Vertalier, M. (2013). Corpus et prise de conscience des processus

    interactionnels d’apprentissage du langage pour repenser les pratiques enseignantes en

    maternelle, LINX, 68-69, 69-94.

    Espinosa, N. (sous presse). « Quelles reformulations pour aider le jeune enfant à construire un

    discours explicatif ? L’exemple des reformulations de l’adulte en situation de jeu à règles

    », in

    H. Landolsi, M. Svensson et Coco Norén (éds), La reformulation : à la recherche d’une frontière,

    117-130.

    Martinot, C. (2010). Reformulation et acquisition de la complexité linguistique. Travaux de

    linguistique, 61, 63-96.

    Vion, R. (1992, 2000), La communication verbale. Analyse des interactions, Paris, Hachette.

    La reformulation : pont ou obstacle dans l’enseignement/apprentissage du français via les

    genres textuels au cycle secondaire au Liban

    Paulette Ayoub

    Université Libanaise et Université de Balamand (Liban)

    Au Liban, pays pluriculturel et plurilingue, l’enseignement de la langue française dans les écoles

    francophones débute à la première année de scolarisation, l’apprenant à trois ans apprend, au

    même moment, l’arabe standard et la langue française, celle-ci sera l’intermédiaire de

    l’enseignement/ apprentissage des disciplines non scientifiques tout le long de son parcours

    scolaire.

    Les manuels scolaires du cycle secondaire (lycée) destinés à l’enseignement de la langue française

    renferment une variété thématique, plusieurs genres de textes y sont traités (dramatique, poétique,

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    romanesque, médiatique, textes d’idées ...) ainsi qu’une variété de supports y est exploitée

    (chanson, document sonore, vidéo clip, séquence filmique, document iconographique). Dans ces

    classes, où le développement de la compétence de communication est exigé par la dernière

    réforme pédagogique de 1997, enseigner et acquérir une langue exige le recours à plusieurs

    procédés comme celui de la reformulation. C’est pourquoi nous nous sommes demandé : quelle

    place occupe la reformulation dans les discours des actants de la classe et comment les apprenants

    reformulent leurs idées à l’écrit ?

    Pour pouvoir répondre à cette question nous énumérons les hypothèses suivantes :

    • La difficulté de la reformulation est en corrélation avec le genre textuel traité

    • La reformulation à l’oral est plus difficile qu’à l’écrit

    • L’enseignant remédie aux lacunes de la reformulation à l’oral et à l’écrit.

    Nous allons valider ces hypothèses en nous basant sur un corpus composé de trois observations

    menées dans les classes secondaires, des entretiens semi-directifs avec les enseignantes des

    classes concernées et des copies de 30 apprenants du cycle secondaire.

    Nous nous appuierons sur les travaux de Schneuwly & Dolz (1997), Garcia Debanc (1999),

    Nonnon (1990), Beacco (2004) et Adam (2011) pour effectuer nos analyses, infirmer ou confirmer

    nos hypothèses. Enfin, notre argumentation débouchera sur quelques suggestions didactiques

    susceptibles d’épauler l’enseignant dans sa mission éducative.

    Mots-clés : Interaction verbale, plurilinguisme, reformulation.

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    Séance | Sessão 3 (Salle | Sala 301) 14.30-16.30

    Pratiques littéraires | Práticas literárias

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Hassan Moustir

    Genres et reformulation chez Edmond A. El Maleh

    Approche sémiotique

    Anouar Benmsila

    Université Moulay Ismaïl (Maroc)

    L’intention première de notre communication est de proposer une approche sémiotique de la

    relation interactive entre genres et reformulation. Il s’agit moins d’border théoriquement cette

    relation que d’en élaborer une étude pratique. C’est pourquoi nous nous proposons d’inscrire notre

    problématique dans une pratique textuelle bien précise, celle d’Edmond Amran El Maleh (1917-

    2010), écrivain et « critique d’art » marocain de langue française. Cela dit, notre étude procède

    d’une discipline circonscrite, la sémiotique en l’occurrence, plus spécifiquement la sémiotique

    instituée par Algirdas Julien Greimas et ses compagnons dans le cadre de l’Ecole de Paris.

    Comme tout objet de connaissance n’est pas donné, tout prêt, mais se construit sous un angle de

    vue bien déterminé, nous commencerons par un essai de construction sémiotique de la

    reformulation pour ensuite étendre cet exercice aux genres et à l’interaction entre genres et

    reformulation. Cette tâche préalable s’effectuera à partir du corpus constitué par les textes

    d’Edmond A. El Maleh, notamment Parcours immobile et Aïlen ou la nuit du récit. Nous

    aborderons alors la reformulation, non plus dans un cadre phrastique et inter-phrastique, mais

    transphrastique ; autrement dit textuel. De même, les genres textuellement parlant seront conçus

    comme langages dans l’acception greimassienne de ce terme, acception qui s’enracine dans la

    glossématique de Louis Hjelmslev (Prolégomènes à une théorie du langage). Une fois ce travail

    préliminaire réalisé, nous procéderons à l’étude des genres et de la reformulation dans le corpus

    retenu. Et c’est bien là que notre communication veut en venir. C’est là le noeud du problème.

