+ All Categories
Home > Documents > ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA...

ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA...

Date post: 10-Aug-2020
Category:
Upload: others
View: 0 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
12
ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO REGIOES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, ENTRE 1980 E 2OOO Antonio José Leal Costar & Janaina Mota Alves de Carvalho'! rProfessor Assistente de Epidemiologia do Dept. de Med. Prcventiva,/Facoldade de Medicina e do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ E mail: [email protected] rAlunado curso de g¡aduaqáo em fnedicinada Faculdade de Medicinada UFRJ;bolsistade iniciaqáocientífica da Fundaqáo para o Amparo i Pesquisa no Bstado do Rio de Janeiro/FAPERJ) RESIJMO: A notificaqáo de casos de aids devidos ir transmissáo do H IV de máe para filho vem aumentando sensivelmente desde o início dos anos 90, no Estado do Rio de Janeiro. Analisou- se, neste trabalho. a influéncia dafecundidade e dosdiferentes padróes regionais de transmissáo do HIV na populaqáo adulta. sobre as projegóes da incidéncia da infecqáo pelo HIV devida á transmiss¡o de máe para filho. no Estado do Rio de Janeiro, entre i980 e 2000. Desenvolveu-se um cenário hipotético. utilizando-se o programa EPIMODEL. Taxas regionais de iecundidade. específicas por idade. e estimativas de prevaléncia da infecgáo pelo HIV na populaqáo adulta femi¡ina. tbram introduzidas em seguida: assim. foram obtidas proiegóes das incidéncias anual e acumulada da infecaáo pelo HIV até o ano 2000. As proiegóes da jncidencia acumulada entre os anos de 1980 a 2000 foram 1.8 e 1.2 vezes mais elevadas pa¡a o interior do Estado, quando comparadas á capital e i regiáo metropolitana. respectivamente. As taxas de fecundidade específicas poridade. e asestimativasde prevaléncia da iniecqáo pelo HIV na populaqáo fgminina. mais elevadas. tornam as populaeóes do interior do Estado potencialmenle mais vulneráveis a transmissáo do HIV de máe Dara filho. Palavras-chave: Epidemiologia: HIV; nascidos vivos ABSTRACT¡ Repofied motherto int'ant transmitted HIV/AIDS cases have inc¡eased markedly since early 1990's in the State of Rio de Janeiro. The authors analyse the role of varying Íegional adult HIV transmission and fenility patterns in the projected incidence oi mother to inlant transmitted HIV infections in RiodeJane¡ro State, since l980until2000. A primary hypothetical HIV scenario was developed using EPIMODEL. Regional agc-specific fertility rates and adull lemale HIV prcvalence estimates. from I99l to I994. were added to the primary scenar¡o. providing estimates and projections of annual and cumulative incidences of mother to infant transmitted HIV infections. up to year 2000. Projected mother to infant transmitted HIV inf'ection cumulative incidence, tbr the years 1980-2000, were I .8 and I .2 times higher in the inner country towns and rural areas when compared to Rio de Janeiro City and the met¡opolitan area, ¡espcctively. Higher age spccific fertility rates. observed in the period l99l-94, as well as p¡esumably higher adult female HIV prevalence estimates, turn populations living in the inner country towns and rural areas of the State of Rio de Janeiro potentially more vulnerable to the occurrence of mother to infant transmitted HIV infections. Key-words: Epidemiology: HIV: newly-born
Transcript
Page 1: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

t

ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁOPELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO,

SEGUNDO REGIOES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,ENTRE 1980 E 2OOO

Antonio José Leal Costar & Janaina Mota Alves de Carvalho'!

rProfessor Assistente de Epidemiologia do Dept. de Med. Prcventiva,/Facoldade de Medicina e do Núcleode Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ E mail: [email protected] curso de g¡aduaqáo em fnedicinada Faculdade de Medicinada UFRJ;bolsistade iniciaqáocientíficada Fundaqáo para o Amparo i Pesquisa no Bstado do Rio de Janeiro/FAPERJ)

RESIJMO: A notificaqáo de casos de aids devidos ir transmissáo do H IV de máe para filho vem

aumentando sensivelmente desde o início dos anos 90, no Estado do Rio de Janeiro. Analisou-se, neste trabalho. a influéncia dafecundidade e dosdiferentes padróes regionais de transmissáo

do HIV na populaqáo adulta. sobre as projegóes da incidéncia da infecqáo pelo HIV devida á

transmiss¡o de máe para filho. no Estado do Rio de Janeiro, entre i980 e 2000. Desenvolveu-seum cenário hipotético. utilizando-se o programa EPIMODEL. Taxas regionais de iecundidade.específicas por idade. e estimativas de prevaléncia da infecgáo pelo HIV na populaqáo adultafemi¡ina. tbram introduzidas em seguida: assim. foram obtidas proiegóes das incidéncias anual

e acumulada da infecaáo pelo HIV até o ano 2000. As proiegóes da jncidencia acumulada entreos anos de 1980 a 2000 foram 1.8 e 1.2 vezes mais elevadas pa¡a o interior do Estado, quando

comparadas á capital e i regiáo metropolitana. respectivamente. As taxas de fecundidadeespecíficas poridade. e asestimativasde prevaléncia da iniecqáo pelo HIV na populaqáo fgminina.

mais elevadas. tornam as populaeóes do interior do Estado potencialmenle mais vulneráveis a

transmissáo do HIV de máe Dara filho.

Palavras-chave: Epidemiologia: HIV; nascidos vivos

ABSTRACT¡ Repofied motherto int'ant transmitted HIV/AIDS cases have inc¡eased markedly

since early 1990's in the State of Rio de Janeiro. The authors analyse the role of varying Íegional

adult HIV transmission and fenility patterns in the projected incidence oi mother to inlanttransmitted HIV infections in RiodeJane¡ro State, since l980until2000. A primary hypothetical

HIV scenario was developed using EPIMODEL. Regional agc-specific fertility rates and adulllemale HIV prcvalence estimates. from I99l to I994. were added to the primary scenar¡o.

providing estimates and projections of annual and cumulative incidences of mother to infanttransmitted HIV infections. up to year 2000. Projected mother to infant transmitted HIV inf'ection

cumulative incidence, tbr the years 1980-2000, were I .8 and I .2 times higher in the inner countrytowns and rural areas when compared to Rio de Janeiro City and the met¡opolitan area,

¡espcctively. Higher age spccific fertility rates. observed in the period l99l-94, as well as

p¡esumably higher adult female HIV prevalence estimates, turn populations living in the innercountry towns and rural areas of the State of Rio de Janeiro potentially more vulnerable to the

occurrence of mother to infant transmitted HIV infections.

Key-words: Epidemiology: HIV: newly-born

Page 2: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

INTRODUqÁO

Desde o tinal dos anos 80, a epidemia da síndrome de imunodeticiencia adquirida(aids) no Brasil vem-se caracterizando pelo aumento do númerode casos associados ¡exposig¡oheterossexual, desde 1993 a mais lieqüente ent¡e os casos com categoria de transmissáoconhecida. Paralelamente. vem,sc observando o incremenlo da incid¿nciade aids em mulhereslassim, entre os maiores de l2 anos, para cada um caso do sexo t'eminino o número oe casosnotificados, do sexo masculino, caiu de aproximadamente 9, em | 987, para 3. entre janei¡o de1996 e mafgo dc t997(MINISTERtODASAUDE, tqST).

A tendéncia ao aumento da incidéncia de ajds, em mulheres, se acompanha daelevaqáo do número de nascidos vivos infectados pelo vírus da imu¡odeficiéncia humana (HlV),transmitidos de máe a filho durante a gestagáo, o parto, ou, após o nascimento. através do le¡tematerno (MERTENS et. a¡., 1996). No Brasil, desde 1988 a via de rransmissáo de máe parafilho é a mais freqúente entre os casos de aids. com categoria de transmissáo conhecida,notificados enrre as crianQas (MI NISTÉRlO DA SA ÚDE, 1997).

No Estado do Rio de Janeiro, a evolugáo da epidemia de aids apresenta p¿dróessemelhantes aos descritos anteriormente para o país. Desde 199l, observa-se um aumento donúmero de casos de aids entre mulheres, acompanhado de uma ascensáo da incidéncia de aidsentre criangas, devida i transmissAo do HIV de máe para filho. como é mostrado no gráfico I(SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO RIO DE JANEIRO. I998).