    Comment genres et reformulation s’articulent-ils dans la production textuelle d’Edmond A. El

    Maleh et quelle est la portée sous-jacente à cette articulation ? Nous montrerons que cette

    production tire justement sa cohésion, son unité organique de l’interaction entre genres et

    reformulation. En effet, le scripteur, au fur et à mesure de la « textualisation », se saisit de langages

    déjà construits, par eux-mêmes signifiants, afin de les soumettre à la relecture (interprétation).

    Non seulement il en construit des significations suivant le principe d’équivalence, mais leur

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    insuffle des significations nouvelles, voire contradictoires avec celles qu’ils renferment

    initialement. Il se produit alors une transfiguration de l’identité respective de ces langages aussi

    bien au niveau du contenu qu’au niveau de l’expression. Nous prendrons comme exemple concret

    la neutralisation de la distinction habituelle entre littérature et photographie, qui sont tellement

    imbriquées qu’elles donnent naissance à un langage syncrétique et inédit (langage iconico-

    scriptural ?) Mais cette transposition sémiotique foncièrement subversive gagnera, croyons-nous,

    à être inscrite dans un contexte plus large, celui de la culture et de l’idéologie, dans l’acception

    sémiotique.

    Ainsi pourrons-nous élucider la portée de la connexion entre, d’une part, genres et reformulation,

    et d’autre part, entre la remise en question des genres textuels et la mise en cause d’une

    représentation du genre cette fois au sens social. Il sera montré que la femme, d’habitude confinée

    au mutisme, fait désormais acte de parole, produit un discours récusant les constructions

    discursives convenues à son égard. La révision du genre et la subversion des genres textuels

    s’avèreront indissolublement liées. C’est qu’au fond le genre socialement parlant est une

    construction du discours et que les genres textuels, tout autant discursifs, font partie intégrante

    d’une société ; celle-là même qui configure et codifie le genre social.

    Références bibliographiques

    ABLALI Driss, BOUHOUHOU Ayoub & TEBBAA Ouidad (éds), Les genres textuels, une

    question d’interprétation ?, Limoges, Lambert-Lucas, 2015.

    EL MALEH Edmond Amran, Parcours immobile, Paris, Maspero, 1980 (2015).

    EL MALEH Edmond Amran, Aïlen ou la nuit du récit, Paris, Maspero, 1983 (2015).

    FONTANILLE Jacques, Sémiotique du visible, Paris, PUF, 1995.

    FONTANILLE Jacques, Sémiotique du discours, Limoges, PULIM, 1998.

    FUCHS Catherine, La paraphrase, Paris, PUF, 1982.

    GREIMAS Algirdas Julien & COURTES Joseph, Sémiotique. Dictionnaire raisonné de la théorie

    du langage, tomes 1 & 2, Paris, Hachette Université, 1979-1986.

    HJELMSLEV Louis, Prolégomènes à une théorie du langage, traduction française, Paris, Minuit,

    1971 [1943].

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    L’écriture circulaire ou la transgression des genres : Analyse de la figure de la répétition

    dans l’oeuvre de A. Kilito

    Saloua El Oufir

    Université Mohammed V Rabat (Maroc)

    Sous le titre « L’écriture circulaire ou la transgression des genres : Analyse de la figure de la

    répétition dans l’oeuvre de A. Kilito », la présente communication se propose d’étudier la

    corrélation entre la reformulation - comme tant une forme de répétition-substitution - et la

    question générique dans l’oeuvre de l’écrivain Abdelfattah Kilito. Derrière une intertextualité des

    plus fécondes, les récits et les essais de cet écrivain marocain subvertissent les frontières

    génériques dans lesquelles le sens commun voudrait les enfermer. Foisonnement des références

    livresques, hypertrophie des citations, réflexions sur les littératures d’orient et d’occident mais

    aussi sur les problématiques de la lecture et de l’écriture donnent le ton à des écrits qui thématisent

    la littérature et qui abordent autrement des « genres canoniques en transcendance » ( Genette,

    Postscript) comme la critique et la théorie littéraires.

    Notre propos sera de démontrer que cette thématisation de la littérature se donne à voir à travers

    l’usage de la reformulation, de la répétition et de la réécriture. En effet, en emboitant le pas à des

    auteurs comme Borges et Bakhtine, Kilito écrit, se réécrit et entraine le lecteur dans les dédales

    d’une écriture circulaire qui produit immanquablement une impression de « déjà lu ». La

    réécriture, qui est un « exercice d’admiration » pour lui, consiste à faire dialoguer ses propres

    oeuvres les unes avec les autres mais aussi avec des textes d’autres auteurs ( Le Collier de le

    colombe, La Divine comédie, Le Mille et une nuits , Don Quichotte, Bouvard et Pécuchet,

    Barteleby, La métamorphose, Le livre de Sable, Le barron perché…) qu’il revisite de manière

    quai-obsessionnelle.

    Il s’agira donc d’analyser les différents aspects de la répétition et de démontrer qu’elle peut

    prendre la forme d’ « auto-citations », de « reprises », de « prolongements » voire même d’

    « appels au sens juridique du terme » (Kilito, Kilito en question). Nous déterminerons également-

    à un niveau formel- les traits stylistiques qui matérialisent la réécriture comme l’usage récurent

    de la parenthèse, sans pour autant perdre de vue que derrière la diversité des formes dans la

    répétition du déjà dit, la réécriture demeure fondamentalement liée chez Kilito au phénomène de

    l’hybridité générique. Car si ce dernier explore indifféremment les mêmes thèmes aussi bien dans

    des essais que dans des récits dont il s’emploie à brouiller les frontières, c’est pour satisfaire avant

    tout à l’exigence de la thématisation de la littérature. En d’autres mot, si l’anecdote fusionne chez

    lui avec l’essai et si le commentaire chevauche la narration, c’est pour une immersion à l’intérieur

    de le bibliographie qui permet de traiter librement de littérature voire d’apprivoiser le monde avec

    la littérature.