GráIico I - Casos notilicados de AIDS entre mulheres adultas e entre crianqas dev¡do atransmissáo de máe para filho, Estado do Rio de Janeiro, l99l . 1997

Mulheres

1914 .... .o. '-' 'é 2l

199'l 1992

Fonte: Secretariade Estado de Saúde do Rio de Janeiro. 1998

64

...O..... AIDS pediárica devido alransmissáo de nláe p¡Ia filho

Cttcl. Saúde Colet. 6( I ), 1998 '18

Page 3: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

A comprovaqáo da redueáo do risco de transmissáo do HIv de máe para filhoatravés da administraqáo, h mulher. de zidovudina, durante a gestaqao. o parto. e após o

nascimento (CONNOR et. al., 1994), possibilitou a implementaeáo de a9óes de saúde pública

de caráter preventivo. centradas nos diagnóstico e tratamento precoces da infecqáo(ANDERSON et. al.. 1996).

Náo obstante a comprovada eticácia de tais procedimentos, é necessária uma

melhor compreensáo da relaQáo entre os fatores biológicos. ep¡demiológicos e demográficos.

determinantes da transmissáo do H IV de máe para filho. além daqueles relativos á eficiénciados servigos de saúde. Tal compreensáo é essenc¡al para o planejamento e a execugáo dessas

aQóes.

Este trabalho tem como objetivo analisa¡as variagóes regionais dafecundidade edaprevaléncia da int'ecgáo pelo Htv no Estado do Rio de Janeiro. enquanto determinantes da

incidéncia dessa infecQáo em nascidos vivos, entre 1980 e 2000.

MATERIAL E MÉTODOS

Utilizou-se, Dara a análise, um modelo matemático baseado na história natu¡al

da infecEáo pelo HIV. utilizando-se o programa EPIMODEL versáo 2. | (CH IN et. al., I 99 | ;

CHIN. r994).

Desenvolveu-se um cenário inicial da infecqáo pelo HIV. referente a uma populaeáo

adulta hipotética. partindo-se dos seguintes pressupostos: a disseminaqáo do HIV na populaEáo

adulta. iniciou-se em | 980: o período de incubaqáo mediano da infecgáo pelo HIV, em adultos,

é de l0 anos. e a sobrevida mediana (do ¡nício da aids até a morte) é de I ano. independente do

sexo. da f¡ixa efária e do tempo: considerou-se nula a mortalidade por outras causas. para

ambos os sexos. para todas as idades, e ao longo do tempo: em 1995. ano em que a incidéncia

anual atingiu seu valor máximo. havia 50.000 adultos infectados assintomáticos (casos

prevalentes); ajustou-se a curva da incidéncia acumulada na populaeáo adulta por uma funqáogama do tipo

f(t)=ttdt'?'l('-tl|!'" / \¡' -/ icquaqao l).

Nessa funqáo, os parámetros r e ¡r se referem ao tempo e á inclinagáo da curva.respectivamente; ao parámetro /, da equagáo I atribuiu-se o valor 5. valor a partir do qual

se geraram curvas de incidéncia de aids que melhor se ajustaram ás de países com sistemas

de vigilancia epidemiológica confiáveis. até a primeira metade da década de 90 (CHIN,1994).

A este cenár¡o hipotético inicial se incorporaram. ent¿o. paramehos para o cálculoda incid¿ncia anual da infecgáo pelo HlV. em nascidos vivos (/rrv), devida á transmissño de

máe para filho. de acordo com a expressáo (CHIN. 1990: BROOKMEYER et. al., 1994)

I ,,, = LN,J,P lequaqáo 2)

i=15-19

i\

19 Cad. Saútle Colet. 6( I ), 1998

Page 4: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

onde:

i refere-se aos grupos etários qüinqüenais de mulheres em idade reproouuva;N é o contingente de mulheres int'ectadas pelo HIV prevalcntcs a cada ano;

f é a taxa de llcundidade específica por grupos qüinqüenais de idade;p expressa o sco de transmissAo do HIV de máe para lilho.