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    L’utilisation des reformulations dans la littérature contemporaine de langue anglaise :

    spécificités liées au genre, et stratégies rhétoriques

    Blandine Pennec

    Université Toulouse II Jean Jaurès (France)

    Le terme de reformulation se comprend comme un retour sur une formulation première, afin de

    la réélaborer en tout ou partie, généralement dans une perspective d’amélioration du propos ou de

    meilleure compréhension de la part de l’interlocuteur. A l’oral, les reformulations sont ainsi au

    service d’une accommodation (cf. Giles et al. 1991) intersubjective. A l’écrit, tel n’est pas leur

    unique rôle, et elles jouent aussi un rôle de cohésion et de structuration du discours (cf. Charolles,

    1987). Au-delà de telles propriétés, force est de constater que la littérature contemporaine se

    caractérise par des emplois de reformulations qui semblent propres au genre. Les reformulations

    sont alors employées à des fins, non plus seulement d’intercompréhension ou de structuration,

    mais servent des objectifs rhétoriques tout à fait spécifiques. Parmi eux, nous relevons tout

    particulièrement :

    - des stratégies de brouillage référentiel :

    (1) Indeed my mother spoke of her as pretty, or almost pretty (as in, isn’t it too bad, she could be

    pretty).

    (Child’s Play, A. Munro, 2009, p. 195)

    La deuxième qualification est-elle supposée coexister avec la première (la mère de la narratrice

    choisissant tour à tour l’une ou l’autre description), ou encore l’amender ? Il semble en fait qu’un

    phénomène de brouillage interprétatif soit en oeuvre.

    - des stratégies d’approche des référents par petites touches, mimant les flux de conscience ou les

    pensées après coup :

    (2) He belonged to that class of men –vaguely unpre-possessing, often bald, short, fat, clever-

    who were unaccountably attractive to certain beautiful women. Or he believed he was, and

    thinking seemed to make it so. (Solar, I. Mc Ewan, 2010, p. 3)

    La reformulation intervient de façon légèrement différée (comme une forme d’afterthought,

    illustrant le regard réflexif à l’oeuvre). L’objectif est celui d’une meilleure adéquation du contenu,

    non seulement avec la réalité, mais aussi avec la vision que le narrateur a de son personnage.

    - des stratégies de revirement interne, se traduisant par des correctifs apportés au propos:

    (3) He told - or, rather, politely asked - Mrs Strawson to get dressed again.

    (A fatal inversion, B. Vine, 1987, BNC)

    Cet acte de rectification après coup est exhibé à dessein. Il met en évidence une pensée qui se

    précise, et s’auto-corrige.

    - des jeux sur les mots et les expressions, incorporant parfois des stratégies de défigement:

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    (4) Some thought this the typical buttoned-up formality of a Leningrader; but on top of that – or

    underneath it – he knew he was a shy and anxious person.

    (The Noise of Time, Julian Barnes, p. 12)

    L’emploi de la reformulation non paraphrastique permet ici de jouer sur les termes, en défigeant

    l’expression on top of that.

    Nous examinerons dans quelle mesure les reformulations, en tant que procédés de réajustement

    impliquant une « délinéarisation », sont des outils privilégiés traduisant les flux de conscience.

    L’exhibition de ces derniers semble constituer une caractéristique récurrente des ouvrages de

    littérature contemporaine, éventuellement en lien avec la mise en place de narrateurs non fiables

    ou manipulateurs. Nous analyserons les caractéristiques métalinguistiques des reformulations, et

    le fait qu’elles impliquent un regard réflexif particulièrement mis à profit dans le genre textuel

    que constitue la littérature contemporaine. Le cadre linguistique utilisé sera majoritairement –

    mais pas exclusivement – celui de la linguistique énonciative.

    Eléments bibliographiques

    Albrespit, Jean and Christelle Lacassain-Lagoin. « L’accommodation en linguistique – propos

    liminaire ». Anglophonia [Online], 24 | 2017, Online since 28 November 2017, connection

    on 17 April 2018. URL : http://journals.openedition.org/anglophonia/1096 ; DOI :

    10.4000/anglophonia.1096

    Bakthine, Mikhaïl. Esthétique et théorie du roman. Trad. Daria Olivier, Coll. Tel, Paris :

    Gallimard, 1978 [1924].

    Blakemore, Diane. “‘Or’-parentheticals, ‘that is’- parentheticals and the pragmatics of

    reformulation”. Journal of Linguistics, 43, Cambridge: Cambridge University Press, 2007,

    p. 311-339.

    Charolles, Michel. « Spécialisation des marqueurs et spécificité des opérations de reformulation,

    de dénomination et de rectification ». In Pierre Bange (eds.), L’analyse des interactions

    verbales. La Dame de Caluire : une consultation, Actes du colloque tenu à l’Université de

    Lyon II du 13 au 15 décembre 1985, Berne : Peter Lang, 1987 : 92-122.

    Giles, Howard, Justine Coupland and Nikolas Coupland. “Accommodation theory:

    Communication, context, and consequences”. In Howard Giles, Justine Coupland and

    Nikolas Coupland (eds.), Contexts of accommodation: developments in applied

    sociolinguistics. New York: Cambridge University Press, 1991.

    Pennec, Blandine. “Tensions and Blurring Effects Linked to the Use of the Coordinator OR in

    ‘Child’s Play’ by Alice Munro”. In E. Jouve, A. Guilain & L. Talairach-Vielmas (eds),

    L’acte inqualifiable ou le meurtre au féminin, Bruxelles : Peter Lang, 2016, p. 199-210.

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    Rossari, Corinne. Les opérations de reformulation. Analyse du processus et des marques dans

    une perspective contrastive français-italien. Berne : P. Lang, 1997.

    Roulet, Eddy. « Complétude interactive et connecteurs reformulatifs ». Cahiers de linguistique

    française, 8, Genève : Unité de linguistique française, 1987 (b), p. 111-140.

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    Séance | Sessão 4 (Salle | Sala 303) 14.30-16.30

    Pratiques universitaires | Práticas universitárias

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Fátima Oliveira

    Os dizeres de “quer dizer”

    Ana Loureiro, Isabel Gil & Patrícia Rossi

    CELGA-ILTEC. Universidade de Coimbra (Portugal)

    O foco desta comunicação incidirá sobre as operações de reformulação introduzidas pela locução

    quer dizer no âmbito do discurso político parlamentar.

    Sendo este em larga medida um discurso ‘planificado’ (Marques, 2000), é também lugar de

    intervenções marcadas pela espontaneidade; por outro lado, insere-se numa tipologia

    deliberativa, sendo expectável uma elevada ocorrência de movimentos argumentativos, de força

    ilocutória variável em função dos objetivos do locutor, da imagem que este de si pretende dar e

    ainda da imagem que preveja que o Alocutário possa ter do Locutor. Deste modo, deparamo-nos

    com eventos comunicativos que retomam e convocam outras vozes e outros discursos, levando

    a uma organização polifónica e dialógica, diafónica, constitutiva da tessitura de um discurso

    permeado pelo agonismo. A dimensão intertextual, interdiscursiva e dialógica deste género

    propicia o aparecimento de múltiplas estratégias textuais-discursivas ao serviço da reformulação.

    Neste âmbito, assume particular relevo o recurso à estrutura “quer dizer”, quer em usos como

    sequência verbal plena, quer na sua versão gramaticalizada, enquanto marcador discursivo.

    Partindo da tipologia de valores proposta em Lopes (2014), apresentamos algumas reflexões

    sobre o comportamento específico deste item no discurso parlamentar. A análise dos exemplos

    encontrados no corpus CRPC (Corpus de Referência do Português Contemporâneo) permitiu-

    nos levantar as seguintes questões e hipóteses de trabalho: (i) se em múltiplas instâncias quer

    dizer opera ao nível da reformulação, de modo a clarificar ou reconstruir objetos do discurso ou

    pontos de vista, em muitos outros contextos a locução é usada na marcação de um segmento que

    assume um papel resumptivo ou surge como operador de orientação argumentativa; (ii)

    paralelamente, se como introdutor de reformulação é possível identificar claramente a voz do

    Enunciador, noutros casos parece-nos que a origem enunciativa passa, entre outros, para o plano

    do on-dit, aliado à ativação de uma memória discursiva, distanciando-se do ato de reformular.

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    Referências bibliográficas

    Fonseca, J. (1992a). Linguística e Texto / Discurso — Teoria, Descrição, Aplicação. Lisboa:

    ICALP.

    Fonseca, J. (1994d). Dimensão accional da linguagem e construção do discurso. In J. Fonseca,

    Pragmática Linguística. Introdução, Teoria e Descrição do Português (pp. 105-132).

    Porto: Porto Editora.

    Gil, I. (2004). O(s) discurso(s) em torno de um referendo: reformulação e acto de argumentação.

    In Oliveira,

    F. e I. M. DUARTE (orgs.), Da Língua e do Discurso. Porto: Campo das Letras.

    Gil, I. (2013). Aspetos do funcionamento discursivo no discurso político mediatizado. In REDIS,

    Revista de Estudos do Discurso, nº2, 2013, pp. 73-99. Porto: Centro de Linguística da

    Universidade do Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Faculdade de

    Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

    Lopes, A. C. M (2014). Contributo para o estudo sincrónico dos marcadores discursivos ‘quer

    dizer’, ‘ou seja’ e ‘isto é’ no português europeu contemporâneo. In Revista Diacrítica, vol.

    28, nº 1.

    Loureiro, A. P.; Carapinha, C.; Plag, C. (2017). Marcadores discursivos e(m) tradução. Coimbra:

    Imprensa da Universidade de Coimbra.

    Marques, A. (2000). Funcionamento do Discurso Político Parlamentar: a organização

    enunciativa no debate da Interpelação ao Governo. Braga: CEHUM. Universidade do

    Minho.

    Marques, A. (2013). Construir a responsabilidade enunciativa no discurso jornalístico. REDIS:

    Revista de Estudos do Discurso, 2.

    Marques, M. A. (2017). Debate eleitoral português: presidencialização e estratégias de atenuação

    linguística em situação de confronto político. Linha D'Água (online), 30(1).

    Martín Zorraquino, A.; Portolés, J. (1999). Los marcadores del discurso. In I. Bosque & V.