Os contingentes anuais de mulhercs em idade térril inftctadas pelo HIV - N, - foramestimados pelo produtocntre as proporgóes anuais d9 casos de aids do sexo feminino, notificadosá Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, entre os anos de 1980 a 1995, distribuídossegundo grupos etá¡ios qüinqücnais, e as coortes a¡uais de adultos infectados pelo HIV originadasa partir do cenário hipotético inicial. Sobre tais coortes sc aplicaram as taxas de progressáoanual da intecqáo (assintomática) pelo HIV para aids: restou, a cada ano, um d€te.minadonúmero de mulhcrcs inf'ectadas. assintomáticas. em momentos variados do oeríodo deincubagáo, e provenientes de dif'erentes cooÍes anuais de adultos intectados.

As t¿xas dc tecundidade específicas, por grupos etários qüinqüenais - f -. tbramestimadas como a razAo entre a média aritmética dos nascidos v¡vos registrados nos anos de1990. l99l e 1992 (FIBGE. 1990. 199 | , 1992), e a populaq¡o feminina em idade tértit, segundogrupos etários qüinqüenais. residente em cada uma das regióes do Estado do Rio de Janeiro noano censitário de I 991 ( Fl BC E. | 994). Assumiu-se que as taxas de l¡cund¡dade específicas poridade, estimadas para 199l. permanccera¡n inalteradas duranle todo o pcríodo a que se ref¡re aanálise.

A estimativa do risco de t.ansmissao do HIV da máe para o ñlho foi igual a 0.3(ANDERSON et. al., 1996), assumindo-se a inexisrénc¡a de qualquer inrervengáo desrinada asua reduqáo. Ainda que. desde o momento em que se comprovou a ellcácia da zidovudina nareduQáo do risco de transmissáo do HIV de ¡¡áe para filho (CONNOR el. al., 199,1), ral paránrrropossivelmente náo corresponda á realidade, a sua manutengáo sejustifica em respeito ao objetivodeste estudo, apresentado na introduQáo

Com excegáo do risco de transmissáo do HIV da máe para o filho, os parámetros da

equagáo 2 foram es¡imados. separadamente. para trés regióes do Estado do Rio de Janeiro.Assim, deu-se origem a tr€s cená.ios independentes. um refercnte ao município do Rio de Janeiro(regiáo l), um á regiáo metropolilana, exc¡uído o município do Rio de Janeiro (regiáo 2), e

outro ao interior do Estado, composto por todas suas demais regióes (regieo 3). Detiniram-setais regióes segundo as características gpidemiológicas dos casos de aids notificados. e dadisponibilidade de dados sobre nascidos vivos. registrados. segundo local de residéncia da máeno momenlo do Dafto-

Foram estimadas e projetadas as incidéncias anual e acumulada da intlcgáo peloHIV em nascidos vivos. enrre 1980 e 2000.

RESULTADOS

As estimativas da incidéncia anual da inl'ecqAo pelo HIV. em nascidos vivos, se

mostraiam mais elevadas para a regiáo 3. coriespondcnte ao interior do Estado. desde asegunda metade da década de 80. e principalmente ao longo da década de 90. A projeqáo donúmero de nascidos vivos int'ectados pelo HIV no ano 2000. dados os parámetros do modclo,cstimados para a regiáo 3 (ccrca de 290 casos). correspondeu a 1,8 e L2 vezes üs proieSdcsrelativas ¡s regióes | ( 160 casos) e 2 (240 casos). respectivamente (Tabela | . Cráfico 2).

Cad. Saúde Colet. 6( I ), 1998 80

Page 5: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

Segundo as estimativas. cerca de 95 das infecaÓes pelo HIV entre nascidos

vivos ocoreriam entre os anos 1990e 2000, para as trCs regid€s consideradas. As incidencias

acumuladas de infecaó€s pelo HIV em nascidos vivos, entre l99l e 2000' nas regióes I

(l.000 casos). 2 ( l.500 casos) e 3 ( l.80O casos) foram aproximadamente 25, 23 e 29 vezes

mais elevadas quando comparadas es respectivas estimativas para o perldo de 1980 a

1989 (Tabela I, C¡áfico 3).