    Demonte (orgs.) Gramática descriptiva de la lengua española. Madrid: Espasa.

    Pons Bordería, S.; Lopes, A.C.M. (a publicar) “Ou seja, o sea. Formal identity and functional

    diversity. Aceite para publicação em Linguística. Revista de Estudos Linguísticos da

    Universidade do Porto.

    Rabatel, A. (2006b). Les auto-citations et leurs reformulations: des surassertions surénoncées ou

    sousénoncées. Travaux de Linguistique, 52(1).

    Rabatel, A. (2011). De conflits de valeurs et de points de vues en discours. Semen, 32.

    Rossari, C. (1997). Les opérations de reformulation. Berna: Peter Lang.

    Vion, R. (2004). Modalités, modalisations et discours représentés. Langages, 156.

    Vion, R. (2007). Dimensions enonciative, discursive et dialogique de la modalisation. Línguas &

    Letras. Estudos Linguísticos, 8(15).

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    O artigo de opinião por universitários: a reformulação em contexto de investigação de

    leitura

    Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Audria Leal & Fabíola Mónica Da Silva Gonçalves

    Universidade Federal de Pernambuco (Brasil); CLUNL. FCT (Portugal); Universidade Estadual

    da Paraíba (Brasil)

    O objetivo dessa apresentação é discutir a produção de sentidos de um artigo de opinião por

    universitário(as), em particular o caso da reformulação, em contexto de investigação da leitura de

    gêneros textuais. Em uma perspectiva materialista-dialética, o processo e produção de sentido é

    sempre cultural e historicamente determinado (Santos, 2014) e a compreensão, um encontro entre

    duas consciências e, portanto, sempre dialógica (Bakhtin, 1997; Vigotski, 1968/2004). Ademais,

    em uma perspectiva de linguagem dialógica e constitutiva da consciência do sujeito, a

    compreensão se materializa como resposta ao enunciado do outro no processo de alternância dos

    discursos, em um cenário de tensão que envolve distintos sistemas de valores que participam da

    construção dialógica dos sentidos (Barros, 2004; Santos, 2014). Dizendo de outra maneira, a

    responsividade é o princípio constitutivo de qualquer compreensão e, por sua vez, implica a

    consideração da alteridade constitutiva do enunciado, concebida notadamente pelo conceito de

    exotopia. Ou seja, o excedente de visão explicado pelo fato de cada sujeito ocupar um lugar único

    e insubstituível no mundo do qual pode contemplar o outro de uma posição exclusiva em um

    movimento de identificação e de afastamento para novas elaborações de sentidos (Bakhtin, 1997)

    ao texto polifonicamente tecido por diferentes vozes que “se polemizam entre si, se

    complementam ou respondem umas às outras” (Barros, 2004, p. 4). Assumindo o pressuposto de

    que a produção de sentidos de textos acontece na relação dialógica entre leitor-texto-contexto, e

    que a leitura é “uma atividade social marcada pela historicidade dos sujeitos, as vozes que os

    constituem e sua situação material de vida” (Santos, 2014), propôs-se uma metodologia de

    investigação de leitura que privilegiou a história de leitura do sujeito e a criação não

    predeterminada de sentidos do texto mediada por um único enunciado produzido pelo

    investigador: “O que você

    significou do texto?” (cf. Vigotski, 2001). Assim, discute-se a produção de sentido de três

    estudantes universitários da UFPE, Brasil, na interlocução com um artigo de opinião, disposto em

    suporte revista, intitulado “Adoção à brasileira”. Os estudantes, uma jovem do Curso de

    Pedagogia, e mais uma jovem e outro jovem do Curso de Letras, todos leitores assíduos de

    gêneros acadêmicos, religiosos e/ou profissionais, constituídos como tais em contexto familiar

    e/ou escolar desde a infância. As categorias analisadas foram o movimento de antecipação e

    apropriação do discurso do outro, bem como os momentos em que locutor concorda, discorda,

    completa, critica, recusa, posiciona-se e reposiciona-se (Barbosa, 2014). Observaram movimentos

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    de identificação à voz do autor para depois dele afastar-se em uma posição responsiva de

    concordância, apropriação, ampliação, recusa, crítica e antecipação à resposta do outro, com a

    presença marcada nos textos das vozes do autor, do leitor e de diferentes instâncias sociais

    abalizadas pela situação material de vida de cada um e por um contexto histórico do Brasil de

    defesa dos direitos da humanidade. Deste modo, avalia-se que a reformulação na proposta de

    investigação da leitura caracterizada por um único enunciado em detrimento de questões mais

    pontuais sobre o artigo de opinião possibilitou aos participantes, a partir de seu lugar único no

    mundo, entrar no universo do autor do texto e retornar ao próprio universo para (re)formular novas

    opiniões, novos sentidos ou para ocultá-los.

    Palavras chave: Produção de sentidos; artigo de opinião; leitura dialógica; universitários.

    Referências

    Bakhtin, M. Estética da criação verbal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

    Barbosa, A. A. de A. O agir de produção de sentidos no processo de interpretação em diários de

    leitura/blog por estudante universitário, 2014. 158 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia

    Cognitiva) - Universidade Federal de Pernambuco, 2014.

    Barros, D. L. P. de. Dialogismo, polifonia e enunciação. In: Barros, D. L. P. de; Fiorin, J. L.

    (Org.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade: em torno de Bakhtin. São Paulo: Edusp,

    1994. p. 1-10.