Tabela I - Esti mativas e projeg6€s das incidCÍcias anual e acumulada da infecgáo pelo Hl V devida

¡ transmissáo de máe para ñlho, segundo regióes do Estado do Rio de Janeiro, 1980-

2000

t980t98l1982¡983198,11985t98ó1987I988t989| 990| 991t992r99319941995199ót9971998r 999

00o026

tó33ó0

t0lt59241348486ó54855.085.34t.620

000002

¡ot72a4l5882

t07138tóE200230256279

Ittt

ttItIl\(

tYI\tI1

I)It

00t2:tó

24 5336 895l t4l68 20889 297I 408

¡15 543r59 703t82 885203 1.088222 r.310

o0oIIló

IIt725

óo

9lt07t23r38

ooo0I25

tl2239

r00t46206281372414ó01739

t5? 891

+ Excluído o municíDiodo Rio de Janeiro

Page 6: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

Cráfico 2 - Estimativa e projecáo da incidéncia anual da infeccáo pelo HIV. em nasciclos vivos.devida e ransmissáo mAe-filho (lnc. HIV), segundo parametros esrimados para rrésregióes do Esrado do Rio de Janeiro. I980 a 2000.

0

19@ 19A1 19@ 19€3 19€4 19a5 1986 19€7 19€8 19@ 19gO 1991 1992 1993 199t 1995 1996 1997 1998 i999 2oOO

*ReÉiii¡,1: Municipio do Rio d. Jtnc¡¡u: Regiio :. Rcgiio Inelropohtcns e\ccto o nrunictptooo Kto de J¡nerro:Regiáo 3: Interiordo Estado

Gráfico 3 - Estimativa e projecáo da incidéncia acumulada da infeccáo pelo HlV. em nascidosvivos, dgvida á transmissAo máe-filho (lnc. acumulada HIV). segundo parAmetrosestimados em trés regióes do Estado do Rio de Janciro. 1980 a 2000.

1933 r9a4 193s 1936 t9a7 1933 1939 1990 1991 1995 J996 1997 1993 1999 2000

Cad. Sctúde Colet. ó(1), 1998 82

Page 7: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

C) aumento da incidéncia da infecqAo pelo HlV, em nascidos vivos. na década de 90.acompanha a eievaeAo dos contingentes anuais de mulhercs infictadas pelo HIV nas trés regióes.C)s números estimados de mulheres infectadas oelo HIV a cada ano. se mostmram semelhantesna regiáo metropolitana. excluída a capital, e no interior do Estado, e superiores aos observadospara a regiáo l. correspondentc á cidade do Rio de Janeiro (Crálico 4).

Cráfico 4 - Contingentes anuais da populacáo feminina infectada pelo HIV (casos prevalentes -

FHIV prev.). segundo paremeros estimados para trés regióes do Estado do Rio deJaneiro. 1980 - 2000

*Regiáo l: Municípiodo RiodeJaneiro: Regiio 2: Regiáo metropolitana excetoo rnunicípio do Rio de Janeiro; Regiáo 3: Interio¡ do Estado

As diferenqas com relagáo ás estimativas e projeeóes da incidéncia da infecqáopelo HIV em nascidos vivos. observadas entre as regióes 2 c 3, se dcvem ás variagites dasrespectivas taxas de tecundidade. específicas por idade. incorporadas ao modelo, sempremais elevadas no inter¡or do Estado (Tabela 2. Gráfico 5). Já entre as regióes I e 2. as

dilerenQasserevelarammenosexpressivas.eseconcentraramnasfaixasefáriasentrel5e24 anos. As taxas de tecundidade kfa¡ estimadas para l99l foram de 2.7. 2, I e | ,9 filhospor mulher, para as regióes 3. 2 e l. respectivamente.