    Santos, J. O. C. Uma discussão sobre a produção de sentidos na leitura: Bakhtin e Vugostsky.

    Leitura: Teoria & Prática, Campinas, v. 32, n.62, p. 72-86, jun. 2014.

    Vigotski, L.S. O problema da consciência. In Vigotski, L. S. Psicologia teoria e método, São

    Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 171-189 (publicado originalmente em 1968).

    Vigotski, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

    Reformulação ou reformulações? O caso do género abstract

    Paulo Nunes da Silva & Joana Vieira Santos

    CELGA-ILTEC. Universidade Aberta. Universidade de Coimbra (Portugal)

    No discurso académico (Swales 2004), o abstract tem suscitado estudos sobre movimentos

    retóricos (Sidek et alii 2016), planos de texto (Wei et alii 2015), hibridismo (Lorés-Sanz 2016) e

    comparação de textos de falantes nativos e não nativos de inglês (Noorizadhe e Chalak 2018),

    entre outros temas.

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    O abstract, requisito das teses de doutoramento, resulta de uma reformulação que implica

    (re)escrita a partir desse texto-fonte, com o qual estabelece uma relação de género incluído

    (Rastier 2001). Justifica-se uma análise comparativa de ambos numa perspetiva interacionista

    (Bronckart 1997), com o objetivo de dilucidar como escolhas em componentes textuais e

    dispositivos linguísticos interagem com as práticas das formações sociodiscursivas. Assumindo

    estes pressupostos, o estudo propõe-se abordar três questões: a) que conteúdos da tese são mais

    frequentemente selecionados para o abstract? b) o abstract replica o plano de texto da tese? c) as

    suas estruturas sintáticas e lexicais são iguais às patentes na tese?

    O corpus compreende 10 abstracts e respetivas teses de doutoramento, recolhidas no Estudo

    Geral da Universidade de Coimbra: 5 de Ciências (C) e 5 de Ciências Sociais e Humanas e

    Humanidades (CSHH). A análise global e contrastiva (C vs. CSHH) inicia-se pela identificação

    dos conteúdos de cada abstract e pela explicitação do plano de texto, que é comparado com o da

    tese. Incide ainda nas estruturas sintáticas e escolhas lexicais do abstract e de secções-chave da

    tese.

    Não obstante existirem matrizes epistemológicas comuns, reformulações diversas da tese-fonte

    indiciam que a (re)escrita académica não é transversal. Os resultados refletem diferenças entre as

    áreas de investigação mencionadas: os abstracts testemunham implicitamente abordagens

    díspares do saber. Esta conclusão, aplicada à escrita académica, sustenta a necessidade de guiões

    distintos para as reformulações inerentes aos abstracts nas diferentes disciplinas.

    Referências

    Bronckart, J.-P. 1997. Activité langagière, textes et discours. Lausanne: Delachaux et Niestlé.

    Lorés Sanz, R. 2016. ELF in the making? Simplification and hybridity in abstract writing. Journal

    of English as a Lingua Franca 5 (1), 53-81.

    Noorizadhe, L., e Chalak, A. 2018. Comparative analysis of Architecture Research Article

    Abstracts written by native and non-native authors: a cross-linguistic, cross-cultural study.

    Theory and Practice in Language Studies 8 (3), 325-330.

    Rastier, F. 2001. Arts et sciences du texte. Paris: PUF.

    Sidek, H. M. et alii 2016. An analysis of rhetorical moves in abstracts for conference proceedings.

    International E-Journal of Advances in Social Sciences, vol. II (4), 24-31.

    Swales, J. 2004. Research genres. New York: Cambridge University Press.

    Wei, M. et alii 2015. A Comparative Analysis of the Generic Structure of RA English Abstracts

    in Chinese-Medium and English-Medium Linguistics Journals. English Language and

    Literature Studies vol. 5 (4), 98-107.

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    Mecanismos de reformulação no artigo científico

    Matilde Gonçalves & Rute Rosa

    CLUNL. NOVA FCSH. FCT (Portugal)

    As práticas de linguagem da esfera académica suscitam um interesse atual, iniciado nos anos 80

    (Swales, 1990, Fløttum & Rastier, 2003, Rastier, 2005), entre outros autores da área do texto e do

    discurso). Para além das características da esfera académica, na qual a retoma e discussão do

    conhecimento científico elaborado por pares é essencial/capital/primordial, importa ter em conta

    a questão do género textual, enquanto modelo quer para a produção, quer para a interpretação

    textual (Rastier, 2001, Bronckart, 2008). A presente proposta visa, assim, estudar no artigo

    científico quais os processos de reformulação entre o resumo do artigo e o próprio artigo, bem

    como a influência do funcionamento social do género nestes mesmos processos. Considera-se a

    reformulação como um processo interpretativo, servindo para parafrasear, completar ou corrigir

    (Gülich & Kotschi, 1983). Duas tipologias sobre a reformulação são atestadas: a parafrástica e a

    não parafrástica. Relativamente à primeira existem três tipos definidos por Fuchs (1982):

    designação, denominação e exemplificação. De acordo com Flottum (1995), Gülich e Kotschi