83 Ca¡l. Saúde Colet. 6( I ), 1998

Page 8: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

Tabela 2 - Taxas de fecundidade específicas poridade (por 1.000 mulheres). segundo regióes doEstado do Rio de Janeiro. l99l

Rcgiáo Mrrtu0dlir!n¡'

I n¡ ¡rior do l,sr¡d. t7t-l .ll_?

t,1

1.1

Fonte: FIBCE ( f990, 1991. 1992, 1994)* Excluído o municíp¡o do Rio de Janeiro

Cráfico 5 - Taxas de lecundidade específicas por faixa etária (por 1.000 mulheres). segundoregióes do Estado do Rio de Janeiro, l99l

15-l9A 2A 24A 25 29A 30 344

Fonte: FIBGE (1990, 1991, 1992, 1994)*Reg. l: Município clo Rio de Jcuteiro: Regiño 2: Reg. netropolítaru etceto o nunicípío tloR¡o ¿¿ J.neiro: Reg. 3: Interíor do Estado

As t'aixas etárias mais acometidas pelo HlV, entre os contingentes de mulheresintectadas, de acordo com as estimativas ¡ncorporadas ao modelo, coincidiram com aquelasem que as taxas de fecundidade específicas foram mais elevadas nas trés reg¡óes; fora dacapital, o HIV incidia sobre as idades mais jovens (20 a 24 anos nas regióes 2 e 3: 25 a 29anos na regiáo l).

Cad. Saútle Colet. ó( I ), 1998 84

Page 9: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

:

:'.

DISCUSSAO

As dif¿renqas entre as projegóes da incidéncia da infecqáo pelo HIV. em nascidosvivos. rglalivas ¡s regióes 3 (¡nterior) e | (capital) se deveram tanto aos maiores contingentesanuais de mulheres infectadas pelo HIV, como ás taxas de f'ecundidade específicas, por idade,mais elevadas, estimadas para o jnterior do Estado do Rio de Janeiro. Os ¡esultados.intermediários. para a regiáo 2 se devem ás taxas de fecundidade específicas por idade. maisbaixas quando comparadas ás da regiáo 3. e aos contingentes anuais de mulheres infectadaspelo HIV mais elevados do que os estimados para a regiAo l.

As variagóes regionais das estimativas e projegóes da incidéncia e prevaléncia daint'ecAño pelo HlV. na populagáo teminina em idade fértil. se atribuem táo somente As difere¡tesrazóes da incidéncia anual da infecqáo pelo HIV. segundo sexo. estimadas a partir dos registrosde casos notificados de aids. Entretanto. a invariabilidade das curvas de incidéncia e preval€ncia

anuais da inl-ecEáo pelo HIV nas populaqóes adultasjovens (de ambos os sexos). reterentes a

cada regiáo, possivelmente náo reflete a dinámica da epidemia no Estado do Rio de Janeiro. Se.

ao invés de valores absolulos, levamos em conta taxas de incidéncia e medidas de prevaléncia

da infecgáo pelo HIV, relacionadas aos respectivos contingentes populacionais. os resultados

sugerem cenários mais desfavoráveis no interiordo Estado (regiáo 3). em desacordocom análises

real¡zadas a partir da série de casos notillcados (PENNA. 1997). O aperfe¡qoamento destas

proieQóes deve levar em consideragáo estimativas regionais da prevaléncia da infecqáo pelo

HIV e da incidéncia de aids na populagáo adulta, segundo sexo. inclusive aquelas geradas a

partir das aeóes de vigiláncia epidemiológica, assim como o uso de taxas de incidéncia da inlecAáo

pelo HIV em recém nascidos. Nao obstante. merecem destaque as consideraEóes sobrc o aumento

da pa¡ticipaEáo relativa do sexo feminino entre o contingente de adultos infectados ao longo do

tempo. mais acentuado fbra do t¡uniclpio do Rio de Janeiro. em concordancia com a tendénciaa "teminilizagáo e "interiorizaeao" concomitantes da epidemia de HIV/AIDS ¡o Brasil(BASTOS et. al.. 1995).

As taxas de fecundidade específicas por idade lbram estimadas a partir dos dados

do registro civil. podendo estar subestimadas em funeáo do atraso ou da auséncia de registro.

Os procedimentos utilizados para seu cálculo - média trienal do número de nascidos vivosregistrados - buscaram minimizar táo somente o impacto de eventuais flutuaqóes do número de

¡ascidos vivos registrados. sem significado demográl'ico: persistiu. entretanto, a possibilidade

de grros sistemáticosjá mencionados. Cenários mais fidedignos devem incorpo.ar as variasóes

das laxas de fecundidade observadas no Estadodo Rio de Janeiro. as quais apresenta¡am tendéncia

decÍescente entre 1980 e 1991, nas trés regióes consideradas (CARVALHO et. al., 1997).

Entretanto, o i mpacto espetado dos padróes de fecundidade mais elevados. do início da decada de 80,

sobre a magnitude da lransmissáo do HIV de máe para filho poderá ter sido pequeno. em virtudedas baixas prevaléncias da intecqáo entre a populagáo feminina em idade tértil naqueles anos.

O entendimento acerca do impacto da infecQáo pelo Hlv sobre os padrógs de

fecundidade de uma populagáo é limit¿do. ejá existem hipóteses controversas sobre este assunto(ARMSTRONC, 1992). Buscando simplif¡car a elaboraeáo dos cenários. assumiu-se que as

taxas de fecundidade náo var¡am em lungáo da infecgáo pelo HlV, inclusive em vistadas recentes

possibilidades de tratamento com anti-retrovirais e suas prováveis influéncias na sobrevida dos

indivíduos infeclados. ¡nfluéncias que também náo toram cons¡deradas (COOPER, 1996).

O desenvolvimento de cenários da infeceáo pelo HIV mais próximos da realidade

sugerida pela análise dos dados sobre aids requer. ainda, o ajuste das curvas regionais de

incidéncia da infecQáo pelo HIV na populaEáo adulta. a paItir dos dados dos sistemas de vigilencia

85 Cad. Saíule Colet. 6( I ), I998

Page 10: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

epidemiológica e de mortalidade. Feitas as adequagóes mencionadas, espera-se gerar cenáriosregionais da i¡fecaáo pelo HIV que permitam avaliar a eficiCnciada introdugáo de medidas deprcvengáo da transmissáo do HIV de máe pa¡a filho. Entre essas medidas se incluem aadministragáo de zidovudina durant€ a gestagáo, o parto e o pós-parto, levando-se emconsideragáo, além disso, a cobertu¡a dos servigos de atendimento i gestante e ao recém-nascidono Estado do Rio de Janeiro.

Considerardo-se apelas a fecundidade e a transmissao do HIV esta últimaanalisada com base nas razóes de casos de aids notiiicados por sexo, os resultadosprelimioares sugerem que a tmnsmissáo do HIV de máe para filho seria mais freqüente naspopulagóes residentes no interior do Estado do Rio de Janeiro. E, em menor grau, ¡osmunicfp¡os da regiáo metropolitana, excluído o município do Rio de Janeiro.

II

,

¿

iI

¿

l

,'I

III

l-j

Y

Y

.'l

I\

.J

III

II

Page 11: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

REFERÉNCIAS BIBLTOGRÁFICAS

ANDERSON. J.. LAMBERT. J.S. & NOGUEIRA. S.A. 1996. Ma uat para o

a(dnJranhotr?trk) clítrictt cla gestante ínfectrklllrelo HIU Rio de Janel'ro, Copiane'

ARMSTRONC. J. "The demographic. economic and social impact of AlDS" ln: MANN' J M 'TARANTOLA. D.J.M. & NETTER. T.W. (editors). 1992 A/DS i,l t,lre worlL Cambridge'

Harvard University Press.

BASTOS. F.l. & BARCELLOS. C.. 1995 A geografia social da AIDS no Brasil" Revísta de

Saútle Públíca, 29\lJ: 52-62.

BROOKMEYER. R.. CAIL. M.H.. 1994. AIDS EPIDEMIOLOGY: A quanritatíve ap¡troach'

New York. Oxford Universify Press.

CARVALHO. J.M.A. & COSTA. A.J.L.. 1997. "ProjeSáo da epidemia de HMAIDS por via

verticalesuarelaeáocomatrajetóriadafecundidadenoEstadodoRiodelaneiro.Jortradode lrticiagáo Científictr da lJniversi¿lade Federal do Rio ¡le Janeíro. l9 Rio de Janeiro'

Anais... p.36.

CHIN. J.. 1990. "Current and future dimensions of the HIV/AIDS pandemic in women and

children". ¿d,l.'¿¡, 336t 221-224.

CHfN. J.. f994. A begimer's Suitle.for understandhg antl usitrg EP¡tl1odet 'version 2, a

cotr4tuter progtcun for esÍünItídt .ttt.l Proiecliotl of AIDS cases and deaths' Berkeley

(mimeo).