    (1995), a reformulação parafrástica funciona como operação de expansão (pela especificação ou

    de explicação) ou de redução (pelo resumo/síntese e pela denominação). Neste sentido, a presente

    proposta visa identificar os processos de reformulação no artigo científico, comparando o resumo

    peritextual com o corpo do artigo. Para tal, selecionou-se um corpus constituído por quatro textos

    escritos em português europeu, inscritos em duas áreas de investigação – Direito e Ciências

    Farmacêuticas. Em termos metodológicos, privilegiando uma abordagem descendente

    (Voloshinov, [1929]1977) e uma perspetiva comparativa, articula-se uma análise de cunho

    qualitativo com uma análise quantitativa. Assim, num primeiro momento, damos conta do

    funcionamento social do género, seguindo-se a análise dos processos de reformulação presentes

    nos exemplares selecionados, comparando-se, por um lado, os resumos peritextuais com o corpo

    dos artigos e, por outro, os exemplares de Direito com os textos de Ciências Farmacêuticas. A

    partir da análise efetuada, pretende-se demonstrar que os mecanismos de reformulação dependem

    não só da inscrição genérica dos textos, mas também, em grande medida, das atividades sociais a

    que o género pode estar associado.

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    Séance | Sessão 5 (Salle | Sala 301) 17.00-19.00

    Genre social | Género social

    Présidence de séance/Presidente da sessão : Nicolas Couégnas

    Reformulations normatives et reformulations déviantes du genre (masculin/féminin).

    Une expérience in vitro.

    Julie Abbou

    Laboratoire Parole et Langage (LPL) – Aix-Marseille Université

    CLESTHIA – Université Sorbonne Nouvelle (France)

    Depuis Troubles dans le genre, Butler, qui elle-même s’appuie sur Derrida, a formulé l’idée

    largement reprise depuis, que le genre (féminin/masculin) est une performance qui acquiert sa

    force normative à travers l’itération. Ainsi, elle postule que le genre est une répétition sans énoncé

    original, ce qui ne signifie pas pour autant que les reformulations du masculin et du féminin soit

    affranchies de contraintes ou de conditions de possibilités. Ces répétitions sans cesse reformulées

    se produisent sur une large gamme sémiotique, qui va du corporel au discursif, en passant par les

    trajectoires socio-économiques ou encore les constructions nationales. Cette emphase sur la

    répétition est importante car elle permet de saisir ensemble la force normative de la catégorisation

    de genre et les brèches, les déviations qui peuvent se produire dans les reformulations de cette

    norme, et qui ouvrent la possibilité de nouvelles performances de genre. Elle est également

    importante en ce qu’elle souligne la dimension premièrement sémiotique du genre.

    Mais pour le linguiste qui désirerait observer les traces en discours de ces répétitions sans cesse

    reformulés, le corpus est difficile à constituer, tant ces réitérations sont omniprésentes et

    multisémiotiques. Je propose donc, avec cette communication, d’échafauder une expérience pour

    déclencher ces discours de catégorisation du genre, et observer comment ils se reformulent, d’un

    individu à l’autre, mais aussi dans l’interaction : j’ai rassemblé un corpus de 40 photographies de

    visages humains. Ces portraits sont présentés aux locuteur.es à qui il est demandé de catégoriser

    en termes de genre. Ce que laisse entrevoir ce dispositif testé lors d’une étude pilote et dans un

    contexte d’enseignement, c’est d’une part comment la reformulation des différents critères

    d’interprétation du genre mobilisés par les locuteurs pour catégoriser, évoluent au fur et à mesure

    de l’expérience, pour se dédire, se reprendre, se troubler ou bien au contraire s’affiner et

    s’affirmer, et d’autre part le trouble semé dans l’interaction par la consigne. En effet, les

    performances de genre des participant.es à l’expérience et celui de la chercheuse sont sans cesse

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    reconfigurées, repositionnées par les propositions de catégorisation, les négociations, les silences,

    les disfluences, etc. Et cette reconfiguration conduit à son tour à des reformulations dans les

    qualifications de soi et de l’autre. Il s’agit donc en quelque sorte d’une expérience in vitro sur les

    reformulations du genre.

    En étendant cette expérience à un corpus plus large, il s’agit d’observer d’une part comment les

    catégories du genre sont reformulées (au sens d’une réitération dialogique) d’un individu à l’autre,

    et d’autre part, le rôle que jouent les reformulations au sein de l’interaction dans les performances

    de genre, que ces reformulations soient des appropriations par les locuteur.es de catégorisations

    normatives (qui peuvent être multiples), ou des reformulations offrant des possibilités de

    déviation, voire de débinarisation, des normes de genre.

    Textos e pessoas: uma (re)formulação interacionista da noção de género

    Marta Fidalgo

    CLUNL (Portugal)

    A diversidade e a complexidade são inerentes à pessoa humana, refletindo-se necessariamente

    nas suas atividades, como é o caso da produção de textos empíricos, também eles objetos

    complexos e diversos. Contudo, se esta pluralidade é consensual relativamente aos textos, o

    mesmo já não se pode afirmar em relação aos indivíduos.

    Com o intuito de contribuir para a atual discussão sobre questões de identidade e expressão de

    género, esta proposta, inserida na linha de trabalho do grupo Gramática & Texto do CLUNL

    (NOVA FCSH), procurará evidenciar de que modo a Linguística do Texto, e mais

    especificamente o quadro epistemológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), podem

    constituir um contributo relevante para uma compreensão mais ampla dos géneros (textuais e

    humanos) e do caráter híbrido que lhes pode estar associado.