CHI N. J.. LWANGA, S. K., 199 | . "Estimation and projection of adult AI DS cases: a simple

epidemiologica! model". Bülletü1 o.f tlle W)rl¿l Health Otganízatiot1,' ó9:399-406'

CONNOR. E.M.. SPERLING, R.S.. CELBER. R. KISELEV, P. SCOTT. G.' O'SULLIVAN'

M.J.. VANDYKE, R., BEY. M., SHEARER, W., JACOBSON. R.L.' JIMENEZ. E..

O'NEILL. E.. BAZIN. B.. DELFRAISSY. J.F,, CULNAME. M..COOMBS, R'' ELKINS.

M.. MOYE. J.. STRATTON. P & BALSLEY. J. 1994. "Reduction of maternal-infant

tmnsmission ofhuman immunodeficiency vi¡us type I with zidovudine treatment" N"rt

E gl.ntl JouflMl ofMedicine,33l (18): l173-1180.

COOPER. E .C. . 1996.'Treatment of HIV disease: Problems. progress and potential" ln:

MANN. J.M. & TARANTOLA, D.J.M (editors). AIDS ín lú world 1¿ New York' Oxford

University Press.

IFIBCE] Fundaqáo Inslituto Brasileiro de Ceografia e Estatística, 1990. Estatíst¡cas de teq¡stro

civil. Rio de Janeiro.

IFf BCEl Fundaeáo fnstituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 199l. Estatísticas de registro

c¡'¡1. Rio de Janeiro.

IFI BGE] Fundagáo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1992. Estatísticas de regístto

c¡,¡¿. Rio de Janeiro.

IFIBCE] Fundaeáo fnstituto Brasileiro de Ceografia e Estalística . l994 Censo DenogtáJico

l99l : Rio tle Jatrcito. Rio de Janelro

MERTENS. T.E & LOW-BEER, D.. 1996. "HIV and AIDS: Where is the epidemic going?"'

Bulletfu of the Workl Health Or\urtiztttion, 74 (2), l2l-129'

Page 12: ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO …€¦ · t ESTTMATTVA E PRO.JECÁO DA rNerDÉNCI 4 DE INFEqQÁO PELO HIV DEVIDA-A TRANSMISSAO DE MAEPARA FILHO, SEGUNDO

MINTSTÉRIO DA SAÚDE. COORDENAEÁO NACIONAL DE DOENCAS SEXUALMENTETRANSMISSiVEIS E AIDS.1997. Boletin E¡tideniológico sobre A/DS. Ano lX, N' 0ó.Brasília.

PENNA, M.L.F., l997. "RiodeJaneiro". In:COORDENA(ÁO NACTONAL DE DST E AIDS.Sinpósio Satélite. A epülenia de AIDS no Brasil: Süutq1es e teruléncias. Brasília,Ministério da Saúde.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO RIO DE JANEIRO. 1998. BOICIiNEpídenioltigico DST/A/DS. Rio de J¡neiro (mimeo).

NOTAS:

Financiamento: University oiCalifbrnia at Berkeley - Fogany Foundation (Crant n"D43TW00003)i Fundagáo para o Amparo i pesquisa no Esrado do Rio de Janeiro - FApERJ(Processo E-26ll 50.67 2lO7 - bolsa).

Ag¡adecemos ao Dr JamesChin (Universiry ofCalifbmia at Berkeley _ Schoolof publicHealth) pelos comentários e suges¡óes; aos Prot'essores pauline Lorena Kale (Depanamento deMedicina Preventiva / Faculdade de Medicina e Núcleo de Esrudos de Saúde Cole¡iva daUniversidade Federal do Rio de Janeiro) e Marcos Moreira (lnstituto de Saúde da Comunidade daUniversidade Federal Fluminense), pelos comentários, sugestóes. e,evisáodolexto;eao programade Controle das DST & AIDS da Secretafia de Esrado de Saúde do Rio de Janeiro, Dela cessáo dobanco de dadosde casos notiticados de AIDS.

Uma vgrsAo preliminar deste trabalho foi ap rcsentada na l2ú Worl.l AIDS Confercnce.Genebra. 28/06 a 3/07/98.


Recommended