    Com base numa abordagem metodológica simultaneamente descritiva e qualitativa, o trabalho

    prevê a análise de exemplos selecionados de textos concretos e imagens de indivíduos, cujos

    géneros podem ser considerados ambíguos, a fim de atingir dois objetivos: em primeiro lugar,

    pretende-se demonstrar que os princípios teóricos e as categorias descritivas do ISD, aplicáveis à

    análise textual (Bronckart, 1997), podem igualmente promover o entendimento da pluralidade e

    singularidade da pessoa humana, se os pressupostos interacionistas associados ao estatuto

    dinâmico dos géneros (Miranda, 2010) forem transpostos para a reflexão sobre a ambiguidade do

    próprio ser humano, por oposição à redução do género social a uma categoria binária estanque.

    Em segundo lugar, o cruzamento proposto visa salientar que a articulação entre reformulação e

    géneros pode advir da constatação de que as representações por vezes associadas à noção de

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    género devem, elas próprias, ser reformuladas e continuamente atualizadas. Na verdade, as

    configurações híbridas, sejam elas textuais ou humanas, são suscetíveis de gerar incompreensões

    em relação aos textos e ao(s) outro(s). Por sua vez, a reformulação, enquanto processo com função

    explicativa, remete não só para uma preocupação com o destinatário cuja interpretação importa

    conduzir (Coutinho, 2004), mas também para a vontade do enunciador de ser compreendido, para

    que o sentido (do texto ou de si) seja adequadamente respeitado.

    Finalmente, esta proposta deverá conduzir a duas conclusões: i) a reformulação assim entendida

    permite reduzir possíveis ambiguidades tanto no que se refere à produção do sentido de um texto,

    enquanto exemplar de um género, como no que diz respeito à compreensão da

    identidade/expressão de género de uma pessoa; e ii) tal como o género textual condiciona as

    estruturas linguísticas mobilizadas nos textos, também a interpretação do género de cada

    indivíduo deve considerar as implicações linguísticas decorrentes dessa construção interna e

    externa. É, pois, nesta constante interação entre o social e o individual, entre representações

    coletivas e representações individuais, que se dá a reformulação do(s) género(s), mediada ora pela

    linguagem verbal ora pela linguagem do corpo (Butler, 2017).

    Referências

    Bronckart, J. P. (1997). Activité langagière, textes et discours. Pour un interactionisme

    sociodiscursif. Paris: Delachaux et Niestlé.

    Butler, J. (2017). Problemas de Género. Lisboa: Orfeu Negro. Coutinho, M. A. (2004). A ordem

    do expor em géneros académicos do português europeu contemporâneo. Calidoscópio 2(2),

    pp. 9-15.

    Miranda, F. (2010). Textos e géneros em diálogo: Uma abordagem linguística da

    intertextualização. Lisboa: FCG/FCT.

    Traduire l'inclusivité: Reformuler le langage inclusif, entre français et italien

    Giuseppe Sofo

    Università Ca’ Foscari- Venezia (Italia)

    Ma communication propose une étude comparée des formes du langage inclusif développées en

    langue française et en langue italienne, et essayera d’ouvrir le champ à une réflexion sur la

    traduction de l’écriture inclusive, que j’estime nécessaire afin d’offrir des outils pour un langage

    de plus en plus inclusif dans toute langue. La règle de la grammaire traditionnelle qui voit le

    masculin « l’emporter » sur le féminin est commune aux deux langues, de même que dans ces

    deux environnements linguistiques est présente une réflexion sur les stratégies à adopter pour

  • Lundi | Segunda-feira - 17.06.2019

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    remédier à cette règle établie dans le temps qui reflète une différenciation plus dangereuse et plus

    vaste dans la société. Et pourtant, le français et l’italien n’admettent pas – ou bien ne suggèrent

    pas – les mêmes solutions.

    Le fait que l’écriture inclusive ait pris dans les deux langues des formes qui sont non seulement

    différentes, mais parfois même opposées, en raison de sensibilités différentes quant aux mêmes

    questions et de réalités linguistiques qui favorisent une solution plutôt que l’autre nous oblige à

    nous poser plusieurs questions : il faut d’abord comprendre quelles sont les différences entres les

    stratégies d’inclusivité utilisées dans les deux langues, et en comprendre les raisons, pour ensuite

    passer à une discussion sur les difficultés que ces différences présentent dans la reformulation du

    discours de genre en traduction, du point de vue théorique, et à une proposition de directions à

    suivre ou à éviter dans la pratique de la traduction. En même temps, ce passage entre les langues

    et les langages nous permettra d’introduire dans un contexte des formes d’inclusivité qui lui sont

    inconnues, ou qui ne sont pas favorisées.

    La traduction peut se faire porteuse d’une différence créatrice, aidant l’introduction dans le

    contexte d’arrivée de formes d’inclusivité inédites. La question fondamentale qui se pose est donc

    la suivante : faudrait-il traduire en respectant les choix du contexte de départ ou du contexte

    d’arrivée ? Il me semble évident que le contact et même une étude comparée entre les langages

    inclusifs de ces deux langues pourrait aider les deux contextes à adopter des choix qui

    sembleraient impossibles dans une langue, mais que l’autre connait parfois depuis des siècles, en

    aidant ainsi à effacer certaines stigmatisations qui caractérisent l’histoire de nos langues, et qui

    ont de conséquent influencé notre pensée. Cet équilibre instable et complexe e


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